'Rivais' cria narrativa sobre sexo e poder

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Rivais é um filme sobre tenistas que tem muito pouco a ver com tênis. Aliás, uma das personagens chega a dizer que uma partida de tênis quase não se define como esporte, e sim como um relacionamento entre os adversários. E é sobre isso o novo longa do cineasta Luca Guadagnino, estrelado por Zendaya, Josh O'Connor e Mike Faist.

 

O longa, que chega neste final de semana aos cinemas brasileiros, tem o condão de tornar excitante o esporte. E Guadagnino aplica a própria visão ao tema, usando a já desgastada fórmula do triângulo amoroso para arejar o formato com o roteiro de Justin Kuritzkes.

 

Desde o início é evidente que será por intermédio dos olhos, e não das mãos, que será narrada a trama da tenista prodígio Tashi (Zendaya), que vê a carreira desmoronar após uma lesão. Ela é mulher e treinadora de Art (Faist) - campeão em má fase da carreira -, que era melhor amigo de Patrick (O'Connor), jogador fracassado que implora a ajuda da jovem.

 

Essa dinâmica é tensa. Rivais arremessa o espectador para dentro da quadra de tênis, na qual os ex-amigos transbordam eletricidade em partidas entrecortadas. A narrativa não linear é cheia de flashbacks que contextualizam a história.

 

Um elemento fundamental do filmem é a trilha sonora. Frequentemente gerando sensações dissonantes, a música desempenha papel próprio ao provocar incômodo na audiência. Quase como no início de Anatomia de Uma Queda, em que o rap parece - e está - propositalmente deslocado. Em Rivais, a sonoplastia por vezes desconectada da cena ajuda a criar uma atmosfera de ruptura.

 

O ponto alto é uma ousadia do diretor, que joga os espectadores de um lado para o outro à mercê dos personagens, em uma sequência que condensa toda a vertigem, a ansiedade e a expectativa de que o filme é constituído. A construção da cena poderia ser um fracasso, mas a execução é extraordinária, com o uso inteligente de efeitos visuais para criar a imersão.

 

SUOR E MÚSCULOS

 

Os três protagonistas canalizam bem as emoções e dilemas dos personagens, entranhadas nos músculos protuberantes e corpos suados. Zendaya, em particular, já mostrou versatilidade em papéis bem diferentes e agora oferece uma performance mais silenciosa. Isso não significa que seja menos impactante, ao contrário: ela expressa mistos de ódio, rancor, desconforto e resignação de forma mais potente do que se optasse pela exuberância.

 

Os parceiros também brilham. O'Connor foi o jovem príncipe Charles na série The Crown e, aqui, mostra tudo o que o rancor, o desamparo - e a saudade - são capazes de provocar no ser humano. Do outro lado, Faist transmite, ao mesmo tempo, o ímpeto e a indecisão, o cansaço e o tédio, esperados de um atleta no limite.

 

A exemplo de Me Chame Pelo Seu Nome, Guadagnino imprime a sensualidade como tônica, inclusive em cenas de sexo. Para isso, a figura de "coordenador de intimidade" foi levada ao set para deixar os atores à vontade para fazer as cenas.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Fundador da Hurb (Hotel Urbano), o empresário João Ricardo Rangel Mendes havia chamado a atenção no noticiário recentemente por outro motivo: ao viralizar com um vídeo em que corre com um lança-chamas atrás de um dos filhos da atriz Luana Piovani e do surfista Pedro Scooby. O caso teve grande repercussão na internet em março deste ano.

O empresário foi preso neste sábado, 26, suspeito de furtar obras de arte de um hotel de luxo e de um escritório de arquitetura localizado dentro de um shopping, na Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste do Rio de Janeiro. A maior parte das peças foi encontrada na casa de Mendes.

O Estadão não localizou a defesa do empresário. Ele também é alvo de diversas ações judiciais movidas por clientes que não foram reembolsados após o cancelamento de pacotes de viagens.

Embora tenha repercutido na internet somente em março deste ano, o caso do lança-chamas ocorreu em 2022, segundo o Uol. O vídeo não está mais nas redes sociais do empresário após a repercussão. Mendes é amigo de Scooby.

