Posse de Maduro é um desrespeito à democracia, diz ministro Renan Filho

Internacional
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O ministro dos Transportes, Renan Filho, usou o X (antigo Twitter) para repudiar a posse de Nicolás Maduro para o seu terceiro mandato como presidente da Venezuela. Em sua declaração, ele classificou o ato como um ataque à legitimidade democrática e relembrou os valores históricos de seu partido, o MDB (antigo PMDB). "Manifesto minha indignação à posse de Nicolas Maduro. A tomada do governo pela força bruta e sem legitimidade precisa ser condenada por todos nós defensores da Democracia. Como membro do MDB, partido que historicamente sempre defendeu o respeito às liberdades individuais, à justiça e o voto popular, deixo aqui o meu repúdio ao truculento regime que se impõe mais uma vez hoje com a tentativa de posse desse ditador incansável em desrespeitar a soberana vontade do povo venezuelano."

Ele classificou a posse de Nicolás Maduro como um ato ilegítimo que afronta os princípios democráticos. Destacou também que a Venezuela vive sob um regime autoritário, no qual a soberania popular é continuamente ignorada.

Segundo ele, o MDB, partido ao qual pertence, tem como tradição a defesa das liberdades e do voto popular, e por isso, ele considera essencial repudiar atos que, em sua visão, representam retrocessos para a democracia.

Nicolás Maduro, acompanhado de sua vice, Delcy Rodríguez, assumiu o terceiro mandato consecutivo nesta sexta-feira, 10. A posse ocorreu no Parlamento venezuelano, onde o governo detém ampla maioria, e é marcada por uma forte presença militar nas ruas de Caracas para garantir a segurança do evento.

O cenário político na Venezuela é amplamente contestado, tanto internamente quanto por governos estrangeiros, que criticam as condições em que as eleições foram realizadas. Apesar das controvérsias, representantes de alguns países marcaram presença na cerimônia.

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A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) foi vaiada durante um show da banda Roupa Nova em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. A senadora usou o microfone durante um momento em que a banda abriu espaço para perguntas da plateia na sexta-feira, 1º.

"Está tudo certo, a gente vive numa democracia", reagiu Soraya, que é ex-aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e relatou a CPI das Bets do Senado. A senadora do Mato Grosso do Sul candidatou-se à Presidência em 2022 pelo União Brasil. Obteve a 5ª colocação no pleito, com 600.955 votos.

O grupo musical se manifestou sobre o episódio por meio de uma nota oficial. No comunicado, a banda esclareceu que não sabia que a senadora faria uso do microfone.

"Reforçamos que o episódio não representa, de forma alguma, um posicionamento político da banda ou de um integrante isolado", disse a banda. "Esperamos sinceramente esse momento isolado não prejudique a conexão sincera que construímos com milhões de fãs ao longo dos anos, nem nos leve a rever o formato do show."

Em nota, Soraya lamentou o episódio. "A senadora lamenta que a polarização política tenha alcançado até espaços de cultura e lazer, onde deveria prevalecer o respeito mútuo. Reitera que estava ali como cidadã, fã da banda, e não em exercício de seu mandato", afirmou o gabinete da parlamentar, em nota.

O ato em favor de Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista neste domingo, 3, reverteu a tendência de queda de público registrada em manifestações anteriores, mas teve um trio elétrico esvaziado em relação aos outros protestos de apoiadores do ex-presidente realizados na capital paulista.

A principal ausência foi a do próprio Bolsonaro, alvo de medidas cautelares desde 18 de julho, entre as quais um recolhimento domiciliar aos finais de semana. Nenhum dos presidenciáveis da direita foi ao ato, denominado "Reaja, Brasil", o que rendeu críticas no principal discurso da tarde, do pastor Silas Malafaia, organizador do protesto.

