Netanyahu rejeita cessar-fogo e tanques cercam a capital de Gaza

Internacional
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O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, rejeitou nesta segunda, 30, os pedidos de cessar-fogo em Gaza. Ao afirmar que estava "combatendo os inimigos da civilização", ele afirmou que uma trégua seria o equivalente à rendição do país. Enquanto ele falava a jornalistas estrangeiros em Jerusalém, os tanques de Israel avançaram no enclave em três direções, cercando a Cidade de Gaza, em uma aparente tentativa de cortar a ligação com o sul do território.

 

O Exército de Israel vem fornecendo poucas informações sobre a invasão, mas fotos, vídeos e imagens de satélite mostram linhas de veículos blindados entrando em Gaza a partir do noroeste, nordeste e leste. O avanço em direção à Cidade de Gaza, aumentou o medo dos mais de 300 mil palestinos que permanecem na maior cidade do enclave.

 

Relatos de testemunhas descreveram tanques israelenses cortando a principal estrada norte-sul, operando nos arredores do distrito de Zaytun e no bairro de Shejaiya, na Cidade de Gaza - o que confirmaria a estratégia de isolar o norte.

 

Ontem, o Exército de Israel disse ter atingido mais de 600 alvos do Hamas, matando 20 terroristas. O Ministério da Saúde de Gaza informou que os bombardeios mataram mais de 8,3 mil pessoas, a maioria civis e quase metade das vítimas menores de idade.

 

Cerco

 

Sitiados há três semanas, palestinos estão sem comida e água. Muitos usam água do mar para lavar roupas e pratos. O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, disse ontem que impedir a ajuda humanitária poderia constituir um crime de guerra e pediu que Israel permita a entrada de mais caminhões com mantimentos.

 

Ontem, um porta-voz da ONU disse que 26 caminhões cruzaram a passagem de Rafah, com o Egito. No domingo, 29, haviam sido 33, a maior quantidade de ajuda humanitária a atravessar a fronteira em um único dia desde o início do conflito. Médicos e funcionários da ONU, porém, dizem que seriam necessários 100 veículos por dia para aliviar a situação e voltar ao patamar de antes do cerco.

 

Reféns

 

Israel também confirmou ontem ter atacado novamente posições do Hezbollah, no Líbano, alvos na Síria e desmantelado uma célula terrorista em um campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia - dos 58 presos, 38 seriam membros do Hamas, segundo Israel.

 

A resposta do grupo palestino foi divulgar um vídeo de 76 segundos com o depoimento de três reféns israelenses com críticas a Netanyahu. Uma delas, dirigindo-se diretamente ao premiê, acusa o governo de deixar a sua comunidade indefesa durante o ataque do Hamas. "Estamos sendo punidos por sua negligência", afirmou.

 

As três mulheres foram identificadas como sendo Danielle Aloni, Rimon Kirsht e Elena Trupanov. Netanyahu condenou ontem a divulgação das imagens como "propaganda psicológica cruel". O premiê, porém, negou qualquer chance de trégua durante as negociações para libertar os sequestrados.

 

"Tal como os EUA não concordaram com um cessar-fogo após Pearl Harbor ou após o 11 de Setembro, Israel não concorda com a trégua após os ataques de 7 de outubro", disse. "A Bíblia diz que há um tempo para a paz e um tempo para a guerra. Este é o momento da guerra." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Após uma intervenção do presidente Donald Trump, a Amazon recuou da iniciativa de informar em seus produtos o custo das novas tarifas para itens importados.

A informação sobre a medida foi divulgada pelo site Punchbowl News. Na sequência, em uma entrevista coletiva conjunta com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que havia acabado de falar ao telefone com Trump sobre os planos relatados da Amazon e criticou a empresa. "Esse é um ato hostil e político da Amazon", disse Karoline.

