Presidente sul-coreano diz que seu cargo está 'nas mãos de seu partido' após lei marcial

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Em sua primeira aparição pública após a imposição da lei marcial na última terça-feira, 3, o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, disse que está "verdadeiramente arrependido" por causar ansiedade e prometeu não fazer outra tentativa de impô-la. Sob risco de impeachment, Yoon disse que deixará para seu partido decidir por quanto tempo ele deve permanecer no cargo. O líder do partido, por sua vez, descreveu a saída como "inevitável".

Em um discurso televisionado na manhã de sábado, 7 (noite de sexta-feira, 6, em Brasília), o presidente admitiu que, embora tenha declarado sua lei marcial por "desespero", isso causou "ansiedade e desconforto" para o povo. "Ofereço minhas sinceras desculpas ao povo que deve ter ficado muito surpreso", disse.

Yoon disse que deixaria as decisões sobre o restante de seu mandato e a estabilização da governança do país para seu partido. As declarações foram feitas horas antes da votação parlamentar de uma moção de impeachment contra ele. Ainda não é claro se a moção submetida pelos legisladores da oposição obteria a maioria necessária para que Yoon fosse acusado.

Inicialmente, o partido governista Partido do Poder Popular se manifestou contrariamente ao pedido de impeachment. Mas o líder do partido pediu na sexta-feira a suspensão de seus poderes constitucionais, descrevendo-o como inapto para ocupar o cargo e capaz de tomar medidas mais extremas, incluindo novas tentativas de impor lei marcial.

Neste sábado, Han Dong-hoon disse que a saída de Yoon é "inevitável". "O desempenho normal dos deveres do presidente é impossível nestas circunstâncias e uma renúncia antecipada do presidente é inevitável".

O impeachment exige o apoio de 200 dos 300 membros da Assembleia Nacional. Os partidos de oposição que apresentaram em conjunto a moção de impeachment têm 192 assentos combinados. Isso significa que eles precisariam de pelo menos oito votos do Partido do Poder Popular de Yoon.

O Parlamento disse no sábado que se reunirá às 17h (horário local). Primeiro, votará um projeto de lei que nomeia um promotor especial para investigar alegações de tráfico de influência em torno da esposa de Yoon e, depois, o impeachment de Yoon./AFP e AP.

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Durante a noite desta terça-feira, 11, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) lançou oficialmente sua pré-candidatura ao Senado pelo Distrito Federal. O evento contou com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

"É uma caminhada por um Senado de coragem, feito por homens e mulheres de coragem, que farão o que deve ser feito para que os Poderes voltem ao seu desenho constitucional e possamos, enfim, ter justiça neste país", afirmou Kicis durante o discurso.

A deputada destacou ainda que decidiu dar esse passo não apenas por incentivo de seus eleitores, mas também por respeito às lideranças do partido e pelo apoio de Michelle Bolsonaro.

O anúncio movimenta a disputa pelas duas vagas ao Senado pelo DF. Michelle está entre os nomes cotados para compor uma das chapas do PL, conforme havia sido sinalizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O governador Ibaneis Rocha (MDB) também teria manifestado interesse em concorrer a uma cadeira na Casa.

Durante o evento, Michelle Bolsonaro lembrou que completam 100 dias desde o início da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e criticou o fato do ex-presidente não poder se manifestar publicamente.

A ex-primeira-dama reafirmou seu posicionamento contrário ao PT, dizendo que a "bandeira jamais será vermelha" e que o objetivo é eleger um "Congresso forte e renovado" nas próximas eleições.

"Obrigada por esse apoio à nossa deputada mais votada, que com certeza tem um projeto lindo para o nosso Distrito Federal através dessa cadeira no Senado. Vamos lutar para eleger Bia Kicis senadora. Mulheres, vamos reagir. Jovens, vamos reagir. Nós temos inocentes presos", declarou Michelle.

O senador Flávio Bolsonaro também discursou e liderou um coro pedindo o retorno do pai: "Volta, Bolsonaro", afirmando ser necessário "resgatar o Brasil".

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, manifestou apoio à parlamentar e elogiou o evento nas redes sociais, descrevendo a ocasião como "uma noite promissora para a direita" e "um passo em direção à vitória".

Entre os presentes estavam ainda os senadores Izalci Lucas (PL-DF), Rogério Marinho (PL-RN) e Márcio Bittar (PL-AC), o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF) e o ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao Senado pela Paraíba, Marcelo Queiroga (PL-PB).

De acordo com levantamento da Paraná Pesquisas, a ex-primeira-dama lidera a disputa pelo Senado no Distrito Federal em 2026, com 42,8% das intenções de voto, segundo pesquisa divulgada em junho deste ano.

Em segundo lugar aparece Ibaneis Rocha, com 36,5%. Ainda nesse cenário, a senadora Leila Barros (PDT-DF) registra 29,7%, seguida pelas deputadas federais Erika Kokay (PT-DF), com 24%, e Bia Kicis, com 18,3%. A vice-presidente do PT no DF, Rosilene Corrêa, tem 6,5%.

Os votos em branco e nulos somam 7,6%, enquanto 4,3% dos entrevistados não souberam ou não opinaram.

