Pedágio free flow para litoral norte de SP: como será cobrança no novo Contorno Sul da Tamoios

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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) inaugurou, na manhã desta segunda-feira, 18, o Contorno Sul da Rodovia Tamoios, no litoral norte de São Paulo. O trecho, com cobrança de pedágio no sistema free flow, será liberado ao tráfego às 20 horas.

A obra completa o Contorno de Caraguatatuba, sistema viário que vinha sendo planejado desde a década de 1980 para retirar o tráfego da rodovia Rio-Santos (SP-055) das áreas urbanas centrais de São Sebastião e Caraguatatuba.

Entre as melhorias, haverá menos congestionamento e redução da demora no acesso ao litoral norte já nesta temporada do verão 2024/25.

Veja perguntas e respostas sobre o tema:

O que vai melhorar com a liberação do Contorno Sul da rodovia?

Completa uma melhoria significativa no acesso às praias do litoral norte e ao Porto de São Sebastião, iniciada com a construção da Nova Serra da Tamoios (2022) e com a conclusão do Contorno Norte (2023).

O Contorno Sul começa em Caraguatatuba, no km 0 (km 11 da Tamoios, no bairro Casa Branca) e termina no km 33,9, ao lado do Porto de São Sebastião, conectando-se com a SP-055 (Rio-Santos).

São 22,7 km que podem ser percorridos em 16 minutos, com velocidade máxima de 80 km/h. Antes, o mesmo percurso era feito pelas áreas urbanas das duas cidades, com semáforos, lombadas e velocidade média de 40 km/h. O trajeto em dias úteis consumia pelo menos 45 minutos. Na alta temporada, chegava a 2 horas.

O trecho dará acesso para quais praias?

Para a maioria das praias de São Sebastião, como Enseada, Praia Grande, Guaecá, Toque-Toque Grande, Toque-Toque Pequeno, Maresias e Boiçucanga. Também facilita a chegada ao ponto de balsas da travessia São Sebastião-Ilhabela, permitindo acesso mais rápido às praias da ilha.

Como fica para quem tem como destino Ubatuba?

Quem opta pela Tamoios para chegar a Ubatuba pega o Contorno Norte no km 82 da rodovia, seguindo para a Rio-Santos sem entrar na área urbana de Caraguatatuba. A rodovia é de pista única, com fluxo nos dois sentidos.

Já quem vem de Bertioga com destino a Ubatuba usa o contorno todo, Sul e Norte, numa extensão de 33,9 km, sendo 16 em pista dupla. A rodovia evita a passagem pelo trânsito urbano de São Sebastião e Caraguatatuba.

Quanto custa o pedágio no Contorno Sul?

A tarifa básica para automóveis é de R$ 5,20. Motos pagam R$ 2,60; caminhões e ônibus com 2 eixos R$ 10,40, com 3, R$ 15,60. Caminhões com 4 eixos, R$ 20,80, com 5, R$ 26 e com 6 eixos R$ 31,20. Carro com reboque simples paga R$ 7,80, com eixo duplo R$ 10,40.

Como funciona o pedágio free flow?

O sistema atua sem cabines e sem cancelas. O motorista passa por um pórtico instalado na rodovia sem reduzir a velocidade. Um sistema de câmeras e sensores lê a placa e identifica as características do veículo, definindo automaticamente o valor a ser pago.

Toda a Tamoios terá pedágio free flow?

Não. A inovação funciona apenas no novo pedágio do km 13,5 do Contorno Sul. As praças convencionais já existentes no km 16,1, em Jambeiro, e no km 59, em Paraibuna, continuam operando com cancelas, no sistema automático (sem parar) e cabines com cobrança manual. As tarifas básicas são de R$ 5,50 e R$ 11,70, respectivamente.

Como é feito o pagamento do pedágio free flow?

O usuário com tag válida instalada no veículo terá a tarifa paga automaticamente pela operadora da tag. Quem não tem tag pode pagar baixando o aplicativo Tamoios Free Flow no celular. O aplicativo permite o pagamento por meio de consulta avulsa ou com cadastro de usuário - o usuário cadastrado recebe uma mensagem cada vez que passa pelo pórtico. O usuário que não tem tag nem baixou o aplicativo pode pagar através do site da Tamoios (www.concessionariatamoios.com.br).

Quanto foi investido para viabilizar esse sistema viário?

