Avião da American Airlines colide no ar com helicóptero do Exército dos EUA em Washington

Internacional
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Autoridades norte-americanas informaram a queda de um avião nas proximidades do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, capital dos Estados Unidos, na noite desta quarta-feira, 29. O jato de passageiros Bombardier CRJ700 que partiu de Wichita, no Kansas, colidiu no ar com um helicóptero Sikorsky H-60 do Exército enquanto se preparava para pousar.

 

As aeronaves caíram nas águas do rio Potamac, vizinho ao aeroporto.

 

No avião da American Airlines havia 60 passageiros e quatro tripulantes a bordo no momento da colisão. No helicóptero, que realizava um voo de treinamento, estavam três militares. Informações sobre vítimas ainda não foram divulgadas pelas autoridades.

 

Horas após a colisão, a US Figure Skating, o órgão regulador americano do esporte, afirmou que vários membros da comunidade de patinação, incluindo atletas, treinadores e familiares, estavam no avião que caiu. "Estamos devastados por esta tragédia", disse Alex Schauffler, diretor de comunicações do órgão.

 

Mais tarde, o porta-voz do Kremlin, Dmitri S. Peskov, informou que patinadores artísticos russos e outros cidadãos russos também estavam no jato acidentado. O presidente Vladimir Putin não tem planos de entrar em contato com Donald Trump para falar sobre o acidente, disse Peskov.

 

Em entrevista coletiva, o chefe do Corpo de Bombeiros de Washington, John Donelly, informou que 300 socorristas participam dos trabalhos de busca e resgate no local. Segundo Donelly, o primeiro alerta sobre o acidente foi emitido às 20h48 (cerca de 23h no horário de Brasília), dez minutos depois as primeiras unidades chegaram ao local e localizaram a aeronave na água.

 

A prefeita de DC, Muriel Bowser, que também participou da entrevista, não deu informações sobre vítimas e não confirmou se algum corpo foi recuperado nas águas do Potamac.

 

"Não posso dizer nada sobre a operação de resgate agora", disse a prefeita.

 

Apesar disso, o senador Roger Marshall, do Kansas, sugeriu que pode haver muitas fatalidades. "Quando uma pessoa morre, é uma tragédia, mas quando muitas, muitas, muitas pessoas morrem, é uma tristeza insuportável", disse ele.

 

Em uma publicação no X, antigo Twitter, o Secretário de Defesa Pete Hegseth disse que uma investigação foi iniciada imediatamente pelo Exército e pelo Departamento de Defesa para investigar as causas do acidente que ainda são desconhecidas.

 

Robert Isom, presidente-executivo da American Airlines, lamentou o ocorrido em um vídeo publicado no site da empresa e disse que a companhia aérea está cooperando com as autoridades que investigam o acidente. "Tudo o que podemos fazer, estamos fazendo", disse Isom, que anunciou que fará uma viagem para Washington para acompanhar o caso.

 

Todas as decolagens e pousos previstos no aeroporto Reagan foram interrompidos. As atividades no local estão canceladas pela Administração Federal de Aviação até as 11h da manhã (13h em Brasília) de quinta-feira. Os voos estão sendo transferidos para o Aeroporto Internacional Marshall de Baltimore-Washington.

 

Menos de 30 segundos antes da colisão, gravações de tráfego aéreo mostram controladores perguntando ao helicóptero se tinha o avião à vista e orientando a passar atrás da aeronave que pousava.

 

Um membro da tripulação no helicóptero responde que "a aeronave está à vista" e solicita "separação visual" com o avião que se aproxima, permitindo que ele voe mais perto do que seria permitido se os pilotos não vissem a aeronave. Os controladores aprovaram a solicitação.

 

Cerca de 20 segundos depois, uma movimentação é ouvida no áudio e, segundos depois, os controladores começam a desviar as aeronaves do local do desastre.

 

Pouco após o ocorrido, Donald Trump disse ter sido informado sobre o "terrível acidente" e agradeceu aos socorristas pelo trabalho no local.

 

Em seguida, o presidente fez uma publicação no Truth Social e questionou as táticas do helicóptero militar e dos controladores de tráfego aéreo - ambas agências que se reportam a ele como presidente.

 

"O avião estava em uma linha de aproximação perfeita e rotineira por um longo período de tempo em uma noite clara". Trump questionou "por que o helicóptero não subiu, desceu ou virou" e "por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se eles viram o avião".

 

"Que noite terrível foi essa. Deus abençoe a todos vocês!", acrescentou o presidente em outro post. (Com agências internacionais).

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A Polícia Federal divulgou nota nesta segunda-feira, 10, manifestando preocupação a proposta de alteração no projeto antifacção apresentada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Em nota divulgada no site da corporação, a PF diz que o texto retira atribuições do órgão de investigação criminal.

"A proposta original, encaminhada pelo Governo do Brasil, tem como objetivo endurecer o combate ao crime e fortalecer as instituições responsáveis pelo enfrentamento às organizações criminosas. Entretanto, o texto em discussão no Parlamento ameaça esse propósito ao introduzir modificações estruturais que comprometem o interesse público", diz a nota.

