Israel e Hezbollah trocam ataques em meio à trégua

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Israel e Hezbollah trocaram acusações nesta quinta-feira, 28, sobre violações do cessar-fogo, menos de 24 horas após a trégua entrar em vigor. Militares israelenses bombardearam uma instalação da milícia xiita e realizaram disparos com tanques e drones no sul do Líbano. O Exército alegou que as ações foram contra militantes em movimentações suspeitas. Os libaneses disseram que os alvos eram refugiados que voltavam para casa.

 

Em sua primeira entrevista desde o cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que, se o Hezbollah não cumprir o acordo, Israel responderá com força. "Se houver violação, não apenas operaremos cirurgicamente, como estamos fazendo agora. Instruí o Exército a se preparar para uma guerra intensa", afirmou.

 

O chefe do Estado-Maior do Exército israelense, general Herzi Halevi, disse que os militares garantirão a trégua "com fogo", para permitir o retorno dos residentes ao norte de Israel. "Esse acordo é o resultado de meses de luta, de trabalho intenso, que resultou na morte de todo o alto comando do Hezbollah."

 

Hassan Fadlallah, deputado ligado ao Hezbollah, acusou Israel de atirar contra refugiados que retornavam para casa. "O inimigo está atacando aqueles que voltam para as aldeias da fronteira", disse. Uma fonte de segurança libanesa também afirmou que o alvo era um grupo de civis. Ao menos duas pessoas ficaram feridas.

 

Resistência

 

O Hezbollah prometeu ontem continuar a resistência e está monitorando a retirada de Israel "com as mãos no gatilho". Nos primeiros comentários desde que o cessar-fogo entrou em vigor, a milícia não mencionou a trégua, mas disse que seus combatentes "seguem prontos para responder os ataques do inimigo".

 

Milhares de refugiados estão retornando para suas casas no sul do Líbano, em meio a declarações contraditórias de autoridades dos dois lados. O presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, principal interlocutor do país na negociação do acordo, disse que os moradores poderiam voltar, enquanto Israel advertiu que o retorno deve ser gradual.

 

Ontem, o porta-voz do governo israelense em língua árabe, Avichay Adraee, repetiu o alerta, insistindo para que os civis não retornem de imediato para regiões onde as tropas operam, afirmando que, quem o fizer, "estará em perigo".

 

Trégua

 

O acordo prevê 60 dias de trégua, que Netanyahu se diz pronto para estender. Para isso, o Hezbollah deve se retirar dos territórios ao sul do Rio Litani, e o Exército do Líbano e as tropas internacionais da missão de paz da ONU (Unifil) devem preencher o vácuo. Os israelenses também recuariam para seu lado da fronteira, o que só vai ocorrer, segundo o comando militar de Israel, quando for avaliado que o mecanismo está funcionando.

 

Desde quarta-feira, o Exército libanês mobiliza soldados e tanques para cumprir sua parte no acordo. Mas, por enquanto, não há sinal de retirada das tropas israelenses. O porta-voz do Exército, Daniel Hagari, afirmou ontem que os soldados mantêm a capacidade de operar no Líbano. "Ainda controlamos as posições no sul do Líbano e nossos aviões seguem operando no espaço aéreo libanês", afirmou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 10, traz Portaria da Secretaria-Geral da Presidência da República, que instituiu o Programa "Governo na Rua" e cria o Grupo de Trabalho Técnico com a finalidade de estudar, diagnosticar e propor projetos de atuação para ampliar a política de participação social. "O Programa tem como finalidade primordial promover a ampliação e o aprofundamento da participação social e da democracia, por meio da atuação direta nos territórios", diz o artigo 2º da portaria assinada pelo ministro Guilherme Boulos.

A ideia do programa é promover escuta ativa, diálogo social e divulgação direta das políticas públicas no País, "de modo a fortalecer a presença do governo federal junto à sociedade e ampliar o acesso das pessoas aos serviços e programas públicos". As diretrizes do Programa são: transversalidade das políticas públicas; inclusão e diversidade; equidade territorial; inovação na participação social; e promoção da cidadania.

