'Canalhas', 'ladrões' e 'ratos': Veja reclamações de escolas de samba do Rio sobre notas

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A apuração das notas do Carnaval do Rio de Janeiro, que sagrou a Beija-Flor como campeã, causou indignação a diferentes escolas, que reclamaram de tratamento diferenciado e de descontos mal justificados. As seis primeiras colocadas voltam a desfilar neste sábado, 8, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.

A Grande Rio, que ficou com o vice-campeonato, entrou com recurso junto à Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), organização responsável pelos desfiles, por ter percebido diferença entre as notas registradas pela Liesa no mapa de notas e as divulgadas na quarta-feira de cinzas. A agremiação de Duque de Caxias entendia que deveria dividir o primeiro lugar com a escola de Nilópolis.

A Liesa respondeu na sexta-feira, 7, que as notas seriam mantidas e que a Grande Rio continuaria vice-campeã; de acordo com a organização, houve erro de digitação no mapa de notas das escolas.

A Unidos de Padre Miguel, que ficou em último lugar e foi rebaixada para a Série Ouro, também entrou com recurso na Liesa. A escola havia sido campeã do grupo de acesso em 2024. A agremiação da zona oeste do Rio apontou inconsistências nas justificativas apresentadas pelos jurados, como descontos dados por problemas em carros de som sob responsabilidade da organização do carnaval.

A Unidos também apontou "racismo religioso" na nota de uma jurada que reclamou do excesso de palavras em iorubá no samba-enredo. A escola disse que usou o dialeto africano em representação à sua cultura.

A Acadêmicos do Salgueiro, que ficou em 7° lugar e portanto não participa do Desfile das Campeãs, publicou críticas contundentes aos jurados. A escola do Andaraí disse que há "canalhas", "ladrões" e "ratos" entre os julgadores.

Mocidade, Vila Isabel e Tijuca também reclamaram do sistema de notas da Liesa. O Estadão entrou em contato com a Liesa, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto. Veja abaixo as reclamações de cada escola.

Grande Rio pediu revisão das notas e primeiro lugar

O resultado do Carnaval carioca foi bem apertado: a Beija-Flor não teve descontos e ficou com 270 pontos; a Grande Rio perdeu apenas um décimo e ficou com 269,9 pontos. Ocorre que a agremiação de Duque de Caxias percebeu uma diferença entre as notas divulgadas na quarta-feira e as registradas pela Liesa no mapa de notas.

A discrepância seria no quesito bateria, o único em que a Grande Rio teve desconto. Na leitura dos resultados na quarta-feira, a escola levou duas notas 10 e duas 9,9. Como há descarte da nota mais baixa, a escola ficou com 29,9 no quesito - a Beija-Flor levou 30 pontos.

Porém, no mapa de notas da Liesa, ficou registrado que a Grande Rio levou três notas 10 e uma nota 9,9. A agremiação reivindicava que essa nota 9,9 fosse descartada, o que levaria a um empate com a concorrente de Nilópolis.

A Liesa disse que houve erro de digitação no mapa de notas e que o resultado seria mantido. Os jurados devem apresentar justificativas por escrito dos descontos atribuídos às escolas e, de fato, nesses documentos ficou claro que a agremiação levou duas penalidades.

As duas notas 9,9 foram atribuídas à bateria da Grande Rio pelos jurados Ary Jayme Cohen, que estava no módulo 2, e Geiza Carvalho, no módulo 4.

"Na última convenção apresentada ainda no módulo do julgador no final da bateria com os atabaques, a resposta das caixas sugeriu uma imprecisão com efeito de (flam)", justificou Cohen, ao descontar um décimo. No jargão dos ritmistas, flam significa que faltou sincronia na bateria, que "sobrou" algum naipe na retomada após bossas ou paradinhas.

Já Geiza reclamou dos curimbós: "Mestre Fafá, os curimbós soaram baixíssimos na apresentação da bateria no módulo 4. É importante adequar melhor os instrumentos inseridos no arranjo para que a perfeita execução das eventuais bossas e paradinhas possam ser executadas. Não houve projeção sonora do instrumento em questão, por isso foi descontado em 0,1", justificou.