Ao Uol, Luana Piovani disse ter ficado "estarrecida" com as imagens. "Vejo isso começa a tremedeira, ânsia e desespero. Eu realmente não sei o que dizer, meu corpo nesse caso fala por mim", afirmou. Já Scooby disse ao Uol que não permitiria esse tipo de brincadeira hoje em dia.

Embora o vídeo original não esteja mais no ar, Mendes ainda tem uma postagem com o filho de Scooby e Luana em que está portando o lança-chamas. Há também uma imagem em que utiliza o equipamento em frente a uma pessoa que porta um extintor de incêndio, dentre outras publicações com o item.

O produto é da The Boring Company, empresa de Elon Musk. O lança-chamas emite fogo a até 3 metros e tem várias diferenças de um armamento de uso militar, como explicou o Estadão.

Por que o empresário foi preso?

A investigação envolve dois furtos distintos. Um deles é de obras de arte que estavam em um hotel de luxo, enquanto o outro envolve quadros e outros pertences de um escritório de arquitetura localizado dentro de um shopping.

De acordo com os policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca), as obras de arte são avaliadas em mais de R$ 23 mil. O homem teria tentado fugir ao ser localizado na cobertura de uma residência de luxo também na Barra, onde estava grande parte das peças.

"Após análise de imagens e diligências, constatou-se que se tratava do mesmo autor, e que ele utilizou a mesma motocicleta para cometer ambos os crimes", apontou a polícia. "Antes de ser detido, ele tentou fugir da ação dos policiais, mas foi capturado no terraço do apartamento", acrescentou.

Imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito chegando ao local de um dos furtos de motocicleta e, depois, removendo um quadro da parede.

Segundo a polícia, no imóvel onde o homem foi preso, estavam três esculturas de cerâmica e um dos quadros furtados do hotel. Uma pintura ainda não foi recuperada.

"Todo o material foi devolvido aos legítimos proprietários e agentes da 16ª DP seguem em diligências para localizar a última obra de arte. O homem foi autuado em flagrante pelo crime de furto", destacou a polícia em nota.

O empresário João Ricardo Rangel Mendes, ex-CEO da Hurb (antigo Hotel Urbano), que enfrenta uma série de ações na Justiça, foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro sob suspeita de furtar obras de arte de um hotel de luxo e de um shopping da Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste da capital fluminense. A defesa de Mendes não foi localizada.

As obras de arte são avaliadas em mais de R$ 23 mil, segundo estimativa preliminar de policiais da 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca). O suspeito teria tentado fugir ao ser localizado neste sábado, 26, na cobertura de uma residência de luxo, também na Barra, onde estariam algumas das peças que teriam sido furtadas.

Fundador e ex-CEO da Hurb, Mendes, de 44 anos, é carioca e começou a empreender desde cedo: aos 18 anos, abriu uma barraca de bebidas na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca. Depois de fazer um intercâmbio em Londes, passou a tentar fazer dinheiro com e-commerce.

Em 2011, vendo uma oportunidade no setor de turismo, Mendes fundou, ao lado do irmão, a agência de viagens Hotel Urbano, depois transformada em Hurb. Ele se tornou o principal rosto da empresa nos últimos anos.

Após mais de dez anos como CEO da empresa, renunciou ao cargo em meio à onda de críticas de clientes e hotéis parceiros.

Mendes vinha sendo criticado pela maneira como lidava com a crise de imagem que atingiu a Hurb, com o aumento do número de reclamações de clientes e de hotéis parceiros.

Além de divulgar vídeos institucionais debochando das reclamações, Mendes xingou e expôs dados pessoais de clientes que reclamavam do serviço da empresa, além de ter divulgado um vídeo em que ironizava as reclamações.

"Fica satisfeito já de não viajar, porque tá arriscado alguém bater na tua casa hoje, hein! Nessa merda dessa tua casa", aparece dizendo no vídeo gravado por um cliente, identificado como Miguel, e compartilhado pelo próprio Mendes em sua conta do Instagram - o conteúdo foi apagado logo em seguida.

