Paul McCartney explica por que Beatles nunca vieram ao Brasil

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Paul McCartney concedeu uma entrevista ao Conversa com o Bial, que vai ao ar nesta sexta-feira, 1. Na entrevista, ele fala sobre seu momento de carreira e a nova turnê. Segundo O Globo, ele explicará, ainda, porque os Beatles nunca vieram ao Brasil.

 

"A verdade é que nós simplesmente ouvíamos nosso agente", revelou Paul. "Ele nos dizia 'Vocês vão para o Japão', e nós dizíamos 'OK', e íamos para o Japão. Então, se ele nunca mencionasse o Brasil, nós nunca viríamos aqui".

 

Para Paul, esse processo mudou ao longo dos anos. O músico, que fez um show surpresa para 420 pessoas no Clube do Choro, em Brasília, revela que hoje tem mais poder de escolha. "Eu posso dizer para o meu produtor: 'quero ir para o Brasil, é possível?'", contou.

 

A entrevista também terá um depoimento sobre Now and Then, nova música dos Beatles. "É surpreendente porque a gente imagina que ela não conviveria com os outros clássicos, mas convive", falou o músico. "Algumas pessoas acham que John estava falando diretamente comigo [na letra]. E quer saber? Isso é muito legal de pensar, então eu fico com essa interpretação".

 

O programa completo será transmitido após o Jornal da Globo nesta sexta-feira, às 00h45, na TV Globo ou Globoplay.

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Pela primeira vez em cerca de duas décadas, moradores da capital e região metropolitana de São Paulo passaram a utilizar mais o transporte individual - como carro, moto, táxi e veículo aplicativo - do que o transporte coletivo - metrô, trem e ônibus.

Essa é uma das principais conclusões da pesquisa Origem e Destino, conhecida como Pesquisa OD, realizada pelo Metrô de São Paulo e divulgada nesta terça-feira, 11, em São Paulo.

Pela primeira vez em cerca de duas décadas, moradores da capital e região metropolitana de São Paulo passaram a utilizar mais o transporte individual - como carro, moto, táxi e veículo aplicativo - do que o transporte coletivo - metrô, trem e ônibus.

Essa é uma das principais conclusões da pesquisa Origem e Destino, conhecida como Pesquisa OD, realizada pelo Metrô de São Paulo e divulgada nesta terça-feira, 11, em São Paulo.

A pesquisa aponta que o uso do transporte coletivo diminuiu em todas as sub-regiões da pesquisa, com as maiores quedas no Sudoeste, região de Embu das Artes e Itapecerica da Serra, com 27,5%, Oeste, que engloba Barueri e Osasco (21,9%) e Sudeste, no ABC, com 33%.

Para a pesquisa, viagem é o deslocamento entre o endereço de origem e o de destino por um motivo específico (trabalho ou educação, por exemplo), com um ou mais modos de transporte.

A participação do modo individual cresceu em todas as faixas de renda, chegando a 79,8% na faixa de mais elevada (mais de R$ 15.840). O transporte coletivo, por sua vez, registrou queda tanto em números absolutos quanto em participação em todas as faixas salariais. A queda em relação a 2017 foi de 19,8%.

Em 2023, foram realizadas 35,6 milhões de viagens diárias na região metropolitana. Cerca de 70,5% dessas viagens ocorreram por modos motorizados (coletivo e individual), enquanto os restantes 29,5%, por modos não motorizados (bicicleta e a pé).

Uso do transporte coletivo está em queda desde 2007

O sentido da curva do uso do transporte coletivo já era descendente desde 2007, movimento que foi captado também no último levantamento, feito em 2017.

Luiz Antonio Cortez Ferreira, gerente de Planejamento e Meio Ambiente do Metrô, lembra que os anos 2000 foram marcados por diversas medidas que impulsionaram o transporte público e atraíram mais passageiros, como a implementação do Bilhete Único (2005), que permitiu baldeações nos ônibus de forma mais integrada e econômica, e depois a expansão do bilhete para trens e metrôs no ano seguinte.

