Ciclone em ilha francesa pode ter deixado centenas de mortos, dizem autoridades

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A França enviou ajuda por navio e aeronaves militares para seu território ultramarino de Mayotte, no oceano Índico, nesta segunda-feira, 16, após a ilha ser devastada por sua pior tempestade em quase um século. As autoridades em Mayotte temem que centenas e possivelmente milhares de pessoas tenham morrido no ciclone Chido, embora o número oficial de mortos fosse de apenas 14, na manhã de segunda-feira.

Equipes de resgate e pessoal médico foram enviados para a ilha, localizada na costa leste da África, da França e do território francês vizinho de Reunião, além de toneladas de suprimentos. A emissora de televisão francesa TF1 informou na manhã de segunda-feira que o Ministro do Interior, Bruno Retailleau, havia chegado a Mamoudzou, a capital de Mayotte.

"Levará dias e dias para estabelecer o número de vítimas", disse ele à mídia francesa. As autoridades francesas disseram que mais de 800 pessoas deveriam chegar nos próximos dias. O ciclone Chido atingiu o arquipélago densamente povoado, de cerca de 300 mil pessoas, no sábado, 14. O prefeito de Mayotte, François-Xavier Bieuville, o principal oficial do governo francês em Mayotte, disse à emissora local Mayotte la 1ere no domingo que o número de mortos estava na casa das centenas e poderia até chegar aos milhares.

Ele afirmou que as favelas pobres de Mayotte, compostas por barracos de metal e outras estruturas informais, sofreram danos terríveis e as autoridades estavam tendo dificuldades para obter uma contagem precisa dos mortos e feridos após o pior ciclone a atingir Mayotte desde a década de 1930.

Vários bairros foram arrasados, enquanto a infraestrutura pública, como o principal aeroporto e o hospital, foi gravemente danificada e o fornecimento de energia foi interrompido, disseram as autoridades francesas. O dano na torre de controle do aeroporto significa que apenas aeronaves militares podem voar para Mayotte, o que complica a resposta à devastação.

2 milhões de pessoas podem ter sido afetadas

Mayotte é o departamento mais pobre da França e é considerado o território mais pobre da União Europeia, mas é um destino para migração econômica de países ainda mais pobres, como os Comores e a Somália, devido a um padrão de vida melhor e ao sistema de bem-estar social francês. Bieuville, o prefeito de Mayotte, disse que seria extremamente difícil contar todos os mortos, e muitos talvez nunca sejam registrados, em parte devido à tradição muçulmana de enterrar os mortos dentro de 24 horas após a morte. Além disso, há muitos migrantes sem documentos vivendo na ilha.

O ciclone Chido atravessou o Oceano Índico, afetando as ilhas próximas de Comores e Madagáscar, na sexta-feira e sábado. No entanto, Mayotte estava diretamente no caminho do ciclone e levou o impacto mais forte. O ciclone Chido trouxe ventos superiores a 220 km/h, segundo o serviço meteorológico francês, tornando-se um ciclone de categoria 4, o segundo mais forte na escala.

O ciclone atingiu a terra em Moçambique no final de domingo, onde as autoridades e agências de ajuda disseram que mais de 2 milhões de pessoas podem ser afetadas. A mídia de Moçambique relatou que três pessoas morreram no norte do país, mas disseram que esse foi um número preliminar. Mais para o interior, Malawi e Zimbábue também se prepararam para possíveis desocupações devido a inundações, à medida que o ciclone Chido segue sua trajetória para o leste, embora o ciclone tenha enfraquecido ao passar pela terra.

De dezembro a março é a temporada de ciclones no sudoeste do oceano Índico, e o sul da África tem sido atingido por uma série de ciclones fortes nos últimos anos. O ciclone Idai, em 2019, matou mais de 1.300 pessoas, principalmente em Moçambique, Malawi e Zimbábue. O Ciclone Freddy deixou mais de 1.000 mortos em vários países no Oceano Índico e no sul da África no ano passado.

Em outra categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao Senado 17 indicações para cargos de direção em agências reguladoras. O conjunto de nomes foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 16. Todos os nomes deverão passar por sabatina com os senadores.

Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a vacância das cadeiras em agências reguladoras provocou disputas internas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e entre senadores da base de apoio ao governo no Congresso.

