Dois candidatos conservadores estavam praticamente empatados na liderança da disputa presidencial em Honduras, com cerca de 55% dos votos apurados na manhã desta segunda-feira, 1º, segundo resultados preliminares e parciais.
O Conselho Nacional Eleitoral informou que menos de 5 mil votos separavam Nasry Asfura, do Partido Nacional, que tinha 40% dos votos na apuração inicial, e Salvador Nasralla, do Partido Liberal, tinha cerca de 39,78%. Rixi Moncada, do partido de esquerda governista Libre, escolhida como sucessora pela presidente hondurenha Xiomara Castro, estava atrás, com 19,18%.
Tanto Asfura quanto Nasralla afirmaram após a votação no domingo, 30 de novembro, que ainda era cedo para declarar vitória. Após a euforia inicial nas sedes de campanha de ambos os partidos, as ruas da capital estavam geralmente tranquilas durante a noite, enquanto a contagem avançava lentamente. Já Moncada havia afirmado que não aceitaria a apuração preliminar por suspeitar de manipulação.
A votação ocorreu poucos dias depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter declarado apoio a Nasry Asfura e anunciado que concederia indulto a um ex-presidente hondurenho.
Quem é Nasry Asfura?
Nasry Asfura, conhecido como "Tito", é um empresário da construção civil e ex-prefeito de Tegucigalpa, capital de Honduras. Ele tem 67 anos e candidatou-se a presidente como um político pragmático, destacando seus populares projetos de infraestrutura.
Apenas alguns dias antes da votação, Trump declarou apoio a Asfura, dizendo que ele lutaria contra os "narcocomunistas" junto com os Estados Unidos e que era o único candidato hondurenho com quem seu governo trabalharia.
"Tito e eu podemos trabalhar juntos para combater os narcocomunistas e levar a ajuda necessária ao povo de Honduras", escreveu Trump. A declaração agitou a eleição, assim como as acusações de interferência e fraude eleitoral, que lembraram muitos hondurenhos da eleição acirrada de 2017, quando os militares foram mobilizados para conter os protestos.
Após receber o apoio do presidente americano, Asfura publicou nas redes sociais uma imagem triunfante dele mesmo, de Trump e do presidente de direita da Argentina, Javier Milei.
Trump também anunciou que perdoaria o impopular ex-presidente Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional, de Asfura, que foi condenado por tráfico de drogas em um tribunal federal americano no ano passado. Ele havia sido extraditado para os Estados Unidos em 2022 e cumpre um ano de uma sentença de 45 anos em uma prisão americana.
Trump ainda atacou Nasralla e Moncada, alertando que eles poderiam levar Honduras pelo mesmo caminho da Venezuela.
Nasralla, um comentarista esportivo de 72 anos, fez campanha com vários partidos ao longo dos anos e chegou a integrar a chapa da atual presidente Xiomara Castro há quatro anos. Mesmo em sua quarta candidatura à presidência, ele continua a se apresentar como um outsider que vai combater a corrupção.
Rixi Moncada, advogada e ex-ministra da Fazenda e da Defesa, é a candidata do partido governista de esquerda, o Libre. O partido venceu a presidência de forma decisiva em 2021, com os hondurenhos rejeitando o partido conservador do presidente que terminava o mandato, Juan Orlando Hernández - o homem a quem Trump prometeu conceder perdão.
Alguns eleitores ecoaram os alertas de Trump de que Moncada poderia levar Honduras a se tornar outra Venezuela, porque a atual presidente, Xiomara Castro, manteve uma relação cordial com o ditador venezuelano Nicolás Maduro, enquanto simultaneamente trabalhava com o governo Trump em questões de segurança e imigração.
Quando Trump apoiou Asfura, alegou que Nasralla, que está em segundo lugar nos resultados preliminares da eleição, estava secretamente em conluio com o partido governista de Castro, que Trump chamou de "os comunistas". Um membro do Libre, Enrique Reina, negou que seu partido fosse comunista.
Após o apoio de Trump a Asfura, os outros dois candidatos repudiaram o gesto e tentaram capitalizar em cima do plano de Trump de perdoar Hernández. Moncada, a candidata do governo atual, aproveitou a oportunidade para associar seus oponentes de direita a Hernández. "Vocês, oligarcas, serão derrotados amanhã, juntamente com o seu narcotraficante Juan Orlando Hernández", disse ela em um discurso um dia antes da votação.
Asfura, a escolha de Trump, enfrentou uma situação mais delicada. Especialistas disseram que, embora o apoio de Trump pudesse ajudá-lo, o perdão poderia ter o efeito oposto. Corria o risco de associar Asfura, na mente dos eleitores, a Hernández, uma figura amplamente impopular cuja extradição para os Estados Unidos em 2022 foi comemorada com fogos de artifício.
As etapas finais da campanha presidencial foram dominadas pelas acusações mútuas de fraude eleitoral entre os três principais candidatos, levando observadores hondurenhos e internacionais a alertarem que isso poderia estar minando a credibilidade do processo.
Analistas previram resultados contestados. A União Europeia e a Organização dos Estados Americanos manifestaram preocupação com a integridade da eleição. Christopher Landau, subsecretário de Estado dos EUA, disse que o governo Trump responderia "rápida e decisivamente" a qualquer tentativa de minar o processo eleitoral.
*Com informações de agências internacionais.
*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.
Quem é o candidato conservador apoiado por Trump nas eleições de Honduras
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