Suspeito pelo assassinato do CEO da UnitedHealthcare é acusado de homicídio

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Após o CEO da UnitedHealthcare ser baleado em uma calçada de Nova York (EUA), a polícia iniciou uma busca pelo atirador mascarado usando cães, drones e mergulhadores. Oficiais recorreram ao robusto sistema de vigilância da cidade. Investigadores analisaram amostras de DNA, impressões digitais e endereços de internet. A polícia também foi de porta em porta procurando testemunhas. Quando a prisão foi efetuada, cinco dias depois, o mérito foi compartilhado entre os extensos esforços investigativos e a intuição de um civil atento.

 

Um cliente do McDonald's, na Pensilvânia, reconheceu outro frequentador que parecia com o homem das imagens das câmeras de segurança divulgadas pela polícia de Nova York. Luigi Nicholas Mangione, um graduado da Ivy League de 26 anos, pertencente a uma proeminente família de imobiliárias de Maryland, foi preso na segunda-feira (9) pelo assassinato de Brian Thompson, CEO de uma das maiores empresas de seguros médicos dos EUA.

 

O suspeito continua detido na Pensilvânia, onde foi inicialmente acusado de porte de arma sem licença, falsificação e uso de identificação falsa para a polícia. Mais tarde, promotores de Manhattan adicionaram a acusação de homicídio, segundo um registro judicial online. Ele deve ser extraditado para Nova York.

 

Não está claro se Mangione tem um advogado para comentar as acusações. Questionado na audiência se precisava de um defensor público, ele pediu para "responder a isso em uma data futura".

 

'Sabíamos que era ele'

 

Mangione foi preso em Altoona, Pensilvânia, após o cliente do McDonald's alertar um funcionário, segundo as autoridades. A polícia chegou ao local e encontrou Mangione sentado no fundo do restaurante, usando uma máscara médica azul e olhando para um laptop, conforme a denúncia criminal da polícia da Pensilvânia. Inicialmente, ele apresentou uma identidade falsa, mas ficou em silêncio e começou a tremer quando questionado se havia estado em Nova York recentemente.

 

Ao baixar a máscara a pedido dos policiais, "sabíamos que era ele", disse o policial novato Tyler Frye em uma entrevista coletiva em Hollidaysburg.

A comissária da polícia de Nova York, Jessica Tisch, afirmou que Mangione portava uma arma semelhante à usada para matar Thompson e a mesma identidade falsa que o atirador usou para se hospedar em um albergue em Nova York, além de um passaporte e outras identidades falsas.

 

O chefe de detetives da NYPD, Joseph Kenny, informou que Mangione também carregava um documento manuscrito de três páginas que expressava "hostilidade contra o corporativismo americano". Um funcionário de segurança que falou sob anonimato revelou que o documento incluía uma linha onde Mangione alegava ter agido sozinho. "Para as autoridades federais, serei breve, porque respeito o que fazem por nosso país. Para poupar uma investigação longa, afirmo claramente que não trabalhei com ninguém," dizia o documento. Também incluía: "Peço desculpas por qualquer sofrimento ou trauma, mas isso precisava ser feito. Francamente, esses parasitas mereceram."

 

O promotor Peter Weeks, da Pensilvânia, disse em tribunal que Mangione foi encontrado com um passaporte e US$ 10.000 em dinheiro - sendo US$ 2.000 em moeda estrangeira. Mangione contestou o valor. Thompson, de 50 anos, foi morto na última quarta-feira enquanto caminhava sozinho para um hotel em Manhattan para uma conferência de investidores. A polícia rapidamente considerou o ataque como um assassinato direcionado, com o atirador aparentemente esperando por Thompson, aproximando-se por trás e disparando com uma pistola 9 mm.

 

Investigadores encontraram munições com as palavras "atrasar," "negar" e "depor" perto do corpo de Thompson, um jargão usado para criticar a indústria de seguros. Imagens de vigilância mostram o atirador fugindo de bicicleta para o Central Park, depois pegando um táxi até um terminal de ônibus no norte de Manhattan.

 

Mangione, neto de um rico filantropo do setor imobiliário, é primo de um deputado estadual de Maryland. Ele foi orador de sua turma em uma escola de elite em Baltimore e concluiu graduação e mestrado em ciência da computação na Universidade da Pensilvânia em 2020.

 

A família de Mangione divulgou uma nota afirmando: "Estamos chocados e devastados com a prisão de Luigi. Oferecemos nossas orações à família de Brian Thompson e pedimos que orem por todos os envolvidos."

 

Embora o atirador tenha tentado esconder seu rosto, deixou uma trilha de pistas em Nova York, incluindo uma mochila abandonada no Central Park, um celular em uma praça de pedestres e um rótulo de barra de proteína.

 

Nos dias seguintes ao crime, a NYPD coletou centenas de horas de vídeos e divulgou imagens para envolver o público na busca. "Essa combinação de trabalho policial tradicional e tecnologia moderna levou a esse desfecho," concluiu Tisch na coletiva em Nova York.

