Catedral de Notre-Dame revela novo interior após 5 anos de obras devido a incêndio

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Fechada durante mais de cinco anos devido a um incêndio que devastou partes de sua icônica arquitetura gótica, a Catedral de Notre-Dame, na França, revelou ao mundo nesta sexta-feira, 29, as primeiras imagens de seu interior totalmente restaurado. Com reabertura marcada para o dia 8 de dezembro, o local abriu as portas para uma última visita fechada do presidente francês Emmanuel Macron antes da recepção do público.

Do lado de fora, o monumento, que é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Paris, ainda é um canteiro de obras, com andaimes e guindastes. Mas o interior reformado provocou elogios entre autoridades e a imprensa global. "Provou ser de tirar o fôlego", disse a agência Associated Press sobre a restauração. Já a presidência francesa não poupou elogios para apresentar a visita: "brilho", "fascinação", vista "impactante".

"Ainda mais bela que antes, com o brilho redescoberto do louro das pedras e da cor das capelas", escreveu Macron em um documento enviado à imprensa.

Da limpeza ao restauro

Em abril de 2019, as chamas, provocadas por um incêndio que não teve as causas identificadas, devastaram o telhado e a estrutura da catedral, que teve sua construção iniciada em 1163 e tornou-se um dos maiores símbolos da arquitetura gótica em todo o mundo. A icônica agulha, construída por Viollet-le-Duc no século 19, desabou e foi reconstruída de forma idêntica.

O altar no presbitério da catedral carrega um símbolo da devastação do incêndio. A Pietà de Nicolas Coustou, parte do conjunto Vœu de Louis XIII, sobreviveu praticamente ilesa, mas o chumbo derretido do incêndio fundiu-se na mão de Cristo. Os restauradores escolheram preservar isso como uma forma de memória à tragédia.

O grande órgão da catedral, um dos maiores e mais famosos da França, foi poupado das chamas, mas seus 8 mil tubos, que variam do tamanho de uma caneta a mais de 10 metros, foram cobertos de pó de chumbo. Ao longo de dois anos, os tubos foram meticulosamente desmontados, limpos e reajustados.

Os buracos escancarados que o incêndio abriu no teto foram fechados com novas pedras cuidadosamente reconstruídas. As paredes de calcário de cor creme da catedral parecem novas, limpas não apenas da poeira do incêndio, mas também da sujeira acumulada ao longo dos séculos.

Aspiradores de pó potentes foram usados primeiro para remover a poeira tóxica liberada quando o fogo derreteu os telhados de chumbo da catedral. No total, 42 mil metros quadrados de alvenaria foram limpos e descontaminados - uma área equivalente a aproximadamente seis campos de futebol.

Obra de R$ 4,4 bi

A catedral atraía milhões de fiéis e visitantes anualmente antes do incêndio, que forçou seu fechamento e transformou o monumento no coração de Paris em uma zona proibida, exceto para artesãos, arquitetos e outros mobilizados para a reconstrução.

Na época do incêndio, Macron prometeu reabrir o local em cinco anos, o que gerou certo ceticismo na época. "Nos disseram muitas vezes no começo que não seria possível, que era loucura, que era arbitrário, que faríamos errado", disse Macron. "Mas no final vocês conseguiram", disse o presidente à equipe envolvida nas obras de restauração.

Segundo o jornal francês Le Monde, cerca de 250 empresas e centenas de especialistas se envolveram no trabalho de restauração, que custou aproximadamente 700 milhões de euros (R$ 4,4 bilhões na cotação atual).

"Parece que foi construído ontem, como se tivesse acabado de nascer, embora Notre Dame seja muito antiga", disse o pedreiro Adrien Willeme, que trabalhou na reconstrução. "Por ter sido restaurado e limpo com tanto cuidado, parece realmente extraordinário."

As cerimônias religiosas e laicas de reabertura estão previstas para 7 e 8 de dezembro, antes da abertura das portas para o mundo.A França convidou diversos líderes estrangeiros, mas ainda não é possível saber quem comparecerá às cerimônias. O papa Francisco já anunciou que não estará presente. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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A maioria dos brasileiros avaliou positivamente o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 12. Para 45% dos entrevistados, o petista saiu mais forte politicamente da reunião com o ex-presidente norte-americano, enquanto 30% acreditam que ele ficou mais fraco. Para outros 10%, o presidente saiu igual e 15% não souberam ou preferiram não opinar.

