Kremlin reafirma interesse no Ártico e diz seguir de perto ameaças de Trump à Groenlândia

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O Kremlin disse na quinta-feira, 9, que está "seguindo de perto" as reivindicações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre a Groenlândia, território dinamarquês.

 

A região do Ártico também está na esfera de interesse da Rússia, segundo o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou que a Pasta interpelará nesta sexta-feira, 10, a empresa Meta pedindo explicações sobre como a companhia vai proteger usuários, após a decisão da dona do Facebook, do Instagram e do Whatsapp de encerrar a checagem de fatos em suas plataformas nos Estados Unidos. Segundo ele, o governo não irá permitir que as redes sociais transformem o ambiente em uma "carnificina ou uma barbárie digital".

O ministro deu as declarações no Palácio do Planalto depois de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros integrantes do governo para discutir a decisão da empresa americana e o quadro geral das redes sociais no Brasil.

Messias disse que as políticas da Meta não são transparentes e as comparou a uma "biruta de aeroporto" - no sentido de mudarem de acordo com os ventos políticos, neste caso, para agradar a Donald Trump.

Segundo ele, é possível que medidas jurídicas sejam tomadas contra a gigante da tecnologia, mas isso só será discutido depois que a empresa responder às perguntas do governo. Ele mencionou que o governo se preocupa com a proteção, por exemplo, de crianças e adolescentes que usam as redes sociais.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também estava na reunião e participou da entrevista a jornalistas. Disse que o controle das redes digitais foi debatido e que a regulamentação do setor fará parte da agenda do governo. Afirmou que o Executivo discutirá propostas sobre o tema em um grupo de trabalho para entregar ao Legislativo quando acabar o recesso, em fevereiro.

"O presidente foi claro na reunião que não abrirá mão da soberania do Brasil. Toda e qualquer empresa nacional ou multinacional, grupo de comunicação nacional ou internacional terá que respeitar o arcabouço legal brasileiro e terá que respeitar a justiça brasileira", disse Rui Costa.

O ministro da Casa Civil mencionou como exemplo de dano causado por redes sem regulação o vídeo falso que circulou na quinta-feira, 9, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizendo que aumentaria impostos. Costa afirmou que esse tipo de caso causa danos à economia.

Rui Costa disse que governo vê a decisão da Meta com preocupação e quer saber se a empresa acabará com a checagem de fatos só nos Estados Unidos ou se fará o mesmo no Brasil.

Depois de essa dúvida ser sanada, o Executivo discutirá se tomará alguma medida sobre o tema, de acordo com o ministro.

A partir de 1º de fevereiro de 2025, o salário dos 94 deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) será R$ 201,75 maior que o do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O subsídio dos parlamentares passará a ser de R$ 34.774,64, enquanto o chefe do Executivo manterá o recebimento de R$ 34.572,89.

Trata-se do terceiro e último aumento escalonado pela lei nº 17.617, aprovada em regime de urgência por 49 votos favoráveis e 10 contrários em 16 de janeiro de 2023 pela Casa e sancionada pelo então presidente da Assembleia, Carlão Pignatari (PSDB).

Na época, o salário saltou de R$ 25.322,25 para R$ 29.469,99. Em abril do mesmo ano, foi para R$ 31.238,19. E em fevereiro de 2024, atingiu o atual estágio de R$ 33.006,39, superando os salários do vice-governador e dos secretários de Estado.

O então governador Rodrigo Garcia (ex-PSDB) deixou a sanção para seu sucessor Tarcísio, que não deu continuidade ao processo, diante de um potencial desgaste político. Dessa forma, definido pela Constituição Estadual em caso de não manifestação do chefe do Executivo dentro de 15 dias, o poder de sanção ou veto passou para o presidente da Alesp, que sancionou.

Especialistas ouvidos pelo Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) reiteram que o teto do funcionalismo público brasileiro é o salário de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), cujo subsídio atual é de R$ 44.008,52. A partir de 1º de fevereiro, passará a ser R$ 46.366,19, assim como o Presidente da República, dos senadores e deputados federais.

"No Brasil, isso hoje está uma bagunça, devido a uma mudança na Constituição quase duas décadas atrás que criou a possibilidade de cada Estado decidir se adota um teto único ou três tetos diferentes", explica o especialista em Direito Constitucional pela Universidade de São Paulo (USP) e assessor Legislativo, Leonardo Quintiliano. "Em relação ao Governo Federal e Congresso Nacional, é diferente. Lá existe mais paridade e o teto do funcionário público federal é o do STF, não importa se do Legislativo ou Executivo."

Segundo a Constituição do Estado de São Paulo, o teto do funcionalismo é o salário do governador, logo, servidores não poderiam ultrapassar aquele valor. No entanto, a Constituição Federal define que o teto do salário dos deputados estaduais deve ser de até 75% do salário dos deputados federais. Essa foi a justificativa para a proposta de aumento feita no final de 2022, além de que não havia reajuste desde 2016.

