Padrasto suspeito de envenenar família no PI chamava enteados de 'primatas'

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A investigação da Polícia Civil revelou que Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, preso temporariamente pelo suposto envenenamento da família, em Parnaíba, no Piauí, tinha uma relação conturbada com os enteados, a quem maltratava e chamava de 'primatas'. Ele se referia à Maria Francisca, uma das enteadas, como "uma criatura que tinha a mente boba, tola, que não serve para nada", aponta a Polícia Civil. Nove pessoas da família foram intoxicadas após comerem baião de dois durante o último Réveillon. Quatro, inclusive Maria Francisca, morreram.

Segundo o delegado Abimael Silva, os depoimentos de Costa foram marcados por diversas contradições. A prisão foi pedida para que ele não represente risco às vítimas que sobreviveram. "Precisamos deixar claro que ele é o principal suspeito, mas a investigação ainda não foi concluída. Porém, todos os indícios apontam para ele", afirmou, durante entrevista coletiva a qual o Estadão teve acesso. A reportagem ainda tenta contato com a defesa do investigado.

Segundo o delegado, Francisco era companheiro de Maria dos Aflitos, mãe de oito filhos, dos quais seis viviam na residência. "Os três filhos da Francisca Maria, a última vítima fatal, também moravam na casa. É uma residência pequena que comportava 11 pessoas. Eles revelaram que Francisco não falava com nenhum dos enteados e tinha um sentimento de ódio em relação à dona Francisca, mãe das crianças."

O delegado expôs trechos de conversas recolhidas no celular do suspeito em que ele não esconde o sentido de desprezo em relação à mulher e seus filhos. Francisco havia manifestado desejo de que Maria Francisca "sumisse" de casa, pois só procurava "vagabundos". Disse ainda que a mulher era uma criatura de mente vazia e, quando olhava para ela, sentia nojo e raiva. Para o delegado, Francisco era o único da família que tinha motivação para o crime, por odiar algumas das vítimas. "Todos os indícios convergem para a autoria de Francisco. Temos um prazo de 30 dias, o mesmo da prisão temporária, para concluir o inquérito."

Segundo o delegado, os exames laboratoriais revelaram a presença de terbufós, substância tóxica usada em inseticidas, na panela utilizada para preparar o arroz, no intestino das vítimas e nos pratos onde os alimentos foram consumidos. O baião de dois foi preparado para o Réveillon em um tacho que ficou sobre o fogão após ser servido na virada do ano.

Para o policial, o veneno foi colocado na manhã seguinte. "O terbufós tem uma característica de fazer efeito uma hora após o consumo e fica fazendo efeito por ao menos quatro horas. No início da manhã, o alimento permaneceu sobre o fogão e foi preparado no almoço por uma filha adolescente de Maria dos Aflitos. Ela disse em depoimento que Francisco a orientou a preparar e servir o arroz", disse.

O policial contou que a primeira linha de investigação levou em conta a possibilidade de alguém ter entrado na casa enquanto a família dormia e envenenado a comida que estava sobre o fogão. "Os depoimentos e os exames na casa afastaram essa hipótese, pois todos dormiam amontoados ali e ninguém se deu conta da entrada de um estranho. Além disso, a porta estava bloqueada por uma pedra e cadeiras pelo lado de dentro."

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Uma pintura de Mark Rothko avaliada em US$ 56 milhões (R$ 318 milhões na cotação atual) foi danificada após uma criança "riscá-la" durante uma visita a um museu na Holanda.

O caso aconteceu na semana passada. O quadro era exibido como peça de destaque no Museu Boijmans Vans Beuningen, em Roterdã.

À BBC, um porta-voz do museu descreveu o dano como superficial. "Pequenos arranhões são visíveis na camada de tinta sem verniz na parte inferior da pintura", explicou.

"Foram requisitados especialistas em conservação na Holanda e no exterior. Atualmente, estamos pesquisando os próximos passos para o tratamento da pintura", completou.

A gerente de conservação da Fine Art Restoration Company, Sophie McAloone, disse ao veículo que pinturas modernas sem verniz, como a de Rothko são "particularmente suscetíveis a danos" por causa da "combinação de materiais modernos e complexos, da ausência de uma camada de revestimento tradicional e da intensidade dos campos de cores planas, que tornam até as menores áreas de danos instantaneamente perceptíveis."

"Nesse caso, arranhar as camadas superiores de tinta pode ter um impacto significativo na experiência de visualização da peça", concluiu.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Manoel Carlos, de 92 anos, reapareceu nas redes sociais nesta terça-feira, 29, em uma foto publicada pela filha, a atriz e empresária Júlia Almeida.

A imagem, que mostra pai e filha no apartamento onde vivem no Rio de Janeiro, marca a primeira aparição pública do autor desde que enfrentou uma piora no estado de saúde.

Conhecido por novelas como Laços de Família, Por Amor e Mulheres Apaixonadas, Manoel Carlos sofre de Parkinson e passou por uma cirurgia em dezembro.

Desde então, mantém uma rotina mais reservada. Em janeiro, Júlia negou rumores de que o pai estaria isolado e afirmou que o recolhimento foi uma escolha dele próprio.

"Ele é uma pessoa discreta, que pediu para ficar mais recluso. Está bem cuidado, com equipe médica e ao lado da minha mãe, como ele escolheu estar", declarou na ocasião.

Na legenda da publicação mais recente, Júlia compartilhou uma reflexão sobre pausas, simplicidade e criação com propósito. Sem mencionar diretamente o estado de saúde do pai, ela escreveu: "Pausar não é se afastar. É voltar pro corpo, pro que é simples, pro que já está aqui".

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O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) anunciou nesta quarta-feira, 30, uma seleção de artistas que vão se apresentar na 8ª edição do Prêmio Sim à Igualdade Racial. A iniciativa tem o propósito celebrar pessoas negras e indígenas, empresas e iniciativas que se destacam na luta pela igualdade racial no País.

João Gomes, Sandra de Sá, Belo, Gaby Amarantos e Djonga se unem a JotaPê, Majur e Os Garotin e vão se apresentar durante a cerimônia, que será realizada no próximo dia 7 de maio, quarta-feira, no Rio de Janeiro. Os melhores momentos serão transmitidos na Globo no dia 25, após o Fantástico.

Completam o line-up Altayr Veloso, cantor e compositor carioca; Dom Filó, DJ, produtor cultural e ativista do Movimento Negro; Maria Preta, rapper e poeta; Zaynara, cantora e compositora paraense; Kena Maburo, artista indígena, e Ilê Aieyê, primeiro bloco afro do Brasil, além das finalistas Djuena Tikuna e Kaê Guajajara, artistas e ativistas indígenas

"Nesta edição, reunimos artistas que representam a alma da música brasileira e que, com sua arte, reforçam a urgência da igualdade racial. Cada show é uma manifestação de afeto, ancestralidade e resistência", afirma o diretor Tom Mendes.

Além de premiar os destaques nos três segmentos principais, cultura, educação e empregabilidade, o prêmio neste ano também promete levantar questões relativas à mudança climática e a pautas de gênero, e buscar diálogos direcionados às regiões Norte e Nordeste do País.