Avião de carga cai próximo de aeroporto e mata tripulante; Rússia é suspeita de sabotagem

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Um avião de carga da DHL caiu ao se aproximar de um aeroporto na capital da Lituânia, Vilnius, e derrapou para dentro de uma casa na manhã da última segunda-feira, 26, matando um tripulante espanhol. A causa está sob investigação.

Um vídeo de vigilância mostrou o avião descendo normalmente ao se aproximar do aeroporto antes do nascer do sol e, em seguida, explodindo em uma enorme bola de fogo atrás de um prédio. O momento do impacto não pôde ser visto no vídeo.

Autoridades lituanas reconheceram que uma linha de investigação será se a Rússia desempenhou um papel, dado seu envolvimento suspeito em outros casos de sabotagem - embora tenham enfatizado que não há evidências apontando para isso neste momento. "Sem dúvida, não podemos descartar a versão do terrorismo", disse Darius Jauniškis, chefe da inteligência lituana.

Autoridades de segurança ocidentais suspeitam de que a inteligência russa esteja realizando sabotagem contra suas nações em retaliação ao seu apoio à Ucrânia - incluindo ataques incendiários, desinformação e colocar dispositivos incendiários em pacotes em aviões de carga. Em julho, um pegou fogo em um centro de entregas na Alemanha e outro pegou fogo em um depósito na Inglaterra.

Promotores poloneses disseram no mês passado que encomendas com explosivos camuflados foram enviadas por meio de empresas de carga para o Reino Unido e países da União Europeia para "testar o canal de transferência para tais encomendas" que, em última análise, tinham como destino os EUA e o Canadá.

"Vemos a Rússia se tornando mais agressiva", disse Jauniškis. "Mas, por enquanto, realmente não podemos fazer nenhuma atribuição ou apontar o dedo para ninguém, porque não há informações sobre isso."

A autoridade aeroportuária lituana identificou a aeronave como um avião de carga da DHL chegando de Leipzig, Alemanha, um grande centro de carga, e um dos feridos era um cidadão alemão. O Ministério dos Transportes alemão disse que especialistas do Bureau Federal Alemão de Investigação de Acidentes Aeronáuticos seriam enviados à Lituânia para ajudar na investigação.

A ministra das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock, que estava na Itália para uma reunião de ministros das Relações Exteriores dos países mais industrializados do mundo, expressou simpatia pelas vítimas e disse que um ataque híbrido não poderia ser descartado.

"Nós e nossos parceiros lituanos agora devemos nos perguntar seriamente se isso foi um acidente ou, depois da semana passada, outro incidente híbrido. Isso mostra em que tempos voláteis estamos vivendo no meio da Europa", disse Baerbock. Ela estava aparentemente se referindo a danos em dois cabos de dados sob o mar Báltico, um dos quais termina na Alemanha, que as autoridades alemãs acreditam ter sido causado por sabotagem.

"Pouso forçado"

O chefe do serviço de combate a incêndios da Lituânia disse que o avião derrapou algumas centenas de metros e as imagens mostraram fumaça subindo de uma estrutura danificada em uma área de árvores áridas. "Felizmente, apesar de o acidente ter ocorrido em uma área residencial, nenhuma vida foi perdida entre a população local", disse a primeira-ministra Ingrida Šimonyte, após se reunir com autoridades de resgate.

As equipes de resgate isolaram a área e fragmentos do avião no amarelo característico da DHL puderam ser vistos em meio aos destroços espalhados pelo local do acidente.

A aeronave de carga transportava quatro pessoas quando caiu às 5h30, horário local. Uma pessoa, um cidadão espanhol, foi declarada morta e os outros três membros da tripulação - que eram cidadãos espanhóis, alemães e lituanos - ficaram feridos, disse Ramunas Matonis, chefe de comunicações da polícia lituana, em um e-mail.

A aeronave da DHL era operada pela Swiftair, uma contratada sediada em Madri. A DHL disse em um comentário por e-mail que o avião "fez um pouso forçado" a cerca de um quilômetro do aeroporto de Vilnius, acrescentando: "A causa do acidente ainda é desconhecida e uma investigação já está em andamento". A Swiftair não comentou.

"A infraestrutura residencial ao redor da casa estava pegando fogo e a casa foi levemente danificada, mas conseguimos retirar as pessoas", disse Renatas Požela, chefe do Departamento de Incêndio e Resgate.

