Atraso na reforma da marquise do Ibirapuera: quanto vai custar a obra e quando fica pronta?

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A reforma na marquise do Ibirapuera, que estava prevista para ser concluída neste mês de julho, está atrasada e deve ser entregue somente em dezembro. Além disso, o valor da obra, que inicialmente era de R$ 71,9 milhões, saltou para R$ 84,8 milhões, um aumento de aproximadamente 18%. Com o reajuste para correção de inflação previsto em contrato, deve custar R$ 86,9 milhões aos cofres públicos.

Em entrevista ao Estadão, Samuel Lloyd, diretor da Urbia Parques, responsável pela obra, afirmou que a demora se deu por atraso em liberações por parte de órgãos de preservação patrimonial. "Desde agosto do ano passado, quando todos os processos foram finalmente protocolados, somente na quinta-feira passada (26 de junho), nós tivemos a aprovação total de que a gente pode seguir com a obra", diz.

Segundo a Urbia, já foram feitos os reparos estruturais em toda a marquise do Ibirapuera com exceção da parte anexa ao Museu de Arte Moderna (MAM), que também dependia de tramites para reforma e, também por isso, está fechado. Falta reformar, além da parte estrutural próxima ao MAM, partes estéticas, como instalações de forro, piso e pastilhas.

O reajuste financeiro no contrato, segundo ele, também foi provocado por novas exigências para a preservação, que divergiam do contrato inicial e só foram feitas recentemente. Isso porque, ao longo das obras estruturais iniciais, foram encontrados aspectos de reformas anteriores que não seguiam as características originais da marquise, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer na década de 1950.

"Tinham camadas enormes de impermeabilizações antigas que tiveram que ser demolidas. E essa solução técnica demandou maior esforço e nova relação de materiais, que são muito mais caros do que aqueles que estavam no escopo original", afirma Lloyd.

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, responsável pelo parque do Ibirapuera, confirmou em nota que houve demora nos trâmites exigidos pela preservação patrimonial. Disse que "por se tratar de uma edificação com mais de 70 anos, foram identificadas deformações estruturais na marquise durante a execução das obras que demandam a contratação de novos serviços no contrato".

A Urbia foi contratada pela Prefeitura para restaurar a marquise em março do ano passado e iniciou a obra em agosto. Na ocasião, a queda de uma estrutura metálica do espaço durante um temporal em janeiro de 2024, deixando quatro pessoas feridas, reacendeu a urgência da reforma. A estrutura tem cerca de 27 mil m² e é tombada pelo patrimônio histórico. Antes da interdição, era um dos espaços mais frequentados do parque, especialmente pelos adeptos de esportes sobre rodas.

Décadas de problemas e riscos

Há pelo menos duas décadas são relatados problemas estruturais na marquise do Ibirapuera. A última reforma no espaço foi entregue em 2012, após três anos de obras, mas não solucionou por completo a questão. Em 2017, uma parte do teto caiu quando patinadores e skatistas estavam no local. E em janeiro de 2024, pouco antes da Urbia assumir a obra, ocorreu a queda de parte da estrutura durante uma forte chuva na capital.

Desde fevereiro de 2019 a marquise já tinha trechos interditados por risco de desabamento. Técnicos constaram que havia "danos na impermeabilização, infiltrações, pontos de segregação do concreto e corrosão da armadura" e, em dezembro de 2020, foi totalmente isolada do acesso público após uma decisão judicial.

O parque foi concedido à iniciativa privada no mesmo período, em 2019, durante a gestão Bruno Covas (PSDB), mas a reforma do espaço ficou de fora do contrato de concessão. O entendimento era de que os problemas eram anteriores à concessão e, por isso, deveriam ser resolvidos pela gestão municipal.

Em 2021, a Prefeitura, já sob comando de Ricardo Nunes (MDB), contratou um Projeto Básico de Restauro da marquise. Mas foi só em julho de 2023, quatro anos depois do início da interdição, que foi aberto um edital de licitação para a contratação da empresa ou consórcio que faria o restauro. Na licitação, a obra estava orçada em até R$ 71,5 milhões, com entrega prevista em 18 meses após a ordem de serviço, mas auditores do Tribunal de Contas do Município (TCM) apontaram a necessidade de aprimorar o edital para que o processo pudesse avançar.

"O TCMSP identificou falhas na licitação que poderiam ocasionar desperdício de dinheiro público. Erros de cálculo de andaimes, por exemplo, poderiam gerar gasto desnecessário de R$2,5 milhões. Na previsão de tapumes, o sobrepreço chegaria a R$720 mil se a licitação fosse feita. Já as estruturas de cimbramento tiveram valor calculado em R$3,4 milhões além do necessário", disse o TCM naquele momento.

Assim, um mês após a abertura do edital, a Prefeitura suspendeu as inscrições e apresentou uma alternativa à mesa técnica do TCM em que a responsabilidade da reforma passaria a ser da concessionária que administra o parque, a Urbia Parques, mediante um aditivo no contrato.

A Prefeitura argumentou na época que, tendo em vista a "morosidade do processo, bem como o contexto de permanência do fechamento da Marquise e a indefinição quanto ao andamento das obras", "a Urbia propôs a inclusão da referida obra no Contrato de Concessão, via processo administrativo".

A concessionária, segundo informou a Secretaria do Verde na ocasião, se ofereceu para executar o serviço por um valor 5% abaixo do orçado pela pasta. Isso significada os mesmos R$ 71 milhões, descontando o valor de inflação entre 2021 e 2024. O prazo era os mesmos 18 meses, que começaram a contar no começo de fevereiro do ano passado e acabariam no fim de julho agora.

