Lei aprovada em Mato Grosso quer converter Amazônia em Cerrado

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Uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa do Mato Grosso quer converter florestas antes consideradas pertencentes à Amazônia em vegetação classificada como do Cerrado. Caso a medida seja sancionada pelo governador Mauro Mendes (União), o porcentual de reserva legal, ou seja, a área onde o desmate é proibido, cairá de 80% para 35%. O texto foi aprovado na quarta-feira, 8, por 15 votos a 8.

Na prática, segundo ambientalistas, a mudança deixará uma área maior suscetível ao desmatamento. Isso porque com a queda do porcentual de reserva legal, produtores rurais poderão expandir suas áreas agrícolas sobre a vegetação.

O projeto de lei complementar 18/2024 foi apresentado originalmente pelo Executivo, em maio do ano passado, para fazer um ajuste na escala de mapas utilizada como base pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente para operar o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O projeto, no entanto, sofreu diversas alterações durante a tramitação, o que acabou desfigurando a proposta.

O texto aprovado, de autoria do deputado Nininho (PSD), traz uma nova redação para a lei que cria definições para áreas que seriam classificadas como floresta, pertencentes ao bioma Amazônia, e as que seriam enquadradas como Cerrado.

O dispositivo diz que serão definidas como "floresta" as áreas com predominância de vegetação "com as médias de alturas totais a partir de 20 metros, e que apresentem indivíduos com alturas máximas entre 30 (trinta) e 50 (cinquenta) metros". Já "as áreas com predominância de indivíduos com a média das alturas totais até 20 metros" serão classificadas como Cerrado.

O deputado Lúdio Cabral (PT) chegou a apresentar outro substitutivo para suprimir a redação e preservar a proposta original do Executivo, mas o texto não passou.

Milhões de hectares vulneráveis

Um estudo feito pelo Observatório Socioambiental de Mato Grosso afirma que a mudança permitiria o desmatamento de 5,2 milhões de hectares. Em nota, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) cita o levantamento e classifica como "retrocesso" a aprovação da lei na assembleia. Segundo o Ipam, a perda de florestas acentua as mudanças climáticas.

"Estudos científicos já demonstraram que não é mais necessário derrubar nenhuma árvore para ter mais produtividade no campo. Em muitos casos, os ganhos podem dobrar ou até triplicar apenas restaurando áreas degradadas ou reutilizando pastos abandonados", afirma no comunicado o diretor-executivo do Ipam, André Guimarães.

Após a repercussão negativa da lei, o deputado Nininho afirmou em nota publicada em seu site que a legislação proposta atende as exigências feitas pelo Supremo Tribunal Federal para identificação de biomas.

"O projeto não aumenta nem incentiva o desmatamento no Estado. Estamos adequando o que já foi decidido pelo STF e adotando dados mais precisos do IBGE, em conformidade com o projeto original enviado pelo próprio Governo do Estado", argumentou no comunicado.

Procurado pelo Estadão neste sábado, 11, o deputado não se manifestou sobre o tema. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso também não se posicionou até o momento. O espaço permanece à disposição.

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A obra de Mauricio de Sousa foi declarada como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade de São Paulo. A lei foi sancionada nesta segunda-feira, 1º, pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). Uma série de homenagens ao artista, que completou 90 anos em outubro, acompanhará o reconhecimento.

A iniciativa tem autoria do Executivo e foi aprovada por unanimidade na Câmara Municipal de São Paulo no início de novembro. O objetivo é destacar a relevância cultural da Turma da Mônica e do universo de personagens criados pelo cartunista, que é natural de Santa Isabel, no interior do estado, e construiu carreira na capital.

Como parte das homenagens, a prefeitura anunciou que, em 2026, 90 esculturas do universo de Mauricio de Sousa serão distribuídas por todas as regiões da cidade. Além disso, o Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú, ganhará um banco em tributo ao artista.

"A gente vai ter um personagem homenageando a cidade e outras atrações para as pessoas poderem interagir, eventos, tudo em uma grande homenagem ao Mauricio. Atividades para crianças, adultos e fãs do Mauricio de Sousa", disse Nunes no anúncio. Segundo a prefeitura, outras homenagens anda serão anunciadas.

A prefeitura também promoverá uma parceria com a MSP Estúdios. Segundo Marcos Sousa Saraiva, diretor executivo da empresa e neto de Mauricio, a organização presenteará com uma visita aos estúdios de Mauricio aquelas pessoas que tirarem fotos de ao menos 45 das esculturas espalhadas pela cidade.

90 anos de Mauricio de Sousa

Mauricio de Sousa completou 90 anos em 27 de outubro deste ano. Criador da Turma da Mônica e de uma legião de personagens que marcaram a infância de milhões de brasileiros, ele é considerado um dos grandes autores do País, responsável por aproximar muitas gerações da leitura por causa de suas histórias em quadrinhos.

