Chacina da Candelária: relembre o massacre no Rio que virou tema de minissérie na Netflix

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A chacina da Candelária, que completou 30 anos em 2023, virou tema de uma minissérie nacional que estreou na quarta-feira, 30, na Netflix. Trata-se de Os Quatro da Candelária.

O crime aconteceu na madrugada de 23 de julho de 1993, quando oito crianças e adolescentes que dormiam em frente à Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, foram mortas por policiais à paisana.

Mais de 70 crianças e jovens dormiam nas escadarias do local, quando os carros com PMs chegaram. Quatro foram executados ali mesmo. Outro chegou a ser internado e morreu dias depois. Dois foram levados até o Aterro do Flamengo e assassinados. Seis tinham de 11 a 17 anos; havia um de 18 e outro de 19.

A minissérie, criada por Luís Lomenha, mostra as 36 horas anteriores à chacina a partir do ponto de vista de quatro crianças que viviam em situação de rua no Rio.

"Enquanto tentam sobreviver nas ruas, quatro amigos buscam apoio uns nos outros e sonham com um futuro melhor. Até que uma tragédia acontece", resume a descrição apresentada de Os Quatro da Candelária.

Com o testemunho de um dos sobreviventes, sete indivíduos - entre policiais militares, ex-policial militar e pessoas civis envolvidos no crime - foram a julgamento. Um deles recebeu sentença de 300 anos de prisão. Mas todos acabaram soltos.

Em 12 de setembro de 1994, porém, Wagner dos Santos, a principal testemunha da tragédia, sofreu mais um atentado. O governo optou, na época, por colocá-lo no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas e, em 1998, ele foi levado à Suíça.

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O cabelo loiro ondulado, o sorriso de garoto e os olhos azuis fizeram de Robert Redford um cobiçado galã de Hollywood. Mas o ator americano soube transcender a aparência, em filmes que marcaram época, com seu ativismo político, a disposição em aceitar papéis menos glamourosos e a dedicação em fornecer plataformas para filmes de baixo orçamento.

Redford morreu nesta terça-feira, 16, aos 89 anos, durante a noite, em sua casa no Estado americano de Utah. Lá criou, em 1985, um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, Sundance. A ideia veio da observação de que Hollywood, com os anos, se tornava mais cautelosa e controladora. Redford havia comprado um terreno com a esperança inicial de abrir uma estação de esqui. Em vez disso, Park City se tornou um lugar de descoberta para futuros grandes cineastas como Quentin Tarantino, Steven Soderbergh, Paul Thomas Anderson e Darren Aronofsky.

"Para mim, a palavra a ser sublinhada é independência", disse Redford em 2018. "Sempre acreditei nessa palavra. Foi isso que me levou a criar uma categoria que apoiasse artistas independentes que não tinham a chance de serem ouvidos. A indústria era controlada pelo mainstream, do qual eu fazia parte. Mas eu via outras histórias que não tinham a oportunidade de serem contadas e pensei: talvez eu possa dedicar minhas energias a dar uma chance a essas pessoas. Olhando para trás, me sinto bem com isso."

ESTRELATO. Redford chegou a Hollywood no início dos anos 1960 e, antes que a década acabasse, alcançou o estrelato com a comédia romântica Descalços no Parque, de 1967, baseada na peça de Neil Simon. No longa, ele e a atriz Jane Fonda interpretavam recém-casados às voltas com as dificuldades do início da vida - narradas com magia e encanto pelo diretor Gene Saks.

O sucesso foi enorme, mas o fez hesitar e recusar dois convites, para Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (papel ficou com George Segal) e A Primeira Noite de um Homem (que rendeu a Dustin Hoffman indicação para o Oscar) - Redford não queria ficar estereotipado como galã romântico. E, em 1969, consolidou de vez seu nome na indústria com Butch Cassidy, em que contracenava com o ator Paul Newman.

Após Butch Cassidy, de 1969, Robert Redford voltaria a trabalhar com Paul Newman em 1973, em Golpe de Mestre. O filme venceu o Oscar e Redford recebeu com ele sua primeira indicação para o prêmio de melhor ator. Naquele ano, concorreu com o Al Pacino de Serpico, o Marlon Brando de O Último Tango em Paris e o Jack Nicholson de A Última Missão. Perderam todos para Jack Lemmon, protagonista de Sonhos do Passado. Também no final de 1973, Redford voltaria ao drama com Nosso Amor de Ontem, dirigido por Sidney Pollack, no qual contracenou com Barbra Streisand.

Já em O Grande Gatsby, de 1976, ele atuou ao lado da atriz Mia Farrow na trama baseada no livro de F. Scott Fitzgerald e dirigida por Jack Clayton a partir de um roteiro de Francis Ford Coppola. No mesmo ano, viria um dos marcos centrais de sua carreira: Todos os Homens do Presidente, thriller político sobre a investigação, por jornalistas do The Washington Post, do escândalo de Watergate, que eventualmente levaria à renúncia do presidente americano Richard Nixon. O ator foi um dos primeiros a ver o potencial cinematográfico da história, e logo garantiu os direitos para o filme.

Redford dizia se identificar com personagens "individualistas e idealistas". "Se encontro um papel que sinto ser capaz de habitar, então sou capaz de interpretá-lo com verdade e mostrar isso ao público", disse em uma entrevista ao Boston Globe. Ao mesmo tempo, porém, dizia se sentir à vontade com personagens à margem. "Desde criança, eu sempre tentava me libertar dos limites aos quais estava preso, sempre queria sair."

