Presidente sul-coreano diz que seu cargo está 'nas mãos de seu partido' após lei marcial

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Em sua primeira aparição pública após a imposição da lei marcial na última terça-feira, 3, o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, disse que está "verdadeiramente arrependido" por causar ansiedade e prometeu não fazer outra tentativa de impô-la. Sob risco de impeachment, Yoon disse que deixará para seu partido decidir por quanto tempo ele deve permanecer no cargo. O líder do partido, por sua vez, descreveu a saída como "inevitável".

Em um discurso televisionado na manhã de sábado, 7 (noite de sexta-feira, 6, em Brasília), o presidente admitiu que, embora tenha declarado sua lei marcial por "desespero", isso causou "ansiedade e desconforto" para o povo. "Ofereço minhas sinceras desculpas ao povo que deve ter ficado muito surpreso", disse.

Yoon disse que deixaria as decisões sobre o restante de seu mandato e a estabilização da governança do país para seu partido. As declarações foram feitas horas antes da votação parlamentar de uma moção de impeachment contra ele. Ainda não é claro se a moção submetida pelos legisladores da oposição obteria a maioria necessária para que Yoon fosse acusado.

Inicialmente, o partido governista Partido do Poder Popular se manifestou contrariamente ao pedido de impeachment. Mas o líder do partido pediu na sexta-feira a suspensão de seus poderes constitucionais, descrevendo-o como inapto para ocupar o cargo e capaz de tomar medidas mais extremas, incluindo novas tentativas de impor lei marcial.

Neste sábado, Han Dong-hoon disse que a saída de Yoon é "inevitável". "O desempenho normal dos deveres do presidente é impossível nestas circunstâncias e uma renúncia antecipada do presidente é inevitável".

O impeachment exige o apoio de 200 dos 300 membros da Assembleia Nacional. Os partidos de oposição que apresentaram em conjunto a moção de impeachment têm 192 assentos combinados. Isso significa que eles precisariam de pelo menos oito votos do Partido do Poder Popular de Yoon.

O Parlamento disse no sábado que se reunirá às 17h (horário local). Primeiro, votará um projeto de lei que nomeia um promotor especial para investigar alegações de tráfico de influência em torno da esposa de Yoon e, depois, o impeachment de Yoon./AFP e AP.

Em outra categoria

O advogado do general da reserva Walter Souza Braga Netto, José Luis Oliveira Lima, afirmou nesta sexta-feira, 27, que o tenente-coronel Mauro Cid é um "mentiroso contumaz". Ele também declarou que pretende solicitar uma acareação - procedimento utilizado para confrontar informações prestadas à Justiça - entre seu cliente e Cid. O acordo de delação premiada de Cid é peça no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado, no qual Braga Netto é investigado.

Em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, o criminalista afirmou também que, após o Ministério Público Federal (MPF) apresentar a denúncia e os investigados se tornarem efetivamente réus, a participação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no processo será questionada. De acordo com Lima, o motivo é o fato de o ministro ser parte envolvida como vítima, uma vez que o plano de golpe previa o assassinato de Moares.

"Caso ele (Alexandre de Moares) participe do julgamento, no momento oportuno, terei que alegar a nulidade do julgamento com base em uma defesa técnica", disse Lima, acrescentando que sua preocupação é que o julgamento não seja político, mas, sim, técnico "Realmente não fico confortável, após a apresentação da denúncia, que o ministro Alexandre de Moraes, que teria sido vítima desse suposto golpe, atue no julgamento", afirmou.

José Luis Oliveira Lima, conhecido como Juca, esclareceu também que solicitará o procedimento de apuração dos fatos assim que tiver acesso aos autos. "Vou pedir uma acareação entre Braga Netto e o Cid. Quero os dois ali, um na frente do outro", disse. Ele sugeriu ainda que a delação premiada do tenente-coronel, homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, teria sido feita sob coação policial, após Cid permanecer preso por mais de 100 dias.

Durante a entrevista, também afirmou que a decisão do ministro Alexandre de Moraes de prender Braga Netto sob a acusação de obstrução da Justiça é "desprovida de prova concreta". Ele argumentou que o ministro teria sido induzido ao erro por um relatório enviesado produzido pela Polícia Federal.

"Preciso registrar, evidentemente, o meu respeito pelo Supremo, pela Polícia Federal e pelo ministro Alexandre de Moraes... (Mas Moraes) é humano, e humano também erra", declarou o advogado, que conta com mais de três décadas de experiência e trânsito nos tribunais superiores do País. Lima já trabalhou em casos de grande repercussão. Ele defendeu nomes como o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães e o humorista Marcius Melhem.