Nas redes sociais, o mestre Fafá, que comanda a bateria da escola, disse que o problema registrado por Geiza era das caixas de som da Sapucaí, não de seus instrumentistas. Ele postou um vídeo da arquibancada, em que Fafá afirmava que os curimbós podiam ser ouvidos perfeitamente. "Isso é uma falha mecânica e não da bateria", disse ele.

No manual dos julgadores da Liesa, a recomendação é que os jurados não levem em consideração "eventual pane no carro de som e/ou no sistema de sonorização da Passarela".

Depois, mestre Fafá publicou outra mensagem, "de cabeça fria". "Eu vi minha escola fazer o seu desfile mais lindo de sua história e ao mesmo tempo vi esse desfile perder, em uma disputa décimo a décimo, justamente no quesito que defendo", escreveu. "Ao corpo de jul

O desfile da Grande Rio foi uma homenagem às águas do Pará: "Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós". Um dos destaques foi a rainha de bateria Paolla Oliveira, em sua despedida da passarela.

Os carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora esbanjaram luxo nas fantasias e alegorias e fizeram um desfile favorito ao título, de acordo com o repórter do Estadão Fábio Grellet.

Unidos de Padre Miguel questiona rebaixamento

A Unidos de Padre Miguel comemorava a volta à Sapucaí pela primeira vez desde 1972, depois de ser campeã da Série Ouro, o grupo de acesso do Carnaval carioca. A escola apresentou enredo sobre Iyá Nassô, uma das fundadoras do candomblé da Casa Branca do Engenho Velho, o primeiro terreiro do País.

O repórter do Estadão Fábio Grellet, que acompanhou os desfiles, afirmou que a agremiação era uma das que tinha chance de estar no Desfile das Campeãs deste sábado pelas fantasias luxuosas e alegorias caprichadas.

A agremiação da zona oeste do Rio, porém, sofreu com muitos descontos, principalmente nos quesitos de harmonia, alegorias e adereços, fantasias e comissão de frente. A pontuação final foi de 266,8, 1,1 ponto atrás da 11ª colocada, a Mocidade Independente de Padre Miguel.

O resultado causou indignação na escola e nas redes sociais. No X (antigo Twitter), usuários compartilharam a hashtag #FechadoscomPadreMiguel em apoio à agremiação.

A Unidos de Padre Miguel afirmou que entrou na avenida com a confiança de que seguiria no Grupo Especial, a elite do carnaval carioca. A escola comunicou que a competição principal é o seu lugar, pois apresentou um "desfile digno, vibrante e emocionante, reconhecido pelo público e por tantos apaixonados pelo Carnaval".

"Sabíamos que não seria fácil, reconhecemos que cometemos algumas falhas, mas nada que justificasse as notas tão baixas e injustas que recebemos", afirmou a Unidos em nota. "O resultado do julgamento é inaceitável e não condiz com o que apresentamos na Avenida".

A escola afirmou que entrou com recurso junto à Liesa para pedir revisão das notas. "A agremiação reforça que seu objetivo não é prejudicar qualquer outra escola, mas garantir uma avaliação justa e transparente", comunicou.

Entre os questionamentos da Unidos, está o desconto por elementos alheios à responsabilidade da escola, como a falha técnica de um carro de som. A direção de Padre Miguel disse que houve "inconsistências graves" diante do "desfile grandioso" que apresentaram.

"A escola busca os meios adequados para contestar a decisão, sempre pautada no respeito, na isonomia e na valorização do trabalho de toda a sua comunidade", afirmou. "A luta é por justiça e pelo reconhecimento do esforço de cada integrante que se dedicou para levar à Avenida um desfile digno da história da Unidos de Padre Miguel".

Outra reclamação compartilhada pela escola é a de racismo religioso nos descontos dados por uma jurada em samba-enredo. Ana Paula Fernandes tirou 3 décimos da agremiação nesse quesito; uma das justificativas dela é que haveria um "excesso de termos em iorubá", um dialeto africano.

Segundo ela, isso dificultaria o entendimento. Ana Paula também reclamou que a letra do samba era muito linear e que havia trechos confusos. Como 9,7 foi a nota mais baixa da Unidos em samba-enredo, essa nota foi descartada na pontuação final.

Diante da justificativa da jurada, a escola compartilhou um texto que aponta marginalização da cultura afro-brasileira.

