Zeca Pagodinho celebra 40 anos de palco com DVD, show e tempo para os netos

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A vida levou Jessé Gomes da Silva Filho até onde ele jamais imaginou. O jovem compositor de 40 anos atrás é hoje cantor, ídolo popular, símbolo de brasilidade e alegria. Consagrado nacionalmente, Zeca Pagodinho vai comemorar no dia 4 de fevereiro 65 anos, no palco, no estádio Nilton Santos, no Rio, ao lado de Alcione, Jorge Aragão, Xande de Pilares, Diogo Nogueira, Seu Jorge, Marcelo D2 e Djonga. Em junho, ele inicia turnê nacional no Espaço Unimed, em São Paulo.

 

"65 anos... Pesado, hein?", comenta o sambista em seu bar em um shopping na Barra da Tijuca, no Rio. Numa quarta-feira em que os termômetros cariocas registraram sensação térmica de 59,5ºC, até mesmo o humor de Zeca Pagodinho foi afetado. Mas não por muito tempo. Como ele lembra, seu pai, Jessé da Silva, morreu aos 87 anos, em 2015, e a mãe, Irineia da Silva, dona Neia, no ano passado, aos 92 anos, dormindo. "Velhos e bebendo", pontua Zeca.

 

Diabético e com exames em dia, ele desconversa ao falar do tamanho de sua bandejinha de remédios no café da manhã, mas aproxima o celular do braço para mostrar que confere a glicemia. "Problemas de saúde todo mundo tem. Só vivo."

 

Colchonete

 

A turnê Zeca Pagodinho - 40 Anos prevê datas espaçadas para o artista não tomar tempo demais do avô. "Eu quero viver, cara. Eu quero ficar com os meus netos. Adoro botar o colchonete na sala e ficar deitado brincando, vendo televisão."

 

Recentemente, Zeca participou da animação Mundo Bita, em convite intermediado pelo bandolinista Hamilton de Holanda. "Eu gravei, levei meu neto e achei legal, mas não assisto a esse desenho. Prefiro Tom & Jerry, Pica-Pau. Queria que voltasse o Chaves..."

 

Ele divide seu tempo entre o Rio e Xerém. "É só dizerem que eu não tenho nada que fazer aqui no Rio que vou embora para lá. É um lugar bom, as pessoas são humildes. Todo mundo se ajuda. A gente tem de ajudar os outros, senão não tem graça a vida." O problema é o calor. "É o cão. Agora é tudo asfalto. Tem condomínio pra caramba. Progresso, né?"

 

Salão

 

A vida de Zeca na Barra da Tijuca tem elementos do personagem de Burguesinha, de Seu Jorge. "Aqui no Rio está a minha música, a gravadora, o meu salão... Minha mulher fala que eu faço uma unha por dia. Cabelo. Não fico três dias sem ir lá... Tem uma foto minha lá, tipo funcionário do mês."

 

Zeca Pagodinho sabe brincar. Chama um funcionário do bar e pede que ele cante. Josué Corán, venezuelano de 28 anos, canta "Deixa a vida me levar". "Bota na entrevista, temos de fazer uma campanha pra ele conseguir trazer a mãe dele lá da Venezuela", pede o cantor.

 

Ele costuma dizer que "o artista engoliu o compositor". Mas a fonte não secou. Acabou de mandar uma música para Alcione e tem pego letras antigas e enviado para parceiros como Moacyr Luz. "Mas tem dia que eu não quero nem falar de compositor. Você entra no táxi e o cara vem com 'deixa a vida me levar'. Ah, mermão, bota Waldick Soriano, qualquer coisa."

 

Para quem é amado como símbolo da simpatia e do bom humor, o assédio dos fãs pode ser um desafio. "Eu sou simpático. Mas não pra chato e gente abusada. Fui no velório do meu cavaquinista e queriam que eu fosse à capela ao lado, porque o defunto era meu fã... Fui visitar meu pai na UTI, a mulher pediu pra tirar uma foto comigo e falou: 'Dá um sorriso'. Tô numa UTI, né? Vou rir de quê?"

 

Para Zeca, a pandemia afetou o espírito do brasileiro. E a polarização da sociedade o deixa inconformado. "Tenho amigos que acabaram a amizade. Coisa babaca, né? Eu não falo de política e na minha casa não se pode falar. O assunto aqui é beber, cantar, contar história."

 

No clã do Zeca, religião também não provoca discussão. "Minha mulher é evangélica, eu sou macumbeiro. Vou na igreja com ela. Sou de Deus. E de vez em quando tenho de ir lá nos mais velhos, fazer umas coisinhas."

 

Registro terá faixas de 'imenso valor afetivo', diz Paulão Sete Cordas

 

Zeca está chegando aos 65 anos "em plena forma", diz Paulão Sete Cordas, diretor musical de sua banda. "O Zeca sempre sabe se ajeitar, mesmo em circunstâncias adversas", comenta o músico.

 

Há 36 anos com Zeca, ele conta que ainda está "trocando figurinhas" com Pretinho da Serrinha para acertar o repertório, que deve incluir 26 músicas. "Estamos falando de sambas com imenso valor afetivo. É muito difícil escolher entre tantas coisas bacanas, de tantos álbuns."