Já o Grupo de Trabalho Técnico será instituído para a fase de estudo, diagnóstico e desenho do Programa. Caberá ao grupo fazer um diagnóstico de problemas e análise para verificar se os modelos atuais de implementação e participação social são coerentes com as diretrizes do governo.

Terá ainda que analisar os arranjos de implementação das políticas públicas federais nos Estados, municípios e no Distrito Federal; propor princípios, diretrizes e orientações para o funcionamento e a articulação de mecanismos e instâncias democráticas de diálogo e participação social. Caberá ao grupo de trabalho apresentar proposta de norma para a execução e institucionalização do Programa "Governo na Rua" como programa permanente da Secretaria-Geral da Presidência.

A Portaria define ainda o prazo de 60 dias para o Grupo de Trabalho Técnico, prorrogáveis por igual período, para apresentar o relatório final com as propostas de diretrizes e o ato normativo de institucionalização e execução do programa.

Três dos quatro ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Tagliaferro, que foi assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, será aberta uma ação penal e ele será transformado em réu.

Ele foi acusado de agir contra a legitimidade do processo eleitoral e atuar para prejudicar as investigações de atos como os de 8 de janeiro de 2023. Tagliaferro está na Itália. O governo brasileiro já iniciou um processo de extradição contra ele.

A votação começou no plenário virtual na sexta-feira, 7, e deve ser oficialmente encerrada na próxima sexta-feira, 14. Votaram até agora Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Falta o voto de Cármen Lúcia.

O ex-assessor responderá por quatro crimes: revelar ou facilitar a divulgação de um fato que o servidor público tem conhecimento em razão do seu cargo e que deve permanecer secreto; coação no curso de processo judicial; tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito; e tentar impedir ou dificultar investigação contra organização criminosa.

"A participação do denunciado manifestou-se de forma engendrada com a organização criminosa que atuava com o objetivo de praticar golpe de Estado, reforçando a campanha de deslegitimação das instituições mediante vazamento de informações sigilosas e criação de ambiente de intimidação institucional", escreveu Moraes no voto.

Após instaurada a ação penal, as investigações serão aprofundadas, com a produção de provas e o depoimento do acusado, de testemunhas de defesa e de testemunhas de acusação. Ao fim das apurações, a Primeira Turma vai realizar o julgamento final, que pode ser pela condenação ou absolvição do réu.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse no sábado, 8, que o Congresso Nacional está "de joelhos em frente ao Supremo Tribunal Federal" e que o Judiciário governa o País. Ela também defendeu o nome do marido, Jair Bolsonaro, como "única opção" para 2026, ignorando o fato de ele estar inelegível.

"A gente tem visto um Congresso de joelhos em frente ao STF, isso é uma tristeza para a gente, porque, hoje, só quem governa é o Judiciário", disse Michelle em um evento do PL Mulher em Londrina (PR). "Os nossos deputados aprovam leis e se não tiver em concordância, eles anulam", concluiu.

No dia anterior, a defesa de Jair Bolsonaro saiu derrotada do julgamento de um recurso à condenação do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado. Ele deve começar a cumprir a pena de 27 anos e três meses de prisão ainda neste ano.

Herança política de Bolsonaro ainda indefinida

Michelle está cotada para ser candidata a presidente da República em 2026, mas Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre quem será seu herdeiro político. Dentro da família, Michelle sofre a concorrência do senador Flávio Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente.

Com a disputa interna da direita indefinida, a ex-primeira-dama preferiu dizer que "a única opção para presidente da República da direita chama-se Jair Messias Bolsonaro". Ela disse que, se isso não acontecer, será "o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo de bem, no povo brasileiro".

No mesmo evento, Michelle disse que o marido "tem vivido dias muito difíceis". Segundo ela, Bolsonaro sofre de soluços desde que passou pela última cirurgia. "Ele chega a exaustão, ele tem vários problemas de saúde decorrente dessa última cirurgia, por ele não ter tido tempo para se recuperar, paz de espírito para se recuperar, um ambiente favorável", afirmou.

Apesar dos lamentos, Michelle demonstrou no discurso esperança com dias melhores. "Um abismo foi puxando o outro. Ele tem vivido dias muito difíceis, tendo todos os seus direitos violados. Mas essa injustiça vai acabar, eu creio", declarou.