"Nossa oralidade sagrada não é erro, não é excesso e muito menos pode ser silenciada! O que vimos foi a punição de uma escola que exaltou a história e resistência do primeiro terreiro de Candomblé do país", diz o texto compartilhado. "O glossário enviado aos jurados pela Liesa demonstrava que havia total possibilidade de compreensão do enredo".

De acordo com o manual da Liesa, os jurados devem considerar, ao analisar a letra do samba, "a adequação ao enredo; sua riqueza poética, beleza e bom gosto; sua adaptação à melodia, ou seja, o perfeito entrosamento dos seus versos com os desenhos melódicos".

Salgueiro chama jurados de canalhas, ladrões e ratos

A Acadêmicos do Salgueiro foi a escola que usou as palavras mais fortes ao reclamar das notas dos jurados. A agremiação apresentou o enredo "Salgueiro de Corpo Fechado", que percorreu as diferentes expressões de espiritualidade e rituais de proteção brasileiros.

A ala de passistas da escola venceu o prêmio Estandarte de Ouro do jornal O Globo e a agremiação tinha sido apontada pelo Estadão como uma das que tinha chance de voltar ao Desfile das Campeãs.

Mas a escola ficou em 7° lugar, com 269,2 pontos - dois décimos atrás de Viradouro, Portela e Mangueira, que desfilam neste sábado entre as Campeãs. O Salgueiro foi descontado em enredo, alegorias e adereços, fantasias e samba-enredo.

Em nota publicada após a apuração dos resultados, a escola não poupou palavras ao reclamar dos jurados. "Aos ladrões de plantão, fica o aviso: o Salgueiro não irá se intimidar com essa quadrilha de canalhas que está tentando acabar com o Carnaval, prejudicando aqueles que trabalham com seriedade", escreveu a diretoria.

"O Salgueiro, junto com outras escolas de samba, vai trabalhar para um Carnaval claro, limpo e justo, em respeito ao Carnaval e a todos os amantes da festa", completou.

Depois, a agremiação do morro do Salgueiro publicou uma nova nota, esclarecendo que seus alvos não eram o presidente da Liesa, Gabriel David, nem o coordenador de jurados, Thiago Farias. Ainda assim, a diretoria da escola voltou a usar termos contundentes.

"Confiamos plenamente na idoneidade do presidente Gabriel e de Thiago, e temos certeza de que a Liesa identificará e eliminará os ratos que estão manchando a imagem e a credibilidade do Carnaval Carioca", escreveu.

O Salgueiro pediu que a liga das escolas reformule completamente o quadro de jurados e que implemente critérios de avaliação que permitam um "julgamento justo e transparente".

"O Salgueiro acredita em mudanças reais para o Carnaval de 2026 e confia que, em breve, a Liesa tomará as providências necessárias para impedir que a maior festa popular do Brasil volte a ser alvo das canalhices que prejudicaram a nossa escola este ano", comunicou. "Não aceitaremos, sob nenhuma circunstância, que o Carnaval continue refém de julgamentos sem critério, conduzidos por jurados amadores e despreparados".

Mocidade questiona rejeição ao 'novo' e ao 'diferente'

A Mocidade Independente de Padre Miguel amargou o 11° lugar, penúltimo na tabela do Grupo Especial. Os quesitos que mais perderam décimos foram enredo, fantasias, alegorias e adereços e comissão de frente.

A comissão havia chamado atenção do público na terceira noite de desfiles, com um robô gigante e painéis de LED. O componente venceu o prêmio Estandarte de Ouro do jornal O Globo.

O enredo "Voltando para o futuro - não há limites para sonhar" trouxe fantasias high-tech e referências à família Flintstones, aos Jetsons e a videogames. O conceito foi idealizado pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage. Ela morreu em janeiro, vítima de leucemia.

Depois da apuração, a escola demonstrou insatisfação em uma postagem nas redes sociais. De acordo com a diretoria, os jurados favoreceram visões mais tradicionais do Carnaval.

"É desmotivante ter um julgamento com olhar que não aceita o que é novo e o que é diferente. Ter quesitos aclamados por todos e, que mesmo assim, ainda são penalizados na hora das notas, dói no coração da nossa Estrela", escreveu.

Na nota, a Mocidade se apresenta como diferente, inovadora e pioneira.

