Professores da FEA fazem carta contra greve na USP

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Mais de 130 professores da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram nesta segunda-feira, 9, uma carta em que pedem a retomada das aulas e o fim da greve de alunos. A unidade está sem atividades desde o dia 29, com piquetes nas portas das salas.

Segundo o texto, a "paralisação e indefinição em relação à retomada traz prejuízos não só ao calendário acadêmico atual, mas também às atividades de pesquisa e manutenção da excelência acadêmica desta faculdade, pela qual a FEAUSP é reconhecida internacionalmente".

Entre as assinaturas estão o ex-reitor da USP Jacques Marcovitch; a ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Elizabeth Farina; o ex-secretário adjunto de Planejamento de São Paulo Carlos Antônio Luque.

Estudantes da USP estão em greve desde o dia 20 e a adesão à paralisação foi sendo aprovada nas unidades ao longo dos dias. Na semana passada, em reunião de negociação com os grevistas, a USP anunciou que vai liberar mais 148 novas vagas para contratação de professores, adicionais às 879 que já tinham sido aprovadas para diferentes unidades. A principal reivindicação da greve era o déficit de professores na instituição, que perdeu 800 docentes em uma década.

Nesta segunda-feira, 9, está prevista uma assembleia geral dos estudantes da USP para avaliar a continuidade do movimento.

A carta da FEA tem 139 assinaturas, entre professores ativos e seniores da faculdade. Dos 141 na ativa hoje, 80% subscrevem o documento. O texto diz ainda que a paralisação "impõe custos altíssimos a todos" professores, alunos e funcionários.

A diretora da FEA, Maria Dolores Montoya Diaz, que também assina o documento, diz que entende as reivindicações dos alunos e continua aberta ao diálogo, mas que "é preciso voltar a normalidade" até para que sejam discutidas as pautas propostas pelos alunos.

As aulas online não estão acontecendo na unidade e não há também, segundo ela, previsão de reposição das aulas perdidas. "Os professores não paralisaram, cada docente vai avaliar como proceder (sobre as aulas e faltas dadas para os alunos)", diz.

Nos últimos dias, professores da FEA que se mostraram contrários à greve sofreram agressões em redes sociais. "Há uma questão de fundo que é a forma do movimento, como vão se manifestando e acabam exacerbando ânimos", diz Dolores. Procurado, o centro acadêmico da FEA não respondeu à reportagem.

Além do déficit de professores, estudantes da FEA pedem que sejam atendidos pontos específicos como mudanças no espaço físico e em regras de matrícula, diversidade na banca de contratações e obrigatoriedade de provas substitutivas.

"É importante ressaltar que, enquanto professores e membros diretamente afetados, nos preocupamos com o déficit do quadro de professores que, em maior ou menor grau, afeta grande parte dos departamentos desta universidade. Além disso, reconhecemos as dificuldades de permanência que afetam muitos dos nossos alunos e a importância de um olhar crítico para essa situação", diz a carta, ressaltando que, no entanto, a paralisação não seria a solução.

Desde 2014, ano considerado como base para análise da reitoria da USP, a FEA teve uma redução de 36 docentes. Mas no ano passado foram contratados 10 novos professores e outras 11 vagas estão com os processos em andamento, segundo a diretora. Mais 20 vagas estão autorizadas para os próximos dois anos.

Na quinta-feira, 5, a direção da Faculdade de Direito do Largo São Francisco divulgou carta dizendo que não havia mais possibilidade de negociação com os estudantes grevistas e que as aulas voltariam em formato online. A paralisação de alunos na unidade começou há duas semanas e teve seu pico de tensão nos últimos dias, com professores sendo impedidos de entrar em alguns prédios da instituição por causa de barricadas nos portões e estudantes contrários ao movimento, atacados.

"A 'greve' não é dos professores. As aulas não serão repostas. Haverá perda do semestre para aqueles que não voltarem às atividades. Provavelmente, isso poderá causar prejuízos a todos e, mais imediatamente, àqueles que deveriam colar grau no final do ano", disse o diretor da São Francisco, Celso Fernandes Campilongo. "As aulas prosseguirão de modo virtual (online), para os professores que assim desejarem fazer", completou.

