Problemas crônicos de moradia e infraestrutura trazem insegurança hídrica para população

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Por Fernando Silva

Sem áreas verdes próximas de casa, com acesso restrito à rede de esgoto e com problemas crônicos de moradia, abastecimento de água e limpeza urbana, a população periférica têm sua saúde, segurança e bem-estar diretamente impactadas pela falta de infraestrutura básica em conjunto com as mudanças climáticas.

 

Só no último mês, a cidade de São Paulo registrou os dias mais quentes do ano, em uma onda histórica de calor, seguidos por bruscas temperaturas, que chegaram a variar até 11 graus Celsius de um dia para o outro, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Como forma de mobilizar governadores locais a se mobilizarem para a construção de uma consciência social com foco na transformação urbana, em 31 de outubro é comemorado o Dia Mundial das Cidades.

 

A data foi instituída durante a Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU). O Dia Mundial das Cidades marca o encerramento do chamado Outubro Urbano, que reúne iniciativas sobre o desenvolvimento sustentável. No Brasil, por exemplo, uma das emblemáticas urbanas que impede o desenvolvimento é a insuficiência hídrica e a falta de saneamento básico em regiões marginalizadas. Embora se trate de um país que dispõe de cerca de 12% de toda água doce superficial do planeta, os casos de internações hospitalares por doenças associadas à falta de saneamento possuem altos índices.

 

Entre 2008 e 2019, a falta de saneamento no Brasil foi responsável pela morte de pelo menos 135 mil pessoas - o que dá uma média de 11,2 mil ao ano. O dado consta no Atlas de Saneamento, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra também que 0,9% de todos os óbitos do país ocorridos no período estão relacionados ao saneamento ambiental inadequado. De acordo com a publicação, a Doença de Chagas, as diarreias e a disenteria foram as principais causas de mortes pelas DRSAIs, com 81,5% dos óbitos no período.

 

O Instituto Trata Brasil com a GO Associados divulgou em março deste ano um estudo que revelou que 100 milhões de brasileiros vivem sem coleta de esgoto. Além disso, o estudo contou com um ranking, o qual apontou que doze dos 20 estados com maior precariedade de saneamento básico estão no Norte e no Nordeste do país. Dentre estes 20 piores estados listados, apenas 29,2% da população possui acesso à coleta de esgoto e 79,6% à água potável.

 

Cuiabá, cidade que ganhou mais posições no ranking, investiu mais de R$ 300 por ano por habitante em saneamento básico, bem acima da média nacional. A população já sente a diferença. A ausência de saneamento básico ocasiona inúmeras doenças nas populações carentes, acarretando em mortes que poderiam ser evitadas caso houvesse o investimento governamental necessário.

 

No país, aproximadamente 35 milhões de habitantes não têm acesso à água potável e quase 100 milhões sofrem com a ausência de coleta de esgoto — enquanto apenas 51,2% dos esgotos do país são tratados, isto é, são mais de 5.522 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejadas na natureza diariamente.

 

Nenhuma pessoa escolhe viver sem o acesso ao saneamento básico, ao tratamento de esgoto e à água potável. É uma questão histórica e social. Hoje, além do risco de contaminação, essas comunidades sofrem com as consequências climáticas, por usufruírem de construções localizadas em áreas inadequadas e de risco. Um exemplo muito claro disso foi a tragédia vista no litoral norte de São Paulo nos primeiros dias de Carnaval. A garantia dos direitos é dever constitucional. O estado tem o dever de prestá-lo, seja diretamente ou indiretamente, por intermédio de terceiros, garantindo a sua universalização. É uma questão de vida ou morte.

 

*Fernando Silva é CEO da PWTech, startup voltada para a purificação de água contaminada. Formado em engenharia química pelo Mackenzie e administração e negócios pela Harvard Business School, é executivo da área comercial com mais de 15 anos de experiência em negócios e soluções ambientais sustentáveis.

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O filme brasileiro O Último Azul, de Gabriel Mascaro, recebeu neste sábado, 22, o Urso de Prata, relativo ao Grande Prêmio do Júri, o segundo em importância do Festival de Berlim. Os jurados, presididos pelo cineasta norte-americano Todd Haynes, deram o Urso de Ouro para o norueguês Sonhos, de Dag Johan Haugerud.

No início da tarde, o norueguês já recebera o prêmio da crítica, outorgado pela Fipresci/Federação Internacional da Crítica Cinematográfica. Na premiação dos chamados júris independentes, O Último Azul recebeu mais dois prêmios, o do Júri Ecumênico, como melhor filme da competição, e o do público, atribuído pelo jornal Berliner Morgenpost, que desde 1974 forma um júri de leitores para a premiação.

Com as atenções voltadas para o Oscar - no qual concorre com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles -, o Brasil voltou em alto estilo à Berlinale, após cinco anos sem concorrer ao Urso de Ouro. (Salles, por sinal, se pronunciou ontem sobre o resultado em Berlim, dizendo que "foi muito emocionante ver um cineasta tão genial quanto Gabriel receber um prêmio tão importante".) Além de O Último Azul, o País trouxe outros 11 filmes à Berlinale. Entre eles, Hora do Recreio, de Lúcia Murat, foi reconhecido com a Menção Especial do Júri Jovem da Mostra Generation.

