CBF se perde, busca quarto técnico e inicia mais um ciclo a pouco mais de um ano da Copa

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Ednaldo Rodrigues foi hábil ao tirar Ronaldo Fenômeno do jogo, costurar amplo apoio e ser reeleito presidente da CBF para um novo mandato até 2030. Tem faltado habilidade para o dirigente baiano, porém, para escolher um técnico capaz de ser competente no comando da principal seleção de futebol do planeta. O cartola dispensou Dorival Júnior nesta sexta-feira após longa reunião na sede da entidade, no Rio, e intensifica a busca pelo quarto treinador do Brasil em dois anos.

A procura pelo novo comandante começou antes mesmo de oficializada a demissão de Dorival. O primeiro nome sugerido a Ednaldo, enquanto ele ainda definia sua chapa na semana passada, em Brasília, foi o de Filipe Luís, jovem técnico do Flamengo, muito elogiado em poucos meses à frente do clube carioca e já vitorioso.

"A partir de agora vamos trabalhar na busca de um substituto", limitou-se a dizer Ednaldo em curto discurso, de um minuto e meio, após confirmar a demissão de Dorival. O cartola não quis responder a perguntas de jornalistas na sede da entidade. "Vamos informar oportunamente quem será o substituto".

O baiano de 71 anos sabe que não pode errar depois de perder tempo com Ramon Menezes como interino, falhar na tentativa de contratar o seu sonho de consumo, o italiano Carlo Ancelotti, errar na escolha de Fernando Diniz, que dividiu seu tempo entre seleção e Fluminense, e se equivocar uma vez mais ao tirar Dorival Júnior do São Paulo em janeiro do ano passado. Ancelotti, ainda no Real Madrid, segue sendo o grande desejo de Ednaldo.

Dorival nunca teve paz para trabalhar. Chegou pressionado e essa pressão se manteve graças à incapacidade de, mais do que conquistar bons resultados, fazer a seleção funcionar coletivamente com excelentes jogadores, sobretudo no ataque. O time viveu de brilharecos de Vini Jr, Rodrygo e Raphinha, como se viu contra a Colômbia, e segue sem seu principal astro, Neymar.

Com um novo treinador começará um quarto ciclo para a seleção brasileira de olho na Copa do Mundo de 2026. Sem rumo, a CBF e Ednaldo não sabem em quem apostar. Certo é que o novo técnico só não assumirá o comando sob pressão se esta figura for um profissional estrangeiro de renome, como Ancelotti ou Pep Guardiola.

Após 14 rodadas, o Brasil é o quarto colocado na tabela de classificação das Eliminatórias. Tem 21 pontos, 10 a menos que a líder Argentina, única seleção sul-americana garantida na Copa do Mundo de 2026. A classificatória dá mais outras cinco vagas diretas no Mundial e uma via repescagem. Equador, fora de casa, e Paraguai, no Brasil, são os próximos adversários do Brasil, em data Fifa prevista para os dias 5 e 10 de junho.

QUEM SERÁ O QUARTO TÉCNICO DA SELEÇÃO EM DOIS ANOS?

Carlo Ancelotti continua sendo o preferido de Ednaldo Rodrigues para comandar a seleção brasileira. Contratar o técnico do Real Madrid é o grande desejo do presidente da CBF, que se frustrou no ano passado com a negativa do italiano, mas irá insistir mais uma vez.

Ocorre que não é tão fácil tirar Ancelotti do Real Madrid neste momento. Seu contrato vence apenas em julho de 2026 e o trabalho do italiano até tem sido criticado na Espanha. Existe boas chances de que ele deixe o clube em julho deste ano, depois do Super Mundial de Clubes, a ser disputado nos Estados Unidos, independentemente do convite da seleção brasileira.

Se a CBF topar esperá-lo, cresce a possibilidade de Ancelotti assumir a seleção brasileira, treinada por estrangeiros apenas três vezes, todas no século passado, com o uruguaio Ramón Platero, o português Joreca e o argentino Filpo Nuñez. Ednaldo quase conseguiu um acordo com o italiano em 2023, mas ele preferiu renovar com o Real Madrid e frustrou os planos do cartola baiano, recém-reeleito para comandar a entidade até 2030.

Nesse cenário de incertezas surge o nome de Jorge Jesus, técnico português com vitoriosa e ligeira passagem pelo Flamengo em 2019. Seu nome, a princípio, não empolga tanto Ednaldo como os outros, mas é uma alternativa consideravelmente mais viável porque há, por parte de Jesus, existe uma grande e confessa vontade de treinar a seleção brasileira. "A seleção brasileira é diferente, é uma ambição, não nego", admitiu ele em entrevista recente ao jornal português A Bola.

Jesus tem contrato com o Al-Hilal até julho deste ano. Não seria problema para ele antecipar o fim de seu vínculo e deixar a equipe saudita antes do Mundial, negociando o pagamento da multa, que é regressiva. Também ajuda o português o fato de conhecer o futebol e a cultura do Brasil, com experiência bem-sucedida no Flamengo, campeão da Libertadores e do Brasileirão em 2019.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.