Coreano

A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) informou que prorrogou a parceria com o Consulado da Coreia do Sul para garantir a habilitação em Coreano. A disciplina era uma das que enfrentava falta de professores e que motivou o início da greve na unidade.

O acordo prevê um professor em 2024 e um em 2025. A FFLCH pretende ainda contratar outro docente no período, além dos mantidos pela parceria.

O acordo se deu em visita do cônsul-geral da República da Coreia do Sul, Insang Hwang, na sexta-feira, 6, à unidade, que se reuniu com o diretor Paulo Martins. Segundo a assessoria da FLLCH, no encontro "foram apresentados as dificuldades que o curso de coreano e a Faculdade passam atualmente, com a falta de professores, e a grande importância da relação entre os países".

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A Justiça do Rio de Janeiro negou um pedido de habeas corpus do cantor Eduardo Costa, condenado em processo movido por Fernanda Lima por crime de difamação. A informação foi confirmada pelo Estadão.

Na decisão, o desembargador Luiz Márcio Victor Alves Pereira, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, concluiu pelo não seguimento do habeas corpus. A defesa do cantor recorreu, mas o desembargador manteve a decisão, em movimentação publicada nesta terça-feira, 11.

Eduardo Costa foi condenado pelo TJ-RJ a prestar serviços comunitários no Rio de Janeiro, durante oito meses, por sete horas semanais, e a realizar o pagamento de 26 dias-multa, no valor unitário de 1 salário mínimo [R$ 1.518,00]. Ele foi condenado por proferir ofensas contra Fernanda Lima em 2018. Na época, o cantor fez ataques após comentários dela durante o programa Amor & Sexo, da Globo.

Na ocasião, Fernanda foi chamada de "imbecil" (entre outras ofensas) por Eduardo Costa, que também afirmou, por meio de seu perfil no Instagram: "a mamata vai acabar, a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco e o lado mais fraco hoje é o que ela está".

Posteriormente, o cantor voltou atrás e pediu desculpas. No dia 30 de novembro do mesmo ano, Costa foi entrevistado pelo Conversa com Bial e se desculpou por meio de um vídeo.

Defesa do cantor pediu mudança da pena

Consta no documento do HC que a defesa de Eduardo Costa pediu a transferência do cumprimento da pena, já que ele reside em Minas Gerais e os serviços devem ser prestados no Rio. O argumento de que a sentença poderia interferir na sua agenda de compromissos profissionais não foi aceito.

"Ao contrário, observo que os argumentos do MP, bem como os deitados na decisão mencionada, apontam para a possibilidade do cumprimento da pena sem que haja demasiada interferência na agenda do réu, tendo em vista a possibilidade de negociação do horário cabível para prestação dos serviços comunitários. No mesmo sentido, a alegação da defesa de que o réu precisa dar shows e costuma se deslocar pelo país aponta exatamente a ausência de óbice para o cumprimento no Rio de Janeiro, uma vez que o réu já possui rotina de deslocamentos entre estados, detendo a logística de alta capacidade que shows no Brasil inteiro requere."

Na sentença, o desembargador reforça que uma equipe vai garantir que o cumprimento dos serviços comunitários não afete a agenda de shows do artista. A justificativa para a não transferência é que ele não foi localizado em dois endereços fornecidos pelos advogados, em Minas Gerais e em São Paulo.

"Além disso, conforme anotado pelo 4º Juizado Especial Criminal, na tramitação do feito foram expedidas inúmeras intimações e cartas precatórias para endereços do apenado, indicados pelos advogados, no Estado de São Paulo e em Belo Horizonte. Porém, o paciente não foi localizado em qualquer um deles, razão pela qual, em análise perfunctória, se justifica a manutenção da execução da pena restritiva de direitos no Rio de Janeiro. A magistrada a quo salientou, inclusive, que a equipe da Central de Penas e Medidas Alternativas cuidará para que a prestação de serviços comunitários não prejudique as atividades profissionais do apenado."

