'Comunista' e 'traficante': filho de Gonzaguinha revela detalhes da convivência com o pai

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O cantor e compositor Daniel Gonzaga, 49 anos, falou sobre sua infância e a dificuldade que enfrentava pelo fato de ser filho de Gonzaguinha (1945-1991), em entrevista ao podcast Papo com o Clê, apresentado pelo produtor Clemente Magalhães.

Daniel contou que o fato de seu pai se posicionar politicamente em canções e entrevistas fazia com que os pais de seus amigos impusessem restrições nas amizades. "Amigos meus da Tijuca (na zona norte do Rio) não podiam falar comigo porque meu pai era comunista", disse.

Questionado pelo apresentador se ele sentia isso, Daniel afirmou que percebia claramente a discriminação. "Eu sabia. Amigo meu da Tijuca que o pai era policial não podia (falar comigo)", afirmou.

Em outro trecho da entrevista, Daniel afirmou que, assim como ele, seu pai também sentiu o peso de ser filho de um artista famoso. Um fato que complicava ainda mais esse conflito era a dúvida que existia se Gonzaguinha era filho legítimo de Luiz Gonzaga, o rei do baião.

Ao citar as escolhas musicais de Gonzaguinha, que foram para um lado oposto do gênero e temas abordados por Gonzagão, Daniel disse que o fato de ter nascido no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro, foi determinante para seu pai.

"Ele nasceu no morro. Foi traficante. Meu pai foi avião. Vendia maconha e outras coisinhas. Tinha aquela malandragem. Meu avô famoso falava 'eu sou famoso, eu que mando. Eu pago seu estudo'", diz Daniel.

Revelado no início dos anos 1970, Gonzaguinha fez parte do chamado MAU, Movimento Artístico Universitário, de onde também saíram nomes como Ivan Lins, Aldir Blanc e Guinga. Gonzaguinha morreu em 1991, vítima de um acidente de carro.

Entre suas canções mais famosos estão Comportamento Geral, O Que É O Que É?, Um Sorriso Nos Lábios - todas com forte cunho social e político -, e as românticas Espere Por Mim Morena e Explode Coração.

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Um jovem negro de 19 anos foi agredido por agentes da Polícia Militar em frente de casa durante uma abordagem realizada na noite de sexta-feira, 21, no bairro Jardim Colina, na zona sul de São Paulo.

Em um dos vídeos gravados por testemunhas, Leonardo Igor Barboza Parreira aparece sendo imobilizado no chão enquanto é alvo de socos e chutes. A mãe dele tenta intervir, mas é empurrada.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que a Polícia Militar analisa as imagens e a abordagem dos policiais. "Os agentes utilizavam câmeras corporais, cujo material será analisado", diz.

A pasta acrescenta que "não compactua com desvios de conduta de seus agentes e pune com rigor os que não seguem os protocolos da corporação" (leia mais abaixo).

Conforme o boletim de ocorrência, ao qual o Estadão teve acesso, Leonardo disse que estava fumando na companhia de amigos na Rua Giovanni Di Balduccio quando uma viatura da PM parou logo em frente ao grupo e jogou um "flash de luz" sobre ele. Era por volta das 21h30.

O jovem afirmou que um dos policiais teria dito "joga fora seu cigarro" e que foi relutante no começo, mas depois jogou o cigarro no chão e pisou nele, como solicitado. Em seguida, um dos agentes teria afirmado que a abordagem não havia acabado, continuando com o "flash" em seu rosto e pedindo para o rapaz colocar a mão para trás.

De acordo com o jovem, os policiais teriam começado a apertar sua mão e ele indicou que ação estava machucando. Os agentes, então, teriam chamado reforço de outras viaturas e, com a chegada dos demais, teriam agredido o rapaz com socos e chutes,.

Pelas imagens das câmeras de segurança, é possível ver que ao menos oito policiais, que estavam distribuídos em três viaturas, participam da ação. A mãe de Leonardo tenta impedir que o filho seja agredido, mas é empurrada no chão.

Também segundo o boletim de ocorrência, os policiais envolvidos na ação afirmam que realizavam um patrulhamento de rotina quando visualizaram um grupo de pessoas que "portavam blusas de frio no calor" e "em atitude suspeita, motivo pelo qual decidiram pela abordagem".

Eles dizem que dois jovens teriam acatado as ordens, mas que Leonardo teria se irritado, afirmado que era trabalhador e não viraria para trás, e chamado-os de "vermes" e "lixos".

"Diante dos fatos, os militares utilizaram moderadamente a força e lograram êxito em conter Leonardo", afirma trecho do boletim de ocorrência. O documento aponta que eles encaminharam o jovem ao pronto-socorro Vila Moraes "devido a escoriações que apresentava".

Em nota, Higor Oliveira, advogado de Leonardo, diz ter sentido "profunda decepção com a conduta dos agentes" e que os policiais envolvidos no caso "não refletem a integridade da corporação que, na maioria das vezes, atua de forma exemplar."

