Por segurança e praticidade, todos eventos da cúpula do G20 estão concentrados no MAM

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Todos os eventos da cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) estarão concentrados nesta segunda-feira, 18, e na terça-feira, 19, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. O local foi escolhido a dedo para que tivesse condições de ser o palco das reuniões, almoços e até da recepção à noite. Quanto menos os chefes de Estado e de governo circularem pela cidade, maior é a sensação de segurança e mais fácil fica o monitoramento das autoridades.

 

Tudo já estava programado para ocorrer dessa forma mesmo antes do atentado à bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na semana passada. O episódio na capital federal, ocorrido às vésperas da chegada dos líderes, aumentou os padrões de segurança domésticos e também das comitivas que começaram a desembarcar no Brasil no fim de semana.

 

Além disso, ao evitar o deslocamento de presidentes, primeiros-ministros e outras autoridades pelo Rio espera-se também coibir possíveis manifestações. A última de grande porte ocorreu em Hamburgo, na Alemanha, com cerca de 100 mil pessoas nas ruas. O movimento começou momentos antes de os políticos se encaminharem para uma apresentação da orquestra da cidade na casa de concertos Elbphilharmonie, levando a 476 policiais feridos, 186 manifestantes presos e 225, detidos por pelo menos três dias. A reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) registrou o episódio no local, em 2017. Até o momento, o volume de protestos durante eventos paralelos à cúpula no Rio é pequeno.

 

O encontro de líderes, que começa nesta segunda-feira, prevê a realização de três sessões plenárias: uma na manhã desta segunda; outra, à tarde e uma terceira na terça pela manhã. Cada uma terá como tema uma das três prioridades do G20 Brasil: inclusão social e luta contra a fome e pobreza, reforma da governança global e desenvolvimento sustentável e transições energéticas.

 

Programação

 

A chegada de líderes está prevista para o período das 8h30 às 10 horas desta segunda-feira. Todos serão recebidos pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e pela primeira-dama Janja Lula da Silva.

 

A primeira sessão está marcada para as 10 horas e tratará da inclusão social e luta contra a fome e pobreza. Nesse momento será lançada a aliança global contra fome e pobreza, o maior legado do Brasil durante sua presidência rotativa até o momento. Há a expectativa de que Lula leia a lista dos países e entidades que já aderiram ao programa, ainda que ele permaneça com o período de adesões aberto.

 

Após o lançamento, começa a sessão de debates sobre todos os temas de inclusão social, ainda dentro da primeira sessão, que vai se estender até as 13 horas. Assim como ocorreu na edição anterior, em Nova Délhi, na Índia, haverá almoço até as 14 horas durante a sessão. Nesse período estão previstos discursos, intervenções e debates. Na sequência está marcado um curto intervalo, que durará até as 14h15.

 

Nesse momento, se inicia a segunda sessão, que terá como tema a reforma da governança global. A discussão aborda não apenas a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), das instituições financeiras internacionais (nascidas com Breton Woods, como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional - FMI) e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esta parte deve ocorrer até as 18 horas. No início da noite, Lula e Janja serão os anfitriões de uma recepção que durará até as 20 horas, também no MAM.

 

Na terça-feira, das 10h às 12h30, é a vez das discussões sobre desenvolvimento sustentável e transições energéticas. Após o debate, terá início a sessão de encerramento e de transmissão da presidência rotativa do G20 para a África do Sul.

 

Na cerimônia simbólica, que deve ser entre 12h30 e 13 horas, o presidente africano Cyril Ramaphosa receberá o bastão de Lula. Logo depois, será servido almoço, das 13 horas às 15 horas, também no MAM. No início da tarde, os líderes começam a se despedir do Rio.

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, receberá, nesta segunda-feira, 18, chefes de Estado e líderes para dar início às reuniões da cúpula das 20 maiores economias do globo (G20), que se estende também na terça-feira, 19, e acontece no Rio de Janeiro. Ainda hoje, também está prevista a reunião bilateral de Lula com o presidente da França, Emmanuel Macron.