Nascido em Santa Isabel e criado em Mogi das Cruzes, Mauricio veio para São Paulo em busca de viver dos desenhos. Começou como repórter policial do antigo jornal Folha da Manhã, até que finalmente emplacasse uma tirinha no papel. Criou personagens como Bidu e Cebolinha, até que desenvolvesse Monica, Magali e tantos outros com inspiração na própria família.

Com as crianças do bairro do Limoeiro, Mauricio construiu um império e tornou-se uma das figuras mais conhecidas do País. Seu personagens foram parar nos cinemas, em versões animadas e live-action, no teatro, em jogos e em milhares de produtos. A sua obra já vendeu mais de 1 bilhão de exemplares e foi traduzida para 14 idiomas.

A sede da MSP Estúdios fica no bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Atualmente, Mauricio preside o conselho da empresa, com outros membros da família compondo a diretoria. Em outubro, o Estadão conversou com filhos, neto e mulher de Mauricio para homenageá-lo em seus 90 anos.

Preso em setembro de 2024 e condenado a quatro anos de cárcere pela justiça americana, Sean "Diddy" Combs terá seus crimes narrados em nova série documental. Produzida pelo rapper Curtis "50 Cent" Jackson e dirigida por Alexandria Stapleton (How Music Got Free), Sean Combs: O Acerto de Contas terá quatro episódios, que serão disponibilizados já nesta terça-feira, dia 2 de dezembro, na Netflix.

Músico e magnata da indústria, Combs foi sentenciado em julho após acusações de transporte para fins de prostituição. Ele também foi a julgamento por tráfico sexual e conspiração para extorsão, mas foi absolvido.

Atualmente, o empresário cumpre sua pena em um centro penitenciário de baixa segurança em Nova Jersey, para onde foi transferido após ser ameaçado na prisão em que estava em Nova York.

Durante o processo, Combs se disse arrependido de seus atos, classificando seu comportamento como "repugnante, vergonhoso e doentio" e chegou a chorar diante do juiz.

A previsão da defesa de Combs é que ele seja liberado em maio de 2028, data que considera já o período que o músico passou preso à espera de julgamento e a redução de pena por bom comportamento.

O magnata e sua equipe de advogados recorreram tanto da condenação quanto da sentença.

50 Cent x Diddy

50 Cent e Diddy têm uma rivalidade antiga, que se estendeu pela carreira musical de ambos. Após as primeiras acusações contra Combs serem reveladas em 2023, Jackson foi um dos primeiros a corroborar as histórias das vítimas, criticando o rival publicamente.

De acordo com 50 Cent e Stapleton, todo o lucro obtido pelo documentário será direcionado ao apoio das vítimas de Combs. "Continuamos firmes em nosso compromisso de dar voz aos sem voz e apresentar perspectivas autênticas e com nuances. Embora as alegações sejam perturbadoras, pedimos a todos que se lembrem de que a história de Sean Combs não é a história completa do hip-hop e sua cultura. Nosso objetivo é garantir que ações individuais não ofusquem as contribuições mais amplas dessa cultura", disse a dupla em comunicado veiculado em setembro de 2024.

Com quatro episódios, Sean Combs: O Acerto de Contas chega à Netflix de uma vez, em 2 de dezembro.

A influenciadora Isabel Veloso, que passou por um transplante de medula óssea em outubro, segue internada na UTI desde a última semana. O pai dela, Joelson Veloso, e o marido, Lucas Borbas, vêm atualizando o quadro de saúde no Instagram.

Joelson relatou que a filha, o genro e o neto, Arthur, de 11 meses, estão longe de casa há meses por causa do tratamento. Ele disse que a saudade tem sido difícil de enfrentar, mas que a família mantém a esperança: "A saudade aperta, o peito dói e a vontade de voltar é imensa. Mas a luta ainda não terminou", declarou.

O pai da influencer disse ainda que ela segue em tratamento em Curitiba. "Firme, corajosa e enfrentando tudo com fé. Cada dia é uma vitória. E, quando esse tempo passar, o reencontro vai ter gosto de mil abraços guardados."

Nesta segunda-feira, dia 1º, ele compartilhou uma foto da jovem dormindo no hospital, com equipamentos médicos conectados ao nariz. No dia anterior, Lucas também publicou uma imagem ao lado da mulher, mostrando Isabel na mesma posição na cama, e escreveu: "Logo tudo vai passar."

Isabel precisou ser entubada após passar mal na quinta. Segundo Lucas, foi constatado que ela estava com excesso de magnésio no sangue. "Depois disso, a Isabel parou de respirar e de ter saturação", disse ele.

A jovem foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin em 2021. Em maio, ela havia usado as redes sociais para comunicar que o câncer estava em remissão e que poderia fazer um transplante de medula óssea. A influenciadora estava em cuidados paliativos até então.