Um dos principais aceleradores do transporte individual são os serviços por aplicativos, que se instalaram em São Paulo há cerca de uma década. O táxi (táxi convencional e serviços por aplicativo) tinha 4,4% de participação no total motorizado no último levantamento, mas teve crescimento de 137,3%, impulsionado por essa modalidade. Esse segmento passou de 468 mil para 1.112 milhão de viagens em 2023.[

Além de serviços de transporte de passageiros, como Uber e 99, ganharam força o uso de motos para a entrega de refeições e mercadorias, modelo seguido pelo iFood e Rappi.

"A tendência de mudanças nas formas de trabalho e escola sofreu aceleração na pandemia, que se mostrou como catalisador de outras alterações nas formas de consumo (e-commerce, por exemplo), nos formatos de trabalho e escola e no crescimento de modos antes não dominantes de transporte, como carros por aplicativo", diz Cortez Ferreira.

No início deste ano, a Uber e a 99 tentaram mais uma vez implementar o serviço de mototáxi na capital paulista, embora um decreto municipal proíba a modalidade. Em reação, a Prefeitura intensificou a fiscalização e conseguiu na Justiça suspender a oferta do modelo.

A gestão Ricardo Nunes (MDB) argumenta que o aumento da circulação de motos eleva os riscos de acidentes - a cidade teve em 2024 a maior taxa de violência do trânsito da última década. As plataformas, por sua vez, dizem ter mecanismos de segurança para evitar colisões e atropelamentos. O tema deve voltar à discussão na Câmara, onde foram protocolados projetos para liberar o mototáxi.

A pesquisa Origem e Destino aponta ainda que os principais motivos de deslocamento da população continuam sendo trabalho e educação. Das 35,7 milhões de viagens realizadas na região metropolitana, 16,5 milhões (46,2%) ocorreram por motivo de trabalho. O segundo motivo continua sendo a educação, responsável por 12,9 milhões das viagens diárias, 36,2% do total.

Moradores da capital e da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) aumentaram o uso de bicicletas no dia a dia, mas, em contrapartida, têm diminuído o deslocamento a pé pelas ruas e avenidas nos últimos anos. A informação é da pesquisa Origem Destino (OD), realizada pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) em 2023 e divulgada nesta terça-feira, 11. O estudo busca investigar o padrão de uso dos meios de transportes pela população da Grande SP.

Conforme o levantamento, a utilização de bicicletas entre a origem e o destino do deslocamento cresceu de 377 mil viagens diárias, registradas na OD de 2017, para 472 mil deslocamentos por dia dentro da área analisada. O aumento corresponde a uma elevação do uso do modal, na Grande SP, em 25,2% em seis anos.

Já o hábito de andar a pé sofreu uma queda no mesmo período. A pesquisa Origem Destino registrou que o número de viagens diárias feitas por meio de caminhadas diárias caiu de 13,35 milhões, em 2017, para 10,05 milhões, em 2023 - uma queda de 24,7% entre os dois períodos.

A pesquisa considera como "viagem feita a pé" quando o motivo do deslocamento é a ida ao trabalho ou à escola - independentemente da distância percorrida -, ou quando o trajeto é superior a 500 metros para as demais motivações.

A diminuição deste tipo de locomoção acompanha uma queda total do número de deslocamentos por dia na RMSP (de 42 milhões para 35,6 milhões), considerando todos os modais, motorizados e não motorizados. Essa alteração é puxada pelo esfriamento do uso dos transportes públicos (veja mais abaixo).

Para chegar a estes resultados, os pesquisadores tiveram uma amostra de 32 mil domicílios espalhados pelos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo, e que participaram do levantamento.

