Púlpito de prancha de surfe e mais de 300 templos: com nasceu e cresceu a igreja Bola de Neve

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A igreja Bola de Neve nasceu nos anos 1990, durante o movimento de expansão das igrejas evangélicas no País, na virada do século 20. Sua principal característica é ter uma identidade visual mais jovem e descolada e regras mais flexíveis para seus seguidores. Ela foi fundada por Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, conhecido como apóstolo Rina. Ele morreu neste domingo, 17, em um acidente de moto no interior de São Paulo.

"Nossa missão é plantar o maior número de igrejas no menor tempo possível, gerando homens e mulheres conforme a imagem e semelhança de Cristo", diz a igreja em seu site sobre a sua missão. O entendimento do pastor Rina era de que a igreja evangélica precisava falar melhor com os jovens e acolhê-los para a evangelização, no lugar de repreendê-los por seus hábitos de vida e estilo.

Antes de fundar o seu grupo religioso, Rina fez parte a Igreja Renascer, em que era líder do Ministério de Evangelismo e onde realizava eventos para os jovens. Com a concordância do apóstolo Estevam Hernandes, ele deixou a Renascer para liderar a própria denominação. A Igreja Bola de Neve foi fundada oficialmente em 1999, em São Paulo, no bairro do Brás, centro da capital paulista, mas desde 1993 já aconteciam reuniões para organizá-la.

O nome foi pensado na metáfora da bola de neve, que pode começar pequena, mas pode virar uma avalanche na medida que rola e cresce com o tempo. O espaço para os primeiros encontros foi emprestado por um empresário do ramo do surfe e não chegava a comportar 150 pessoas. Com o tempo, a igreja cresceu e a sede mudou de endereço nos últimos anos, passando por ruas de Perdizes e na Lapa, ambos bairros da zona oeste da capital.

Atualmente, segundo informa o site oficial da igreja, a Bola de Neve tem 320 templos em todas as regiões do Brasil e em todos os continentes, inclusive na África, Ásia e Oceania. A igreja tem forte presença nos Estados Unidos e, na América do Sul, está presente em todos os países.

Igreja evangélica 'descolada'

Um dos motivos que levou a Bola de Neve a ganhar reputação de evangelismo descolado é que o seu primeiro púlpito foi uma prancha de surfe adaptada para apoiar a Bíblia durante os cultos - Rina era surfista. Até hoje, alguns templos têm púlpitos de prancha de surfe e, em geral, a igreja incentiva a prática de esportes. Alguns batismos são realizados no mar.

Diferente de igrejas evangélicas mais tradicionais, a Bola de Neve também se dedica a ir onde os jovens estão e falar a língua deles para evangelizá-los. Prova disso é que a igreja já teve bloco de carnaval de músicas gospel - algumas igrejas evangélicas condenam o carnaval e não pregam em samba, pois a música geralmente é atrelada a religiões africanas.

O logo da igreja é simples, minimalista e em preto e branco. A instituição se denomina Bola de Neve Church, em inglês.

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Por volta de 21h15, a curadora Ana Lima Cecilio chamou Gregório Duvivier para comandar a mesa 13 da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) nesta sexta-feira, 1º, descrevendo-a como uma "insistência na alegria".

Ator, escritor e roteirista, Gregório é um dos fundadores da plataforma de humor Porta dos Fundos. Também ficou conhecido pelo programa de opinião e humor Greg News, da HBO, que ficou no ar por sete temporadas.

Sentado e com apoio de um projetor, o artista carioca leu um longo monólogo no auditório da matriz, que durou cerca de uma hora, intitulado Palavras: Vida e Obra. A exibição compilou material descartado de sua mais recente peça, O Céu da Língua.

Duvivier brincou com os significados e as entonações de inúmeras palavras e expressões da língua portuguesa, arrancando risadas da plateia com piadas e trocadilhos, enquanto projetava desenhos e grafias.

Certa hora, ao valorizar a força dos homens calvos, ele disse: "Se colocasse uma peruca na cabeça do Alexandre de Moraes, talvez o Brasil não fosse mais uma democracia", falou, despertando risos e aplausos.

Gregório é autor de livros como Caviar é Uma Ova (Companhia das Letras, 2016), Sísifo: Ensaio sobre a Repetição em Sessenta Saltos (Cobogó, 2020) e Sonetos de Amor e Sacanagem (Companhia das Letras, 2021).