"Se, anos atrás, inventamos a paradinha, se fomos os únicos campeões contando a própria história, reinventamos a estética, mudamos paradigmas e criamos tendências, não vai ser agora que deixaremos de erguer nossa bandeira e plantar nossa raiz. Aos Independentes, provamos que toda Estrela pode Renascer", comunicou a escola.

Outra reclamação da agremiação foi a diferença no tratamento entre escolas, especialmente no quesito evolução. A Mocidade recebeu uma nota 9,9 e outra 9,8 nesse componente. Uma das juradas afirmou que a escola evoluiu de forma irregular e que faltou empolgação aos destaques. Outro reparou em um "claro espaço" entre um carro e uma ala.

O quesito evolução, de acordo com o manual da Liesa, deve julgar "a fluência da apresentação", "a espontaneidade, a criatividade, a empolgação e a vibração dos desfilantes" e "a coesão do desfile".

A Mocidade se apresentou na terceira noite de desfiles; pela primeira vez, as escolas foram divididas em três apresentações. Os jurados deviam lançar suas notas na mesma noite, o que pode dificultar a comparação entre escolas.

Vila Isabel diz estar triste e insatisfeita

A Unidos de Vila Isabel desfilou com um enredo sobre assombrações e apresentou curupiras, sacis-pererês, boitatás, cucas e outras figuras assustadoras do folclore brasileiro. O conceito é do carnavalesco Paulo Barros.

Com 269,1 pontos, a escola ficou em 8° lugar e de fora do Desfile das Campeãs. As penalizações foram em samba-enredo, enredo e mestre-sala e porta-bandeira.

A agremiação do bairro de Noel Rosa disse que entregou um carnaval de excelência, que contradisse as notas atribuídas pelos jurados.

"A administração compartilha de um sentimento de tristeza e insatisfação diante do resultado. Entendemos que o grandioso espetáculo que apresentamos não condiz com o julgamento e a colocação recebida", afirmou a diretoria.

Carnavalesco da Tijuca reclama da 'estrutura'

A Unidos da Tijuca foi outra escola que ficou de fora do Desfile das Campeãs. A agremiação do morro do Borel ficou em 9° lugar, com 268,8 pontos. Alegorias e adereços, evolução e fantasias foram os mais penalizados.

A escola contou a história do orixá Logun-Edéz, desde sua origem na África até o renascimento no Brasil. A cantora Anitta foi uma das compositoras do samba-enredo. A cobertura do Estadão destacou a Tijuca como uma das escolas favoritas a voltar no sábado das Campeãs; a escola venceu o Estandarte de Ouro de melhor ala das baianas e melhor puxador.

O carnavalesco Edson Pereira foi às redes sociais para agradecer à comunidade do Borel por fazer um "lindo carnaval". Ele fez críticas veladas ao julgamento dos desfiles.

"Não vou esmorecer, não vou deixar isso abalar a minha vontade de fazer cada vez mais pela nossa escola. Tenho certeza que nós venceremos toda essa estrutura que não nos favorece. Não deixaremos que nos calem, que nos deixem em posições que não nos cabem", disse.

Em outra categoria

Neymar tentou expandir sua propriedade em Mangaratiba, na Costa Verde, no Rio de Janeiro. O jogador de futebol tem uma mansão no condomínio Portobello e queria que seu vizinho, DJ Marlboro, lhe vendesse sua propriedade por R$ 15 milhões, mas não foi bem sucedido.

"Achei a proposta baixa. Tenho apego à minha casa, moro aqui há 17 anos, meus filhos amam essa casa, foram criados aqui e dois deles também não querem vender", disse o DJ ao jornal Extra!.

Ele afirmou que o jogador do Santos tenta comprar sua propriedade há cerca de três anos, mas que não venderia sua casa "nem por R$ 30 milhões".

O DJ também explicou que recusou outra proposta de Neymar, que lhe ofereceu um terreno e uma outra casa no mesmo condomínio. "Eu cheguei aqui quando isso tudo era mato, na época, há 17 anos. Diziam que eu era maluco de comprar mato, que era longe do Rio, que eu estava fazendo besteira, mas insisti e segui no que acreditava", completou.

Ele finalizou: "Não tem dinheiro que pague, ainda mais se meus filhos não quiserem."