Pequenas distâncias e atividade física são principais razões para adoção das bikes

As pessoas que se deslocam de bicicleta na RMSP adotam o modal, em sua maioria, porque as viagens são curtas. Dos 472 mil deslocamentos feitos por este tipo de transporte por dia, 308 mil (65,4%) são realizados porque a distância entre a origem e o destino é pequena, aponta a pesquisa OD. Em 2017, esse motivo também apareceu como principal, mas em menor escala - 50,9%.

Outros motivos, no entanto, também são apresentados no estudo, como: passagens caras das conduções (11,5%), atividade física (11,1%) e demora para a chegada da condução - o motivo corresponde a 5,8% do total de viagens feitas pelo modal bicicleta. Na última pesquisa, condução cara representava 15,9% das viagens, enquanto atividade física, 18%.

A bicicleta continua sendo mais popular na parte central da RMSP, com, 50,6% do total das corridas feitas e um crescimento de 12,7% na comparação com os dados da Pesquisa OD de 2017 para esta região.

Outras partes da RMSP também passaram a usar mais o modal, segundo levantamento. Destaque para a sub-região oeste, que engloba cidades como Barueri, Cotia, Osasco e Santana do Parnaíba. Lá, o aumento foi de 80% do uso das bikes ante 2017. Na sub-região nordeste, onde estão os municípios de Arujá, Guarulhos e Santa Isabel, o crescimento de viagens por bicicletas também foi expressivo - 76,4% em relação ao levantamento anterior.

Queda nos deslocamentos feitos a pé

Andar a pé ainda é uma das formas mais usadas pelas pessoas que vivem, trabalham ou estudam na Região Metropolitana de São Paulo.

Das 35,6 milhões de viagens diárias que são realizadas por dia neste território, entre todos os tipos de modais - motorizados e não motorizados - cerca de 10,05 milhões (28,2%) são feitos por meio de caminhada.

Contudo, este número caiu 24,7% na comparação com a pesquisa Origem Destino de 2017 quando 13,35 milhões de viagens diárias eram feitas por caminhadas na RMSP.

Além disso, até 2017, andar a pé era o meio de locomoção mais usado na RMSP, respondendo por 31,7% das 42 milhões de viagens diárias realizadas na época.

Agora, são os automóveis que passaram a ser o modal mais utilizado atualmente, com 10,4 milhões de viagens (29,2% do total) ante 10,05 milhões feitas por caminhadas a pé.

O principal motivo para este tipo de deslocamento ainda é para fins educacionais (57,6%), e a justificativa mais frequente usada para escolher a caminhada são as pequenas distâncias (92,5% do total das viagens). E o local onde mais se adota a caminhada como tipo de modal ainda é a sub-região central da RMSP, apesar de sofrer uma queda de 28,6% ante a pesquisa realizada em 2017.

O estudo informa também que andar a pé deixou de ser uma forma de deslocamento das faixas de renda familiar 1 (até R$ 2.640), 2 (entre R$ 2.640 e R$ 5.280); e 3 (entre R$ 5.280 e R$ 10.580), e passou a ser mais frequente para as pessoas que se encontram na faixa 4 (R$ 10.580 e R$ 15.840).

Queda no total de viagens

O número total de viagens diárias na região metropolitana de São Paulo, incluindo todos os tipos de modais (motorizados e não motorizados), sofreu uma queda nos últimos anos. O total de 42 milhões de deslocamentos por dia relatados na pesquisa de 2017 caiu para 35,6 milhões, em 2023, o que representa uma diminuição de 15,2% deste total de locomoções.

Esta queda não é puxada apenas pela diminuição das caminhadas. Os transportes públicos (ônibus, metrô e trem) também tiveram um declínio na quantidade de viagens diárias feitas na Região Metropolitana de São Paulo.

As bicicletas, as motos e a categoria táxi/veículos de aplicativos foram os poucos modais que tiveram um crescimento no período. As bikes, como citado, tiveram um aumento de 25% entre 2017 e 2023.

Em relação às motos, o número de 1,06 milhão de viagens deste modal por dia teve um aumento de 15,9%, o que corresponde a, aproximadamente, 1,23 milhão de deslocamentos diários.