MAM cobra prejuízo de R$ 7,15 milhões

Por conta do fechamento do museu para as obras na marquise do Ibirapuera desde agosto de 2024, o Museu de Arte Moderna, que fica anexo à estrutura, enviou um documento à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente cobrando indenização pela "perda de receitas operacionais no período de fechamento, mitigando, assim, os impactos causados pelo município ao Museu".

Além disso, o MAM pede que a Prefeitura pague pela mudança, adaptação dos equipamentos sobre a marquise e "demais obras necessárias para a reinstalação" do museu. Tudo isso seria um valor estimado de R$ 7,15 milhões. A Prefeitura ainda não respondeu sobre o impacto da obra no MAM e se as indenizações serão feitas ou não.

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A Câmara Brasileira do Livro (CBL) acaba de divulgar os finalistas do Prêmio Jabuti 2025. Entre os destaques, Chico Buarque e Tony Belotto disputam a categoria Romance Literário, enquanto Raphael Montes aparece em Romance de Entretenimento.

Um dos prêmios mais tradicionais da literatura brasileira, o Jabuti premia 23 categorias divididas em quatro eixos: Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação. Cada vencedor leva R$ 5 mil, além de uma estatueta.

Já o vencedor do Livro do Ano, cujos finalistas não são divulgados previamente, leva R$ 70 mil e uma viagem completa à Feira do Livro de Londres, em 2026. Segundo a organização, foram 4.530 inscrições para a edição deste ano, um leve aumento em relação ao último ano, quando foram recebidas 4.170 inscrições.

Os autores vencedores serão anunciados em uma cerimônia marcada para 27 de outubro de 2025, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O evento terá transmissão ao vivo pelo YouTube da CBL. Na ocasião, Ana Maria Machado, escritora e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, será homenageada como Personalidade Literária da edição.

O lançamento dos livros infantis de Lázaro Ramos em Portugal, que ocorreu no último sábado, 4, já é sucesso entre os fãs. Durante uma conversa na Livraria da Travessa, em Lisboa, o ator, escritor e cineasta lotou o espaço e concedeu autógrafos na rua.

"A decisão foi fazer os autógrafos na rua, porque é tanta gente que não deu para fazer na livraria. Que coisa linda!", celebrou.

O público prestigiou a sessão, que foi recheada com diversas de suas obras, como Caixa Mágica e Sinto o Que Sinto.

Para ele, os livros representam a vivência da sua negritude: "Não tinham livros em que o protagonista parecia comigo [...] Durante muito tempo, achei que minha escrita não tinha valor, que o que eu pensava não importava, então eu escrevia e não mostrava para ninguém."

Tudo mudou em uma noite de insônia, quando ele decidiu escrever sua primeira obra destinada ao público infantil, a peça de teatro Paparutas, que marcou sua estreia no espetáculo infantil em 2016. Alguns anos depois, veio o primeiro livro, Edith e a Velha Sentada, em 2021.

Por fim, o autor agradeceu pela presença do público, em especial às crianças: "As crianças são meu motivo de ter começado a escrever, porque sempre convivi com crianças e acho maravilhoso conversar com vocês, acho a cabeça de vocês incrível. Vocês são criativas, e merecem ver livros que tenham a cara de vocês."

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

O influenciador e apresentador Gominho relatou nas redes sociais ter sido vítima de um golpe bancário que resultou no esvaziamento completo de suas contas. "Sei que estou sem dinheiro, mas não vou me desesperar. Tem sempre coisa pior", declarou.

O caso ocorreu na semana passada, e, segundo ele, os criminosos conseguiram realizar empréstimos e transferir valores para outras contas, mesmo com o uso de sistemas de segurança como senha e reconhecimento facial.

Em vídeos publicados no Instagram, Gominho contou que foi orientado por seu gerente a registrar um boletim de ocorrência. "Cheguei no Rio, fui na delegacia, fiz o B.O. e agora é esperar o banco resolver", disse. Ele também informou que há a possibilidade de recuperar parte do dinheiro desviado.

Detalhes do golpe

O influenciador explicou que os criminosos fizeram empréstimos em seu nome e transferiram o valor total disponível para contas de terceiros. "Mandaram para uma tal de Emily, Vitória, uma tal de Tarsiane. Pegaram da minha conta física e mandaram para a jurídica", relatou.

Intrigado com a forma como as fraudes foram realizadas, Gominho afirmou que um policial levantou a hipótese de que os golpistas possam ter usado fotos suas para enganar o sistema de reconhecimento facial. "Esses bancos criam um bando de proteção, mas as proteções não funcionam", criticou.

Reação e desabafo nas redes

Apesar do prejuízo, Gominho afirmou que tem tentado manter a calma. O apresentador disse que recebeu várias mensagens de seguidores relatando situações parecidas e explicou o motivo de sua serenidade.

"Perdi duas amigas em menos de meses. Perdi a Preta [Gil] e, depois de um mês, uma grande amiga de infância. Sei que estou sem dinheiro, mas não vou me desesperar. Tem sempre coisa pior. Perder um amigo é pior. O dinheiro a gente corre atrás", declarou.

O influenciador também contou que está enfrentando uma suspeita de conjuntivite, o que o levou a cancelar compromissos profissionais. "Desde ontem à tarde começou a irritação. Eu tô numa... Tô ótima", brincou.

Após o golpe, Gominho revelou que ficou sem celular e tem se comunicado apenas por meio do Apple Watch. "Estou conversando com as pessoas pelo relógio, uso como celular. Fico com fone e respondo por SMS. Estou muito anos 2000", ironizou.