O presidente confirmou a indicação de Artur Watt Neto para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Como revelou o Broadcast, a indicação do atual consultor jurídico da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) para a posição foi encabeçada pelo senador Otto Alencar (PSD-BA).

Já Pietro Sampaio Mendes - atual secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia que estava cotado para assumir a chefia do órgão - também foi indicado para compor a diretoria da ANP.

O presidente também trocou as indicações para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Para diretor-presidente, retirou a indicação do atual substituto, Tiago Sousa Pereira, para indicar o diretor da Infraero Tiago Chagas Faierstein ao cargo de chefe do órgão. Lula também retirou a indicação de Mariana Olivieri Caixeta Altoé à Anac para enviar o nome de Rui Chagas Mesquita.

No cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Lula indicou o atual diretor do órgão Guilherme Theo Rodrigues Da Rocha Sampaio. Como mostrou o Broadcast Político, ele foi apontado ao presidente pelo Ministro dos Transportes, Renan Filho, com o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o presidente encaminhou o nome do Leandro Pinheiro Safatle - que estava no Ministério da Saúde - para o cargo de diretor-presidente. Para a diretoria do órgão, Lula também indicou Daniela Marreco Cerqueira e Diogo Penha Soares.

Para diretor-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Lula escolheu o atual chefe da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Wadih Nemer Damous Filho.

Para a diretoria da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o Planalto indicou três nomes: Larissa De Oliveira Rêgo, Cristiane Collet Battiston e Leonardo Góes Silva. Para a Agência Nacional de Mineração (ANM), foi indicado José Fernando De Mendonça Gomes Júnior.

Para a Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), Lula indicou Alessandro Facure Neves De Salles Soares para o cargo de diretor-presidente, além de Lorena Pozzo e Ailton Fernando Dias para assentos no colegiado. E para a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o presidente indicou Patricia Barcelos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe na manhã desta terça-feira, 17, a visita do ministro da Defesa, José Múcio, na sua residência em Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. José Múcio chegou ao local às 9h e a expectativa é que fale com a imprensa após visitar Lula. Antes do ministro, o presidente recebeu a médica Ana Helena Germoglio. Lula, em recuperação dos procedimentos realizados no Sírio Libanês em razão de uma hemorragia intracraniana, ficou em São Paulo para ter acompanhamento médico após receber alta hospitalar no domingo, dia 15.

A Justiça do Peru localizou quatro brasileiros que fugiram da Justiça após serem investigados e condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. A comunicação do governo peruano foi feita no último dia 5 de dezembro ao órgão internacional do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do portal G1.

Os fugitivos localizados no território peruano são: Antonio Alves Pinheiro Junior, réu e morador da cidade de São Paulo; Edilaine da Silva Santos, ré e moradora de Birigui (SP); Romario Garcia Rodrigues, cearense condenado a 2 anos e 5 meses de prisão por associação armada e incitação a animosidade das Forças Armadas e Rosana Maciel Gomes, goianiense condenada a 13 anos e seis meses de prisão por golpe de Estado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.

O Estadão procurou o STF, a Embaixada do Peru em Brasília e a defesa dos fugitivos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Os quatro fugitivos estão entre a lista dos 61 brasileiros que fugiram para a Argentina. A suspeita é que, após a descoberta do paradeiro e a iniciativa do país vizinho em repatriá-los, eles tenham partido para outras nações da América do Sul. Três estariam vindo do Chile e outro pela Bolívia.

Com a comunicação feita ao STF, a Corte poderá determinar a extradição deles para o Brasil. Para isso, é necessário empreender tratativas diplomáticas com o governo peruano.

Em maio do ano passado, o Estadão mostrou que fugitivos do 8 de Janeiro haviam quebrado tornozeleiras eletrônicas e fugido para a Argentina e o Uruguai. O governo brasileiro pediu a inclusão dos foragidos na lista da Interpol e a Polícia Federal (PF) empreendeu operações para recapturá-los.

No mês passado, o governo argentino prendeu três foragidos que estavam no território do país. Foram eles: Wellington Luiz Firmino, condenado a 17 anos de prisão; Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, condenado a 12 anos e seis meses de prisão e Joelton Gusmão de Oliveira, condenado a 17 anos de prisão.