Corinthians revisita fracassos na Libertadores e joga últimas fichas para espantar assombrações

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Conseguir vaga na Pré-Libertadores deste ano foi muito comemorado pelo Corinthians ao fim de 2024, até porque o clube foi da briga contra o rebaixamento à classificação. A experiência de brigar para ir à fase de grupos do torneio continental, contudo, tem sido árdua, como foi em temporadas traumáticas da história alvinegra. Depois de passar com dificuldades pelo modesto Universidad Central, os corintianos perderam por 3 a 0 para o Barcelona de Guayaquil no Equador e vão buscar um resultado histórico a partir das 21h30 desta quarta-feira, na Neo Química Arena, no jogo de volta.

Vencer por três gols de diferença é a opção para levar a decisão aos pênaltis e confiar na estrela de Hugo Souza. Para avançar direto, é necessário construir uma vantagem de quatro gols sobre a equipe equatoriana.

Tudo isso na mesma semana em que enfrenta o Palmeiras pela rodada de ida da final do Paulistão, domingo, no Allianz Parque. Caso não cumpra a missão deste meio de semana, terá de disputar a Copa sul-americana.

O Corinthians está em sua quarta participação em Pré-Libertadores. Nas três anteriores, somou dois traumas e uma classificação tranquila. Em 2011, teve de lidar com um turbilhão, ao empatar sem gols no Pacaembu e perder por 2 a 0, na Colômbia, para o Tolima. Os principais desdobramentos da eliminação foram a aposentadoria de Ronaldo Fenômeno e a manutenção do treinador Tite, mesmo sob grande pressão. No mesmo ano, o time seria campeão brasileiro, antes de vencer a Libertadores de 2012.

Novamente sob o comando de Tite, em nova passagem pelo clube do Parque São Jorge, os corintianos não sofreram para passar pela fase preliminar do torneio continental em 2015. Golearam o Once Caldas por 4 a 0 na Neo Química Arena e empataram por 1 a 1 fora de casa para garantir a classificação.

Quando voltou à Pré-Libertadores, em 2020, mais uma queda traumática, com derrota por 1 a 0 para o Guaraní, no Paraguai, e vitória por 2 a 1 em Itaquera. Na época, o gol fora de casa ainda valia como critério de desempate, por isso a equipe alvinegra acabou eliminada. Hoje em dia, a mesma combinação de resultados levaria a decisão para os pênaltis.

Todo o contexto tem influenciado o ambiente interno no Parque São Jorge. Cientes do impacto que mais uma eliminação precoce na Libertadores traria, os jogadores foram tomados por emoções afloradas ainda no intervalo da partida de ida contra o Barcelona e discutiram de forma pesada, a ponto de o gerente de futebol Fabinho Soldado intervir para acalmar os ânimos.

A atmosfera se estabilizou, com ajuda da vitória por 2 a 1 sobre o Santos na semifinal do Paulistão, mas a pressão ainda é grande, e o elenco sabe disso. "Sei o que é o Corinthians, sei como a gente vive da maneira que transmitem essa paixão para nós. Só agradecer ao torcedor, quarta-feira é guerra", disse Rodrigo Garro depois do clássico do final de semana.

O meia argentino, aliás, ainda não está na melhor forma física. Ele começou o ano dores no joelho, além de ter se envolvido em um acidente de carro na Argentina, e desfalcou o Corinthians por oito jogos ate estrear na temporada. As dores ainda estão presentes. "Ele está fazendo um esforço enorme, e, aos poucos, vai voltar ao seu melhor nível. Ele sempre quer jogar, sente dor, mas quer estar em campo. Se ele puder jogar, ele vai. Porque, se não jogar, vai ficar p...", disse o auxiliar técnico Emiliano Díaz.

Díaz e seu pai, Ramón, podem repetir a escalação utilizada no triunfo sobre o Santos, exceto na lateral esquerda, já que Fabrizio Angileri não está inscrito na Libertadores. A vaga fica entre Matheus Bidu e Hugo.

Existia o temor de perder também Yuri Alberto, que sofreu falta violenta, motivo de expulsão do santista Zé Ivaldo, e acabou substituído com dores. O atacante, contudo, sofreu apenas um trauma no tornozelo e deve estar à disposição.

O Corinthians vai encontrar um Barcelona de Guayaquil que foi derrotado por 4 a 0 pelo Independiente del Valle no fim da semana, em jogo do Campeonato Equatoriano, o qual disputou com uma equipe mista.

Para o segundo duelo com os corintianos, o técnico Segundo Castillo, que chamou a atenção pelo prumo de sua vestimenta, terá o retorno do lateral-direito Mario Pineida, de volta após cumprir suspensão por expulsão no jogo de volta da fase anterior da Pré-Libertadores, contra o também equatoriano El Nacional.

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS X BARCELONA DE GUAYAQUIL

CORINTHIANS - Hugo Souza; Matheuzinho, Félix Torres, Gustavo Henrique e Matheus Bidu (Hugo); Raniele, Martínez, Carrillo e Rodrigo Garro; Memphis Depay e Yuri Alberto (Romero). Técnico: Ramón Díaz.

BARCELONA DE GUAYAQUIL - Contreras; Carabalí, Rangel, Arreaga e Vallecilla; Arroyo, Leonai, Valiente e Corozo; Oyola e Rivero.

ÁRBITRO - Esteban Ostojich (URU).

HORÁRIO - 21h30.

LOCAL - Neo Química Arena, em São Paulo (SP).

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.