Em um segundo cenário, sem a presença de Michelle Bolsonaro, Ibaneis Rocha e o deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF) aparecem tecnicamente empatados, com 35,3% e 36% das intenções de voto, respectivamente, diferença que está dentro da margem de erro do levantamento, de 2,6 pontos percentuais.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), apresentou ao deputado Guilherme Derrite (PP-SP), relator do projeto de lei de combate às facções criminosas, quatro pontos de alteração na proposta, entre eles a decretação da alienação de bens de faccionados e os recursos direcionados à Polícia Federal. Derrite afirmou que analisa as propostas e não garantiu a votação do texto nesta quarta-feira, 12.

Mais cedo, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu o adiamento da votação do projeto de lei de combate às facções criminosas. Ela afirmou que, diante da "complexidade" do tema, seria melhor se o assunto fosse debatido por mais tempo.

"Avaliamos que, pela complexidade da matéria, seria importante a gente ter um pouco mais de tempo para discutir. Óbvio que a prerrogativa do presidente (da Câmara) Hugo Motta é de pautar. Se ele pautar hoje [nesta quarta], nós vamos estar preparados para fazer os destaques, os debates que precisamos fazer em plenário", disse a ministra em entrevista no Palácio do Planalto.

Gleisi se reuniu com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, no fim da manhã desta quarta. Também participaram técnicos da SRI, da Justiça e da Casa Civil. O objetivo foi fazer uma leitura técnica da última versão do relatório de Derrite, que se licenciou do cargo de secretário de Segurança de São Paulo para relatar a proposta.

A ministra disse que há quatro pontos principais em que o governo entende ser preciso fazer alterações.

Novo tipo penal: O primeiro deles é em relação ao tipo penal criado pelo relator. Pelo texto do governo, esse novo tipo penal é o de integrante de facção criminosa, diferenciando de organizações criminosas em geral. Derrite alterou para dizer que o crime se refere a quem "utilizar violência ou grave ameaça para intimidar, coagir ou constranger a população ou agentes públicos, com o propósito de impor ou exercer o controle, domínio ou influência, total ou parcial, sobre áreas geográficas, comunidades ou territórios".

Redação legislativa: A ministra também afirmou que o deputado, ao elaborar o relatório, não revogou artigos da lei das organizações criminosas, o que significa que duas legislações estariam vigentes sobre temas correlatos.

Perdimento extraordinário: O terceiro ponto é em relação ao que se chama "perdimento extraordinário", ou seja, a captura de bens ilícitos adquiridos pelos condenados por integrarem facções criminosas. Derrite primeiro deixou esse ponto de fora e depois estabeleceu que ele só possa acontecer se o processo tiver transitado em julgado (ou seja, sem possibilidade de recursos).

Polícia Federal: O último ponto é em relação aos recursos direcionados à Polícia Federal. Gleisi disse que o relatório de Derrite promove uma "descapitalização" da PF ao direcionar recursos de fundos federais e destiná-los aos Estados. "O relator voltou atrás em não retirar as atribuições da Polícia Federal, mas deixou a descapitalização da Polícia Federal. Ao esvaziar todos os fundos federais, ao repartir esses fundos, distribuí-los entre os estados e não deixar nada para o federal. Isso nos preocupa muito, porque a Polícia Federal precisa de recursos para as suas operações", afirmou.

Gleisi disse que o Ministério da Justiça divulgará uma nota técnica ainda nesta quarta sobre esses quatro pontos citados. Também disse que os técnicos do MJ se reunirão ao longo do dia para fazer uma leitura aprofundada sobre o texto de Derrite.

Questionada se o governo apoiaria o relatório do deputado caso esses quatro pontos sejam alterados, a ministra se esquivou. Reforçou que o Ministério da Justiça ainda analisará outros pontos, mas disse que seria "um grande avanço" e que o Congresso entregaria ao País "uma lei que vai, de fato, combater as facções criminosas".

Derrite conversa com líderes partidários na tarde desta quarta sobre a votação da proposta. Segundo ele, as sugestões de alterações do governo se referem principalmente ao tema do perdimento de bens do crime e sua equipe analisa "para ver se consegue atender a demanda".

Como mostrou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mesmo após as alterações, o governo briga para retomar a versão original do PL antifacção no que tange à decretação da alienação de bens de faccionados.

O relatório de Derrite prevê que caberia ao governo do Estado onde o delito está sendo investigado, alienar bens, direitos e valores declarados perdidos. Já o projeto de autoria do governo estabelecia que era função do gestor de ativos do Ministério da Justiça a alienação de bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União; e do gestor de fundo beneficiário definir a destinação dos bens declarados perdidos em favor da União, dos Estados ou do Distrito Federal.

Derrite afirmou ainda que não há "descapitalização" da Polícia Federal, como alegado pelo governo Lula. "O que for de investigação da PF vai pra PF, o que for de investigação da outra polícia será da outra polícia", disse.

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou por 17 votos a favor e 10 contra a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Sabatinado na CCJ, Gonet afirmou nesta quarta-feira, 12, que a decisão de se aprovar anistia cabe ao Congresso, mas que há polêmicas do ponto de vista jurídico. Gonet não especificou quais seriam essas "polêmicas".

"Essa é uma decisão que cabe ao Congresso tomar, não tenho dúvida da competência do Congresso para se manifestar a respeito de anistia. Entendo que há polêmica em torno disso do ponto de vista jurídico", disse Gonet.