Lula recepciona Xi Jinping para jantar no Itamaraty após assinatura de acordos entre os países

Internacional
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, recepcionaram o presidente da China, Xi Jinping, no Palácio Itamaraty na noite desta quarta-feira, 20. A recepção ocorre após ambos terem se reunido e firmado 37 acordos, porém, sem adesão formal à nova Rota da Seda.

 

A chegada ocorreu por volta das 18h40. Após a recepção de Lula e Janja, o líder chinês cumprimentou o vice-presidente Geraldo Alckmin, a segunda dama, Lu Alckmin, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco, e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do Brics, Dilma Rousseff. Também estão previstos ministros e autoridades no jantar.

 

O dia de Lula foi focado na visita do chinês. Às 10h, o petista recepcionou o líder no Palácio da Alvorada, que foi seguida de uma reunião bilateral entre ambos e, depois, um encontro ampliado. No começo da tarde, houve uma agenda de assinatura de atos e uma coletiva de imprensa.

 

Entre os acordos assinados hoje, está uma parceria conjunta de investimentos criada sob medida para evitar os desgastes geopolíticos que uma adesão plena à Iniciativa Cinturão e Rota (conhecida como a Nova Rota da Seda) poderia trazer ao País. Na prática, isso quer dizer que os dois países desenvolverão projetos e investimentos conjuntos.

 

Do lado chinês, a parceria contará com a execução, no Brasil, de alguns projetos presentes na Rota da Seda. Já do lado brasileiro, estão previstas parcerias com o plano Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana e o Plano de Transformação Ecológica.

 

Discursos

 

Na fala desta manhã, Xi Jinping pediu apoio de Lula para que o Brasil defenda o "verdadeiro multilateralismo" ante a "confrontação" e a "hegemonia", na esteira da eleição do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos. O líder chinês realiza uma visita de Estado a Brasília e discursou no Palácio da Alvorada. O petista disse que ambos países privilegiam o diálogo em um mundo de conflitos e tensões.

 

"A China está disposta a trabalhar com o Brasil para defender firmemente o verdadeiro multilateralismo. Juntos, vamos emitir uma voz alta da nova era e buscar desenvolvimento, cooperação e justiça em vez de pobreza, confrontação e hegemonia. E vamos construir um mundo melhor", afirmou o líder, sem menção direta ao norte-americano.

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O primeiro depoimento da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal (PF), realizado em agosto de 2023 e publicado na íntegra neste domingo, 26, provocou repercussão nas redes sociais tanto de bolsonaristas, que afirmam se tratar de perseguição política, quanto de petistas, que dizem que o momento de os responsáveis pagarem pelos supostos crimes se aproxima.

No depoimento, Cid apresentou detalhes sobre o suposto plano golpista que seria executado após as eleições de 2022 e categorizou os aliados do então presidente Jair Bolsonaro (PL) em "conservadores", "moderados" e "radicais".

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram descritos pelo ex-ajudante de ordens da Presidência como pertencentes ao grupo mais exaltado, que instigava o presidente a agir para reverter o resultado da eleição presidencial daquele ano.

O senador Jorge Seif (PL-SC), também citado como pertencendo ao grupo "radical", afirmou que o conteúdo do depoimento de Mauro Cid é "falacioso". Em seu perfil no X (antigo Twitter), o senador conta uma história sobre uma aula de Direito a qual assistiu, em que a lição que ficou foi a de que, num julgamento, a figura da testemunha se compara a de "uma prostituta ordinária (aquelas de beira de estrada, bichada)".

Seif ainda disse que pretende processar Cid por calúnia e difamação. "Esses militares não decepcionam nunca! Selva!"

Em entrevista ao programa da Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 27, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, afirmou que não foram encontradas provas que sustentassem a participação da dupla e de outros citados na delação de Cid.

A deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que "a hora da verdade está chegando". "Fica cada vez mais insustentável a conversa mole de que ele não tinha nada a ver com a trama contra a democracia, que previa até o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes."

A divulgação dos detalhes da delação mudou o tom das declarações de Eduardo e Michelle nos últimos dias. Antes, focavam a posse do presidente norte-americano, Donald Trump, e a negativa da Justiça brasileira em permitir a viagem de Jair Bolsonaro (PL) - indiciado por suspeita de participação ativa na mesma trama.

Eduardo postou um vídeo nesta segunda-feira, 27, em que diz que "não precisa ser um gênio para saber" que ele "não terá direito a ampla defesa", já que o processo está sendo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerado pelos bolsonaristas seu maior inimigo.

O vídeo está com legendas em inglês, e o deputado marcou Trump na publicação, ao qual se queixa, e uma lista de congressistas americanos. "Eles querem uma eleição sem oposição a Lula. Isso não é uma democracia, presidente Trump", diz o filho de Bolsonaro.

Michelle também fez referência à delação de Cid. Em um story no Instagram (publicação que some em 24 horas), Michelle compartilhou uma reportagem com o título "Delação de Mauro Cid revela papel de Michelle e Eduardo Bolsonaro em plano golpista" com um áudio de risadas. A ex-primeira-dama também chamou a divulgação da delação de "cortina de fumaça".

