Marinha dos EUA declara mortos tripulantes de aeronave que caiu em Washington

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A Marinha dos Estados Unidos declarou neste domingo, 20, que os dois membros da tripulação que estavam desaparecidos após a queda de um caça em um terreno montanhoso no Estado de Washington morreram durante um voo de treinamento de rotina.

 

O jato EA-18G Growler, do Esquadrão de Ataque Eletrônico, caiu a leste do Monte Rainier na tarde de terça-feira, 15, de acordo com a Estação Aérea Naval de Whidbey Island. Equipes de busca, incluindo um helicóptero MH-60S da Marinha, foram enviadas da estação aérea para tentar localizar a tripulação e o local da queda.

 

Militares das Forças Especiais do Exército, treinados em montanhismo, resgate em ângulos altos e comunicações técnicas, foram mobilizados para alcançar os destroços, que foram localizados na quarta-feira por uma equipe aérea, a cerca de 1.828 metros de altitude, em uma área remota, íngreme e densamente arborizada, a leste do Monte Rainier, segundo as autoridades.

 

A Marinha americana afirmou em comunicado que os nomes dos aviadores não serão divulgados até um dia após a notificação de seus parentes mais próximos, acrescentando que os esforços de busca e resgate foram transformados em uma operação de longo prazo para a recuperação dos corpos e dos destroços, enquanto a causa do acidente ainda está sendo investigada.

 

"É com grande pesar que compartilhamos a perda de dois queridos Zappers", disse Timothy Warburton, comandante do Esquadrão de Ataque Eletrônico. "Nossa prioridade agora é cuidar das famílias de nossos aviadores. Somos gratos pelo trabalho em equipe contínuo para recuperar os falecidos com segurança."

 

Localizar os membros desaparecidos da tripulação "o mais rápido e seguro possível" foi a principal prioridade, disse o capitão David Ganci, comandante da Ala de Ataque Eletrônico da Frota do Pacífico dos EUA, na quinta-feira, 17.

 

O EA-18G Growler é semelhante ao F/A-18F Super Hornet e inclui dispositivos sofisticados de guerra eletrônica. A maioria dos esquadrões de Growler está baseada em Whidbey Island, em Washington. Um esquadrão está baseado na Estação Aérea do Corpo de Fuzileiros Navais em Iwakuni, Japão.

 

Os "Zappers" foram recentemente destacados no USS Dwight D. Eisenhower, um superporta-aviões de propulsão nuclear norte-americano.

 

A busca ocorreu perto do Monte Rainier, um vulcão ativo imponente, coberto de campos de neve e geleiras durante todo o ano.

 

A primeira produção do Growler foi entregue a Whidbey Island em 2008. Nos últimos 15 anos, o Growler tem operado ao redor do mundo apoiando grandes operações, de acordo com a Marinha. O avião acomoda um piloto na frente e um operador eletrônico atrás.

 

"O avião EA-18G Growler que pilotamos representa a tecnologia mais avançada em ataque eletrônico aéreo e é a primeira linha de defesa da Marinha em ambientes hostis", diz a Força Naval americana em seu site. Cada aeronave custa cerca de US$ 67 milhões (R$ 377,88 milhões na cotação atual).

 

Exercícios de treinamento de aeronaves militares podem ser perigosos e às vezes resultam em quedas, ferimentos e mortes. Em maio, um jato de combate F-35 a caminho do Texas para a Base Aérea de Edwards, perto de Los Angeles, caiu após o piloto parar para reabastecer no Novo México. O piloto era a única pessoa a bordo nesse caso e foi levado a um hospital com ferimentos graves.

 

No ano passado, oito membros do Comando de Operações Especiais da Força Aérea dos EUA morreram quando uma aeronave CV-22B Osprey em que estavam caiu na costa do Japão.

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A vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou nesta terça-feira, 29, durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo, que "mulher branca, bonita e rica incomoda". A declaração foi dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e gerou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante sua fala, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL), que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês".

Ela completou dizendo que representa uma parcela da população que a elegeu e criticou os grevistas. "Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve."

A vereadora Luana Alves, que é negra, classificou a fala como racista e pediu a suspensão da sessão. Segundo ela, Cris Monteiro teria direcionado suas palavras diretamente a ela enquanto discursava.

O áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso".

O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), disse que a Casa "não permite racista" e mencionou o caso do ex-vereador Camilo Cristófaro (Avante), cassado em 2023 por fala racista. No entanto, após rever o vídeo da declaração de Cris, avaliou que não houve racismo.

"Nós vimos e revimos várias vezes o vídeo. Na nossa opinião, não houve racismo", afirmou o presidente da Câmara. Segundo ele, a Corregedoria da Câmara acompanhará o caso. "Esse fato será analisado com sangue tranquilo, temperatura normal, pressão também".

A vereadora do PSOL, no entanto, reforçou a acusação. Para ela e outros vereadores, se tratou de um ato de racismo evidente.