"Eu vi uma bola de fogo"

Uma testemunha ocular, que deu seu nome apenas como Svaja, correu para uma janela quando uma luz tão brilhante quanto um sol vermelho encheu seu quarto e ela ouviu uma explosão, seguida de flashes e fumaça preta. "Eu vi uma bola de fogo", disse ela. "Meu primeiro pensamento é que uma (guerra) mundial começou e é hora de pegar os documentos e correr para algum lugar, para um abrigo, para um porão."

Laurynas Kasciunas, o ministro da defesa lituano, disse que "definitivamente não havia fatores externos que pudessem ter danificado o avião." "Podemos ver isso claramente", disse Kasciunas. "No entanto, para descobrir o que aconteceu dentro do avião, será necessário entrevistar os membros sobreviventes da tripulação. E, claro, a caixa-preta. Isso levará algum tempo."

Dados de rastreamento de voo do FlightRadar24, analisados pela AP, mostraram que a aeronave fez uma curva para o norte do aeroporto, alinhando-se para pousar, antes de cair a pouco mais de 1,5 km da pista. O clima no aeroporto estava em torno de congelamento no momento do acidente, com nuvens antes do nascer do sol e ventos em torno de 30 km/h.

O Boeing 737 tinha 31 anos, o que é considerado por especialistas como uma estrutura mais antiga, embora isso não seja incomum para voos de carga. O primeiro-ministro alertou contra especulações, dizendo que os investigadores precisavam de tempo para fazer seu trabalho.

"As agências responsáveis estão trabalhando diligentemente", disse Šimonyte. "Peço a todos que tenham confiança na capacidade das autoridades investigadoras de conduzir uma investigação completa e profissional dentro de um prazo ideal. Somente essas investigações descobrirão as verdadeiras causas do incidente - especulações e suposições não ajudarão a estabelecer a verdade."

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 26, aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria derrotado por rivais de direita em ao menos cinco dos oito Estados onde o levantamento foi realizado. O presidente perderia no segundo turno para nomes como governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, e o cantor Gusttavo Lima em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Ao mesmo tempo, Lula ganharia dos oponentes no Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. O recorte leva em consideração, em alguns locais, a vantagem numérica dos opositores sobre o presidente. Quando considerada a margem de erro, pode haver empate técnico.

O melhor desempenho entre os candidatos aptos a concorrer é de Tarcísio. Ele ganharia de Lula por 54% a 30% em São Paulo, 46% a 29% em Goiás e 46% a 30% no Paraná. O governador paulista aparece numericamente na liderança, mas empatado tecnicamente com o presidente dentro da margem de erro em Minas Gerais (40% a 37%) e no Rio Grande do Sul (41% a 36%).

Por outro lado, Lula ganharia de Tarcísio na Bahia (59% a 25%), em Pernambuco (58% a 26%) e no Rio de Janeiro, onde a vantagem é numérica e há empate técnico, por 39% a 35%.

O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro. Foram entrevistadas 1.644 pessoas em São Paulo, onde a margem de erro é de dois pontos porcentuais - nas demais unidades, a margem é de três pontos.

Goiás, Paraná e Pernambuco tiveram 1.104 entrevistados cada, enquanto a Bahia teve 1.200 entrevistas, o Rio de Janeiro, 1.400, Rio Grande do Sul, 1.404, e Minas Gerais, 1.482. O nível de confiança é de 95%.

Tarcísio nega que será candidato a presidente na eleição de 2026 e afirma que seu objetivo é se reeleger para governador em São Paulo. Apesar disso, como mostrou o Estadão, aliados enxergam que a candidatura presidencial do chefe do Executivo paulista é cada vez mais provável por três motivos: a inelegibilidade de Bolsonaro, também denunciado pela tentativa de golpe; o bom desempenho do governador nas pesquisas e a piora na aprovação de Lula.

Embora esteja inelegível, a Quaest também testou o embate entre Bolsonaro e Lula. O ex-presidente ganharia em São Paulo (45% a 36%), no Paraná (51% a 30%) em Goiás (50% a 30%) e no Paraná (51% a 30%). A vantagem de Bolsonaro está dentro da margem de erro no Rio Grande do Sul, onde tem 44% a 38% contra o petista, e em Minas, local em que o placar é de 42% a 40%. O Rio de Janeiro há empate também numérico: cada um tem 41%.

Lula lidera sobre Bolsonaro apenas na Bahia (59% a 26%) e em Pernambuco (57% a 31%). O cenário é similar quando o adversário é Gusttavo Lima: o petista ganha nesses dois Estados por 57% a 26% e 57% a 28%, mas também no Rio de Janeiro (41% a 30%).