 

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participa hoje com o ex-presidente Jair Bolsonaro de manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, que pede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Em discurso, ele afirmou que o cenário de inflação elevada do País é fruto de erros do governo federal, que não promove um ajuste fiscal.

"Ninguém aguenta mais inflação porque tem um governo irresponsável que gasta mais do que deve. Ninguém aguenta mais o arroz caro, o feijão caro, a gasolina cara, o ovo caro", disse o governador, alfinetando ainda a promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de picanha barata. "Se está tudo caro, volta Bolsonaro", disse.

Tarcísio disse que o governo tem medo de perder a eleição para Bolsonaro, por isso há interesse em mantê-lo afastado das urnas. Ele defendeu que a oposição vai pautar e aprovar o projeto para anistiar os condenados pelos atos de 8 de janeiro.

"Os caras que assaltaram o Brasil, os caras que assaltaram a Petrobras, voltaram para a cena do crime, voltaram para a política, foram reabilitados. Tá certo isso? Parece haver justiça nisso? Então é correto que a gente garanta a anistia daqueles inocentes que nada fizeram. E nós vamos lutar. Nós vamos garantir isso. Nós vamos garantir que esse projeto seja pautado, seja aprovado. E quero ver quem vai ter coragem de votar contra. E podem ter certeza que nós vamos conseguir os votos", afirmou.

Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), também fez uma breve fala na manifestação, declarando que Jair Bolsonaro será seu candidato - e único candidato - para a eleição de 2026.

Bolsonaro está inelegível até 2030, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em três ocasiões, e duas sentenças seguem em vigor. Uma delas foi cancelada porque o colegiado já havia decidido sobre o mesmo fato. Ele foi condenado em 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o ex-presidente como líder de uma organização criminosa "baseada em projeto autoritário de poder" e "com forte influência de setores militares".

A Polícia Civil da Bahia informou que o presidente do Partido Verde (PV), da Bahia, Ivanilson Gomes, foi libertado por sequestradores na noite de sábado, 15, após quase 36 horas sob domínio dos criminosos. Segundo a nota, ele "se encontra em segurança". Um suspeito foi preso. A polícia busca o restante do bando.

Gomes foi sequestrado na sexta-feira, 14, depois de uma invasão à sede do PV no bairro Rio Vermelho, na capital baiana. Os funcionários que estavam na hora do crime foram roubados. Ao menos três bandidos participaram da ação, o que já configura associação criminosa e extorsão mediante sequestro, porque solicitaram resgate para libertar a vítima. As penas pelos dois crimes, somadas, vão de 9 a 18 anos.

"Um suspeito de participar do sequestro já se encontra preso e uma investigação está em curso para elucidação do crime", disse trecho da nota da polícia. "Depoimentos e imagens de câmeras de segurança do local vão ajudar a elucidar o caso. Qualquer informação sobre movimentações suspeitas relacionadas ao caso pode ser enviada com total sigilo, através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP). O serviço funciona em regime 24 horas."

Gomes foi levado pelo bando que invadiu a sede do partido à Rua João Gomes, número 160. Em um primeiro momento, as vítimas pensaram se tratar apenas de um roubo, mas logo evoluiu para o sequestro do presidente da legenda.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o ato convocado pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para a manhã deste domingo, 16, na Praia de Copacabana, busca derrotar o "alexandrismo".

Em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Flávio disse que o magistrado não respeita as normas jurídicas como o direito à ampla defesa e contraditório. Segundo Flávio, mencionando os presos do 8 de Janeiro, Moraes tem pressa para concretizar uma "certa vingança".

"Rasgando a nossa Constituição sem processo legal, sem ampla defesa, sem contraditório. É uma pressa para que se concretize uma certa vingança. Isso não tem espaço na nossa democracia, esse 'alexandrismo' tem que acabar", afirmou Flávio.

O senador disse ainda que acredita que a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tem votos suficientes para pautar o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.

"Eu acredito que nós já temos votos suficientes, na Câmara e no Senado, para aprovar esse projeto de anistia. Só que hoje é muito importante a presença de todos aqui para manifestar a discordância do caminho que o País está tomando, em especial com a decisão que poucos estão tomando em Brasília", afirmou Flávio.

A estratégia dos bolsonaristas para o ato de hoje é deixar os ataques a Moraes para os aliados do ex-presidente, como feito por Flávio. Bolsonaro, por sua vez, deve adotar um tom cauteloso e focar no pedido de aprovação da anistia aos golpistas.

Como mostrou o Estadão, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), deve apresentar o projeto de lei como prioridade de votação na reunião de líderes que vai ocorrer na próxima quinta-feira, 20. Desta forma, a proposta pode ser votada na última semana do mês.

O projeto de anistia contém brechas que podem beneficiar Bolsonaro. A lei torna imune de punição os financiadores da invasão aos prédios dos Três Poderes e os agitadores que insuflaram a multidão golpista por meio das redes sociais. Aliados de Bolsonaro e o próprio ex-presidente são investigados pelo STF por apoiarem as manifestações que terminaram em vandalismo e destruição do patrimônio público.