ONU nomeia general brasileiro para chefiar missão no Congo

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O general de divisão Ulisses Mesquita Gomes foi nomeado comandante da Monusco, a força de estabilização da República Democrática do Congo (RDC), que atua ao lado do Exército congolês contra os rebeldes do M23, apoiados por Ruanda.

O anúncio da nomeação do general Ulisses, que atuava no Comando Logístico do Exército, ocorre em meio à crise desencadeada pela ofensiva do M23 no leste do país, atingindo a cidade de Goma, capital do Kivu do Norte, Estado da RDC vizinho à Ruanda. O grupo é formado por combatentes da minoria tutsi.

Milhares de habitantes de Kivu do Norte deixaram a região, enquanto protestos contra o que os congoleses chamam de inação das potências estrangeiras diante da agressão de Ruanda estouraram na quinta-feira em Kinshasa, capital da RDC. Embaixadas de França, Bélgica, EUA e Brasil foram atacadas por manifestantes.

Violência

A Monusco tem 12 mil militares, a maioria africanos. Durante a ofensiva do M23, os capacetes azuis da ONU sofreram 13 baixas. Ao todo, 22 militares brasileiros estão na força da ONU, 5 dos quais permanecem em Goma, pois ocupam funções no Estado-Maior da brigada. O restante está agregado ao batalhão uruguaio, uma das unidades da Monusco que tem autorização para usar a força.

Segundo o Exército brasileiro, outros dez militares estão na cidade de Beni, ao norte do país. "A situação nessa localidade permanece dentro da normalidade, sem alterações significativas na segurança", informou o Exército.

Até 2024, a Monusco era chefiada por outro general brasileiro: Otávio Rodrigues de Miranda Filho. Em novembro de 2023, ele deixou o comando sem que um substituto fosse nomeado.

Escolhido para substituí-lo, no fim do ano passado, o general Ulisses aguardava a sua aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU quando a crise estourou - ela dependia do voto da Rússia. Enquanto isso, a força estava sendo chefiada interinamente pelo general Khar Diouf, do Senegal. A previsão é que Ulisses chegue à RDC na próxima semana.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a conclusão de um "acordo definitivo" entre o Congresso Nacional e o governo sobre a distribuição e a execução das emendas parlamentares, verbas que têm sido alvo de bloqueios pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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Ele prosseguiu: "Então, se o Hugo Motta foi eleito presidente da Câmara, e o Alcolumbre, presidente do Senado, eles serão os presidentes das instituições, e é com eles que nós vamos fazer as tratativas que tiver que fazer."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "trocar ministro é da alçada do presidente da República" e que a atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, "tem competência para ser ministra em qualquer País do mundo".

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"Trocar ministro é da alçada do presidente da República, mas no Brasil temos o hábito de que o presidente toma posse, monta o governo e um ano depois a imprensa já está tratando de uma reforma política", declarou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "se tiver uma pessoa no governo que não está atendendo, a gestão troca". A fala foi feita em coletiva com jornalistas no Palácio do Planalto. A expectativa é que uma reforma ministerial seja realizada no primeiro escalão do governo ainda no primeiro semestre deste ano.

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