Fãs de Taylor Swift doam ou vendem ingresso mais barato após morte e adiamento

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Muitos fãs de Taylor Swift desistiram dos shows no Rio de Janeiro depois da morte de Ana Clara Benevides na sexta-feira, 17. Em grupos de admiradores da cantora norte-americana, pessoas falam sobre venda de ingressos por um preço abaixo do que pagaram - ou até chegam a doar seus tickets.

 

O movimento começou a acontecer por vários fatores. Muitos fãs ficaram inseguros com a segurança do show após vários relatos de pessoas passando mal com o calor e a morte de Ana Clara na sexta-feira, 19. Há relatos de quem também colocou os ingressos à venda por desaprovar o comportamento de Taylor Swift no show de domingo, 19, a apresentação seguinte ao óbito da jovem de 23 anos.

 

A cantora não mencionou o nome de Ana Clara Benevides durante o espetáculo e, ao Fantástico, da TV Globo, a família da estudante de psicologia disse que não recebeu nenhum tipo de ajuda - tanto da artista, quanto da equipe dela ou da produtora do evento, a Tickets for Fun (T4F).

 

O Estadão também tentou contato com a empresa para confirmar que ingressos ficaram disponíveis nesta segunda-feira, 20. Não teve resposta até o momento da publicação deste texto. O espaço está aberto a manifestações.

 

Doação de ingressos

 

Giovanna Ponzoni, de São Paulo, tinha ingresso para ver a Taylor Swift no domingo, 19. Porém, ela também desistiu depois dos últimos acontecimentos com os shows da cantora no Rio de Janeiro. "Sou asmática e tenho problema respiratório, quando abriu a pré-venda, eu só consegui comprar o ingresso para o RJ. Desde então, eu já tinha fechado hotel e tava com avião comprado", relata ela ao Estadão.

 

Quando ela viu as pessoas passando mal e soube da morte de Ana Clara Benevides, ela decidiu doar seu ingresso. "Me deu muita agonia ver tudo aquilo. Postei no Twitter e em alguns grupos que estava doando uma cadeira superior", completou.

 

Com o cancelamento do hotel, avião e com o próprio ingresso, o qual pagou R$ 528 com taxa de conveniência, Giovanna teve um prejuízo de cerca de R$ 3 mil.

 

'Ninguém está comprando'

 

Pedro Roma, morador do Rio de Janeiro, foi a todos os shows da artista no Estádio Nilton Santos, o Engenhão. Depois da apresentação de domingo, 19, ele decidiu colocar seus ingressos para pista premium do show desta segunda-feira, 20, à venda por R$ 300 ou R$ 400. A meia-entrada e a inteira foram vendidas no site oficial, respectivamente, por R$ 475 e R$ 950, sem contar as taxas adicionais.

 

"Estou tentando vender, mas ninguém está comprando mesmo com o valor abaixo. Vendo porque não concordo com a posição e da equipe perante a morte da Ana. Foi omissão", diz ele à reportagem.

 

No entanto, Pedro vai ao show caso não consiga vender os ingressos. "Não quero perder dinheiro", completa.

 

Venda por menos que a metade do preço

 

O Estadão conversou com Isabela Fernandes, de 27 anos, que mora em Pernambuco e viajou ao Rio de Janeiro só para acompanhar os três shows de Taylor Swift na capital fluminense. Depois da primeira apresentação, no Engenhão, ela ficou com medo de ir ao evento deste sábado, 18, e anunciou a venda do seu ingresso por menos que a metade do preço - ela comprou por cerca de R$ 1700 e vendeu por R$ 650 - nas redes sociais.

 

"Eu iria sozinha no sábado e por isso também fiquei com medo. Quando você sai do show, é aquela agonia, não tem segurança. Ontem, teve arrastão, teve uma pessoa do nosso grupo que foi furtada no trem. Meus amigos estavam em outro setor e também decidiram não ir hoje porque estavam muito assustados e tristes com o descaso e irresponsabilidade da produtora que em momento nenhum deu suporte pra gente", contou ela ao Estadão.

 

Grupos de fãs

 

No grupo do Facebook "The Eras Tour 2023 - Compra e Venda de Ingressos", Lucas Rezende anunciou seu ticket da pista premium para o show desta segunda-feira, 20, por R$ 550. O ingresso custava R$ 950, sem contar as taxas adicionais, no site oficial.

 

"Fiz a compra por crédito do site e não tenho interesse em pegar o reembolso desse crédito. Então, prefiro vender", escreveu ele na publicação.

 

Diego Santos anunciou no mesmo grupo a venda de um ingresso para cadeira inferior oeste no show desta segunda-feira, 20, por R$ 300. O valor do ingresso anunciado no site oficial era de R$ 750 mais as taxas convencionais.

 

O Estadão tentou contato com os dois para entender o que motivou a decisão, mas ainda não teve retorno. A matéria será atualizada quando tiver mais informações.

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O Ministério de Minas e Energia (MME) informou neste domingo, 3, que o houve uma redução da probabilidade de "deslocamento de terra em larga escala" na região da mina da Braskem em Maceió. A declaração foi dada tendo em vista análises de informações apresentadas ontem, 2, durante reunião da sala de situação instaurada pela Pasta para gerenciar as ações relacionadas às instabilidades geológicas.