O deputado federal Mário Frias (PL-SP) disse que o tema é antigo, e que isso faz parte do que chamou de "narrativa de metalinguagem". "Esse é o papel da assessoria de propaganda do Regime de Exceção, criar a narrativa de metalinguagem para justificar as ações ilegais da metajurídica."

Frias, que nos últimos dias atacou o senador Marcos Pontes (PL-SP) pela candidatura à presidência do Senado, seguindo a crítica de Bolsonaro, afirmou que Eduardo foi "identificado" pelo "sistema" como uma "ameaça política", e que agora "vão tentar fazer alguma covardia" contra ele. Michelle e Eduardo foram cotados nos últimos dias pelo ex-presidente, inelegível até 2030, para concorrer às eleições presidenciais no ano que vem.

O deputado federal André Janones (Avante-MG) publicou uma foto da dupla em um dos jantares de gala na posse de Trump, afirmando que está "chegando a hora de vermos muitos vagabundos serem presos."

Já o secretário de Comunicação do PT e deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) afirmou que o conteúdo da delação de Cid envolvendo Michelle e Bolsonaro "surpreende o total de zero pessoas".

"Pela quantidade de desrespeito à democracia proferida por este filho de Jair Bolsonaro surpreenderia se fosse moderado", disse, afirmando ainda que não se pode minimizar ações que continham, inclusive, o suposto assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), oficializou a nomeação do ex-deputado estadual Paulo Dutra como secretário-executivo de Ensino Médio e Profissional da Secretaria Estadual de Educação. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado na terça-feira, 28.

Servidor de carreira da Secretaria de Educação, Dutra possui experiência no setor e foi secretário-executivo de Educação Profissional nos governos de Eduardo Campos e Paulo Câmara, com os quais Lyra teve divergências políticas. Ele também foi gerente regional de Educação da área norte da região metropolitana do Recife, cargo que ocupou até ser anunciado na nova função.

O governo do Estado foi procurado pelo Estadão, mas não havia retornado até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

A chegada de Dutra ao governo ocorre em meio à indefinição sobre o titular da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, vaga desde 9 de janeiro. Alexandre Schneider, que comandava a pasta, pediu exoneração para retornar a São Paulo e ficar próximo da família, encerrando sua gestão de seis meses.

Antes de Schneider, a Secretaria esteve sob liderança de Ivoneide Dantas, que permaneceu um ano e meio no cargo. Desde a saída do último titular, o interino Gilson José Monteiro Filho assumiu as funções administrativas, mas sem confirmação oficial como secretário.

Paulo Dutra tem histórico político que inclui apoio a Marília Arraes (Solidariedade) contra Raquel Lyra no segundo turno das eleições de 2022 para o governo estadual. Além disso, em 2018, ele participou de atos em favor de João Campos (PSB), atualmente prefeito do Recife.

Embora tenha sido filiado ao PSB, Dutra não pertence mais ao partido. Sua atuação política incluiu um mandato como deputado estadual entre 2019 e 2022, assumido após ajustes na Assembleia Legislativa promovidos pelo então governador Paulo Câmara.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), empossou, na última sexta-feira, 24, o coronel da reserva Sinval Santos da Silveira Junior como secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública. Sinval é irmão do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), um dos aliados políticos do governador.

A cerimônia também marcou a posse do coronel Flávio Graff, agora titular da pasta de Segurança Pública. Com longa trajetória na área, Graff já foi subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina e secretário-adjunto de Proteção e Defesa Civil.

Além da área de Segurança, Jorginho também trouxe para o governo nomes ligados a aliados políticos, como Bruno Oliveira, chefe de comunicação de Topázio, e Catiane Seif, esposa do senador Jorge Seif (PL-SC), que assumiu a Secretaria de Turismo. No caso de Catiane, ela já atuava no governo como adjunta da pasta e foi promovida.

As movimentações no secretariado refletem a disputa de forças dentro da base política bolsonarista em Santa Catarina. Tanto Jorginho quanto João Rodrigues são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve 69% dos votos no estado no segundo turno das eleições de 2022.

A indicação de Sinval insere-se no contexto de articulações políticas que apontam para as eleições estaduais de 2026. O prefeito Topázio Neto integra o PSD, partido de João Rodrigues, prefeito de Chapecó e pré-candidato declarado ao governo catarinense. Rodrigues divulgou recentemente sua intenção de concorrer ao cargo em um vídeo com outros prefeitos do PSD, incluindo Topázio.

De acordo com o governo de Santa Catarina, Sinval Santos da Silveira já liderou o 21º Batalhão de Polícia Militar, na capital catarinense, e foi chefe da Agência Central de Inteligência da corporação. Além disso, ocupou o cargo de chefe da Casa Militar durante o governo interino de Daniela Reinehr (PL), em 2020.

De acordo com Jorginho Mello, a nomeação de Sinval trata-se de uma escolha técnica para fortalecer o governo. "Nós conseguimos fazer essas modificações trazendo gente preparada, gente que tem capacidade técnica, gente que tem serviço prestado, para que o estado de Santa Catarina ganhe", explicou o governador.