DJ Marlboro é pai de quatro meninos: Samuel, Antônio, Felipe e Arthur.

A separação de Virginia Fonseca e Zé Felipe ganhou um novo capítulo. Um mês após o anúncio público do fim do casamento, o cantor entrou com um processo na Justiça de Goiás para oficializar o divórcio da influenciadora.

Eles estavam juntos há cinco anos e são pais de três filhos: Maria Alice, de 4 anos, Maria Flor, de 2, e José Leonardo, de apenas 9 meses.

Com um patrimônio estimado em R$ 400 milhões, os dois se casaram sob o regime de comunhão parcial de bens. Isso significa que tudo o que foi construído durante o relacionamento deverá ser dividido igualmente entre eles.

Virginia é uma das maiores influenciadoras do Brasil, com mais de 52 milhões de seguidores. Segundo ela, sua principal fonte de renda é a WePink, marca de cosméticos e maquiagem que fundou e comanda ao lado de três sócios.

A empresa teria faturado R$ 750 milhões apenas no último ano. Pela divisão de bens, Zé Felipe terá direito à metade da participação que Virginia possui na marca.

A influenciadora também tem contrato milionário com uma plataforma de jogos de apostas. Já o cantor tem investimentos no agronegócio com cabeças de gado.

Os dois também são sócios da Talismã Digital, agência especializada no mercado de influenciadores. Além disso, investiram em imóveis e bens de alto valor, como uma mansão em Goiânia e uma casa de veraneio em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro.

Eles também adquiriram duas aeronaves executivas: um Citation Excel, avaliado em R$ 50 milhões, e um Cessna Citation Sovereign, de cerca de R$ 29 milhões.

Pedido de divórcio

Zé Felipe entrou com pedido divórcio de Virginia Fonseca. O processo foi oficializado no Tribunal de Justiça de Goiás e confirmado pela assessoria do cantor ao Splash UOL.

Ao portal, em nota, a equipe do filho de Leonardo explicou que "quando há menores de 18 anos envolvidos, é necessário haver um processo judicial para oficializar a separação". O fim do relacionamento, segundo a nota, foi amistoso e sem desentendimento entre as partes.

O Estadão entrou em contato com a equipe do casal e não obteve um pronunciamento. O espaço segue em aberto.

Sucesso coreano da Netflix, Round 6 chegará à sua terceira e última temporada nesta sexta-feira, 27. Com seis episódios, o novo ano encerrará a trajetória de Gi-hun (Lee Jung-jae) nos jogos sádicos comandados pelo Líder (Lee Byung-hun).

Ao fim da segunda temporada, Gi-hun tentou comandar uma revolução dos jogadores contra os organizadores dos jogos, mas acabou falhando, com os soldados de rosa deixando vários mortos na ilha. Apesar das perdas, o protagonista se mantém forte em sua missão de chegar ao fim dos jogos e salvar quantas pessoas puder.

"Acho que o que o motiva a recuperar a força que ele precisa e um vislumbre de esperança são as pessoas que ele vê à sua volta", disse Jung-jae em entrevista ao Estadão. "Alguns deles, apesar da situação ser extremamente brutal e cruel, ainda se apegam a uma última esperança, e isso permite que ele se erga do fundo do poço e se apegue ao que ele precisa para seguir em frente."

Tendo se infiltrado entre os jogadores para ficar de olho em Gi-hun, o Líder entrou no segundo ano com uma responsabilidade maior, conforme lembrou Byung-hun. "Na primeira temporada, ele era apenas um recepcionista. Ele estava lá para receber os convidados e liderar [os soldados]. Naquela época, Oh Il-nam (Oh Yeong-su) era o anfitrião."

E acrescentou: "Depois da morte do Il-nam, o Líder herda este papel, então dá para dizer que ele tem uma responsabilidade a mais. Agora ele é tanto o recepcionista quanto o anfitrião."

Motivações que movem os coadjuvantes

Park Sung-hoon, intérprete de Hyun-ju, vê sua personagem divida entre dois objetivos diferentes: um que a motivou a entrar nos jogos e outro que a fez permanecer. "Acho que podemos definir suas motivações em duas partes. A primeira era seu objetivo e sua esperança de conseguir fazer sua cirurgia de afirmação de gênero e se mudar para a Tailândia e começar uma vida nova por lá", disse. "A segunda parte do que a motiva é sua determinação de proteger Geum-ja e Joon-hee", explicou ele, citando a figura materna que sua personagem encontrou no cárcere e a jovem grávida que ela passa a defender com suas ações.