Além de Todos os Homens do Presidente, Redford flertou com a política no cinema no filme O Candidato, de 1972, uma sátira sobre um idealista que decide concorrer a uma vaga no Senado norte-americano. A frase final do filme entrou para a história do cinema americano: "O que fazemos agora?", pergunta o personagem após ganhar a eleição. Ele também viveu um funcionário da CIA em Três Dias do Condor, de Pollack (1975).

DIREÇÃO. Nos anos 1980, no auge de sua fama, Redford diminuiu sua participação em filmes - ainda que tenha estrelado Entre Dois Amores, de 1985, vencedor do Oscar, contracenando com Meryl Streep. Ao mesmo tempo, começou a se voltar com ênfase para a direção. Ganhou o Oscar na categoria com Gente Como a Gente, de 1980, que bateu Touro Indomável, de Martin Scorsese; e nas décadas seguintes lançaria ainda produções como o lírico Nada É Para Sempre e Quiz Show - A Verdade dos Bastidores, sobre escândalos em torno de um gameshow de televisão dos anos 1950 e a obsessão nacional americana com vencer (pelo filme, ele também seria indicado para o Oscar de melhor diretor).

Foi também nesse momento que ele passou a se envolver de maneira ainda mais sistemática com o Instituto Sundance, criado ainda nos anos 1970, e o festival, que nasceria em 1985. Sua colônia de artistas, ele explicava, não dizia respeito a insurgentes descendo das montanhas de Utah para atacar o cinema do mainstream, mas de ampliar o próprio conceito de mainstream.

Redford também usou a fama para chamar atenção para a luta pelo meio ambiente, inspirada, ele diria em uma entrevista, pelo fato de ter testemunhado a transformação de Los Angeles em uma cidade de poluição e rodovias. Suas atividades foram desde o lobby pela Lei do Ar Limpo e pela Lei da Água Limpa até a participação ativa no Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.

Preferindo a vida em seu rancho isolado em Utah, Redford criou a imagem de um astro relutante. Sua carreira em Hollywood, ele insistia em entrevistas, com sua teimosia característica, era incidental às suas verdadeiras preocupações. O ator, no entanto, não gostava de ser chamado de ativista, um rótulo que considerava severo demais.

MARVEL. Entre 2001 e 2013, ele faria apenas oito filmes, com destaque para Até o Fim, no qual era o único ator e interpretava um náufrago. O longa lhe rendeu algumas das melhores críticas de sua carreira. Em 2014, com Capitão América: O Soldado Invernal, entrou para o universo Marvel ao viver Alexander Pierce um dos diretores da S.H.I.E.L.D - na verdade, um agente infiltrado de um grupo terrorista.

Ele voltaria a viver o papel em Vingadores: Ultimato. E, em 2018, atuou no que chamou de seu filme de despedida, O Velho e a Arma (2018). "Eu apenas considero que tive uma longa carreira com a qual estou muito satisfeito. Tem sido tão longa, desde que eu tinha 21 anos", disse ele à imprensa pouco antes do lançamento do filme nos EUA. "Eu acredito que, agora que estou chegando aos 80 anos, talvez seja a hora de me aposentar e passar mais tempo com minha esposa e família." (Com informações de agências internacionais)

Luísa Sonza foi confirmada no line-up do próximo Coachella nesta segunda-feira, 15. O festival americano acontece nos dias 10, 11, 12, 17, 18 e 19 de abril de 2026.

A cantora brasileira subirá aos palcos nos dias 11 e 18, que terão Justin Bieber como atração principal. "Vejo vocês lá", escreveu ao compartilhar a notícia em seu Instagram. Além dela, o brasileiro DJ Mochakk também irá se apresentar no festival nos dias 12 e 19 de abril.

Sabrina Carpenter, Justin Bieber, Karol G, Major Lazer, Iggy Pop, The Strokes, Addison Rae e Young Thug são alguns dos nomes que irão se apresentar no Coachella 2026, que acontece em Indio, na Califórnia.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Wagner Moura falou sobre O Agente Secreto, filme que marca seu retorno aos cinemas brasileiros, ter sido escolhido para representar o Brasil no Oscar. "Estamos todos muito felizes e gratos com a decisão da Academia, sobretudo considerando a extraordinária safra de filmes brasileiros que concorreram esse ano - todos excelentes! Agora nós vamos trabalhar para honrar essa confiança, fazendo o melhor que pudermos para representar bem nosso país, nosso cinema, nossa cultura mundo afora", disse em comunicado oficial.

No início do mês, a revista americana Variety afirmou que o filme pode superar Ainda Estou Aqui no Oscar. O longa de Walter Salles foi indicado a três categorias na premiação: Melhor Atriz (Fernanda Torres), Melhor Filme e Melhor Filme Internacional. A produção levou a estatueta na última categoria.

Clayton Davis, editor do veículo, publicou uma matéria sobre o Festival de Telluride, onde o filme foi exibido, na qual disse que o longa pode se destacar nas categorias de atuação, direção, roteiro original e melhor filme.

O Agente Secreto venceu o prêmio de Melhor Ator (Wagner Moura) e Melhor Diretor no Festival de Cannes. O filme se passa no Recife durante a ditadura militar e segue a trajetória de Marcelo, especialista em tecnologia que busca se reconectar com o filho. Quando chega à cidade, ele percebe que o local não irá lhe proporcionar a paz que procurava.

O filme chega aos cinemas brasileiros em 6 de novembro.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais