'Como vou viver?': Anitta debocha de repúdio de deputados por conteúdo 'erótico'

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Anitta ironizou uma moção de repúdio aprovada pela Câmara dos Deputados, em Brasília, na última quinta, 23, em que parlamentares a acusam de promover "conteúdo nocivo" contra a população brasileira. A moção também inclui Madonna e Pabllo Vittar, que se apresentaram juntas em Copacabana no início de maio, no Rio de Janeiro.

 

"Tô muito mal, tô preocupadíssima, isso acabou comigo. Como eu vou viver?", ironizou nos stories do Instagram este sábado, 25.

 

"Tô muito mal, tô preocupadíssima, isso acabou comigo. Como eu vou viver?", ironizou nos stories neste sábado, 25. mpo ajudando as famílias do Rio Grande do Sul. Se for para resolver um negócio sério, não tem esse tempo, tudo demora. Agora, para essa babaquice tem tempo? Vai trabalhar, gente. Eu mesma só tive tempo de ver isso agora. Vai arrumar o que fazer", afirmou a artista em uma série de publicações..

 

Na prática, o repúdio não tem consequências legais contra as artistas.

 

A moção foi proposta pela deputada Chris Tonnieto (PL-RJ) por "vilipêndio à fé da maioria da população brasileira" e "conteúdo nocivo, de forte viés erótico". "A referida cantora (Madonna) utilizou-se de símbolos e elementos de ritos satânicos, em claro deboche à religião cristã", diz o texto.

 

"Hoje eu acordei arrasada, desolada, sem chão", completou Anitta, com deboche, sobre as acusações.

 

O show da cantora norte-americana Madonna na Praia de Copacabana movimentou cerca de R$ 293,4 milhões na economia carioca, segundo estimativa divulgada pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

 

No Senado, Anitta tem encontro com Rodrigo Pacheco para tratar de agenda ambiental.

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A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou em 8 de maio um projeto de lei para a criação do "Dia da Cegonha Reborn", com o intuito de reconhecer o trabalho das artesãs que criam as bonecas hiper-realistas que têm se popularizado entre adultos e gerado polêmica nas redes sociais (leia mais abaixo). O PL aguarda agora revisão do prefeito Eduardo Paes (PSD), que pode sancionar ou não a nova lei.

De acordo com o relator do projeto, vereador Vitor Huro (MDB), a justificativa para a criação da data comemorativa é que "o nascimento de um bebê é um momento singular na vida de uma mulher, e não é diferente para as mamães reborn, porém, os seus filhos são enviados por cegonhas, sendo esse o nome conferido às artesãs que customizam bonecas para se parecerem com bebês reais".

O texto de justificativa ressalta ainda a importância dessas bonecas para pessoas que perderam um filho. "Tem sido utilizada em diversos países como forma de lembrança de um filho pequeno ou de um bebê que não sobreviveu, e ainda, tem contribuído para transformar os adultos colecionadores em mamães e papais, que passam a adotar essas experiências em suas vidas reais."

"Há ainda, relatos de casos em que são utilizados como terapia por psicólogos, para o restabelecimento de lutos e outros traumas. Nos casos de falecimento de um filho recém-nascido, o bebê reborn é utilizado por um curto período, sempre sob orientação profissional, auxiliando no processo de recomposição da mãe ou do pai enlutado."

O prefeito Eduardo Paes tem até o dia 3 de junho para se manifestar a favor ou contra a criação da lei, ou ainda sugerir ajustes no texto. O Estadão perguntou à prefeitura do Rio se há intenção do prefeito em sancionar o PL, mas não havia recebido um retorno até a publicação deste texto.

Este não é o único projeto de lei em tramitação no País abordando a febre dos bebês reborn, mas os outros - um nacional e outro paulistano - visam proibir o uso das bonecas em serviços públicos de saúde ou para tentar tirar proveito de benefícios legais para crianças de colo.

Postagens nas redes sociais sobre pessoas adultas utilizando bebês reborn como se fossem crianças reais, comparecendo a consultas médicas e carregando-as consigo pelas cidades, têm se popularizado. No entanto, a reportagem não encontrou, até o momento, comprovações de que os casos sejam reais e não apenas encenação para as redes.

Polêmica nas redes sociais

O uso de bebês reborn por adultos tem esquentado as discussões nas redes sociais. Há relatos nas redes de pessoas que tentaram marcar consultas médicas para bebês reborn ou até contratar advogado para processo de guarda compartilhada, mas a reportagem não conseguiu confirmar se os casos são reais.

Segundo o psicólogo Marcelo Santos, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a popularização do brinquedo por adultos pode ter benefícios à saúde mental. Isso porque permite criar comunidades, favorece o senso de pertencimento e a interação social, além de estímulo criativo e relaxamento.

"Não dá para 'patologizar' (definir a prática como doença) automaticamente. É importante analisar quais os contextos e as motivações por trás desses comportamentos", pondera.

O limite entre hobby e problema de saúde mental está na frequência, na intensidade, na distorção da realidade e no impacto na vida do indivíduo, segundo a psicóloga Rita Calegari, do Hospital Nove de Julho. É preciso saber separar o que é brincadeira da vida real.

Daniela Baccan, sócia da Alana Babys, loja e fabricante de bonecas de Campinas (SP), diz que, apesar do aumento de vendas para adultos nos últimos meses, a maioria das compras ainda é feita para crianças.

A prefeitura de Barueri, cidade da Grande São Paulo, exonerou nesta sexta-feira, 16, o secretário de Educação da cidade após a circulação de um áudio em que o então chefe de pasta, Celso Furlan, faz declarações consideradas desrespeitosas e preconceituosas contra pessoas com deficiência (PCD) durante uma reunião de trabalho.

