Lewandowski defende decisão do STF sobre porte de maconha

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, comentou nesta quarta-feira, 26, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Segundo Lewandowski, havia uma diferenciação "injusta" entre usuários e traficantes, e o STF precisava enfrentar o problema.

Lewandowski disse ainda que a medida poderá aliviar a superlotação das prisões brasileiras. O governo federal lançou nesta quarta-feira iniciativas de prevenção e combate ao uso de drogas. Após o evento no ministério, Lewandowski falou sobre a decisão do STF.

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu na terça-feira, 25, que o porte de maconha para consumo próprio não é crime.

- Votaram a favor da descriminalização os ministros Gilmar Mendes, Rosa Weber (aposentada), Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Já Cristiano Zanin, Kassio Nunes Marques e André Mendonça foram contra a descriminalização.

- Houve dificuldade de interpretação em relação ao voto do ministro Luiz Fux, que defendeu que a Lei de Drogas atual é constitucional, porque não pune o porte com prisão. Mas afirmou que não considera o porte de maconha crime.

"O Judiciário como um todo e o Supremo Tribunal Federal percebeu que quando se trata de alguém de cor negra, da periferia, ele é preso em flagrante com drogas e é considerado um traficante; e quando se trata da prisão de alguém de cor branca, que mora em um bairro de classe média ou alta, é considerado um usuário", disse o ministro.

Para ele, ao julgar o tema, o STF exerce seu papel constitucional. O ministro também elogiou o Congresso Nacional por iniciar discussão sobre o tema, o que considerou "extremamente positivo".

"É papel dos parlamentares, dos representantes do povo brasileiro, decidir de forma geral, abrangente, por meio ou de uma alteração constitucional ou de uma alteração legal, esse tema importante para o País", afirmou.

O ministro disse ainda que o STF já considerou a situação dos presídios brasileiros inconstitucional e que a decisão poderá impactar na superlotação do sistema prisional do país.

Logo que assumiu o ministro Ricardo Lewandowski enfrentou uma crise após fuga de dois detentos do Presídio Federal de Mossoró. A fuga, inédita em uma prisão de segurança máxima, levou desgaste ao governo federal. A recaptura de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento demorou 50 dias.

"Essa distinção que o STF está fazendo entre o usuário e o traficante poderá contribuir para que aqueles que são meros usuários não sejam presos e tenham um tratamento distinto, diferenciado. Isso com certeza servirá para aliviar a superlotação das prisões brasileiras", opinou Lewandowski.

Ministério lança iniciativas sobre drogas

Nesta quarta-feira, a pasta lançou três iniciativas relacionadas à política de drogas: o "CRIA: Prevenção e Cidadania"; o Centro de Estudos sobre Drogas e Desenvolvimento Social Comunitário; e o Subsistema de Alerta Rápido para Novas Drogas (SAR).

- O projeto CRIA prevê a formação de professores e gestores das escolas brasileiras para atuarem na prevenção às drogas.

- A pasta pretende investir R$ 24 milhões na capacitação dos profissionais de educação.

- Somente no município de São Paulo, uma das cidades que já aderiu ao projeto, serão 500 escolas municipais atendidas. No estado do Ceará, todos os municípios participarão do programa.

A ideia do Ministério é chegar a todos os 163 municípios considerados prioritários pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que concentram 50% das mortes violentas no País.

"Nós, em parceria com a Fiocruz, revisamos e produzimos todos materiais e levamos aos municípios os materiais de formação. Também formamos nos municípios professores e gestores locais para que com o tempo essas mesmas pessoas possam formar outras pessoas e que o programa tenha sustentabilidade", explicou a secretária Nacional Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), Marta Machado.

- Já o SAR funcionará como um sistema de detecção de novas drogas e emissão de alertas de risco para saúde pública.

- O sistema é composto pela Polícia Federal, pelas Perícias das Polícias Estaduais, pela Anvisa, pela Receita Federal, pelo Ministério da Saúde, pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica, por pesquisadores e por organizações da sociedade civil que lidam com usuários de drogas.

O SAR já estava em operação desde 2021, mas de maneira experimental. Agora, a iniciativa foi institucionalizada. No período em que operou, o sistema emitiu boletins com informações a respeito de componentes químicos das drogas identificadas, seus riscos e a forma proteger a população.

Por fim, a pasta lançou também o Centro de Estudos sobre Drogas e Desenvolvimento Social Comunitário (Cdesc), cujo objetivo é produzir dados e evidências para embasar as políticas públicas do governo em relação ao tema.

O centro funcionará em parceria com a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre drogas.

Durante discurso de lançamento das iniciativas, Lewandowski, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem tratado o tema considerando aspectos diversos e não apenas sob o viés de segurança pública.

Segundo ele, o governo aborda o tema também a partir da saúde pública, dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável. A prática, de acordo com o ministro, difere do que vinha sendo feito até então.

"Todos sabemos que o debate em torno das drogas lícitas e ilícitas deixou de ser feito, há muito tempo, no âmbito de políticas públicas", disse o ministro.

PEC da Segurança Pública

Nesta semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública entregou ao presidente Lula a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que altera o regramento da segurança pública no país. Como o Estadão mostrou, o texto pretende fortalecer e ampliar o escopo de atuação da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Penal Federal.

Lewandowski afirmou que a proposta vai deixar claro a atribuição da Polícia Federal em atuar contra o crime organizado e as milícias privadas. Além disso, o ministro explicou que a PEC vai delimitar melhor a atuação da PF no combate a crimes ambientais.

"São áreas em que a polícia já atua, mas muitas vezes existem zonas cinzentas e é preciso deixar muito claro que a atuação da polícia federal abrange também essas áreas", disse.

