A Espanha é o quinto país europeu mais afetado por ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2025, em um contexto global no qual predominam os ataques de login e ransomware contra serviços críticos.
A atividade maliciosa no ano passado foi marcada pelo uso de inteligência artificial generativa, tanto por gerentes de segurança para "detectar ameaças, fechar lacunas de detecção, interceptar tentativas de phishing", quanto por cibercriminosos e atores de estados-nação, que a aproveitam para tornar "seus esforços mais sofisticados, mais abrangentes e mais precisos".
Isso é afirmado no sexto relatório anual "Microsoft Digital Defence", que analisa as tendências entre julho de 2024 e junho de 2025, destacando a mudança detectada nos ataques relacionados à identidade: "os invasores não estão mais forçando a entrada, eles estão simplesmente fazendo login".
Nesse contexto, mais de 97% estão focados em senhas, um tipo de ataque que aumentou 32% no primeiro semestre de 2025 e que encontra sua razão nas violações de dados, a partir das quais obtêm as credenciais (nome de usuário e senha) que usam em grande escala para acessar sistemas digitais.
O uso de malware "infostealer", que rouba silenciosamente informações dos computadores das vítimas, principalmente para venda no mercado negro do crime cibernético. Um dos mais populares, o Lumma Stealer, foi desmantelado em maio pela Unidade de Crimes Digitais da Microsoft em colaboração com o Departamento de Justiça dos EUA e a Europol.
Diante dessa ameaça, a Microsoft recomenda a implementação de sistemas de autenticação multifator (MFA), que podem "bloquear mais de 99%" dos ataques de phishing, "mesmo quando o invasor tem o nome de usuário e a senha corretos", diz a empresa.
Os ataques contra serviços essenciais, como os serviços públicos essenciais prestados por hospitais e prefeituras, têm "consequências imediatas e muito reais para os cidadãos". Eles são alvos comuns porque não têm grandes orçamentos para investir em segurança cibernética e resposta a incidentes e lidam com uma grande quantidade de dados, muitas vezes com sistemas e softwares desatualizados.
Nesse caso, destaca-se o uso de "ransomware", o "malware" que criptografa computadores para roubar as informações neles contidas e solicita um pagamento em troca da chave que as libera ou para evitar outros tipos de chantagem.
Os agentes de estados-nação também expandiram suas atividades de espionagem e ganho financeiro, visando objetivos geopolíticos e setores estratégicos, como comunicações, pesquisa e academia.
Nessa área, destacam-se os agentes ligados à China, Rússia, Irã e Coreia do Norte, embora, como aponta a Microsoft, esses Estados estejam recorrendo cada vez mais a redes de crimes cibernéticos, o que "complica ainda mais a atribuição de ataques".
ESPANHA, 5º PAÍS MAIS AFETADO NA EUROPA
O relatório também aponta que o roubo de dados está por trás de 80% dos incidentes de segurança cibernética que as equipes da Microsoft investigaram no ano passado, principalmente para obter ganhos financeiros.
Mais da metade dos ataques cibernéticos com um motivo identificado teve como objetivo principal a extorsão ou o ransomware. Pelo menos 52% dos incidentes tiveram motivação financeira, enquanto os ataques com espionagem como único objetivo foram apenas 4%.
O impacto dos ataques cibernéticos em todo o mundo colocou a Espanha na 14ª posição no primeiro semestre de 2025 (liderada pelos Estados Unidos, com 23,7%) e em quinto lugar na Europa, período em que representou 5,4% dos clientes afetados da empresa de tecnologia no continente.
Espanha, o quinto país europeu mais afetado por ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2025
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