Trump serve clientes no McDonald's: 'não deixe os EUA se tornarem o Brasil', diz brasileira

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O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato à presidência, Donald Trump, comandou uma estação de batatas fritas em uma loja do McDonald's na Pensilvânia e serviu clientes pela janela de atendimento do drive-thru, neste domingo, 20. Durante o ato, parte de sua campanha eleitoral, ele atendeu uma cliente brasileira, que demonstrou apoio e pediu que o republicano "não deixe os EUA se tornarem o Brasil".

 

O vídeo foi divulgado por uma integrante da campanha de Trump nas redes sociais. Por favor, não deixe os EUA se tornarem o Brasil, meu país natal. Por favor, por favor". "Nós vamos torná-lo (os EUA) melhor do que nunca, ok?", responde Trump. A brasileira agradece, mostra-se feliz e diz que foi um enorme prazer conhecê-lo. A brasileira não diz, no vídeo, se mora ou vota no país.

 

A visita ao McDonald's acontece enquanto Trump busca zombar da sua adversária, a vice-presidente dos EUA e candidata democrata à presidência, Kamala Harris. Ela afirmou durante a campanha que trabalhou na rede de fast-food enquanto estava na faculdade. Trump alega que Kamala mente sobre o fato, embora nunca tenha apresentado evidências para desmenti-la.

A Pensilvânia é um dos seis Estados considerados cruciais para o resultado da eleição americana neste ano.

 

Uma grande multidão se alinhou na rua do lado de fora do restaurante em Feasterville-Trevose, que faz parte do Condado de Bucks, uma importante área de eleitores indecisos ao norte da Filadélfia. O restaurante em si estava fechado ao público para a visita de Trump. O ex-presidente mais tarde compareceu a uma reunião noturna em Lancaster e ao jogo em casa do Pittsburgh Steelers contra o New York Jets.

 

Depois de servir sacolas de comida para viagem para as pessoas na pista do drive-thru, Trump se inclinou para fora da janela, ainda usando o avental, para responder a perguntas da mídia do lado de fora. O ex-presidente, que constantemente promoveu falsidades sobre sua derrota eleitoral de 2020, disse que respeitaria os resultados da votação do mês que vem "se for uma eleição justa".

 

Ele brincou sobre dar sorvete a uma repórter e quando outra perguntou qual mensagem ele tinha para Harris em seu aniversário de 60 anos no domingo, Trump disse: "Eu diria, 'Feliz aniversário, Kamala'", acrescentando: "Acho que vou dar algumas flores para ela".

 

Trump não respondeu diretamente a uma pergunta de jornalistas sobre se ele apoiaria o aumento do salário mínimo após ver os funcionários do McDonald's em ação, mas disse: "Essas pessoas trabalham duro. Elas são ótimas."

Trump tem se fixado nas últimas semanas no emprego de verão que Harris disse que teve na faculdade, trabalhando na caixa registradora e fazendo batatas fritas no McDonald's enquanto estava na faculdade. Trump diz que o vice-presidente "mentiu sobre trabalhar" lá, mas não ofereceu evidências para alegar isso.

 

Representantes do McDonald's não responderam a uma mensagem sobre se a empresa tinha registros de emprego para um de seus restaurantes há 40 anos. Mas o porta-voz de Harris, Joseph Costello, disse que a visita do ex-presidente ao McDonald's "mostrou exatamente o que veríamos em um segundo mandato de Trump: explorar os trabalhadores para seu próprio ganho pessoal".

 

"Trump não entende o que é trabalhar para viver, não importa quantas sessões de fotos encenadas ele faça, e todo o seu plano para o segundo mandato é dar a si mesmo, seus amigos ricos e corporações gigantes outro grande corte de impostos", disse Costello em um comunicado. (Com agências internacionais).

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A vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou nesta terça-feira, 29, durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo, que "mulher branca, bonita e rica incomoda". A declaração foi dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e gerou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante sua fala, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL), que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês".

Ela completou dizendo que representa uma parcela da população que a elegeu e criticou os grevistas. "Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve."

A vereadora Luana Alves, que é negra, classificou a fala como racista e pediu a suspensão da sessão. Segundo ela, Cris Monteiro teria direcionado suas palavras diretamente a ela enquanto discursava.

O áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso".

O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), disse que a Casa "não permite racista" e mencionou o caso do ex-vereador Camilo Cristófaro (Avante), cassado em 2023 por fala racista. No entanto, após rever o vídeo da declaração de Cris, avaliou que não houve racismo.

"Nós vimos e revimos várias vezes o vídeo. Na nossa opinião, não houve racismo", afirmou o presidente da Câmara. Segundo ele, a Corregedoria da Câmara acompanhará o caso. "Esse fato será analisado com sangue tranquilo, temperatura normal, pressão também".

A vereadora do PSOL, no entanto, reforçou a acusação. Para ela e outros vereadores, se tratou de um ato de racismo evidente.