Segundo a PF, o relatório do deputado Derrite, cujo nome não é citado na nota, "o papel institucional histórico da Polícia Federal no combate ao crime - especialmente contra criminosos poderosos e organizações de grande alcance - poderá sofrer restrições significativas".

A proposta do deputado, aponta a PF, obrigaria a instituição só poderia entrar em investigações a pedido de governos estaduais, "o que constitui um risco real de enfraquecimento no combate ao crime organizado".

"Essa alteração, somada à supressão de competências da Polícia Federal, compromete o alcance e os resultados das investigações, representando um verdadeiro retrocesso no enfrentamento aos crimes praticados por organizações criminosas, como corrupção, tráfico de drogas, desvios de recursos públicos, tráfico de pessoas, entre outros", diz a nota.

A PF diz que, pelas regras propostas pelo deputado, as operações recentes contra o crime organizado não teriam ocorrido se as regras do texto de Derrite já estivessem valendo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou à Receita Federal a regularização do Cadastro de Pessoa Física (CPF) do ex-deputado federal Daniel Silveira, que pretende obter a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Atualmente, Silveira cumpre pena em regime semiaberto, já podendo progredir para aberto, pois já cumpriu metade dos oito anos de condenação impostos pela Suprema Corte em 2022. Ele foi condenado por ameaças ao Estado Democrático de Direito e tentativa de interferência em processo judicial.

A liberação do CPF ocorreu após a defesa de Silveira alegar a necessidade de regularização do documento para obter a carteira de trabalho e poder, eventualmente, trabalhar.

Em despacho, Moraes destacou que "considerando que a alegação da defesa é contraditória com a informação obtida junto à Receita Federal, que aponta a situação de regularidade do CPF do apenado, esclareça-se o pedido formulado", dando prazo de cinco dias para resposta.

Além disso, a defesa solicitou a liberação do CPF para inscrição no portal Gov.br e a abertura de conta salário em banco.

Mesmo no regime semiaberto, Silveira segue sujeito a restrições como proibição de uso de redes sociais, monitoramento por tornozeleira eletrônica, passaporte cancelado, comparecimento semanal à Justiça e permanência obrigatória no Estado do Rio de Janeiro.

O ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, apontado como integrante do "núcleo 2" da trama golpista, lançou uma campanha virtual de arrecadação de recursos para custear advogados nos Estados Unidos. A iniciativa foi anunciada no último domingo, 9, em publicação no X (antigo Twitter), feita pelo advogado Jeffrey Chiquini.

Segundo Chiquini, a vaquinha foi criada por um grupo de apoiadores e amigos de Filipe Martins para arrecadar recursos destinados a custear os honorários de advogados criminalistas nos Estados Unidos. Segundo ele, a iniciativa também pretende ajudar nas despesas decorrentes das restrições que o ex-assessor enfrenta "há quase três anos".

Chiquini disse ainda que todo o valor arrecadado será destinado exclusivamente ao ex-assessor de Jair Bolsonaro e defendeu o engajamento dos apoiadores. Ele afirmou que o objetivo é "levar todos os responsáveis pela fraude no sistema migratório americano à Justiça dos EUA" e pediu que as pessoas "acessem o site, ajudem a divulgar e apoiem com o que puderem".

Preso preventivamente desde fevereiro de 2024, Filipe Martins passou seis meses detido no Paraná antes de ser autorizado a cumprir prisão domiciliar, decisão tomada diante do risco de fuga ao exterior. A ordem de prisão foi fundamentada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fato de o nome do ex-assessor constar na lista de passageiros da comitiva do então presidente Jair Bolsonaro, que deixou o Brasil rumo a Orlando em 30 de dezembro de 2022.

Desde então, a defesa de Martins argumenta que, embora seu nome apareça na relação oficial do voo, ele não embarcou e permaneceu no País durante aquele período.

A vaquinha foi anunciada após as recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O magistrado havia determinado o afastamento da defesa de Martins por perda de prazo processual, mas recuou da decisão dias depois. O episódio gerou reação de perfis da extrema-direita nas redes sociais, que acusaram o STF de "cerceamento de defesa".

Apesar das manifestações, a Procuradoria-Geral da República (PGR) reuniu documentos e depoimentos que, segundo a denúncia, implicam diretamente Martins na tentativa de golpe de Estado.

Uma das principais provas citadas é a reunião de 7 de dezembro de 2022, na qual o então presidente Jair Bolsonaro teria apresentado aos comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto com medidas de exceção, considerada pela Polícia Federal como base jurídica para a execução do golpe.

Martins é réu no STF e será julgado em dezembro, nos dias 9, 10, 16 e 17, junto com outros integrantes do chamado "núcleo 2" da trama golpista, grupo composto por ex-assessores e aliados diretos de Bolsonaro que teriam sido responsáveis por ações de articulação e apoio logístico ao plano.