Wimbledon vai à Justiça para ampliar quadras, receber quali e aumentar receita

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Quando Carlos Alcaraz e Aryna Sabalenka estiverem em quadra para jogar suas partidas de quartas de final, a organização de Wimbledon estará na Suprema Corte do Reino Unido, nesta terça-feira, para tentar ampliar suas instalações. O Grand Slam britânico foi à Justiça para poder fazer melhorias no All England Club, em busca de um ousado projeto de expansão nos subúrbios de Londres.

 

O plano inclui a construção de um novo estádio, com capacidade para receber 8 mil torcedores, com teto retrátil, a exemplo do que já acontece nas duas principais quadras do complexo atualmente. Além disso, o torneio quer construir mais 38 outras quadras de grama em um antigo campo de golfe do outro lado da rua, o que permitiria ao All England Club transferir sua fase de qualificação e realizá-la no local - como fazem os outros torneios do Grand Slam - para aumentar o público e a receita.

 

A vizinhança, contudo, mostra resistência quanto aos plano de Wimbledon. Alguns moradores analisaram os detalhes em profundidade e não estão tão convencidos dos benefícios desta ampliação. É por isso que a proposta será levada ao Supremo Tribunal do Reino Unido para uma revisão judicial nesta terça e também na quarta.

 

Os vizinhos que são contra a expansão de Wimbledon afirmam ser fãs do tênis e também do público que gira em torno do torneio - somente neste ano serão cerca de 500 mil torcedores a acompanharem o Grand Slam ao longo das duas semanas de jogos. "Mas também somos fãs do meio ambiente, das árvores, da vegetação e dos espaços abertos", disse Susan Cusack, membro da Save Wimbledon Park.

 

Esse é o grupo que está contestando a aprovação da Autoridade da Grande Londres, em setembro passado, do projeto de Wimbledon, e eles afirmam ter arrecadado mais de US$ 270 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) para pagar advogados para lutar contra o que Cusack e outros chamam de "complexo industrial de tênis". "Eles são uma grande incorporadora. No local atual, tudo o que fazem é construir, construir, construir", disse Cusack.

 

Além das preocupações com o meio ambiente e com a presença de muitas pessoas no local, os vizinhos argumentam que a propriedade vizinha, que era um campo de golfe quando o All England Club a comprou em 2018, está sujeita a restrições que favorecem a preservação de espaços abertos para o público.

 

WIMBLEDON APRESENTA SEUS ARGUMENTOS

O torneio mais antigo do Grand Slam é o único dos quatro que realiza suas rodadas de qualificação, a fase preliminar do torneio, em um local completamente separado. Há também poucos campos de treino na configuração atual, o que obriga alguns dos melhores tenistas do mundo a compartilhar as quadras.

 

"Wimbledon precisa de se manter no topo do desporto mundial e, para isso, é necessário evoluir tanto dentro como fora do campo, com infraestruturas", disse Debbie Jevans, presidente do All England Club, à agência de notícias Associated Press.

 

Os números de público de Wimbledon ficam atrás dos outros três torneios principais. O Aberto da Austrália vendeu 1,1 milhão de ingressos para a chave principal deste ano - mais do que o dobro da contagem de Wimbledon para 2024 - depois de atrair mais de 115 mil pessoas na semana do quali. A fase preliminar de Wimbledon, a cinco quilômetros de distância, é disputada em Roehampton e conta com apenas 8 mil ingressos.

 

Roland Garros atraiu 80 mil fãs para sua fase de quali. Os torcedores puderam assistir aos treinos dos tenistas famosos, além do minitorneio em que os competidores disputam vagas cobiçadas nas chaves de simples. O projeto de Wimbledon permitiria 8 mil espectadores nas eliminatórias, por dia.

 

"Se você olhar para os outros Grand Slams, eles terão eventos comunitários durante a primeira semana... e, é claro, o tênis sério", disse Jevans. "Então, sempre começamos com o tênis, mas, sim, quero a oportunidade de abraçar mais pessoas. A demanda por nossos ingressos está fora dos gráficos."

 

Uma arena com 8 mil lugares se tornaria o terceiro maior estádio de Wimbledon, depois da Quadra Central e da Quadra Nº 1 - ficaria localizada do outro lado da rua da Quadra Nº 1. O plano de Wimbledon, que incorpora o espaço agora usado para a famosa fila, mais do que dobraria o número total de quadras de grama - atualmente, há 18 para o torneio, além de 20 para treinos.

 

Jevans disse que "pelo menos sete" das novas quadras propostas seriam disponibilizadas para uso da comunidade. O plano também inclui dois parques públicos, um deles com 23 acres. O clube se recusou a comentar o custo do projeto, que a mídia britânica estimou em cerca de US$ 270 milhões (R$ 1,4 bilhão).

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.