"A família de Leonardo está tomando as medidas necessárias e irá formalizar uma denúncia na corregedoria para que os policiais envolvidos sejam responsabilizados pelos seus excessos", afirma o advogado.

Celular

A SSP diz que teria sido encontrado com Leonardo um "celular com restrição, levantando suspeita de receptação". A pasta acrescenta que, posteriormente, "a vítima reconheceu o celular como sendo o que lhe foi roubado, mas não reconheceu o jovem como autor do roubo".

Em depoimento, Leonardo afirmou que o aparelho em questão não é dele e que não possui telefone celular. "Disse que trabalha como ajudante de caminhoneiro e que faz 'bicos' em serralheria", diz o documento. Ele teria dito ainda que possui passagens criminais por receptação e furto.

O caso foi registrado como desacato, receptação e apreensão e entrega de objeto no 26º DP (Sacomã), segundo a SSP. Leonardo foi detido e, por conta dos ferimentos, encaminhado ao hospital. "O homem foi liberado após assinar um Termo Circunstanciado e o caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim)", afirma a pasta.

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer o tratamento com Zolgensma (onasemnogeno abeparvoveque) para bebês com atrofia muscular espinhal (AME) tipo 1, doença rara que afeta os movimentos do corpo e a respiração.

De acordo com o Ministério da Saúde, o medicamento, considerado um dos mais caros do mundo, poderá ser indicado para pacientes de até 6 meses de idade que não estejam com a ventilação mecânica invasiva acima de 16 horas por dia.

A previsão era de que a terapia fosse incorporada em 2023, conforme estabelecido na portaria de 6 de dezembro de 2022. Mas somente agora, com um acordo entre o ministério e a Novartis, ela será disponibilizada.

A pasta e a farmacêutica firmaram, na última quinta-feira (20), um acordo de compartilhamento de risco baseado em desempenho. Com isso, o pagamento por parte do ministério ficará condicionado ao resultado no paciente, que será monitorado por uma equipe especializada - o medicamento é administrado em apenas uma dose, na qual um vírus insere no organismo do bebê uma cópia funcionante do gene afetado pela doença.

O acordo prevê o pagamento da terapia da seguinte forma: 40% do preço total no ato da infusão; 20% após 24 meses da infusão, se o paciente atingir controle da nuca; 20% após 36 meses da infusão, se o paciente alcançar controle de tronco (sentar por, no mínimo, 10 segundos sem apoio; e 20% após 48 meses da infusão, se houver manutenção dos ganhos motores alcançados. Haverá cancelamento das parcelas em caso de óbito ou progressão da doença para ventilação mecânica permanente.

O governo não divulgou valores. Disse apenas que negociou o menor preço com a Novartis - na rede particular, o Zolgensma custa até R$ 7 milhões.

"O Brasil passa a fazer parte dos seis países a garantirem essa medicação no sistema público. Esse acordo inédito vai transformar a vida dessas famílias", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Entre os 2,8 milhões de nascidos vivos no País em 2023, estima-se que 287 tenham AME, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A partir da próxima semana, os pacientes poderão fazer os exames preparatórios nos 28 serviços de referência para tratamento de AME no SUS. Um Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas, orientando como será feita a assistência desses pacientes, será publicado nos próximos dias.

AME

A AME é uma doença rara que interfere na capacidade de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover.

Na rede pública, os pacientes de AME tipos 1 e 2 são tratados com os medicamentos de uso contínuo nusinersena e risdiplam. Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, esses medicamentos tiveram mais de 800 prescrições emitidas para tratamento.

A chuva que atinge o Estado de São Paulo neste domingo, 23, causou um alagamento no km 286 da Rodovia Régis Bittencourt, em Itapecerica da Serra. De acordo com a Arteris, concessionária responsável pela via, a pista sentido São Paulo está interditada e o fluxo está sendo desviado por dentro de Itapecerica.

Na capital, a linha 7-Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) opera de forma parcial devido a alagamento na via. Os trens não estão circulando entre as estações Botujuru e Campo Limpo Paulista.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo, todas as regiões da cidade estão em estado de atenção para alagamentos.

Em balanço publicado na tarde deste domingo, o Corpo de Bombeiros afirmou que, das 15h às 17h, atendeu oito chamados de queda de árvore na capital paulista e na região metropolitana. Entre os locais de acionamento na cidade estão Jaraguá e São Domingos, na zona norte, e Campo Limpo, na zona sul.

Conforme a corporação, houve ainda quatro chamados para enchentes no Alto de Pinheiros, na zona oeste, e nas regiões do Morumbi, Jardim Ângela e Capão Redondo, na zona sul. Até o momento, não houve ocorrência de desabamentos. Também não há relatos de vítimas.

Na cidade, a chuva atinge principalmente o Capão Redondo, Jardim Ângela, Campo Limpo, M'Boi Mirim, Guarapiranga, Engenheiro Marsilac, Capela do Socorro e Parelheiros, segundo o CGE.

No Estado, além de Itapecerica da Serra, há chuva forte em cidades como Embu das Artes, Taboão da Serra, Cotia, Carapicuíba, São Lourenço da Serra, Itapevi e Jandira.