Começam as vendas no Brasil da 1ª injeção preventiva de longa duração contra HIV

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Nesta segunda-feira, 25, o cabotegravir, medicamento injetável de longa duração contra o HIV, começou a ser vendido na rede privada do Brasil. Comercializado com o nome de Apretude, ele é administrado a cada dois meses e pode ser uma alternativa mais prática e com eficácia superior à profilaxia pré-exposição (PrEP) oral, que exige o uso diário de comprimidos.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de mil novos casos de HIV foram registrados em 2023 e, nos próximos dez anos, o Brasil pode registrar pelo menos 600 mil novos casos da infecção, mesmo com a disponibilidade da PrEP oral.

No entanto, um estudo publicado no periódico científico Value in Health, em dezembro de 2024, aponta que o novo fármaco poderia evitar cerca de 385 mil casos, o que geraria uma economia estimada em R$ 14 bilhões em custos de tratamento.

Indicações

O fármaco injetável é indicado para adultos e adolescentes a partir de 12 anos, com peso mínimo de 35 kg, que estejam em risco de contrair o HIV sexualmente e apresentem teste de HIV negativo antes do início do tratamento.

A medicação é administrada por um profissional de saúde por meio de uma injeção intramuscular única de 600 mg (3 mL) nas nádegas a cada dois meses, após duas injeções de iniciação administradas com intervalo de um mês.

O cabotegravir é um inibidor da integrase do HIV (INSTI). Medicamentos dessa classe bloqueiam a replicação do vírus ao impedir que o DNA viral se integre ao material genético das células imunológicas humanas. Essa etapa é crucial no ciclo de replicação do HIV e determina o estabelecimento de infecções crônicas.

Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), acredita que a chegada do medicamento significa uma revolução na prevenção do HIV.

Segundo ele, o fato de a aplicação ser a cada dois meses ajuda a aumentar a adesão à profilaxia. "Na África, por exemplo, muitas mulheres não conseguem fazer a PrEP oral porque os cônjuges têm preconceitos e jogam os medicamentos fora. Então, o uso de cabotegravir se traduz em maior efetividade, especialmente em populações com dificuldade em manter o uso contínuo da medicação oral", destaca.

Ainda de acordo com ele, o fármaco injetável "representa uma revolução estratégica na prevenção contra o HIV porque tem três predicados: é mais eficaz, mais cômodo e aumenta a cobertura de prevenção. A PrEP oral é uma opção válida, mas o cabotegravir é mais uma alternativa."

Um estudo realizado no Brasil com participantes entre 18 e 29 anos demonstrou alta eficácia e preferência pela PrEP injetável. Entre os participantes, 83% optaram por essa modalidade. Em outro estudo, com participantes de 15 a 19 anos, os principais motivos para escolher a PrEP injetável foram não precisar tomar comprimidos diariamente nem carregar medicamentos. Entre aqueles que inicialmente optaram pela PrEP oral, 14% migraram para a PrEP injetável.

Além dessas pesquisas, dois ensaios clínicos avaliaram a segurança e eficácia do cabotegravir de longa ação para PrEP em homens HIV-negativos que fazem sexo com homens, mulheres transgênero e mulheres cisgênero com maior risco de infecção pelo HIV sexual.

Com mais de 7.700 participantes de 13 países, ambos os estudos (duplo-cegos e randomizados) foram interrompidos precocemente por um Conselho Independente de Monitoramento de Dados e Segurança (DSMB) porque o cabotegravir de longa ação se mostrou superior aos comprimidos diários na prevenção da infecção pelo HIV.

Segundo o infectologista Rodrigo Zilli, diretor médico da GSK/ViiV Healthcare, que produz o medicamento, o cabotegravir é um marco pioneiro no Brasil. "Além do mercado privado, estamos focados em disponibilizar o medicamento no SUS, pois entendemos que essa inovação representa um avanço importante com potencial para ampliar o acesso às estratégias de prevenção ao HIV, as quais podem contribuir para a redução de casos e para a meta da UNAIDS de acabar com a epidemia de HIV/AIDS até 2030", salienta, em comunicado à imprensa.