O cantor sertanejo tem vantagem numérica em São Paulo (39% a 35%), em Minas Gerais (43% a 37%) e no Rio Grande do Sul (41% a 36%). Lima, porém, ganha fora da margem no Paraná (47% a 28%), em Goiás (55% a 25%) e no Paraná (47% a 28%).

Outro inelegível, Pablo Marçal (PRTB) aparece com vantagem sobre Lula nos mesmos cinco Estados: São Paulo (41% a 34%), Minas Gerais (40% a 38%), Paraná (44% a 30%), Rio Grande do Sul (41% a 37%) e em Goiás (46% a 28%). O presidente vence nos outros três: 42% a 33% no Rio de Janeiro, 60% a 24% na Bahia e 59% a 26% em Pernambuco.

Outro cotado para ser presidenciável, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem ampla vantagem em seu Estado de origem, com 52% das intenções de voto contra 33% de Lula. Há empate técnico em São Paulo, com 37% do chefe do Executivo mineiro contra 36% do presidente da República.

Zema venceria no Paraná (40% a 32%) e em Goiás (42% a 29%), mas diferentemente das outras opções da direita, fica atrás de Lula no Rio Grande do Sul (36% a 38%). O petista vence também entre os cariocas (41% a 28%), baianos (62% a 20%) e pernambucanos (61% a 21%)

Por último, a Genial/Quaest testou o governador goiano Ronaldo Caiado (União Brasil). Ele ganha de Lula apenas no Estado onde governa, por 74% a 16%, e no Paraná, por 40% a 30%. O chefe do Executivo federal está a frente em Minas Gerais (40% a 33%), no Rio de Janeiro (41% a 27%), na Bahia (60% a 21%), no Rio Grande do Sul (38% a 34%) e em Pernambuco (62% a 20%). Em São Paulo, há empate pois ambos registraram 36% das intenções de voto.

A desaprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu acima dos dois dígitos desde dezembro em Pernambuco e Bahia, Estados que historicamente são base eleitoral do petista. Segundo pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 26, a taxa de reprovação do presidente ultrapassa 60% nos outros seis Estados onde foram realizadas entrevistas: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Lula era desaprovado por 33% dos eleitores baianos em dezembro do ano passado. O índice cresceu 18 pontos desde então e chegou a 51%. A aprovação caiu de 66% para 47% no mesmo período. Outro 2% não souberam ou não responderam.

Movimento similar ocorreu em Pernambuco. A desaprovação do presidente cresceu 17 pontos porcentuais, saindo de 33% para 50%, enquanto a aprovação caiu de 65% para 49% - 1% não soube ou não respondeu.

O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro. Os oito Estados onde foram realizadas as entrevistas correspondem a 62% do eleitorado brasileiro. Foram entrevistadas 1.644 pessoas em São Paulo, onde a margem de erro é de dois pontos porcentuais - nas demais unidades, a margem é de três pontos.

Goiás, Paraná e Pernambuco tiveram 1.104 entrevistados cada, enquanto a Bahia teve 1.200 entrevistas, o Rio de Janeiro, 1.400, Rio Grande do Sul, 1.404, e Minas Gerais, 1.482. O nível de confiança é de 95%.

Lula é desaprovado pela maioria da população dos Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste onde a pesquisa foi realizada. A maior taxa negativa é registrada em Goiás (70%), seguido de São Paulo (69%), Paraná (68%), Rio Grande do Sul (66%), Rio de Janeiro (64%) e Minas Gerais (63%).

Nessas unidades, a maior aprovação do petista é no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, ambos com 35%. O índice é de 33% entre os gaúchos e 30% entre os paranaenses. A aprovação entre os paulistas é de 29%. Entre os goianos, é de 28%.

O deputado federal Gilberto Nascimento (PSD-SP) foi eleito presidente da bancada evangélica no Congresso. Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Gilberto venceu o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que se aproximou recentemente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A votação ocorreu em meio a um racha da frente evangélica. Gilberto recebeu 117 votos, enquanto Otoni ficou com 61 votos. Durante a votação, a deputada federal Greyce Elias (Avante-MG), que concorria como candidata da terceira via, desistiu da candidatura para apoiar Gilberto Nascimento. Com o apoio de última hora, ela se tornou vice-presidente da bancada.

A Frente Parlamentar Evangélica (FPE) reúne 219 deputados e 26 senadores e tem papel fundamental na votação de pautas que envolvem costumes.

Desde a segunda-feira, 25, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vinha ligando para parlamentares para pedir votos em Nascimento. Outro fiador da campanha do deputado foi o pastor evangélico Silas Malafaia.