Entre os principais destaques da Flip 2025 estão a jornalista e escritora espanhola Rosa Montero, autora de O Perigo de Estar Lúcida, entre outros sucessos de público, a sueca Liv Strömquist, um dos grandes nomes dos quadrinhos na atualidade, a escritora argentina María Negroni, autora da autoficção A Arte do Erro, e o italiano Sandro Veronesi, mais conhecido por O Colibri.

O mais novo filme da franquia Homem-Aranha, intitulado Homem-Aranha: Um Novo Dia, ganhou um teaser nesta sexta-feira, 1º, data em que se também celebra o Dia do Homem-Aranha. O vídeo, com cerca de 10 segundos, revela detalhes do novo uniforme do herói. Veja abaixo:

Anunciado em 2023, o quarto filme da saga conta com o retorno de Tom Holland e Zendaya aos papéis principais. A atriz Sadie Sink (Stranger Things) também foi confirmada no elenco da nova produção, cujas gravações devem se iniciar em breve.

Até o momento, os detalhes da trama seguem em sigilo, mas a história deve se concentrar no núcleo urbano de Nova York, cidade natal do herói. As filmagens já estão em andamento em Glasgow, na Escócia, que foi ambientada para representar o cenário nova-iorquino.

O longa está sendo produzido por Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, e Amy Pascal, ex-chefe da Sony Pictures. Homem-Aranha 4 tem estreia prevista para 31 de julho de 2026.

A vida é feita de coincidências, algumas bonitas e tristes ao mesmo tempo. Quando veio à Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, em 2011, o português Valter Hugo Mãe lançava o livro O Filho de Mil Homens, muito inspirado pela sua relação com seu sobrinho, Eduardo. Em 2025, ele retorna à festa para divulgar a adaptação cinematográfica do livro em meio ao luto pelo garoto, que morreu vítima de câncer aos 16 anos.

Esse foi um dos temas da mesa com a participação do escritor, que ocorreu no início da tarde desta sexta, 1º. A morte do sobrinho, muito próxima à morte de uma amiga muito querida de Hugo Mãe, Isabel, foi catalisadora para a escrita de Educação da Tristeza, livro que ele está lançando agora no Brasil, pela Biblioteca Azul, que publica sua obra no País.

Mas, mesmo falando de luto, o escritor se recusou a deixar a conversa ser triste. Foi ovacionado em sua entrada, com direito a aplausos e assobios. Logo na primeira pergunta, que falava sobre o luto, mudou o tom, brincou sobre sua aparência na tela, fez piadas, atraiu risadas e, depois, justificou: "Não estou interessado em transformar meu patrimônio, minhas memórias, em uma coisa triste."

Hugo Mãe explicou que seu mecanismo é sempre tentar contar essas histórias de forma leve. E mesmo quando tudo estava desabando - quando a amiga morreu, o sobrinho já sabia que seu estado era terminal e a mãe, que ele cuida, sofria com toda a situação -, o escritor se segurava e guardava o choro para quando estava sozinho.

O Filho de Mil Homens

Ele lembrou sobre a inspiração para O Filho de Mil Homens. Tinha medo de ter filhos, achava que não era pra ele. Quando começou a cuidar de Eduardo, que ficava com ele todas as segundas-feiras quando era criança, tudo mudou. "Entendi que tinha sonhado tudo errado. Sempre sonhei com coisas tolas", disse.

Na trama, está Crisóstomo, um pescador solitário que, aos 40 anos, decide mudar seu destino e encontrar companhia. Sua vida muda quando ele encontra Camilo, um menino órfão que Crisóstomo decide acolher para satisfazer seu sonho de ter um filho.

O filme será lançada pela Netflix ainda este ano, com direção de Daniel Rezende e estrelado por Rodrigo Santoro. Hugo Mãe diz que não quis se envolver muito diretamente na produção. "Tinha medo de criar algum ruído", disse. Mas está satisfeito com o resultado do longa, tanto que disse, naquele tom entre a brincadeira e a verdadeira, que tem medo do livro cair no esquecimento.

Isso não deve acontecer, especialmente no Brasil, onde o livro foi tão bem recebido. "A maneira como os leitores brasileiros reagiram ao livro foi muito espantosa. Teve uma dimensão descomunal", lembrou Hugo Mãe. O escritor disse ainda que, quando está triste, recorre a essas memórias, de pessoas que o contaram como o livro mudou a vida delas.

Quando veio o anúncio de que a mesa estava chegando ao fim, a plateia lamentou. Hugo Mãe foi aplaudido de pé, comprovando o status de fenômeno que ganhou desde sua última participação na Flip.