Quem era a mulher que morreu após festival punk em SP

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Uma mulher de 43 anos morreu depois de se envolver em uma briga no último dia 3, em São Paulo, após um festival de bandas do gênero punk realizado na Lapa, na zona oeste da cidade. A vítima foi identificada como Helen Vitai, figura de destaque entre os adeptos do movimento punk da capital.

Câmeras de monitoramento flagraram o momento em que Helen é agredida por uma mulher de cabelo ruivo, na Rua Guaicurus. Enquanto elas brigam, é possível ver um casal impedindo outras pessoas de se aproximarem, evitando a separação das duas.

A luta dura cerca de oito minutos, mas Helen fica a maior parte do tempo sob o controle da mulher ruiva, que parece sufocar a vítima. Ninguém interveio para apartar as duas durante todo o período.

Depois da discussão, a mulher ruiva se levanta e sai pela calçada, ficando fora do alcance das câmeras. Helen continua deitada por alguns segundos e depois se levanta, aparentemente atordoada.

O caso aconteceu no mesmo dia do evento de música punk organizado pelo coletivo "200 anos de Punk", e realizado no Centro Cultural Tendal da Lapa. O início dos shows estava previsto para as 14h e, conforme o registro das câmeras, a briga aconteceu depois das 22h e do lado de fora do evento.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP), Helen foi socorrida e levada a uma Unidade de Pronto Atendimento, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O crime foi registrado como morte suspeita pelo 91.° Distrito Policial (Ceagesp), mas as investigações estão sendo conduzidas no 7.°DP (Lapa).

"A mãe da vítima compareceu à delegacia e relatou que recebeu uma ligação de uma Unidade de Pronto Atendimento informando que a filha havia dado entrada no local, após se sentir mal. A vítima chegou a receber atendimento médico, mas não resistiu. Foram requisitados exames ao IML e o caso registrado como morte suspeita no 91° DP (Ceasa)", informou a SSP.

As motivações da briga e a identificação dos suspeitos ainda são investigadas, de acordo com a SSP-SP. No entanto, os parentes da vítima relataram ao portal g1 que Helen já teria discutido com a suspeita nas redes sociais dias antes do confronto. Ninguém foi preso até a tarde desta segunda, 11.

Amigos e conhecidos da vítima têm se manifestado nas redes pedindo por justiça. "Helen tinha família, amigos, uma história, e nós estamos aqui para garantir que sua memória não seja esquecida e que os culpados respondam por esse crime", afirmou a página Tulipa Negra Direitos Humanos, no Instagram, que acompanha o caso.

Em nota, os organizadores do evento afirmaram que receberam a informação da morte de Helen na manhã da última segunda-feira, 4, um dia depois da briga. "Nos chegou a notícia que houve uma briga na rua, após o término do evento que acabou culminando com a morte da punk Helen Vitai, que era mãe e deixa uma filha pequena", disse o perfil oficial do festival nas redes sociais.

"O coletivo 200 anos de punk é um coletivo cultural, de punks para punks. Nós repudiamos e condenamos qualquer tipo de violência de punk contra punk. Sabemos que todos gostarem de todos é uma utopia, mas todos respeitarem a todos é um objetivo a ser ainda alcançado dentro do nosso movimento. O diálogo deveria ser sempre o caminho", acrescentou.

Helen era conhecida por seu ativismo pelo movimento punk e também pela causa animal. Uma de suas amigas publicou nas redes sociais que a vítima tinha o hábito de acolher gatos abandonados nas ruas e levá-los para casa.

Helen Vitai era mãe e deixa uma filha. Ela foi sepultada na última quarta-feira, 6, no cemitério Vila Formosa, na zona leste de São Paulo.

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A ex-namorada de Dado Dolabella Marcela Tomaszewski não seguirá com a denúncia e agressão contra o cantor, após sua amiga compartilhar imagens de machucados neste fim de semana. A informação foi confirmada ao Estadão pelo advogado, Diego Candido, nesta terça-feira, 28. Inicialmente, o profissional afirmou que seria encaminhada uma medida protetiva contra Dado, além de um processo judicial.

O comunicado explica que a decisão foi de foro íntimo, ou seja, por motivos pessoais: "Diego Candido informa que, após decisão de Marcela Tomaszewski em não prosseguir com a denúncia, mesmo cientificada de seus direitos, resolve sair do caso, por questões de foro íntimo."

"Marcela foi devidamente cientificada da decisão e manifestou concordância, alegando estar tudo bem e que pretende esquecer o assunto visando à preservação da imagem das partes envolvidas. O advogado Diego Candido repudia qualquer forma de violência, preconceito e discriminação e luta diuturnamente no combate a esses crimes buscando a punição dos responsáveis", completa a nota.