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O documento afirma que a expectativa dos especialistas do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) é que, se houver desmoronamento, ocorrerá de forma localizada e não generalizada.

O texto destaca que o sismo percebido ocorreu em direção à Lagoa de Mundaú, um fenômeno que indicaria um afastamento da situação de instabilidade da área original. "Não se observa alteração expressiva do nível da lagoa. Entende-se haver baixo risco de contaminação da lagoa", afirma.

Atualmente parte da lagoa Mundaú está interditada para a navegação. "Uma avaliação para a área demonstra que o sistema geológico está entrando em equilíbrio. Isso é corroborado pelo sistema DGPS de monitoramento e pela rede sismográfica, mostrando claramente diminuição na intensidade e quantidade de microsismos, bem com os movimentos nas duas direções, vertical e horizontal. Contudo, ainda é necessário continuar o ostensivo monitoramento da área como um todo", conclui o relatório.

O MME afirma que a sala de situação, composta por representantes do ministério, do SGB e da Agência Nacional de Mineração (ANM), continua interagindo com autoridades locais para acompanhar a situação, prestar assessoramento técnico e promover medidas de proteção e mitigação necessárias.

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e a rede global Governos Locais pela Sustentabilidade, que reúne mais de 2,5 mil gestores regionais, assinaram em Dubai um termo de cooperação visando desenvolver um mecanismo de seguro para infraestruturas urbanas em relação à incidência climática.

A cooperação envolve o projeto "Mecanismo de Seguro para Infraestruturas Urbanas" (UIIF, na sigla em inglês). O documento assinado pelo presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, e pelo Secretário Executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo, em evento da COP-28, vai permitir a troca de experiências das partes com o objetivo de criar um programa de seguros para municípios em caso de desastres climáticos.

Inicialmente, o projeto é subsidiado pelo Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW) e será implementado nas cidades brasileiras de Belo Horizonte (MG), Recife (PE) e Salvador (BA), municípios que já possuem experiência em parcerias com instituições internacionais.

Em nota, Oliveira afirma que a ideia é chegar a um produto contratável pelos municípios para que estejam preparados para lidar com incidentes ligados ao clima.

"O objetivo é formar um grupo de cidades para identificar os riscos, a infraestrutura e desenvolver um desenho do produto, com as coberturas, formas de contratação e as características da apólice, e, junto com isso, atrair as empresas a participarem", disse o presidente da CNseg na nota.

Segundo a CNseg, serão apresentados produtos de seguro sob medida, que devem integrar apoio à população vulnerável com necessidade de assistência de emergência, reconstrução rápida facilitada de serviços de infraestrutura crítica e assistência financeira e técnica prestada a famílias atingidas. Serão desenvolvidos projetos específicos para cada uma das três capitais contempladas pelo projeto nessa etapa.

Rodrigo Perpétuo, do ICLEI, diz, também por meio de nota, que o objetivo é chegar a uma tipologia comum que permita escala viável a facilidades desse tipo para cidades do Brasil e do mundo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo, 3, que, caso não haja acordo entre Mercosul e a União Europeia, ficará claro de quem é a culpa pelo impasse. Lula comentou sobre o tema após ser questionado a respeito da fala do presidente francês Emmanuel Macron, que disse ser contra o tratado. O presidente concedeu uma entrevista coletiva em Dubai, onde participou da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), COP-28.

No sábado, o presidente Emmanuel Macron classificou o acordo Mercosul-União Europeia como "antiquado" e afirmou que o modelo é incoerente com a política ambiental brasileira. Lula, por sua vez, atribuiu a posição do presidente francês a uma postura protecionista e disse que teve uma reunião bilateral no sábado para tentar "mexer com o coração" de Macron.

"Se não houver acordo, pelo menos ficará patente de quem é a culpa por não haver acordo", disse o presidente. O Brasil tinha expectativa de conseguir celebrar o acordo até a reunião do Mercosul, que ocorre nesta semana no Rio de Janeiro. Lula disse ainda que os países ricos não podem colocar a culpa da falência do tratado no Brasil e na América do Sul. O presidente defendeu que as nações desenvolvidas tenham equilíbrio e parem de tentar obter vantagens em tudo. Macron visitará o Brasil no dia 27 de março de 2024.

"Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão. É sempre ganhar mais. E nós não somos mais colonizados. Nós somos independentes. E nós queremos ser tratados com respeito como países independentes, que temos coisas para vender. E as coisas que nós temos para vender têm preço. O que nós queremos é um certo equilíbrio", argumentou o presidente.

O presidente brasileiro afirmou que o país não vai facilitar a cláusula sobre compras governamentais no acordo com a União Europeia. "Queremos que o PIB do Brasil cresça", disse. E advertiu: "O Brasil não vai fechar acordo com a UE para tomar prejuízo". O presidente disse que o governo terá uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. "Vamos ver o que vai acontecer", disse.

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A participação do presidente brasileiro na COP-28 marcou uma tentativa do país de retomar o protagonismo internacional na agenda climática, área na qual o país exercia forte influência global durante os governos petistas. Na sexta-feira, Lula foi um dos três líderes a discursarem na conferência de abertura da COP-28. Apenas o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed; o rei Charles III do Reino Unido; e Lula falaram na primeira plenária.