De acordo com a agenda da presidência da República, às 8h40, Lula faz os cumprimentos aos líderes do G20. Às 10 horas, o brasileiro participa do lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e da 1ª Sessão da Reunião de Líderes do G20: Combate à Fome e à Pobreza.

Às 14h10, Lula participa da foto oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Em seguida, às 14h30, ocorre a 2ª Sessão da Reunião de Líderes do G20: Reforma das Instituições de Governança Global.

Por fim, às 18 horas, ocorrerá a recepção oficial oferecida por Lula e pela primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, aos chefes de delegações.

Para além da agenda divulgada, há previsão de Lula ter encontro bilateral com Macron. O compromisso estava previsto para ocorrer no domingo, 17, porém, por conta de atrasos nas reuniões, a agenda foi remarcada para hoje.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse neste domingo que os recursos pleiteados pelas cidades aos líderes do G20 - US$ 800 bilhões públicos ao ano com foco em ações climáticas - existem, e que a proposta do grupo de governantes municipais diz principalmente sobre a criação de um fundo garantidor para acelerar a chegada do dinheiro na ponta.

"Os recursos na verdade já existem. O que nós entregamos, muito concretamente, foi a proposta de criação de um fundo garantidor que torne mais fácil a chegada desses recursos nos governos locais". Ele falou a jornalistas ao lado das prefeitas de Phoenix (EUA), Kate Gallego, e da prefeita de Freetown, a capital de Serra Leoa, Aki Sawyerr.

Paes disse que não se trata de uma carta com recomendações, mas de um "modelo mais objetivo", que usa os recursos dos bancos multilaterais, como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Corporação Andina de Fomento (CAF) e Banco dos Brics (NDB), sob a garantia do fundo citado para que tenham mais chances de chegarem ao nível municipal.

"O grande desafio é como pegar esses recursos e fazer com que cheguem nos municípios, já que eles precisam sempre da garantia dos governos centrais. A modelagem que nós apresentamos permite que esses recursos possam superar esse obstáculo", disse Paes.

Ele sugere a exclusão dos recursos das contas nacionais e sua não implicação nas métricas e endividamento das prefeituras.

"Hoje, no exemplo do Rio, na hora em que o governo brasileiro precisa autorizar o endividamento que eu eventualmente consiga junto a uma instituição internacional, isso entra nas contas nacionais do Brasil. Como o governo federal vai ser o garantidor, isso entra no balanço dele. O fundo que nós propomos tira essa etapa, e o governo brasileiro não precisa colocar na sua contabilidade", diz.

Segundo Paes, "é claro" que a instituição financeira a emprestar os recursos vai observar a circunstância financeira das prefeituras para saber se será reembolsada. Mas o novo formato "flexibiliza muito" ao levar em consideração apenas as contas do município e não mais as contas nacionais. "É o meu balanço e não o balanço do governo federal (que vai pesar). É isso", disse o prefeito do Rio.

A casa do catarinense autor do ataque a bombas na Praça dos Três Poderes, Francisco Wanderley Luiz, pegou fogo na manhã deste domingo, 17. Segundo informações do 15° Batalhão de Bombeiros Militar de Santa Catarina, a ocorrência aconteceu por volta das 7h. Uma mulher sofreu queimaduras e foi encaminhada para o hospital.

A residência de 50 metros quadrados, que fica em Rio do Sul, foi parcialmente tomada pelas chamas. Segundo o Batalhão, foram necessários oito mil litros de água para conter o incêndio. A Polícia Civil e a Polícia Federal foram procuradas pelo Estadão, mas ainda não responderam.

Na esquina do terreno onde houve o incêndio há um outdoor anunciando os serviços do "Chaveiro França", que era o nome usado por Francisco Wanderley Luiz na cidade catarinense.