Donald Trump é eleito pessoa do ano da revista 'Time' pela segunda vez

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A revista Time nomeou na quinta-feira, 12, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, como pessoa do ano de 2024, a segunda vez que distingue o republicano com o reconhecimento. Trump já havia recebido a distinção em 2016, após vencer pela primeira vez as eleições presidenciais contra a democrata e favorita nas pesquisas Hillary Clinton.

 

A honraria concedida ao empresário que virou político é o resultado de sua recuperação, de um ex-presidente condenado ao ostracismo, que se recusou a aceitar sua derrota eleitoral quatro anos atrás, para um presidente eleito que conquistou a Casa Branca de forma decisiva em novembro.

 

"Por liderar um retorno de proporções históricas, por impulsionar um realinhamento político único em uma geração, por remodelar a presidência americana e alterar o papel dos Estados Unidos no mundo, Donald Trump é a Pessoa do Ano 2024 da Time", disse a revista em um comunicado.

 

Ele visitava a Bolsa de Valores de Nova York no momento que soube da nomeação. O republicano chamou o feito de "tremenda honra" ao tocar o sino de abertura da bolsa nesta quinta-feira pela manhã.

 

Trump, que venceu a vice-presidente Kamala Harris nas eleições de 5 de novembro, aparece na capa da publicação desta semana exibindo sua característica gravata vermelha e com uma pose pensativa.

 

"Hoje testemunhamos um ressurgimento do populismo, um crescente desconfiança nas instituições que definiram o século passado e uma erosão da crença de que os valores liberais levarão a uma vida melhor para a maioria das pessoas. Trump é ao mesmo tempo o agente e o beneficiário de tudo isso", escreveu o editor-chefe da Time, Sam Jacobs.

 

Este ano Trump foi condenado por acusações de fraude empresarial e quase foi assassinado duas vezes. No entanto, terminará 2024 preparando-se para retornar à Casa Branca com maiorias republicanas em ambas as câmaras do Congresso.

 

Influência de Trump

 

Tendo dominado os acontecimentos informativos de 2024, é provável que a influência de Trump continue quando ele assumir a presidência em 20 de janeiro.

 

O republicano promete expulsões em massa de imigrantes indocumentados e tarifas significativas que ameaçam abalar não apenas a economia dos Estados Unidos, mas também as de parceiros comerciais chave.

 

Ele colocou em dúvida a continuação do apoio dos Estados Unidos à Ucrânia em sua luta contra a invasão russa, e já se tornou uma espécie de presidente sombra, hospedando líderes estrangeiros em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida.

 

Seu retorno - na capa da revista Time, mas também à frente do governo dos Estados Unidos - era impensável há alguns anos.

 

Após seus apoiadores invadirem o Capitólio em uma tentativa de reverter sua derrota eleitoral de 2020, parecia que os republicanos estavam prontos para se distanciar deste outsider impulsivo que havia tomado controle do partido.

 

Foram iniciados processos criminais por suas tentativas de anular as eleições de 2020 e foi declarado responsável em um tribunal civil por abuso sexual. Ele continua sendo uma figura controversa na política dos Estados Unidos e mundial.

 

No entanto, nada disso o impediu de conquistar a indicação republicana e depois ganhar as eleições gerais contra Kamala.

 

A democrata foi uma das finalistas para o prêmio da Time, junto com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, e o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, entre outros.

 

O prêmio, que é concedido anualmente, é um reconhecimento à figura mais influente do ano. Entre os ganhadores anteriores estão Taylor Swift e Volodmir Zelenski.

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se encontrou neste domingo, 3, em Brasília, com Fidel Antonio Castro Smirnov, o "Fidelito" - neto do líder cubano Fidel Castro, que morreu em 2016.

Um registro que mostra Lula e Fidelito foi publicado pelo prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá (PT), que afirmou ser um dos responsáveis pelo "encontro simbólico", durante o encerramento do 17º Encontro Nacional do PT. "O Congresso também foi marcado por um encontro simbólico que ajudei a construir: o abraço entre Lula e Fidelito, neto de Fidel. Um gesto de afeto e história, que agora se transforma em futuro. Fidelito vai desenvolver pesquisas em medicina nuclear em Maricá. Seguimos firmes, com ousadia, projeto e pé no povo!", escreveu.

O evento reuniu lideranças petistas, como a ex-presidente do PT e atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o novo presidente do partido, Edinho Silva.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi submetido na tarde deste domingo, 3, a um procedimento de radioablação na tireoide por ultrassonografia. A intervenção aconteceu sem intercorrências, afirma nota oficial do governo de São Paulo divulgada neste domingo. Segundo especialistas, este tipo de procedimento é feito para destruir nódulos na tireoide.

Tarcísio cumprirá na segunda-feira, 4, agenda interna no gabinete no Palácio dos Bandeirantes.

Ele não foi à manifestação bolsonarista realizada neste domingo na Avenida Paulista por causa do procedimento.

Cumprindo medidas cautelares e sem poder sair de casa, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) reuniu 37,6 mil apoiadores na Avenida Paulista neste domingo, 3, por meio de aliados que convocaram as manifestações em São Paulo e em várias cidades brasileiras. A estimativa é do Monitor do Debate Público do Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), que fez o levantamento a partir de fotos aéreas em diversos momentos do ato.

A margem de erro é de 12%, o que faz com que o número possa variar entre 33,1 mil e 42,1 mil participantes.

O grupo que constantemente acompanha e faz a contagem de público de manifestações chegou a ser criticado pelo líder do PL na Câmara, deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), que disse que a Universidade "não sabe contar os brasileiros", e que este, segundo sua própria percepção, é o maior protesto bolsonarista até agora.

Em São Paulo, as principais lideranças presentes foram o pastor Silas Malafaia, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), e prefeito Ricardo Nunes (MDB), que subiu no trio elétrico das autoridades, mas não discursou.

Deputados federais, estaduais e vereadores paulistanos também compareceram, mas o principal orador foi Malafaia, que teve o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como seus principais alvos.

O comparecimento aos atos em favor do ex-presidente minguou à medida do avanço da investigação e da ação penal por tentativa de golpe de Estado, da qual Bolsonaro é réu. A redução do público foi superior a 90%. Em fevereiro de 2024, mais de 125 mil pessoas estiveram presentes na Avenida Paulista. Em 29 de junho, um protesto no mesmo local reuniu 12,4 mil pessoas, segundo dados do Monitor.

Veja a evolução do público nos atos bolsonaristas, segundo dados do Monitor da USP:

Fevereiro de 2024, em São Paulo - 185 mil

Setembro de 2024, em São Paulo - 45 mil

Março de 2025 - no Rio de Janeiro - 18,3 mil

Abril de 2025, em São Paulo - 44,9 mil

Junho de 2025, em São Paulo - 12,4 mil

As manifestações deste domingo, que ocorreram em outras capitais brasileiras e em cidades do interior, foram as primeiras realizadas após o anúncio de sanções dos Estados Unidos ao Brasil, estimuladas por um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Segundo relatório do Monitor da USP, o auge da manifestação ocorreu às 15h33. No momento, o deputado Nikolas Ferreira discursava, e foi assistido por cerca de 31 mil telas que acompanhavam a transmissão no canal do YouTube de Malafaia. Durante o discurso do pastor, a transmissão alcançou 31,7 mil espectadores.