A criação da PEC é uma tentativa do governo de responder às críticas feitas à área da segurança pública no país. A visão é de que, atualmente, há poucos instrumentos que possibilitem uma ação mais efetiva por parte da União e, por isso, é preciso alterar a Constituição. Hoje, boa parte das atribuições na área está sob responsabilidade dos Estados.

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Marcelo Rubens Paiva, autor de Ainda Estou Aqui, irá lançar um novo livro, chamado o novo agora. A obra será publicada pela editora Alfaguara, selo da Companhia das Letras, em 22 de abril, e já está em pré-venda.

O novo livro aborda os anos mais recentes da vida de Marcelo, falando sobre o nascimento de seus filhos, crise em seu casamento, a pandemia e alguns de seus projetos profissionais.

Esse será o terceiro volume da saga autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva. O primeiro livro é Feliz Ano Velho, lançado em 1982, em que o autor relata como se tornou tetraplégico ainda jovem. Em 2015, ele publicou Ainda Estou Aqui, que conta a história de sua mãe, Eunice Paiva, e como ela lidou com o desaparecimento de Rubens Paiva, seu marido, durante a ditadura militar.

A sinopse de O novo agora revela que o livro começa em 2014, quando ele se tornou pai pela primeira vez e sua vida mudou rapidamente. Com escrita alternando entre o presente e o passado, ele tenta resgatar lições e registros deixados por seus pais para educar seus filhos.

Após alguns anos, ele se sente boicotado pelo governo de direita no Brasil e tem que lidar com seus projetos sendo cancelados. Em 2020, o escritor se encontra em isolamento social, com duas crianças para cuidar e uma família em crise para administrar.

Leia a sinopse

Escritor, pai depois dos cinquenta anos, cadeirante e considerado inimigo pelo governo vigente: assim Marcelo Rubens Paiva se descreve, neste livro franco e emocional, sequência autobiográfica de Feliz Ano Velho e Ainda Estou Aqui -- cujo filme, dirigido por Walter Salles e com Fernanda Torres no papel principal, foi vencedor do prêmio de melhor roteiro do Festival de Veneza e candidato ao Oscar de melhor filme.

Nas obras anteriores, ele fala sobre o acidente que o deixou numa cadeira de rodas aos vinte anos, o desaparecimento do pai, Rubens, durante a ditadura militar, e a luta da mãe, Eunice, para cuidar sozinha dos cinco filhos, se tornar uma defensora dos direitos indígenas e, por fim, enfrentar o Alzheimer. Desta vez, em O novo agora, é o próprio Marcelo quem está no papel de pai.

Às vezes bem-humorado, em outras melancólico, Marcelo mergulha nas agruras da paternidade, ao mesmo tempo em que recorda períodos especialmente duros do país: primeiro, a guinada política que atinge em cheio sua família e artistas. Depois, a pandemia. E, em meio a isso, a lenta fragmentação do casamento.

A escrita avança e recua no tempo, retoma memórias de infância e relatos de seus pais e, aos poucos, constrói um retrato complexo de uma família atravessada por crises em diferentes níveis, incerta quanto ao futuro, mas que, aos poucos, aprende a sobreviver. E a sair do outro lado refeita.

Ficha técnica

Título: o novo agora

Autor: Marcelo Rubens Paiva

Editora: Alfaguara

Número de páginas: 272

Preço: R$ 79,90 (livro físico) - R$ 39,90 (e-book)

Data de lançamento: 22 de abril

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Mari Palma usou suas redes sociais nesta quarta-feira, 5, para expor um episódio desconfortável que passou enquanto estava em um hotel no Rio de Janeiro.

A jornalista explicou que estava relaxando na piscina do local quando um homem a reconheceu e a abordou, fazendo um comentário sobre sua aparência.

"Do nada, chegou um cara perto de mim e perguntou: 'Você é a Mari?'. E respondi como sempre faço, com um sorriso, esperando que ele fosse falar algo sobre meu trabalho. Aí falei: 'Sim, sou eu'. Ele olhou para mim na piscina, sentada de biquíni e disse: 'Nossa, na televisão você parece muito mais magrinha'. E saiu", explicou.

A comunicadora relatou ter ficado sem reação após o comentário do homem, julgando a atitude como "inesperada e absurda".

"Custei a acreditar que aquele era o único comentário dele. Ele não falou em nenhum momento sobre o meu trabalho, apenas sobre o meu corpo. O meu trabalho é público, o meu corpo não."

Mari afirmou que mulheres não podem aceitar isso e finalizou seu discurso pedindo para que pessoas parem de comentar sobre a aparência dos outros sem serem solicitadas.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Deborah Secco falou sobre sua relação com Hugo Moura após um ano do divórcio. Os dois foram casados por nove anos, de 2015 a 2024, e são pais de Maria Flor, de nove anos.

Em entrevista à Quem, a atriz revelou que mantém uma boa relação com o diretor de cinema, que se mantém afastado dos holofotes.

"O Hugo é uma pessoa que cada vez mais escolhe viver de forma discreta, então eu tenho respeitado muito isso. Mas ele é um grande pai, eu acho que é o melhor pai que ela [Maria Flor] poderia ter. É muito incrível ver a relação dos dois e a cumplicidade dos dois", disse.

Ela também afirmou que pai e filha sempre estarão juntos e manterão contato por conta do laço familiar.

"Ela é a coisa mais importante da minha vida e tenho certeza que é a coisa mais importante da vida dele também [...] Só prefiro não falar muito, porque sei que ele está querendo ficar cada vez mais discreto", finalizou.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais