Crespo elogia Zubeldía e avalia retorno ao São Paulo: 'Se tudo estivesse bem, não estaria aqui'

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O técnico Hernán Crespo foi apresentado pelo São Paulo nesta terça-feira, em entrevista coletiva no MorumBis. O retorno do argentino ao time tricolor foi marcado por uma sala de imprensa lotada, onde o profissional de 49 anos comentou sobre os desafios da equipe na temporada e elogiou o trabalho do antecessor Luis Zubeldía.

"Sou melhor do que há quatro anos atrás, mas é importante dizer que nenhum treinador tem fórmula mágica. Temos de trabalhar e ser competitivos e criar uma identidade. Tenho muito respeito pelo trabalho de Zubeldía, me parece um ótimo treinador. Vamos passar por um período de adaptação e vamos passar por um mês e meio duríssimo", comentou Crespo. "Se tudo estivesse bem, eu não estaria aqui", avaliou o treinador.

Esta é a segunda passagem de Crespo pelo São Paulo. Ele comandou o tricolor Paulista durante nove meses em 2021, quando tirou o time da fila de 16 anos sem vencer o Paulistão, o primeiro troféu do clube naquele momento desde a Sul-Americana, em 2012. "É um dia muito especial para mim. Sei o que fiz lá atrás foi o que me trouxe aqui novamente."

Antes da coletiva, o presidente Julio Casares falou brevemente com os jornalistas e afirmou que o argentino era o "plano A, B e C", destacando a felicidade em ter o profissional de volta. "Aquele título foi importante porque reconectou o time com a torcida. E como todos os profissionais que tem o perfil do Hernán deixa a porta escancarada."

Crespo terá pouco mais de 20 dias até a próxima partida do São Paulo. Após a pausa do Mundial de Clubes, o time tricolor encara Flamengo, Bragantino e Corinthians - há possibilidade de o duelo com o rubro-negro carioca ser adiado. O argentino reconheceu que o Brasileirão deve ser tratado com "urgência" - a equipe está em 14º com somente 12 pontos -, mas demonstrou confiança no plantel.

"No São Paulo não há muito para pensar. Tem de estar pronto para jogar. Todos temos de demonstrar estar na altura de São Paulo, que merecemos estar nesse lugar. É um momento difícil como sempre. É preciso entender que se pode errar, mas também podem acontecer coisas boas porque temos material para trabalhar bem. Temos jogadores que nos permitem sonhar", disse o novo comandante tricolor.

"Joguei com Drogba, Shevchenko, Vieri… Com cada um, eu precisava de atuar de um jeito diferente, mas minha vontade de fazer gols nunca mudou. Com o São Paulo não pode ser diferente. A vontade de ganhar jogos não pode ser diferente", completou.

O treinador foi questionado sobre a possibilidade de utilizar atletas das categorias de base, um pedido antigo da torcida. Para Crespo, quem estiver treinando melhor terá a oportunidade de entrar em campo. "Não penso em idade. Se os meninos de Cotia merecerem jogar, vão jogar. Não me importa os documentos, se são brasileiros, argentinos ou vem de Cotia. Se estiverem bem, vão ser relacionados."

Após a passagem pelo São Paulo, Crespo se aventurou no futebol árabe. O argentino passou pelo Al-Duhail, do Catar, clube pelo qual foi campeão da liga nacional, da Copa do Emir e da Copa da Liga.

Ele também treinou o Al-Ain, dos Emirados Árabes, e levou a equipe ao título da Liga dos Campeões da Ásia, em maio de 2024. O time se classificou para o Mundial de Clubes nos Estados Unidos, mas Crespo foi demitido após goleada por 5 a 1 sofrida para o saudita Al-Nassr, de Cristiano Ronaldo, na edição recente do torneio asiático.

Em um momento em que os times brasileiros estão roubando a cena no Mundial da Fifa, o treinador elogiou bastante o futebol nacional e diz não estar surpreendido pelo bom desempenho das equipes do País nos EUA.