O levantamento também mostrou otimismo quanto às relações comerciais entre os dois países. Questionados sobre a possibilidade de um acordo para reduzir tarifas, 51% afirmaram acreditar que Lula e Trump chegarão a um entendimento, ante 39% que consideram improvável uma convergência entre os dois líderes. A reunião ocorreu no último dia 26, no horário de Brasília, em Kuala Lumpur, na Malásia, onde ambos participaram como convidados da 47ª Cúpula de Líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 6 e 9 de novembro, por meio de entrevistas presenciais. O levantamento ouviu 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais em todas as regiões do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.

As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre segurança pública foram desaprovadas pela maioria dos eleitores, inclusive entre seus próprios apoiadores. De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 12, cerca de sete em cada dez eleitores lulistas (66%) discordam da frase do petista segundo a qual "os traficantes também são vítimas dos usuários".

A declaração foi feita durante viagem à Malásia, quando Lula se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No total, 81% dos brasileiros discordam da afirmação, 14% concordam e 5% não souberam responder. A rejeição é expressiva até entre segmentos próximos ao governo: 78% entre eleitores de esquerda não lulistas e 81% entre independentes.

A Quaest entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 6 e 9 de novembro. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%. A pesquisa foi realizada em meio à repercussão da megaoperação no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, tornando-se a mais letal da história do Estado, e reacendeu o debate sobre a política de segurança pública. A ação contou com ampla aprovação popular: segundo a Quaest, 67% dos brasileiros disseram aprovar a operação, enquanto 25% a desaprovam e 8% não opinaram.

Na última terça-feira, 4, o presidente voltou a tratar do assunto e classificou como "desastrosa" a ação da polícia no Rio. A nova fala também foi mal recebida pela maioria da população, mas encontrou respaldo entre seus eleitores. De acordo com a Genial/Quaest, 57% dos brasileiros discordam da avaliação de Lula, enquanto 38% concordam e 5% não souberam responder.

Entre os lulistas, porém, 57% concordam com o presidente, e 38% discordam. O apoio à declaração também é majoritário entre eleitores de esquerda não lulistas (67%), mas minoritário entre independentes (38%) e quase inexistente entre eleitores da direita (15%) e bolsonaristas (19%).

A reação às falas e o avanço do debate sobre segurança pública se refletem nos índices gerais de aprovação do governo. A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest mostra que o tema freou a recuperação de Lula. A desaprovação ao governo oscilou negativamente de 49% para 50%, enquanto a aprovação recuou de 48% para 47%, registrando a primeira oscilação negativa nas avaliações desde maio.

Na análise da gestão, a parcela que considera o governo positivo caiu de 33% para 31%, enquanto a avaliação negativa oscilou de 37% para 38%. Outros 28% avaliam o governo como regular. O desgaste ocorre em um momento em que a segurança pública voltou a ocupar o centro das preocupações dos brasileiros. A violência é citada por 38% dos entrevistados como o principal problema do País, uma alta em relação a outubro, quando o índice era de 30%. O resultado reforça a dificuldade do governo em manter apoio estável num tema historicamente dominado pela oposição.

A percepção dos brasileiros sobre a economia segue predominantemente negativa, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 12. Para 43% dos entrevistados, a economia piorou no último ano, enquanto 32% afirmam que permanece igual e 24% avaliam que melhorou. Em relação aos próximos 12 meses, há um leve otimismo: 42% acreditam que o cenário econômico vai melhorar, 35% preveem piora e 18% esperam estabilidade.

A pesquisa também apontou as percepções do brasileiro sobre inflação e emprego. São 58% os que acham que os preços dos alimentos no mercado subiram no último mês, contra 63% do levantamento de outubro. Agora, são 23% os que acham que ficou igual (eram 21%) e 17% os que apontam que caiu (eram 15%).

Quanto ao mercado de trabalho, são 50% os que acham que está mais difícil conseguir emprego hoje do que há um ano. Enquanto isso, 39% apontam que está mais fácil e 5% acham que ficou igual.

O levantamento foi realizado entre os dias 6 e 9 de novembro, por meio de entrevistas presenciais. Foram ouvidos 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, em todas as regiões do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.