Distopia

Mas o grande representante brasileiro na Berlinale de 2025 foi mesmo O Último Azul, que se passa num Brasil distópico, no qual os idosos são aposentados compulsoriamente e levados a colônias distantes, das quais não retornam. A personagem de Denise Weinberg desafia as autoridades e inicia uma viagem de libertação, de barco, pela Amazônia.

O prêmio para O Último Azul - que deve chegar aos cinemas brasileiros ainda em 2025 - foi entregue pela atriz chinesa Fan Bingbing, que destacou o respeito pelos mais velhos, destacando o filme de Mascaro como uma aula de humanidade. O diretor não cabia em si de contente. A par do tema - o Brasil que se torna, cada vez mais, um País de idosos -, destacou a diversidade de um grande festival como Berlim e do próprio cinema brasileiro. "O Último Azul fala sobre o direito de sonhar e acreditar que nunca é tarde para encontrar um novo significado na vida", disse, ao receber o Urso. Para o ator Rodrigo Santoro, "quando o cinema brasileiro independente recebe um reconhecimento dessa relevância, a vencedora é a nossa cultura".

Surpresas

O Prêmio do Júri foi para outro latino-americano, o argentino El Mensaje, de Iván Fund, que mostra o mundo pelos olhos de uma garota que tem o dom de se comunicar com os animais. Sonhos também fala da fantasia de uma garota, que imagina uma relação amorosa com a professora de francês. Tudo começa pela leitura de um livro, e o diretor espera que seu filme contribua para que mais jovens não apenas readquiram o hábito da leitura como encontrem um espaço mais livre para discutir questões identitárias.

O júri atribuiu dois prêmios de interpretação, e aqui houve surpresa. Onze entre dez críticos concordam que Ethan Hawke é excepcional em Blue Moon, a cinebiografia do compositor Lorenz Hart dirigida por Richard Linklater. Mas o júri deu o prêmio de protagonista para Rose Byrne, por If I Had Legs I'll Kick You, de Mary Bronstein. Surpresa mesmo foi o prêmio de coadjuvante para Andrew Scott, que é bom, mas totalmente ofuscado pela criação majestosa de Hawke.

O júri ainda outorgou um prêmio à melhor contribuição artística, para o francês A Torre de Gelo, de Lucile Hadzihalilovic, que adota o formato do filme dentro do filme para revisitar os contos de fadas. Talvez tenha sido o pior da competição. Mas o prêmio de direção, para o chinês Huo Meng, de Living the Land, e o de roteiro, para o Radu Jude de Kontinental'25, foram impecáveis.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Big Fone tocou no BBB 25 na noite deste sábado, 22, e quem conseguiu atender foi o ator Diogo Almeida. Mas a consequência não foi nada boa para o brother: ao atender, ele foi mandado automaticamente para o Paredão.

Ele também teve a oportunidade de indicar alguém, e escolheu Thamiris.

O problema - e os participantes não sabem disso - é que Camilla tem o Poder Curinga do Sim e Não. Na formação do Paredão, na noite deste domingo, 23, ela poderá trocar um dos dois emparedados pelo Big Fone - Diogo ou sua irmã - por qualquer outra pessoa da casa.

O líder João Pedro quase conseguiu atender ao Big Fone. Se ele tivesse atendido, teria recebido a ordem de indicar dois participantes ao Paredão.

Onde estavam os brothers quando o telefone tocou?

Maike, João Pedro e Diogo estavam nos sofás perto da academia. Delma fumava na varanda. Camilla e Gracyanne Barbosa estavam juntas perto da piscina e os demais estavam na casa.

Lillian Knapp, cantora que ficou conhecida por ter feito parte da dupla Leno e Lílian, da Jovem Guarda, morreu neste sábado, 22, aos 76 anos de idade. A cantora passou as últimas semanas internada para tratar um "tumor agressivo" na pélvis, segundo informou a família.

O anúncio foi feito por seu marido, o produtor musical Cadu Nolla, no Facebook. Ele compartilhou fotos e escreveu uma homenagem à cantora: "Me despeço de você com uma frase de uma música que era símbolo da sua liberdade: 'Pois sou uma gaivota sem destino, que gosta de voar em liberdade'."

"E assim ela foi, como um lindo pássaro, voando, em direção ao paraíso. 'Inshalá' encontre os que estão esperando para recebê-la com todo o meu amor e felicidade. Vou sempre respeitar o legado e o amor que tivemos. Vá em paz, meu amor eterno", escreveu.

Leno Azevedo, seu companheiro na dupla que fez sucesso na música brasileira nos anos 1960 e 1970, morreu em dezembro de 2022, aos 73 anos de idade. Eles ficaram famosas pela música Devolva-me, além de outras como Pobre Menina e Sou Rebelde.