Porém, ao ser questionado por jornalistas, o advogado evitou responder diretamente. Durante a entrevista, Lima indicou que a defesa de Braga Netto tentará desacreditar a delação premiada de Cid, tratando o tenente-coronel como mentiroso. O advogado foi lembrado de que as acusações contra o general não se baseiam apenas nas declarações de Cid, mas também em documentos e provas concretas.

Um exemplo citado foi uma conversa entre Braga Netto e um agitador, no contexto de pressionar comandantes das Forças Armadas a aderirem ao golpe para manter Jair Bolsonaro no poder. Quando confrontado com essas provas, o advogado se esquivou, afirmando não ter tido acesso aos autos e que, se entrasse nesse debate, estaria atuando como comentarista, não como advogado.

Ele também afirmou ter conversado com Braga Netto apenas cinco vezes e estar à frente da defesa do general há apenas dez dias. Em entrevista ao canal GloboNews, Lima repetiu a declaração feita ao Estadão, dizendo que não pretende utilizar uma delação premiada como estratégia de defesa. Segundo o advogado, como seu cliente não cometeu crime, não há o que ser delatado.

O vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), assumiu nesta sexta-feira, 27, o cargo de governador interino enquanto Tarcísio de Freitas (Republicanos) tira 15 dias de licença.

Segundo comunicado enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o afastamento, iniciado em 18 de dezembro, foi motivado por assuntos particulares, incluindo uma viagem ao exterior, onde Tarcísio passa o recesso com a família. Ele deve retomar o cargo em 11 de janeiro.

Ramuth foi prefeito de São José dos Campos entre 2017 e 2022 antes de integrar a chapa de Tarcísio pelo PSD. Previamente, Ramuth teve uma longa carreira no PSDB, partido pelo qual atuou por 28 anos. É evangélico e tem formação em administração com MBA em gestão pública pela FGV.

Apesar de ter criticado Tarcísio e Jair Bolsonaro (PL) durante a pré-campanha, Ramuth alinhou-se ao grupo, chegando a participar de um ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista em fevereiro, na capital. Durante o evento, comentou sobre um suposto esforço do governo federal para enfraquecer lideranças de direita.

A experiência administrativa de Ramuth inclui passagens como presidente da Urbam (Urbanizadora Municipal de São José dos Campos), secretário municipal de Transportes, secretário de projetos especiais de Comunicação e gestor de mobilidade urbana na Frente Nacional de Prefeitos.

No cenário político, Ramuth equilibra a convivência com bolsonaristas e a independência de seu partido. Durante as eleições municipais de 2024, apoiou Anderson Farias, (PSD) reeleito em São José dos Campos, enfrentando antigos aliados como Eduardo Cury (PL).

Antes da política, sonhava em ser ator e dançarino. Estrelou a peça O Gênio do Crime com Caco Ciocler e se dedica à dança folclórica israelita.

Ramuth, que lidera ações do Estado na cracolândia, descarta ampliar estratégia de internação compulsória de usuários de droga e aposta no uso de câmeras inteligência no controle dos problemas da região. Quanto aos ataques de dependentes químicos a ônibus e caminhões de lixo em 2023, que geraram caos na região, Ramuth afirmou ao Estadão que foram "reações às ações corretas" do poder público.

O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou o atual prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (sem partido), como secretário de Segurança Urbana da cidade, em seu Instagram, nesta sexta-feira, 27. "Espero trazer bons resultados de experiências bem-sucedidas que tivemos, dentre elas o programa 'Noite Tranquila'", disse Morando, resposta a Nunes em vídeo publicado na rede social.

O programa mencionado consiste em operações de bloqueio a veículos equipados com aparelhagem de som aos fins de semana na cidade sob a gestão de Morando, fazendo uso das polícias Militar e Civil desde maio de 2017. Trata-se de iniciativa de combate aos chamados "pancadões" e festividades periféricas, que, muitas vezes, geram ocorrências de perturbação.

Além disso, o prefeito de São Bernardo deixou o PSDB recentemente e criticou correligionários, afirmando que seus valores haviam sido feridos. "Expuseram práticas incompatíveis com os princípios da ética e da democracia, nos comandos de Eduardo Leite, Aécio Neves e Paulo Serra", afirmou o ex-tucano, referindo-se ao governador do Rio Grande do Sul, o deputado federal por Minas Gerais e o prefeito de Santo André, respectivamente.

Na eleição municipal de 2024, Morando tentou eleger a sua própria sobrinha como sucessora, a candidata Flávia Morando (União Brasil). No entanto, ela terminou em quarto lugar, com 21,38%. Após a derrota, Flávia foi nomeada como secretária especial parlamentar de sua tia, a deputada estadual Carla Morando (PSDB), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).