Brasileiro de 19 anos voluntário na guerra da Ucrânia morre em combate

Internacional
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Um brasileiro de 19 anos que atuava como voluntário nas tropas da Ucrânia na guerra contra a Rússia morreu na última quinta-feira, 28. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 29, pela prefeitura de Rurópolis, no Pará, cidade natal do jovem, e as circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas.

Tiago Nunes, conhecido pelos amigos pelo apelido de "Índio", estava na Ucrânia há menos de um mês, de acordo com relatos nas redes sociais. Ele foi ao leste europeu sem inicialmente revelar à família o destino e o motivo da viagem.

Nas redes, amigos lamentaram a perda do jovem. Dezenas de veículos se reuniram em uma carreata em homenagem a Tiago na cidade de Rurópolis, que fica no sudoeste paraense e tem cerca de 53 mil habitantes.

"Neste momento de profunda tristeza e dor, manifestamos aos familiares e amigos nossas mais sinceras condolências", diz a nota divulgada pela prefeitura.

Procurado, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) não confirmou ao Estadão, até o fechamento desta reportagem, se a pasta foi oficialmente notificada a respeito da morte do jovem.

Desde o início da guerra na Ucrânia, pelo menos três brasileiros mortos no conflito foram relatados pelas autoridades. Em agosto de 2023, o estudante de medicina de 25 anos Antônio Hashitani morreu em combate na cidade de Bakhmut, na Ucrânia.

No primeiro ano da guerra, em junho de 2022, André Hack Bahi, 44 anos, teve seu falecimento confirmado pela Embaixada do Brasil em Kiev. Em julho do mesmo ano, a pasta confirmou as mortes dos brasileiros Thalita do Valle e Douglas Búrigo em um bombardeio na cidade de Kharkiv; ambos lutavam como voluntários junto às tropas ucranianas.

Nas últimas semanas, o conflito se intensificou. Os Estados Unidos autorizaram a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance de produção americana e minas terrestres na guerra. Em resposta, a Rússia ordenou a produção em série do novo míssil hipersônico russo, apelidado de Oreshnik, que foi usado pela primeira vez na guerra no dia 21 de novembro e surpreendeu pela capacidade de carregar mais de uma ogiva e atingir múltiplos alvos.

As autoridades ucranianas anunciaram nesta sexta-feira que a Rússia entregou os corpos de 502 soldados mortos na guerra entre esses dois países, sem revelar se foi uma troca. "Os corpos de 502 defensores caídos em combate foram repatriados para o território sob controle do governo ucraniano", afirmou o organismo de coordenação dos prisioneiros de guerra. É a segunda repatriação deste tipo este mês. No início de novembro, Kiev recuperou os corpos de 563 soldados.

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Falando para um público de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista neste domingo, 3, o pastor Silas Malafaia deu um recado direto aos governadores que se colocam na lista de herdeiros do capital político do inelegível ex-presidente da República nas eleições do próximo ano.

Afirmando que não iria deixar "passar nada", Malafaia questionou: "Cadê aqueles que dizem ser a opção no lugar de Bolsonaro? Onde eles estão? Era para estarem aqui!"

Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o de Goiás, Ronaldo Caiado (União), não participaram de nenhuma das manifestações que ocorreram em diversas cidades do País neste domingo.

Nenhum deles publicou nas redes sociais nada relacionado aos protestos em favor do ex-presidente, réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), e pivô de uma guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O norte-americano também puniu o ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, com Lei Magnitsky, sanção usada contra ditadores e violadores de direitos humanos.

"Isso prova que Bolsonaro é insubstituível! Vão enganar trouxa! E eu não sou trouxa. Estão com medo do STF, né? Por isso não vieram. Arrumaram desculpa, né? Por isso, minha gente, 2026 é Bolsonaro", gritou o pastor.

Bolsonaro segue inelegível por condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, portanto, mesmo que não seja preso e se candidate, não conseguirá continuar com a candidatura.

Tarcísio, o melhor colocado da direita nas pesquisas de intenção de voto, afirmou na quinta-feira, 31, que passaria por procedimento médico e por isso faltaria ao evento. Após o fim da manifestação, a assessoria do governador afirmou que a intervenção ocorreu sem intercorrências, que Tarcísio tem alta prevista para esta mesma noite e que na segunda-feira terá agenda interna no Palácio dos Bandeirantes.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve presente e acenou ao público, mas não discursou. Já o vice, Coronel Mello Araújo (PL), indicação de Bolsonaro na chapa com o emedebista, criticou senadores "por não fazerem a lição de casa", justificando as sanções norte-americanas contra o País anunciadas na última quarta-feira como resultado da falta de ação dos parlamentares em pautarem a anistia a Bolsonaro.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se encontrou neste domingo, 3, em Brasília, com Fidel Antonio Castro Smirnov, o "Fidelito" - neto do líder cubano Fidel Castro, que morreu em 2016.

Um registro que mostra Lula e Fidelito foi publicado pelo prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá (PT), que afirmou ser um dos responsáveis pelo "encontro simbólico", durante o encerramento do 17º Encontro Nacional do PT. "O Congresso também foi marcado por um encontro simbólico que ajudei a construir: o abraço entre Lula e Fidelito, neto de Fidel. Um gesto de afeto e história, que agora se transforma em futuro. Fidelito vai desenvolver pesquisas em medicina nuclear em Maricá. Seguimos firmes, com ousadia, projeto e pé no povo!", escreveu.

O evento reuniu lideranças petistas, como a ex-presidente do PT e atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o novo presidente do partido, Edinho Silva.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi submetido na tarde deste domingo, 3, a um procedimento de radioablação na tireoide por ultrassonografia. A intervenção aconteceu sem intercorrências, afirma nota oficial do governo de São Paulo divulgada neste domingo. Segundo especialistas, este tipo de procedimento é feito para destruir nódulos na tireoide.

Tarcísio cumprirá na segunda-feira, 4, agenda interna no gabinete no Palácio dos Bandeirantes.

Ele não foi à manifestação bolsonarista realizada neste domingo na Avenida Paulista por causa do procedimento.