O sistema viário da Nova Tamoios, incluindo os Contornos, custou R$ 6 bilhões. Metade desse valor foi aplicado na nova serra da Tamoios, que tem 22 km e foi inaugurada em março de 2022. Os contornos Norte, entregue em dezembro do ano passado, e Sul, inaugurado agora, consumiram outros R$ 3 bilhões. A maior parte do investimento é da concessionária, que se ressarce através dos pedágios.

A Tamoios é a única opção de acesso ao litoral norte de SP?

Não. Quem vai para Ubatuba pode seguir pelo corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto e pegar a rodovia Oswaldo Cruz (SP-125), que não tem pedágio, mas o trecho de serra desta rodovia é bastante sinuoso.

Já quem vai da capital e do interior para as praias de São Sebastião mais próximas de Bertioga, como Boracéia, Juréia e Barra do Una, é vantagem seguir pela rodovia Dom Paulo Rolim Loureiro, a Mogi-Bertioga (SP-098).

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A escritora mexicana Cristina Rivera Garza, vencedora do prêmio Pulitzer por O Invencível Verão de Liliana (Autêntica), falou sobre a crise na fronteira entre Estados Unidos e México durante a mesa que dividiu com a argentina María Negroni na Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip 2025, neste sábado, 2.

A autora nasceu em 1964 no município de Heroica Matamoros, que fica na divisa com o estado do Texas, e atualmente mora em Houston. "Sempre que me perguntam isso eu começo dizendo: é tão horrível quanto parece", disse, em resposta ao mediador Guilherme Freitas.

A escritora considera que o conflito na fronteira e a política contra imigração americana são frutos de um "capitalismo de ódio". Ela contou que conseguiu perceber, ao longo de quase dez anos em Houston, que celebrações mexicanas na cidade foram diminuindo por medo da repressão.

"É preciso lutar cotidianamente, com o corpo, como as feministas dizem. Para mim, trabalhar na universidade é oferecer cursos de escrita criativa e literatura é uma forma de ativismo", completou. Atualmente, ela dirige o programa de doutorado em escrita criativa da Universidade de Houston.

Escrita e memória

A mesa entre Cristina e María Negroni, que contaram que se conhecem há muitos anos, demorou a engatar e teve alguns problemas de tradução. Ainda assim, ambas puderam apresentar seus trabalhos e refletir sobre a criação da literatura a partir de memória e pesquisa.

O Coração do Dano (Poente), da escritora argentina, é uma autoficção sobre a relação complicada com a mãe, um misto de rancor e fascínio. "A escrita de um livro é sempre um mistério para o autor ou autora. Acho que o livro foi se escrevendo, um pouco baseado na perda. Não é um livro de luto, mas de alguma forma, tinha que articular algo que sempre esteve dentro de mim. Essa figura materna, de alguma forma, me configura", disse ela.

O Invencível Verão de Liliana, de Cristina, reconstitui a vida da irmã da escritora, morta em 1990, aos 21 anos, vítima de feminicídio. A mexicana comentou que já havia tentado escrever o livro anteriormente, sem sucesso, e creditou às mobilizações feministas na América Latina que, segundo ela, produziram a linguagem que ela pode usar no livro. Quando Liliana foi morta, o termo 'feminicídio' não fazia parte da esfera pública. "Foram elas que possibilitaram eu pudesse dizer: foi isso que aconteceu", afirmou.

Ela também falou sobre Autobiografia do Algodão, publicado neste ano pela Autêntica, um romance que resgata a história de seus avós na fronteira, em uma plantação de algodão. "O que me moveu foi uma busca pela identidade. Foi uma pesquisa amorosa. Um trabalho de cuidado, um acolhimento que oferecemos aos nossos mortos", disse.

Em outro momento, o mediador pediu que María falasse sobre sua relação com Clarice Lispector. A epígrafe do livro da argentina é uma frase da escritora: "Vou criar o que me aconteceu". Ela disse que Clarice, nesta frase, "faz uma espécie de fenda na distância que existe entre a palavra e o mundo."

"Minha citação da Clarice é para dizer que o que narra esse livro não é algo que ocorreu. Eu não tenho certeza de fato. Dentro do livro, a mãe desmente memórias", disse, completando: "Escrever um livro é como entrar em um poço às escuras. Tenho que acreditar que ele vai me levar para onde eu quero ir."

"Vocês são as pessoas mais carinhosas do mundo", disse, em português, a escritora Rosa Montero, assim que subiu ao palco do Auditório da Matriz na noite deste sábado, 2, na Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip 2025. Ela retribuía o amor do público, que lotou o espaço e a aplaudiu de pé.