Entenda o caso

Eduardo Costa foi processado por Fernanda Lima em 2018, por crime de difamação, após proferir ofensas contra ela por declarações no programa Amor & Sexo.

Em 2023, o Ministério Público condenou Costa a indenizar a apresentadora em R$ 70 mil e a prestar serviços comunitários. Ele recorreu da sentença, mas não conseguiu liberação. Após ele não se manifestar na ação, o MP pediu que a pena fosse substituída de restritiva de direitos para privativa de liberdade, mas a Justiça do Rio negou.

Após uma nova internação da cantora Preta Gil neste último sábado, 8, o músico Francisco Gil refletiu sobre o tratamento contra o câncer realizado por sua mãe e elogiou a força de vontade exibida por Preta ao longo dos últimos anos.

Desde 2023, a cantora lida com um câncer agressivo e já foi internada e submetida a cirurgias em diferentes ocasiões.

"São vivências que são naturais da vida, então, vamos aprendendo com isso. Na verdade, a gente está sendo forçado a lidar com as questões que a vida nos impõe como a morte, a vida, a saúde, a doença...", afirmou o músico em entrevista ao site Gshow.

Ao ser questionado sobre o seu maior desejo, Francisco se emocionou. Ele revelou que seu maior sonho era ver sua mãe livre do câncer.

"Não tem nada mais importante que a saúde dela. O processo de ver minha mãe bem é uma fonte de vida. Ela nos inspira porque passa por isso tudo ensinando e mostrando que a vida é isso. Ela recebe muito amor e da maneira mais bonita possível: em vida; tem uma força, uma vontade de estar viva e de lutar que impressiona."

"Isso potencializa o que vejo de mais importante na vida que é o amor. Isso me colocou num lugar, numa dimensão do amar muito maior!", refletiu. Para o filho de Preta Gil, apesar das dificuldades enfrentadas pela mãe, ela vem lhe ensinando a lidar com os desafios da vida de forma mais saudável.

"Por mais que a gente possa sofrer, temos que aprender e transformar isso em positividade. No meio desse caos, minha mãe tem vivido momentos incríveis e isso é o que mais inspira. A forma como ela tem encarado tudo é um motor. Mas é um processo profundo", revelou.

Como está Preta Gil?

A cantora Preta Gil foi internada com infecção urinária em um hospital particular de Salvador no último sábado, 8. Conforme comunicado emitido pelo hospital, o quadro de saúde de Preta permanece estável.

Na noite desta segunda-feira, 10, a artista publicou uma mensagem em uma rede social para acalmar os fãs. "Amores, fiquem tranquilos! Estou sendo bem cuidada e em breve estarei em casa. Amo vocês", disse.

Disney+, Globoplay, Max, Netflix e Prime Video anunciaram sua reunião numa associação institucional batizada de Strima. Segundo comunicado, a entidade busca "promover o diálogo institucional, aberto e construtivo, junto aos diversos atores do audiovisual e do Poder Público brasileiro".

Luizio Felipe Rocha foi nomeado diretor executivo da Strima.

O advogado tem quase dez anos de experiência em relações governamentais e public affairs.

A entidade mencionou o "cenário de crescente oferta e consumo de séries, filmes, documentários e programas por meio da internet" que impulsiona o audiovisual.

Com base nisso, querem promover a discussão de políticas e iniciativas que contribuam para o desenvolvimento do setor e melhorem a experiência do consumidor brasileiro, segundo nota.

O cenário atual do setor envolve essas necessidades, mas também tem desafios complexos.

Entre os principais estão a falta de incentivo à produção independente brasileira, a ausência regulatória sobre tecnologias de transmissão sob demanda (o que inclui a recente modalidade com anúncios), e pirataria de conteúdo.

O Estadão questionou a Strima a respeito de seu posicionamento sobre estes temas e aguarda resposta.