AIEA destaca Irã, Síria e Ucrânia como testes globais cruciais em questões nucleares -

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A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou nesta quarta-feira, 29, que os crescentes riscos nucleares - desde as usinas nucleares da Ucrânia devastadas pela guerra até as salvaguardas não resolvidas do Irã e os esforços renovados de inspeção na Síria - estão testando o regime global de não proliferação como nunca antes.

O diretor-geral da agência, Rafael Mariano Grossi, afirmou que o ano passado ressaltou a importância de "conhecer exatamente a situação em relação ao material e às atividades nucleares" nos países de preocupação. Segundo ele, a AIEA está "trabalhando com muita dedicação para tentar restabelecer o diálogo indispensável" com o Irã sobre os regimes de inspeção e o enriquecimento de urânio, a fim de facilitar uma solução diplomática.

"As inspeções estão em andamento no Irã, mas ainda há um longo caminho a percorrer antes que as atividades de monitoramento e verificação da Agência possam ser totalmente restabelecidas", acrescentou, ao destacar um entendimento técnico alcançado no Cairo em julho, com o objetivo de retomar as inspeções.

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O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com ação judicial contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por afirmar que a sigla recebe financiamento do narcotráfico venezuelano. A declaração foi feita pelo parlamentar no plenário da Câmara dos Deputados e divulgada em seu canal no YouTube.

Em sua petição, o PT afirma que Gayer "buscou promover conscientemente uma clara difusão de mensagem com conteúdo mentiroso, ofensivo e degradante ao Partido dos Trabalhadores, com o intuito de incitar o ódio e o desprezo público contra o partido". O caso tramita na 19ª Vara Cível de Brasília.

O partido destaca ainda que o vídeo já ultrapassou 130 mil visualizações e que não é possível mensurar o número exato de compartilhamentos.

A sigla solicita a remoção do vídeo publicado no canal do parlamentar, que atualmente conta com mais de 1,26 milhão de inscritos, e pede que Gayer uma pague indenização por danos morais no valor de R$ 30 mil.

Segundo o PT, o conteúdo publicado "estimula, no imaginário de seus espectadores, a ideia de que o Partido dos Trabalhadores compactua com atividades ilícitas e violentas praticadas por grupos criminosos, sugerindo uma suposta relação de conivência com o narcotráfico internacional".

Até o momento, o parlamentar não se pronunciou publicamente sobre o caso.

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou nesta quarta-feira, 29, a conclusão do julgamento que define se a nomeação de parentes para cargos políticos configura nepotismo. A suspensão foi solicitada pelo relator Luiz Fux, que afirmou querer debater "mais elementos" com os demais ministros.

"Eu queria trazer mais elementos que não debatemos na tese. Estou indicando o adiamento para conversar com os colegas e ver se isso é satisfatório", afirmou.

Na última quinta-feira, 23, a Corte já formou maioria para manter entendimento que permite a nomeação de parentes desde que os indicados tenham qualificação técnica.

O voto de Fux foi acompanhado pelos ministros Cristiano Zanin, André Mendonça, Nunes Marques, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Flávio Dino foi o único voto contrário.

Dino argumentou que lei aprovada pelo Congresso Nacional em 2021 tipifica nepotismo como improbidade administrativa sem colocar os cargos políticos como exceção. São considerados cargos políticos funções como ministros, secretários estaduais ou municipais.

Faltam votar os ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Edson Fachin, presidente do STF. Ainda não há data para a retomada do julgamento.

O caso tem repercussão geral, o que significa que o entendimento fixado deverá valer para todos os processos semelhantes no País. O STF julga recurso da prefeitura de Tupã (SP) contra decisão do Tribunal de Justiça paulista. O TJ derrubou lei municipal que permitia a nomeação de parentes até o terceiro grau para o cargo de secretário.

Ao votar, Fux propôs uma interpretação mais restrita dessa regra, excluindo os cargos políticos da proibição, exceto em casos de "nepotismo cruzado", quando há troca de favores entre autoridades. Ele também entende que a restrição fica mantida para o Judiciário, o Ministério Público e os Tribunais de Contas.

"A mensagem do Supremo é que a regra é a possibilidade, a exceção é a impossibilidade. Não é uma carta de alforria para nomear quem quer que seja", disse.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defendeu nesta quarta-feira, 29, reforço e atualização nas regras de segurança do Congresso. Ele afirmou que procurará o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para debater um projeto conjunto.

"Está na hora de debatermos esse aparato da infraestrutura do Congresso para reorganizarmos a entrada e chegada das pessoas nas duas rampas da chapelaria. Já houve o episódio em que uma pessoa tentou invadir o Congresso com um veículo", declarou Alcolumbre durante sessão do plenário.

Ele citou tecnologias como reconhecimento facial, controles maiores de fluxo na chapelaria (entrada principal do Congresso) e melhoria dos equipamentos de raio x. "O que mais tiver de mais moderno. Vamos iniciar esse estudo. [...] Vamos envolver todos os órgãos de patrimônio, Iphan, engenharia, arquitetura das duas Casas", disse.

O senador lembrou que já tramita um projeto sobre o tema no Congresso, mas que encomendará estudos de segurança e fluxo. "Já há um projeto que muda o fluxo da entrada da chapelaria. Já acompanhei vários episódios em que as pessoas esperam para agredir e ofender os parlamentares", declarou. "Não está normal. Chega na chapelaria, tem todo tipo de gente, é uma confusão. Não tem como, é impossível proteger o Parlamento brasileiro nesse sistema."

Críticas à ofensa a Eduardo Braga

Alcolumbre também criticou as ofensas ao senador Eduardo Braga (MDB-AM) nos corredores do Senado. Braga foi abordado por um homem que criticava seu relatório à medida provisória 1.304/2025, com mudanças no setor elétrico. Durante a abordagem, o homem colocou o celular no rosto de Braga e afirmou que as mudanças fariam pessoas perderem o emprego. Alcolumbre chamou o episódio de "ato covarde".

"Fiquei muito sensibilizado, porque não é justo um colega senador, e todo mundo tem o direito de divergir [...]. Minha solidariedade ao senador Eduardo Braga. [...] Falei com os diretores de nossa Polícia Legislativa para estarmos mais atentos", disse Alcolumbre.