Atriz responsável por dar vida a Geum-ja, Kang Ae-sim fala sobre o impacto que sua personagem teve nos outros participantes dos jogos. "Acho que ela influenciou as motivações de Joon-hee [de dar uma vida boa ao seu bebê], a Gi-hoon e a Myung-gi."

Embora impacte alguns dos principais personagens da nova temporada, Geum-ja não consegue passar sua bondade a outros participantes. "Eles estão lá só por dinheiro. Mas sabe como é, um passo de cada vez. Estou satisfeita que meu arco final tenha tido um impacto real em poucos personagens."

Um desses personagens que recebeu o apoio de Geum-ja foi Joon-hee, uma jovem grávida que entrou nos jogos mortais com o objetivo de conseguir dinheiro para criar seu bebê sozinha. Na ilha, ela encontra Myung-gi, pai da criança, com quem ela evita contato mesmo em situações extremas.

"Acho que Joon-hee tem uma vontade enorme de proteger seu bebê", afirmou Jo Yu-ri, que vive a jovem. "Como ela está grávida, ela tem esse instinto protetor. (...) Tentei retratar um estado de confusão, aquele momento em que uma pessoa ainda não está pronta para ser mãe." "Para mim, foi uma questão de equilíbrio. Toda vez que algo acontecia, eu pensava 'o quanto Joon-ho vai se abrir ou não para Myung-gi?'. Então, fui procurando esse equilíbrio e nós tivemos muitas conversas sobre isso e ensaiamos bastante também."

Vivido por Yim Si-wan, Myung-gi foi um dos principais responsáveis pela presença de muitos jogadores desta edição, tendo encorajado muitos deles a investir todo o seu dinheiro em criptomoedas e levando-os à falência. Suas dívidas, no entanto, não são o que movem o personagem.

"Myung-gi é uma pessoa gananciosa", disse o ator. "Mas acredito que seu amor por Joon-hee seja verdadeiro e sua motivação para sobreviver seja, na verdade, ela [e não o dinheiro]." Si-wan afirmou ainda que os eventos da terceira temporada de Round 6 levam a uma mudança no comportamento do personagem, que passa a agir também "com vitimismo e desejando vingança".

Comentários sociais x percepção do público

Criada e dirigida por Hwang Dong-hyuk, Round 6 traz um claro comentário anti-elites, retratando pessoas excessivamente ricas como seres sádicos que se deleitam em ver aqueles em dificuldades sofrendo por uma quantidade de dinheiro ínfima diante de suas fortunas.

Na segunda temporada, esse comentário se torna ainda mais claro quando Gi-hun se organiza com outros jogadores para criar uma frente unida armada e tentar derrubar os organizadores dos jogos, sendo traído pelo Líder nos momentos finais.

Embora tenha incluído essas críticas sociais em seu texto e subtexto, Dong-hyuk diz não se incomodar com o fato de alguns espectadores não entenderem essa camada de Round 6. "Não quero dizer [a ninguém] que existe uma maneira certa de apreciar a série e não acho que você precise entender sua mensagem para gostar dela", argumentou o cineasta.

"Existem muitos públicos ao redor do mundo e cada indivíduo pode gostar e consumir o conteúdo de suas próprias maneiras. Algumas pessoas se divertem e se interessam pela mensagem do subtexto, enquanto para outras, eu acho, o apelo da série é o choque visual e o fator de entretenimento dos jogos."

Dizendo que não questionaria alguém que não percebeu suas críticas sociais, Dong-hyuk disse se sentir realizado apenas com o fato de gostarem da série. "Acho que se foi uma série boa e divertida para você assistir, estou feliz."

"Dito isso, se você tiver uma oportunidade para assisti-la novamente, espero que você encontre e entenda um pouco mais a mensagem. Eu ficaria muito grato se as pessoas fizessem isso", concluiu o cineasta.

Onde assistir 'Round 6'?

Com seis episódios, a terceira e última temporada de Round 6 estreia na Netflix em 27 de junho. As duas primeiras temporadas seguem disponíveis na plataforma.