Sem citar nomes, Malafaia criticou a ausência dos que pleiteiam herdar o espólio eleitoral do ex-presidente nas eleições presidenciais do ano que vem. "Cadê aqueles que dizem ser a opção no lugar de Bolsonaro? Onde eles estão? Era para estarem aqui!", disse o pastor. "Isso prova que Bolsonaro é insubstituível! Vão enganar trouxa! E eu não sou trouxa. Estão com medo do STF, né? Por isso não vieram. Arrumaram desculpa, né? Por isso, minha gente, 2026 é Bolsonaro", disse Malafaia. Bolsonaro acumula duas penas de inelegibilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não pode concorrer a cargos públicos até 2030.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), informou na quinta-feira, 31 de julho, que faltaria ao ato devido a um procedimento médico. Tarcísio é o político de direita melhor colocado nas pesquisas de intenção de voto, embora despiste uma candidatura ao Palácio do Planalto. Os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, também não compareceram ao ato na Avenida Paulista.

O governador Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, participou do ato bolsonarista na orla de Copacabana, mas não seguiu para o protesto em São Paulo, assim como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o filho "01" do ex-presidente". Castro pretende disputar o Senado e não se coloca como pré-candidato ao Planalto.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou do ato bolsonarista de Belém (PA), onde cumpria uma agenda do PL Mulher, e não foi a São Paulo.

Deputados federais bolsonaristas discursaram no ato da Avenida Paulista, como Paulo Bilynskyj (PL), Marco Feliciano (PL) e Rosana Valle (PL), os três eleitos por São Paulo. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também discursou. O mineiro Nikolas Ferreira (PL), o parlamentar com mais seguidores nas redes sociais, participou do ato pró-Bolsonaro em Belo Horizonte pela manhã e, de tarde, esteve em São Paulo. Durante seu discurso, Nikolas colocou Jair Bolsonaro na linha.

Deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) também estiveram presentes, como Paulo Mansur (PL), Conte Lopes (PL), Lucas Bove (PL), Tomé Abduch (Republicanos) e Capitão Telhada (PP). Embora tenha ido subido no trio elétrico, Telhada não discursou.

Aliados de Jair Bolsonaro na política paulistana também foram ao ato, como os vereadores Lucas Pavanato (PL) e Zoe Martínez (PL), além do próprio prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), acompanhado de seu vice, Ricardo Mello Araújo (PL).

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também foi ao ato, mas não discursou.

O ato na Avenida Paulista reuniu 37,6 mil apoiadores. A estimativa é do Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Cebrap e da Universidade de São Paulo (USP), que fez o levantamento a partir de fotos aéreas em diversos momentos do ato. A estimativa tem uma margem de erro de 12% em relação ao total, o que faz com que o número possa variar entre 33,1 mil e 42,1 mil participantes.

Segundo estimativas do Monitor do Debate Público, o ato deste domingo quase triplicou o público presente na última manifestação bolsonarista na capital paulista, no dia 29 de julho. A adesão, no entanto, ainda está distante da registrada no ato de fevereiro de 2024, quando 185 mil estiveram na Paulista.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apagou o vídeo que mostrava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participando, por telefone, do ato na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo, 3. O vídeo está fora do ar na manhã desta segunda-feira, 4.

O áudio do telefonema feito a Bolsonaro por Flávio foi conectado no sistema de alto-falantes. "Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos, é pela nossa liberdade. Estamos juntos", disse o ex-presidente aos manifestantes que foram até a orla.

O momento da saudação foi registrado em vídeo e publicado no perfil oficial de Flávio Bolsonaro no Instagram. O ex-presidente aparece com o celular na mão e com a tornozeleira eletrônica que é obrigado a usar em destaque. Na publicação, o filho "01" do ex-presidente escreveu: "Palavras de Bolsonaro em Copacabana. A legenda é com vocês".

Em São Paulo, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) mostrou no celular uma videochamada com Bolsonaro. "Não pode falar, mas pode ver", afirmou ao público.

Como mostrou o Estadão, a publicação de Flávio pode configurar o descumprimento da medida cautelar que proíbe o ex-presidente de utilizar redes sociais, inclusive de terceiros. Essa também é a avaliação de interlocutores do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A restrição de uso de redes sociais é uma das cinco medidas cautelares impostas a Bolsonaro em 18 de julho. A medida já causou controvérsia entre o relator e a defesa do ex-presidente.

Três dias depois de ser alvo da restrição, Bolsonaro discursou na Câmara. As declarações foram gravadas e replicadas por apoiadores nas redes sociais.

Moraes pediu esclarecimentos à defesa, que alegou desconhecer a proibição de conceder entrevistas. O relator decidiu que o ex-presidente cometeu uma "irregularidade isolada".