"A vereadora Cris irá responder na Corregedoria. Fico muito triste que uma cassação não tenha sido suficiente para aprenderem que não se pode desrespeitar a população negra nessa Câmara", disse. Ela espera que o desfecho seja semelhante ao do caso Cristófaro.

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo a vereadora Cris Monteiro. Em 2021, ela se envolveu em um episódio de agressão com a então vereadora Janaína Lima, à época também filiada ao Novo. Na ocasião, Cris afirmou esperar que Janaína fosse cassada.

Um relatório da Corregedoria da Câmara Municipal recomendou a suspensão das funções legislativas de ambas - Janaína e Cris - após a briga ocorrida no banheiro ao lado do Plenário, durante a votação da reforma da Previdência. No entanto, a ação disciplinar não avançou.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou a jornalistas, nesta terça-feira, 29, que está "totalmente" descartada a possibilidade de seu afastamento do ministério. As declarações ocorreram após depoimento na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados.

Na ocasião, Lupi havia respondido questionamentos de parlamentares sobre as fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Ao ser questionado se houve alguma conversa sobre o seu afastamento do ministério, Lupi respondeu "nenhuma". Ele acrescentou: "Quem tem que decidir sobre isso é o presidente Lula. Eu sei que eu tenho a confiança dele e estou trabalhando para elucidar tudo o que tiver de errado", declarou.

Lupi voltou a dizer que não houve demora nas providências ao tomar conhecimento das denúncias de fraudes no INSS. "Isso é uma formação de quadrilha: grupos que se montaram para criar instituições e para roubar dinheiro de aposentado. Isso é chocante para mim", declarou.

O ministro prosseguiu: "Eu fui surpreendido com o volume disto. Porque eu sabia que tinha uma denúncia aqui, outra acolá, a gente sempre soube, a gente recebia queixa, na própria plataforma do INSS aparecia algumas pessoas se queixando. Agora, nesse quantitativo, por uma organização, eu tomei conhecimento agora".

Lupi também argumentou que a base para as investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) vieram de apurações que ele determinou no INSS. Questionado se houve demora nas providências, ele negou.

"Aí, é outra discussão. Quando eu fiz a comparação com o botequim da esquina, eu adoro um pão na chapa no botequim da esquina. Quando eu fiz a comparação, é no sentido de que isso não é simples, são 7 milhões de pessoas. Como é que você verifica, checa, cria biometria de 7 milhões de pessoas?", afirmou.

Ainda em resposta aos jornalistas, Lupi afirmou: "Não demorei a determinar (as apurações). Foi tomado conhecimento dos vários fatos, inclusive no Conselho. O Conselho não é executivo, é um conselho de debate, de deliberações macro sobre visão da Previdência Social. Estava lá no assento o presidente do INSS e o diretor do INSS. Eu pedi para que tomassem providências disso, tanto é que eu demiti o diretor".

Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Lupi argumenta que demitiu o diretor de Benefícios André Félix Fidélis, que teria apresentado lentidão para avançar com as apurações. Uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou que o ministro foi alertado sobre as fraudes em junho de 2023, mas adiou a discussão e só tomou providências após quase um ano.

A auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) nos descontos em contracheques de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) revelou situações flagrantes de fraude.

Foram descobertos cadastros em nome de analfabetos, indígenas de comunidades isoladas, idosos com doenças graves, pessoas com deficiência e aposentados.

São pessoas que, segundo a CGU, não teriam como comparecer pessoalmente às associações e nem como assinar fichas de filiação e termos de autorização para os descontos em benefício dessas entidades. Algumas até residem no exterior.

Os casos foram descobertos a partir de entrevistas feitas com uma amostra de 1.273 beneficiários do INSS, registrados nos 27 Estados e no Distrito Federal, que tiveram valores descontados de seus contracheques. 97,6% dos entrevistados informaram à CGU não ter autorizado os abatimentos.

Os beneficiários do INSS podem aderir a associações civis e sindicatos e autorizar descontos mensais em seus contracheques para cobrir custos de filiação. Para isso, as entidades devem estar habilitadas junto ao INSS e precisam receber autorização "prévia, pessoal e específica" de aposentados e pensionistas interessados.

Parte dos aposentados ouvidos pela CGU só tomou conhecimento dos descontos no momento das entrevistas.

A Polícia Federal afirma que a auditoria revela um "cenário de incongruências". A PF investiga se idosos foram induzidos a assinar autorizações de desconto sem saber a verdadeira finalidade dos documentos e até se assinaturas foram forjadas.

As suspeitas são investigadas na Operação Sem Desconto. Segundo a Polícia Federal, servidores do INSS venderam dados de aposentados e pensionistas em troca de propinas e facilitaram os descontos indevidos direto nos contracheques dos beneficiários. O esquema teria causado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

Pressionado, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após ter sido afastado do cargo por ordem judicial.