"A vereadora Cris irá responder na Corregedoria. Fico muito triste que uma cassação não tenha sido suficiente para aprenderem que não se pode desrespeitar a população negra nessa Câmara", disse. Ela espera que o desfecho seja semelhante ao do caso Cristófaro.

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo a vereadora Cris Monteiro. Em 2021, ela se envolveu em um episódio de agressão com a então vereadora Janaína Lima, à época também filiada ao Novo. Na ocasião, Cris afirmou esperar que Janaína fosse cassada.

Um relatório da Corregedoria da Câmara Municipal recomendou a suspensão das funções legislativas de ambas - Janaína e Cris - após a briga ocorrida no banheiro ao lado do Plenário, durante a votação da reforma da Previdência. No entanto, a ação disciplinar não avançou.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou a jornalistas, nesta terça-feira, 29, que está "totalmente" descartada a possibilidade de seu afastamento do ministério. As declarações ocorreram após depoimento na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados.

Na ocasião, Lupi havia respondido questionamentos de parlamentares sobre as fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Ao ser questionado se houve alguma conversa sobre o seu afastamento do ministério, Lupi respondeu "nenhuma". Ele acrescentou: "Quem tem que decidir sobre isso é o presidente Lula. Eu sei que eu tenho a confiança dele e estou trabalhando para elucidar tudo o que tiver de errado", declarou.

Lupi voltou a dizer que não houve demora nas providências ao tomar conhecimento das denúncias de fraudes no INSS. "Isso é uma formação de quadrilha: grupos que se montaram para criar instituições e para roubar dinheiro de aposentado. Isso é chocante para mim", declarou.

O ministro prosseguiu: "Eu fui surpreendido com o volume disto. Porque eu sabia que tinha uma denúncia aqui, outra acolá, a gente sempre soube, a gente recebia queixa, na própria plataforma do INSS aparecia algumas pessoas se queixando. Agora, nesse quantitativo, por uma organização, eu tomei conhecimento agora".

Lupi também argumentou que a base para as investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) vieram de apurações que ele determinou no INSS. Questionado se houve demora nas providências, ele negou.

"Aí, é outra discussão. Quando eu fiz a comparação com o botequim da esquina, eu adoro um pão na chapa no botequim da esquina. Quando eu fiz a comparação, é no sentido de que isso não é simples, são 7 milhões de pessoas. Como é que você verifica, checa, cria biometria de 7 milhões de pessoas?", afirmou.

Ainda em resposta aos jornalistas, Lupi afirmou: "Não demorei a determinar (as apurações). Foi tomado conhecimento dos vários fatos, inclusive no Conselho. O Conselho não é executivo, é um conselho de debate, de deliberações macro sobre visão da Previdência Social. Estava lá no assento o presidente do INSS e o diretor do INSS. Eu pedi para que tomassem providências disso, tanto é que eu demiti o diretor".

Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Lupi argumenta que demitiu o diretor de Benefícios André Félix Fidélis, que teria apresentado lentidão para avançar com as apurações. Uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou que o ministro foi alertado sobre as fraudes em junho de 2023, mas adiou a discussão e só tomou providências após quase um ano.

A auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) nos descontos em contracheques de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) revelou situações flagrantes de fraude.

Foram descobertos cadastros em nome de analfabetos, indígenas de comunidades isoladas, idosos com doenças graves, pessoas com deficiência e aposentados.

São pessoas que, segundo a CGU, não teriam como comparecer pessoalmente às associações e nem como assinar fichas de filiação e termos de autorização para os descontos em benefício dessas entidades. Algumas até residem no exterior.

Os casos foram descobertos a partir de entrevistas feitas com uma amostra de 1.273 beneficiários do INSS, registrados nos 27 Estados e no Distrito Federal, que tiveram valores descontados de seus contracheques. 97,6% dos entrevistados informaram à CGU não ter autorizado os abatimentos.

Os beneficiários do INSS podem aderir a associações civis e sindicatos e autorizar descontos mensais em seus contracheques para cobrir custos de filiação. Para isso, as entidades devem estar habilitadas junto ao INSS e precisam receber autorização "prévia, pessoal e específica" de aposentados e pensionistas interessados.

Parte dos aposentados ouvidos pela CGU só tomou conhecimento dos descontos no momento das entrevistas.

A Polícia Federal afirma que a auditoria revela um "cenário de incongruências". A PF investiga se idosos foram induzidos a assinar autorizações de desconto sem saber a verdadeira finalidade dos documentos e até se assinaturas foram forjadas.

As suspeitas são investigadas na Operação Sem Desconto. Segundo a Polícia Federal, servidores do INSS venderam dados de aposentados e pensionistas em troca de propinas e facilitaram os descontos indevidos direto nos contracheques dos beneficiários. O esquema teria causado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

Pressionado, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após ter sido afastado do cargo por ordem judicial.