Em nota, o ex-secretário afirma que sua fala foi um recorte retirado de contexto e que nunca quis desrespeitar ou causar constrangimentos. A declaração foi gravada durante o encontro em que funcionários da secretaria debatiam um estudo sobre a inclusão de alunos com deficiência no ambiente escolar da cidade.

A prefeitura de Barueri comunicou, em nota, que lamenta o ocorrido e afirma que a Secretaria de Educação mantém uma "política séria, ética e inclusiva voltada aos cuidados da pessoa com deficiência". No comunicado a administração confirmou a exoneração do ex-chefe da pasta nesta sexta.

A fala viralizou nas redes sociais. Nela, Furlan diz que a rede de ensino municipal não está conseguindo absorver os estudantes PCD que buscam se matricular nos equipamentos de educação pública da cidade e pede atenção às escolas sobre o acolhimento de novos alunos com deficiência.

"Tome cuidado para não ficar dando vaga para deficiente porque vocês não toleram mais eles na escola. Eles não são da cidade. Nós tínhamos 700 e poucos deficientes. Hoje, nós estamos com mais de 3 mil", disse.

Furlan insinua ser contrário à inclusão de estudantes com deficiência na escola. Alega que há alunos PCD que "usam comprovante falso" e que um garoto dentro do espectro do autismo "significa 20 alunos normais".

"Esse é um caso sério a pensar. Não que eu queira descartar, mas nós temos a casa dos autistas, que fica em outra secretaria, do deficiente", afirmou, sugerindo um remanejamento de casos para outras pastas.

O ex-secretário chega a dizer também que há casos de alunos cadeirantes, que de tão comprometidos, não têm condições de aprender. E afirma também que há mães que querem as vagas nas escolas para não ter que lidar com a responsabilidade de cuidar da criança.

"Tem caso de deficiente caminhante, cadeirante que não mexe nenhum membro do corpo, nada, todinho torto, todinho deficiente, não tem condição de aprender nada. A mãe leva, sabe por quê? Para ficar livre quatro, cinco horas longe do filho", disse.

Em nota publicada nas redes sociais, Celso Furlan explicou que a sua fala foi "retirada de contexto", e que não tinha o objetivo de desrespeitar ou causar qualquer tipo de constrangimento.

"Acredito firmemente na valorização da diversidade humana e no respeito à dignidade de cada indivíduo, independentemente de suas características", escreveu Celso Furlan.

"Reconheço a importância de uma comunicação clara e respeitosa em todos os momentos. Meu objetivo não foi desrespeitar ou causar qualquer tipo de constrangimento. Repito, se trata de um recorte fora de contexto", acrescentou o ex-secretário.

De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.146/2015), é dever do Estado "assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência", e é de responsabilidade do poder público garantir aos estudantes PDC "um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades".

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informou nesta sexta-feira, 16, que a cidade foi notificada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) sobre a confirmação de um caso de sarampo.

O paciente é um menino de 1 ano e 2 meses de idade, residente na cidade, que em 25 de março viajou com os pais para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

Segundo a secretaria, ele apresentou sintomas compatíveis com sarampo, com surgimento de manchas vermelhas na pele em 16 de abril, e foi atendido em um serviço de saúde local, onde foi confirmada a infecção.

"A investigação epidemiológica em andamento indica que o local provável de infecção não foi no município de São Paulo", diz a pasta.

Neste ano, o Estado de São Paulo confirmou um caso autóctone da doença. O paciente, um homem de 31 anos, com residência na capital, estava vacinado e não houve necessidade de internação. Antes disso, o último caso autóctone havia sido confirmado em 2022.

Sintomas

O sarampo é causado pelo Morbillivirus e pode ocorrer em qualquer idade, com potencial de gravidade maior nas crianças abaixo de um ano, nos imunocomprometidos e em pessoas desnutridas.

Os principais sintomas são manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5 °C). Também é comum o paciente apresentar tosse seca, irritação nos olhos (conjuntivite), nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso.

Complicações

O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida. Algumas das complicações são:

Pneumonia

Cerca de uma em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, principal causa de morte associada à doença entre os pequenos.

Otite média aguda (infecção no ouvido)

Ocorre em aproximadamente 10% das crianças com sarampo e pode resultar em perda auditiva permanente.

Encefalite aguda (inflamação no cérebro)

A cada mil crianças com sarampo, entre uma e quatro podem desenvolver essa complicação e 10% destas podem morrer.

De acordo com o Ministério da Saúde, a cada mil crianças doentes, entre uma e três podem morrer em decorrência de complicações da doença.

Vacinação

A vacina tríplice viral, que previne contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível de forma gratuita nas unidades básicas de saúde (UBSs) de todo o Brasil.

Todas as pessoas de 12 meses a 59 anos de idade estão aptas a receber o imunizante, sendo recomendadas duas doses até 29 anos e uma dose de 30 a 59 anos, em pessoas não vacinadas. Quem nunca tomou ou não lembra se tomou a vacina na infância pode repetir a aplicação.

Alta de casos em diferentes países

De acordo com uma análise da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), foram registrados 127.350 casos de sarampo na Europa e na Ásia Central em 2024, o dobro do reportado em 2023 e o maior número desde 1997.

Nos Estados Unidos, já são 1024 casos confirmados, 96% deles envolvendo indivíduos não vacinados, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A doença causou a morte de três pessoas.

Para especialistas ouvidos pelo Estadão, a situação nesses locais serve de alerta para o Brasil e outros países: a população deve se vacinar.