 

Entre as canções resgatadas devem estar clássicos como Pisa Como Eu Pisei (de Beto Sem Braço e Aluísio Machado) e pérolas divertidas e cultuadas pelos fãs como Vacilão, de Zé Roberto, e Exaustino (Roberto Lopes, Canário e Nilo Penetra). O maestro Rildo Hora, nome fundamental da carreira de Zeca, vai participar como instrumentista, para reviver Judia de Mim (de Wilson Moreira e Zeca).

 

Os ensaios começam na segunda, 22, e surpresas podem surgir também nos arranjos. "No ensaio todo mundo dá palpite. Quando vai tocar de novo, já surge alguma coisa, e a gente aproveita as ideias", conta Paulão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Na véspera da data em que Isabella Nardoni completaria 23 anos de idade, Ana Carolina Oliveira compartilhou nas redes sociais as lembranças que guarda da filha em uma caixa, como fotos, brinquedos e sapatos de bebê. Isabella foi morta aos 5 anos pelo pai, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, em 2008.

Hoje vereadora de São Paulo pelo Podemos, Oliveira também publicou um vídeo em homenagem à filha: "Eu guardo tudo de você com tanto carinho, suas fotos, seus desenhos, suas cartinhas. Às vezes fecho os olhos e consigo sentir você aqui comigo", disse.

Ela diz imaginar como a filha estaria hoje, se estaria na faculdade, se teria um amor e como seria a relação com os irmãos mais novos. "Daria tudo pra viver mais um aniversário com você", disse no vídeo.

Relembre o crime e desdobramentos

Isabella teria sido jogada da janela do 6º andar do prédio na Vila Guilherme, zona norte de São Paulo, onde moravam o pai e a madrasta. Ambos foram condenados em 2010 - ele, a 31 anos e 1 mês, ela, a 26 anos e 8 meses de prisão - mas já se encontravam presos desde 2008, quando ocorreu o crime. O caso teve grande repercussão nacional.

Alexandre Nardoni está em regime aberto desde maio do ano passado, cumprindo o restante da pena em liberdade. Ele teve concedida a progressão para o regime aberto depois de ficar preso por 16 anos. Já Anna Carolina Jatobá cumpriu 15 anos de pena e foi solta em 2023, também em progressão para o regime aberto.

Ana Carolina Oliveira foi a segunda vereadora mais votada da cidade nas eleições municipais de 2024. Seus projetos em tramitação na Câmara de São Paulo são voltados à proteção de mulheres, crianças e adolescentes e pessoas com deficiência contra a violência, mas nenhuma proposta ainda foi aprovada.

Uma adolescente de 17 anos foi esfaqueada dentro de sua casa, em Sorocaba, interior paulista, pelo namorado, também de 17 anos. O crime ocorreu na noite de quinta-feira, 17.

O próprio jovem chamou a Polícia Militar após o ato, confessando o crime. Ele foi encaminhado à Fundação Casa e permanece à disposição da Justiça.

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Em 2024, o Brasil registrou 1.450 feminicídios, uma redução de 5% em relação a 2023, segundo dados do Ministério da Justiça. No Estado de São Paulo, porém, houve recorde de casos de homicídios de mulheres por razões de gênero no último ano - foram mais de 250.

O advogado Juliano Bento Rodrigues Girau foi morto a tiros durante um assalto na madrugada deste sábado, 19, na orla da Praia Grande, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Um amigo da vítima também foi baleado.

Ao menos um dos quatro suspeitos de participação no crime foi detido pela manhã. A Polícia Civil faz buscas pelos demais envolvidos.

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O caso foi registrado como latrocínio na Delegacia de Ubatuba. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um terceiro amigo da vítima não se feriu e prestou depoimento à polícia.

"Os criminosos levaram celulares, carteiras e joias das vítimas", apontou em nota. "As investigações seguem em andamento para identificar e localizar os responsáveis pelo crime", finalizou.

Câmeras de segurança captaram o momento do crime, ocorrido pouco antes das 4 horas da madrugada. Nas imagens, o advogado e seus amigos são abordados por quatro homens encapuzados enquanto ainda estavam na faixa de areia.

Nas redes sociais, um dos amigos do advogado havia postado imagens das cerca de 12 horas de viagem de carro até Ubatuba. Guirau era formado em Direito pela Faculdade de Direito de Varginha (Fadiva), mas residia em São Gonçalo do Sapucaí, município do sul mineiro localizado a menos de 300 quilômetros de Ubatuba.

Prefeitura e OAB lamentam crime: 'Profissional íntegro'

A subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Gonçalo do Sapucaí se manifestou nas redes sociais: "Sua dedicação e compromisso com a Justiça sempre será lembrada com respeito e gratidão". "Manifestamos nosso repúdio pelo crime brutal que levou a morte do advogado da nossa subseção e que as medidas sejam tomadas para uma célere investigação", acrescentou.

A Prefeitura de São Gonçalo do Sapucaí também lamentou o caso em nota veiculada nas redes sociais. "Profissional íntegro, Dr. Juliano dedicou sua vida ao exercício da Justiça com ética, competência e respeito ao próximo. Sua partida representa uma grande perda não apenas para a advocacia, mas para toda a nossa comunidade", declarou.