Fazer coisa errada é um hack, disse em vídeo

Em vídeo publicado há alguns meses nas redes da Hurb, Mendes se descreveu como uma pessoa bastante inquieta desde a adolescência. "Fazer 'coisa errada', no final, é um hack (truque). Invadir uma festa e não pagar é um hack que você está fazendo", disse.

Em seus perfis no LinkedIn e no Medium, ele dizia ter a pretensão de "ajudar o maior número de pessoas a se tornarem mais corajosas, mais verdadeiras e mais engajadas na busca pelo que é significativo para atingir seu pleno potencial". "Esse é o meu motivo: elevar a fasquia, elevar as suas ambições", escreveu.

Em post de nove meses atrás nas redes sociais, a Hurb destaca que o empresário "transformou a empresa em uma das maiores plataformas de tecnologia voltadas para soluções de viagem".

"João Ricardo Mendes é um visionário que não apenas identificou oportunidades no mercado de turismo, mas também teve a capacidade de criar soluções tecnológicas que atenderam às necessidades de viajantes modernos", aponta a publicação.

Segundo a Hurb, uma das pretensões do empresário era criar a primeira empresa espacial privada do Brasil, denominada "Amazon Z", com o slogan "Engineering made in Brazil". "Esta iniciativa demonstra sua capacidade de sonhar grande", acrescenta a postagem.

Investigação envolve dois possíveis furtos

A investigação que culminou na prisão de Mendes envolve dois possíveis furtos. Um deles é de obras de arte que estavam em um hotel de luxo, enquanto o outro envolve quadros e outros pertences de um escritório de arquitetura localizado dentro de um shopping.

"Após análise de imagens e diligências, constatou-se que se tratava do mesmo autor, e que ele utilizou a mesma motocicleta para cometer ambos os crimes", aponta a polícia. "Antes de ser detido, ele tentou fugir da ação dos policiais, mas foi capturado no terraço do apartamento", acrescentou.

Segundo a polícia, no imóvel onde o suspeito foi preso, estavam três esculturas de cerâmica e um dos quadros furtados do hotel. Uma pintura ainda não foi recuperada.

"Todo o material foi devolvido aos legítimos proprietários e agentes da 16ª DP seguem em diligências para localizar a última obra de arte. O homem foi autuado em flagrante pelo crime de furto", afirmou a polícia, em nota.

Um ônibus fretado com funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi invadido e assaltado por homens armados na tarde de sexta-feira, 25, em Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro. O roubo ocorreu enquanto o coletivo estava na Avenida Brasil, uma das principais vias de ligação cariocas. Ninguém ficou ferido.

O ônibus era de uma linha de transporte corporativo de funcionários da instituição, chamada de Manguinhos-Campo Grande. Em nota, a Fiocruz lamentou o caso.

"Os trabalhadores, que retornavam para casa, foram acompanhados por profissional da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic), que já estava presente na linha como usuário do serviço", apontou em nota. "A Fundação se solidariza aos trabalhadores em mais este episódio de violência na cidade do Rio de Janeiro."

O caso foi registrado na 27ª DP (Vicente de Carvalho). "Diligências estão em andamento para apurar a autoria do crime", afirmou a Polícia Civil em nota.

Já a Polícia Militar disse, em nota, que não foi acionada para a ocorrência. Destacou, contudo, que "todos os batalhões de área aplicam o Policiamento Transportado em Ônibus Urbano (PTOU)", com abordagens e revistas preventivas nos coletivos.

Fiocruz foi invadida por criminosos em fuga neste ano

Outro caso de violência envolvendo a Fiocruz chamou a atenção em janeiro, quando uma funcionária chegou a ser atingida por estilhaços de bala perdida. A situação ocorreu durante uma ação policial dentro do campus Manguinhos-Maré, na zona norte carioca.

Segundo a fundação, agentes da Polícia Civil entraram descaracterizados e sem autorização para o que seria uma incursão na comunidade de Varginha. A bala atingiu o vidro da sala de automação do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), que é a fábrica de vacinas da Fiocruz.