O que aconteceu entre Dado Dolabella e a namorada?

O cantor Dado Dolabella estaria envolvido em um novo caso de agressão contra mulher. A acusação foi feita por Rafaela Clemente, amiga pessoal de Marcela Tomaszewski, que mostrou machucados na miss depois de uma suposta briga do casal.

Rafaela também compartilhou, em postagens já apagadas, que Marcela teria tentado bloqueá-la por denunciar o caso. A publicação foi repostada por Luana Piovani, com quem Dado já teve um relacionamento, que acabou em medida protetiva após uma agressão dele.

A repercussão do caso foi contida após uma nota conjunta em que Dado e sua agora ex-namorada afirmam que o vídeo foi tirado de contexto".

O cantor, compositor e guitarrista canadense Bryan Adams anunciou que fará quatro apresentações pelo Brasil em março de 2026.

Após seis anos, o artista retorna ao País trazendo na bagagem grandes sucessos como (Everything I Do) I Do It For You, Heaven e Summer of '69, entre outros.

Com a etapa sul-americana da turnê Roll With Punches, ele passa por Rio de Janeiro (Qualistage em 6/3), São Paulo (Vibra São Paulo em 7/3), Curitiba (Live em 9/3) e Porto Alegre (Auditório Araújo Vianna em 11/3).

As vendas de ingressos começarão em 4 de novembro, às 10h, por meio do site da Eventim para as datas de São Paulo e Rio. Os preços vão de R$ 225 a R$ 1.000. Em breve serão divulgadas as informações de Curitiba e Porto Alegre.

A principal categoria do Prêmio Jabuti 2025, a de Livro do Ano, foi para O Ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim, livro do jornalista, biógrafo e imortal da Academia Brasileira de Letras Ruy Castro.

Como recompensa, o autor levou R$ 70 mil e uma viagem completa à Feira do Livro de Londres, em 2026. O anúncio foi feito em uma cerimônia de premiação na noite de segunda-feira, 27, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Publicado pela Companhia das Letras, o livro também levou a categoria Crônica. Conforme indica o título, a obra busca contar, em 99 crônicas, a complexidade da figura de Tom Jobim (1927-1994), um dos maiores compositores da história da música brasileira.

O livro nasceu da admiração de Castro pela bossa nova e pelo trabalho de Tom Jobim, responsável por grandes clássicos do gênero. Como disse o jornalista e crítico musical João Marcos Coelho em resenha do livro publicada no Estadão, basta ler "uma frase, um parágrafo, para comungarmos deste amor desmedido (mas muito, muito justificado) pelo autor de Águas de Março, Sinfonia da Alvorada e Matita Perê."

Os 99 textos são curtos, entre quatro e cinco parágrafos, mas constroem de forma sucinta um retrato completo de Tom Jobim. As crônicas apresentam lados menos conhecidos do compositor e apresentam bastidores, fatos inéditos e histórias que unem personagens importantes da música brasileiras nas década de 1950 e 1960.

A 67ª edição do Jabuti premiou livros publicados em 2024, ano em que a morte do compositor completou 30 anos. Além de Ruy Castro, nomes como Tony Bellotto e Daniela Arbex foram premiados. Veja a lista completa.

Leia trechos de 'O Ouvidor do Brasil'

"Tom não se queixava do Brasil. 'É o único país do mundo com nome de árvore. E não tem mais esta árvore'. Queixava-se do brasileiro 'que acorda todo dia para destruir o Brasil' (...) 'De que adianta eu sentir saudade do Brasil se ninguém mais sente?'"

"Tom tinha horror a avião (...) Ao compor o 'Samba do Avião', em meados de 1962, queria apenas celebrar uma chegada ao Rio por esse meio, voltando de São Paulo - ele que, na época, só fazia esse trajeto de trem."

"Quando Vinicius de Moraes morreu em 1980 e deram o nome dele à tradicional rua Montenegro, Tom foi contra. Disse: 'Os carros agora passam por cima do Vinicius e os cachorros mijam nele'."

"Pelo fato de os cantores e compositores da bossa-nova gravarem-se uns aos outros, suas canções se espalharam e se eternizaram na memória das pessoas. E faziam isso porque os talentos eram mútuos e as admirações mútuas. A música não era um espelho, mas um caleidoscópio."

"Não parecia se interessar por música, só falava de palavras (...) Sabia nomear cada planta, bicho, acidente geográfico, tipo de vento e de estrela no céu. Certa vez, num avião, descobriu que a aeronave estava voltando porque as estrelas não estavam onde deveriam estar."

O Ouvidor do Brasil: 99 Vezes Tom Jobim

Autor: Ruy Castro

Editora: Companhia das Letras (232 págs.; R$ 79,90 / E-book: R$39,90)