O retorno de Rosa, hoje um dos grandes nomes da literatura espanhola, ocorre 21 anos depois de sua primeira passagem pelo evento. Em 2004, ela esteve aqui como uma escritora pouco conhecida, mas que ganhou o carinho do público com seu carisma e criatividade do livro que lançava na época: A Louca da Casa, recém reeditado pela Todavia.

Já neste ano, ela é considerada a grande estrela da festa, com outros quatro livros publicados no Brasil, todos pela mesma editora: A Boa Sorte, Nós, Mulheres, A Ridícula Ideia de Nunca Mais te Ver e O Perigo de Estar Lúcida. Este último, que discorre sobre a relação entre loucura e criatividade, deu tom ao início da conversa com o mediador Paulo Roberto Pires.

"Os romancistas são pessoas que não amadureceram totalmente", disse Rosa, completando que pessoas que precisam ler "para aguentar a vida, como acredito que são muitos de vocês" - sinalizou para a plateia - "são pessoas que não têm o cérebro desenvolvido de maneira adequada."

"O meu cérebro está o tempo todo imaginando coisas, que não servem para nada, que eu não controlo", continuou. Essas imagens, disse ela, nascem a partir do inconsciente, de onde vem os sonhos. De repente uma dessas imagens a emociona, a enche de curiosidade. É pela necessidade de saber mais sobre essas imagens que nascem os romances de Rosa.

Após ler um trecho de A Louca da Casa, Rosa discorreu sobre sua relação com a ficção, e como se dedicar mais a ela a ajudou a parar de ter crises de pânico, com os quais ela sofreu até os 30 anos. "A loucura é uma ruptura da narrativa comum. É uma sensação de solidão que não é compreensível, não se pode explicar", disse. "Tem psiquiátricos que dizem que um romance é um delírio controlado."

A escritora, que trabalhou por anos como jornalista e segue sendo colaboradora do El País, lembrou que estudou jornalismo porque pensava que precisava de uma ocupação que não a de romancista para se sustentar. Mas disse que isso acabou sendo importante: "Uma coisa essencial é não viver de literatura criativa porque ela precisa ser o mais livre possível. É preciso achar outra maneira de ganhar a vida."

Por mais que fale da loucura e dos transtornos mentais entre os escritores, Rosa diz que renega o estereótipo do escritor sempre em sofrimento. "Detesto essa ideia de que para ser escritor precisa sofrer muito. É mentira. Não é preciso sofrer muito para nada."

Rosa também discutiu a criação de seu livro A Ridícula Ideia de Nunca Mais Te Ver, em que aborda a morte de seu marido, Pablo Lizcano, em 2009, em diálogo com o diário de luto da cientista Marie Curie, que perdeu o marido, Pierre Curie, em um acidente de carruagem.

A escritora explicou que sua relação com a literatura não é a de escrever sobre a própria vida, mas, dois anos após a morte de Pablo, quando tomou contato com os escritos de Curie, sentiu que podia falar não só do próprio luto, mas do luto de todos.

A escritora também falou sobre a própria obsessão com a morte e o envelhecimento, como sentia medo de chegar à maturidade - algo que ela abordou em entrevista ao Estadão -, e como escrever foi o antídoto, aquilo que a ajudou a não ter medo da morte. Durante a mesa, Rosa ainda lembrou do início de sua formação acadêmica, nos anos 1970, que coincidiu com a transição democrática na Espanha.

A TV Globo confirmou neste sábado, 2, mais dois participantes da edição de 2025 do Dança dos Famosos: o ator David Junior e a atriz Duda Santos.

David Junior tem 39 anos e esteve na novela das nove Mania de Você, no ar entre 2024 e 2025. Ele também foi o vencedor do The Masked Singer Brasil, outro programa da emissora.

"Eu estou muito feliz de integrar este time. Feliz com o convite, ansioso, morrendo de medo, mas sei que vou me divertir bastante", disse em postagem no perfil da TV Globo.

Duda Santos, de 24 anos, foi a protagonista do folhetim Garota do Momento, que também foi finalizada este ano. "Tô muito animada, tô muito feliz, tô muito ansiosa. Eu espero que você me passe a coroa de campeã", disse a Tati Machado, apresentadora da emissora e última campeã do programa de dança.

Quem vai participar da Dança dos Famosos 2025?

Além de David e Duda, a Globo já anunciou outros dois nomes para a edição deste ano. A cantora Wanessa Camargo foi confirmada nesta sexta-feira, 1º, como a primeira participante. Depois, a emissora divulgou a participação do influenciador Álvaro.

A edição de 20 anos do Dança dos Famosos estreia neste domingo, 3.