Enquanto isso, o uso frequente dos táxis e, sobretudo, dos veículos por aplicativo, chama a atenção. Em 2017, a quantidade de viagens diárias desta categoria era de pouco mais de 468 mil. Seis anos depois, a pesquisa OD aponta que este número subiu para 1,11 milhão por dia. Um crescimento na ordem de 137,6% no período analisado.

Os moradores de São Paulo estão habituados aos horários de pico, pela manhã, no meio do dia e no final da tarde. Dados novos trazidos pela pesquisa Origem e Destino, do Metrô de São Paulo, apontam que o meio do dia perdeu volume, com cerca de 4 milhões de viagens. Já o pico da manhã lidera e chega a 4,5 milhões de viagens, mas num patamar menor que nos últimos anos.

Implementada desde 1967, sempre em intervalos de dez anos, a pesquisa foi antecipada de 2027 para este ano a fim de investigar os efeitos das mudanças trazidas pela pandemia da covid-19, como as restrições à mobilidade, isolamento social, além de formas novas de trabalho (home office e sistema híbrido) e estudo (a distância) na forma de se deslocar da população da região metropolitana.

Os dados apresentados nesta terça-feira, 11, sobre a flutuação horária dos grandes deslocamentos pela cidade mostram mudanças importantes em relação a 2017, o último levantamento.

A movimentação da população na capital e na região metropolitana de São Paulo continua a apresentar três grandes períodos de concentração (horários de pico):

- pela manhã, entre 5h e 8h;

- ao meio do dia, em torno das 12h,

- ao fim da tarde, entre 16h e 19h.

Para a pesquisa, viagem é o deslocamento entre o endereço de origem e o de destino por um motivo específico (trabalho ou educação, por exemplo), com um ou mais modos de transporte.

Em 2017, o pico do meio do dia superava os outros dois períodos, com 5,2 milhões de viagens, considerando todos os modos de deslocamento, coletivo e individual. O principal responsável por este pico era o transporte não motorizado (a pé e de bicicleta), relacionado aos estudantes na entrada e saída das escolas e universidades.

De manhã e à tarde, prevalecia o transporte motorizado, especialmente o coletivo. Havia ainda um pico à noite, entre 21h e 22h, principalmente devido à saída de faculdades, predominando novamente o transporte coletivo.

A pesquisa do ano passado mostrou diminuição do pico do meio do dia, que gira em torno de 4 milhões de viagens diárias. Mas as pessoas continuam a andar a pé e ou de bicicleta neste horário.

O pico da manhã passa a atingir 4,3 milhões de viagens, impulsionadas principalmente pelo transporte coletivo. O patamar, no entanto, é menor que o de 2017.

Especialistas do Metrô apontam que uma das razões para essas alterações é a preferência pelo transporte individual em relação ao coletivo (51,2% a 48,8%). Esse cenário havia acontecido pela última vez apenas no levantamento de 2002.

Em 2023, foram realizadas 35,6 milhões de viagens diárias na região metropolitana. Cerca de 70,5% dessas viagens ocorreram por modos motorizados (coletivo e individual), enquanto os restantes 29,5%, por modos não motorizados (bicicleta e a pé).

A pesquisa também destaca redução no número de viagens diárias na capital e na região metropolitana. Ou seja: as pessoas estão se deslocando menos para trabalhar, estudar, pagar contas ou ir ao supermercado.

O número de viagens diárias caiu de 42 milhões em 2017 (último levantamento) para 35,6 milhões em 2023. É uma perda de 6,3 milhões de deslocamentos, ou 15%.

Nesse cenário de retração dos deslocamentos, o transporte coletivo (ônibus, trem e metrô) é o vilão. O setor perdeu três milhões de viagens (decréscimo de 19,8% entre 2017 e 2023) enquanto o individual perdeu apenas 116 mil viagens (recuo de 0,9%).