"Se (o Brasileirão) não é o melhor, está entre os melhores. É um dos mais difíceis. É tecnicamente espetacular, muito competitivo. Talvez se havia a necessidade de 'confirmar' isso, coisa que eu não creio. O passado 'diz' isso, os gestos técnicos... Então não me surpreende."

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Uma pesquisa do instituto Ipsos revelou que a saúde mental é o maior motivo de preocupação entre os brasileiros quando o assunto é saúde pública. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados citaram o tema como prioridade, superando problemas como câncer (37%), estresse (33%), abuso de drogas (26%) e obesidade (22%).

Os dados mostram ainda diferenças importantes entre grupos. Enquanto 60% das mulheres dizem se preocupar com saúde mental, entre os homens esse índice é de 44%. A preocupação também é mais forte entre os jovens da Geração Z (60%) do que entre os Boomers (40%), indicando uma mudança geracional na forma como o tema é percebido.

A pesquisa também revela desafios estruturais. Oito em cada dez brasileiros afirmam não conseguir arcar com os custos de uma boa assistência à saúde, e 57% acreditam que a qualidade dos serviços de saúde ainda pode melhorar nos próximos anos. Além disso, 70% apoiam a vacinação obrigatória e 55% temem que a obesidade aumente no país.

O levantamento reforça a necessidade de políticas públicas que priorizem a saúde mental, ao mesmo tempo em que garantam acesso mais amplo e equitativo aos serviços de saúde para a população.

A mamografia é considerada um dos métodos mais eficazes para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o tipo de câncer mais letal entre as mulheres no Brasil. Trata-se de um exame de imagem que permite identificar alterações suspeitas antes mesmo de sintomas surgirem, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.

O procedimento é feito por meio de uma máquina que examina especificamente o tecido mamário. As mamas são posicionadas sobre uma bandeja de acrílico, onde ocorre uma leve compressão, necessária para obter imagens nítidas. A máquina, então, realiza radiografias utilizando doses baixas de radiação, menores do que as aplicadas em exames de outras regiões do corpo.

De acordo com o Ministério da Saúde, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos como forma de rastreamento. Já mulheres com menos de 40 anos podem ser orientadas a fazer a mamografia caso haja histórico familiar de câncer de mama ou risco de tumores hereditários.

A importância do exame é reforçada pelo dado alarmante: somente em 2025, o Brasil deve registrar cerca de 73,6 mil novos casos da doença. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as principais armas para reduzir a mortalidade e ampliar as chances de cura.

Com a chegada da primavera, o cenário de flores coloridas e temperaturas mais amenas também traz um alerta: a estação é marcada pelo aumento de alergias e doenças virais. O pólen liberado pelas flores, somado ao clima mais seco, cria condições favoráveis para a proliferação de vírus e o agravamento de problemas respiratórios e infecciosos.

Entre as doenças mais comuns nessa época do ano estão a asma, rinite alérgica, conjuntivite e outras reações alérgicas, além de enfermidades virais como catapora, sarampo, rubéola e caxumba. Crianças costumam ser mais vulneráveis, o que reforça a importância de manter a carteira de vacinação atualizada.

Médicos orientam que, para reduzir os riscos, é essencial manter hábitos de prevenção, como hidratar-se bem, evitar ambientes com poeira acumulada, lavar sempre as mãos e reforçar o uso de máscaras em locais com maior concentração de pólen ou aglomerações. Em casos de sintomas persistentes — como crises de tosse, dificuldade para respirar, coceira nos olhos e manchas na pele — a recomendação é procurar atendimento médico.

A primavera, portanto, exige atenção redobrada com a saúde, principalmente de crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Mais do que apreciar a beleza da estação, é preciso cuidar para que o florescer das plantas não seja acompanhado pelo florescer de problemas de saúde.