A dose do medicamento custa cerca de R$ 4 mil, mas o valor pode variar de acordo com o canal de compra, a região e os serviços de aplicação. O fármaco é distribuído pela Oncoprod e pode ser encontrado em clínicas e farmácias. Além disso, há a opção de entrega direta para pessoas físicas, permitindo que os usuários recebam o fármaco em casa.

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Gilberto Gil recebeu Roberto Carlos no palco de seu show realizado neste sábado, 18, no Allianz Parque, em São Paulo. Eles repetiram a parceria do ano passado, no mesmo local, durante a gravação do especial de Roberto para a Globo, cantando A Paz. Todo de branco, o astro de jovem guarda ainda apresentou Além do Horizonte.

"Querido Roberto, você veio, hein!", exclamou Gil. "Rapaz, eu não podia faltar, não é? [Risos] Não podia deixar de vir. Obrigado, Gil, por esse convite maravilhoso. Estar aqui com você, nesse momento incrível. Para mim é um privilégio", respondeu o colega.

Roberto Carlos ainda destacou a "plateia maravilhosa" e a "banda incrível" de Gil. Fato raro em sua carreira, ele cantou sem a sua banda e sem o maestro Eduardo Lages, que costuma acompanhá-lo.

Homenagem a Preta Gil

Em determinado momento do show, Gilberto também relembrou sua filha, Preta Gil, que morreu no último mês de julho.

"Saudosa Pretinha... ", disse, diante de um público que passou a ter gritos de "Preta! Preta! Preta!". "Bravo!", reagiu Gil. Em seguida, fez uma reflexão sobre a morte: "Essa é uma questão que não foi resolvida ainda pela humanidade".

"Apesar de as religiões, quase todas elas, adotarem a proposta de que [a vida] continua lá, por cima... Outros dizem até que, para o caso daqueles que não se comportaram muito bem na Terra, continua... por baixo! [Risos]." "Mas enfim. Pretinha, onde quer que esteja ou não esteja, quem já esteve conosco, estará sempre conosco!".

Samantha Eggar, atriz indicada ao Oscar e vencedora de prêmios em Cannes e no Globo de Ouro, morreu na última quarta-feira, 15, aos 86 anos de idade.

A informação foi divulgada por Jenna Stern, filha da atriz, no Instagram, ontem, 17. A causa da morte não foi divulgada, mas "ela se foi de forma pacífica e silenciosa, cercada por sua família". "Eu estava lá, perto dela, segurando sua mão e dizendo o quanto era amada. Foi bonito. Foi um privilégio", escreveu Jenna.

Samantha Eggar começou sua carreira cinematográfica no começo da década de 1960, atingindo seu grande destaque poucos anos depois, com O Colecionador (1965). Outro de seus destaques foi em Os Filhos do Medo (1979), de David Cronenberg.

Permaneceu na ativa até o fim dos anos 1990. Chegou a dublar Hera, a mãe do personagem Hércules no longa de animação de mesmo nome da Disney, em sua versão original em inglês.

A modelo brasileira Kaliana Diniz venceu a etapa de "trajes típicos" do concurso Miss Grand International, que teve seus resultados divulgados neste sábado, 18. Sua roupa fez uma homenagem ao piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna, que morreu em 1994.

Sobre a escolha, explicou: "Ayrton Senna foi um símbolo de coragem, fé e paixão. Escolhi homenageá-lo porque admiro profundamente sua trajetória. Ao vestir esse traje típico, sinto sua luz, força e energia. Senna representou o que realmente significa ser brasileiro".

Apesar de ter vencido a etapa de trajes típicos, Kaliana Diniz não venceu o concurso, que coroou Emma Mary Tiglao, candidata das Filipinas. A brasileira ficou entre as 20 melhores colocadas, mas não conseguiu chegar ao Top 10.

O desfile de trajes típicos já tinha ocorrido há alguns dias, mas o resultado foi revelado somente neste sábado. Além de Kaliana, as representantes de Tailândia e Índia também foram consideradas vencedoras pela organização.