Em nota, a Alesp diz que se trata de algo constitucional. "Esta lei escalonada que fizemos em 2023 foi acompanhando o reajuste dos deputados federais em Brasília. Eles fizeram o mesmo e nos adequamos aqui", afirma. Procurado, o atual presidente da Alesp, André do Prado (PL), não se manifestou.

"O que acontece é que apenas três ou quatro Estados não possuem teto unificado estadual. Isso muda a dinâmica", diz o professor Quintiliano. "É mais fácil para os deputados dividirem esse ônus político que para o governador, que passa a ser alvo isolado de críticas."

Para o professor e doutor em Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas (FGV), trata-se de algo incomum, mas realmente não ilegal ou inconstitucional. "Foi uma emenda criada nos anos 1990, quando o Brasil estava se preparando para fazer lei de responsabilidade fiscal e havia muita disparidade de salários", explica.

Já para André Marsiglia, advogado constitucionalista e colunista de política, o aumento configura uma anomalia. "Entendo que a CF estipula uma regra hierárquica e ética, para subsídios públicos no artigo 37", diz.

"Cargos municipais têm como teto o salário do prefeito, estaduais o do governador, e assim por diante", explica o especialista. "Violada essa regra, com aumentos que quebrem a harmonia constitucional, entendo como possível o ministério público impugnar o aumento por meio de medida judicial."

A ex-deputada estadual e atual vereadora da cidade de São Paulo, Janaína Paschoal (PP), foi uma das parlamentares que votou contra o aumento escalonado. Além dela, apenas Gil Diniz (PL), Valéria Bolsonaro (PL), Heni Ozi Cukier (Podemos), Patrícia Gama (PSDB), e as bancadas do PSOL e do Novo votaram contra a proposta.

"Eu votei contra, por entender que o salário anterior já era bastante digno e por acreditar que precisamos dar o exemplo, como representantes do povo", afirma a parlamentar. "Votei para enxugar a máquina pública e para reduzir os benefícios de quem já ganha bem."

O vice-presidente do PT e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá (RJ), saiu em defesa dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados pela morte da vereadora do Rio Marielle Franco, em 2018. No Instagram, o petista postou foto ao lado de familiares dos Brazão e declarou que não há provas de envolvimento dos dois com o crime.

Irmã de Marielle, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, reagiu e prometeu recorrer ao comitê de ética do partido.

Na legenda da postagem, Quaquá disse que está defendendo os Brazão por "não ser um rato que se esconde no esgoto para fugir da luz".

O vice-presidente do PT ainda tentou associar, sem provas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da execução da vereadora, o que foi descartado pela investigação da Polícia Federal (PF).

"A realidade é que usaram a família Brazão de bucha de canhão para ocultar, inclusive, o fato de que o assassino brutal esteve um dia depois no condomínio onde moram Bolsonaro e seu filho. Isso foi deixado de lado pela investigação", afirmou Quaquá em postagem feita pelo Instagram na quinta-feira, 9.

Domingos e Chiquinho Brazão estão presos desde março do ano passado após serem apontados pela PF como os mandantes da execução da ex-vereadora.

De acordo com o inquérito, finalizado seis anos após o crime, o assassinato foi motivado por grilagem de terras que eram de interesse de milicianos ligados aos Brazão. Marielle e o motorista dela, Anderson Gomes, foram mortos a tiros no bairro carioca do Estácio em 14 de março de 2018.

Também pelo Instagram, Anielle disse, sem citar o nome de Quaquá, que dirigente do partido está usando o nome da irmã "sem qualquer responsabilidade".

A ministra prometeu entrar com uma ação em desfavor do vice-presidente no partido e chamou a atitude dele de "repugnante".

"Vou protocolar um pedido na comissão de ética do partido sobre o dirigente que se utiliza desse caso de maneira repugante e que é contra a postura do próprio governo e do partido", disse Anielle.

Essa não é a primeira vez que Quaquá toma uma posição contrária ao PT e defende publicamente os irmãos Brazão. Na época em que eles foram presos, o prefeito de Maricá disse ao Estadão que não estava "plenamente convencido" da participação de Domingos no crime.

"Não vou nem dizer nem que é inocente nem culpado. Não vi ainda provas cabais. Eu conheço ele há 20 anos. Será uma surpresa negativa [se ele estiver envolvido], porque é um negócio brutal", afirmou Quaquá à Coluna do Estadão. "Eu acho que não é hora de apontar nenhum inocente, sem que a gente tenha clareza de todas as circunstâncias", completou.

A declaração causou atritos no partido, porém, Quaquá acabou sendo blindado. Em uma reunião da cúpula petista onde foi discutido um possível afastamento dele da vice-presidência, o placar foi de 26 votos contrários a 17 favoráveis.