Segundo o jornal Washington Post, Trump ligou para Jeff Bezos, dono do jornal e fundador da Amazon, para se queixar da medida. Mais tarde, o porta-voz da companhia, Tim Doyle, disse que a equipe da Haul - empresa de comércio eletrônico criada pela Amazon para concorrer com a Temu - "considerou a possibilidade", que não atingiria a Amazon. Na sequência, ele disse que essa medida também estava descartada. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, propôs nesta terça-feira, 29, o fim dos descontos diretos nos benefícios de aposentados e pensionistas. Lupi sugeriu que o Congresso elabore uma nova legislação sobre o assunto. Ao participar de audiência na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, Lupi afirmou que, na sua opinião, o governo não deveria se meter na relação entre o trabalhador e uma associação.

Ele previu novos casos suspeitos se não houver mudança na lei. "Se não, daqui a algum tempo, e não vai demorar muito, você vai ter novamente denúncia que isso acontece. Daqui a pouco, se a gente não extinguir o câncer, a obrigatoriedade do desconto da folha. Por que o INSS tem que fazer isso, se tem duas instituições que podem se acordar? Essa, para mim, é a melhor solução", disse o ministro

"O trabalhador tem que se entender com a associação. A associação quer fazer cobrança, que se resolva entre eles. Resolveram colocar o INSS para fazer esse trabalho (de intermediação), como se tivéssemos pouco trabalho. Qual o papel da previdência de intermediar nesse processo?", questionou.

'Faz um pix aí, vovô'

"Se eu sou uma entidade representativa, eu busco testar serviço, busco aposentado e faço a cobrança diária com ele. Faz um boleto, faz um Pix, como diz aqui meu neto sempre: 'Faz um Pix aí, vovô'. Por que o INSS tem que cuidar disso? Acho que não é a função principal do Instituto Nacional de Seguridade Social", completou Lupi. Ele disse que vai conversar com a Casa Civil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o fim do intermédio do INSS.

O ministro enfrenta forte desgaste em razão das investigações que apontam para um esquema de desvios de recursos de aposentados e pensionistas. Ontem ele voltou a se defender, afirmando que não demorou em determinar a apuração das suspeitas.

'Ira santa'

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) levou à comissão uma idosa que disse ter sido alvo de descontos indevidos em sua aposentadoria. Van Hattem chegou a embargar a voz para falar da senhora, que sentou ao seu lado no plenário do colegiado.

Parlamentares questionaram a conduta do deputado do Novo. Lupi cobrou respeito de Van Hattem. "Eu enfrentarei (injustiças) com tranquilidade, com a lucidez dos justos, mas cuidado, a minha ira é santa", afirmou.

A mulher contestou o ministro: "E nós aposentados não merecemos respeito?" Em resposta, Lupi disse que "não tem quem defenda mais aposentado" do que ele.

Van Hattem questionou sobre uma eventual ameaça durante a discussão. "Não sei o que o ministro quis dizer com ira santa, se quis, de alguma forma, ameaçar, mas eu não me sinto amedrontado por vossa excelência", afirmou o deputado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou nesta terça-feira, 29, durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo, que "mulher branca, bonita e rica incomoda". A declaração foi dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e gerou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante sua fala, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL), que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês".

Ela completou dizendo que representa uma parcela da população que a elegeu e criticou os grevistas. "Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve."

A vereadora Luana Alves, que é negra, classificou a fala como racista e pediu a suspensão da sessão. Segundo ela, Cris Monteiro teria direcionado suas palavras diretamente a ela enquanto discursava.

O áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso".

O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), disse que a Casa "não permite racista" e mencionou o caso do ex-vereador Camilo Cristófaro (Avante), cassado em 2023 por fala racista. No entanto, após rever o vídeo da declaração de Cris, avaliou que não houve racismo.

"Nós vimos e revimos várias vezes o vídeo. Na nossa opinião, não houve racismo", afirmou o presidente da Câmara. Segundo ele, a Corregedoria da Câmara acompanhará o caso. "Esse fato será analisado com sangue tranquilo, temperatura normal, pressão também".

A vereadora do PSOL, no entanto, reforçou a acusação. Para ela e outros vereadores, se tratou de um ato de racismo evidente.

"A vereadora Cris irá responder na Corregedoria. Fico muito triste que uma cassação não tenha sido suficiente para aprenderem que não se pode desrespeitar a população negra nessa Câmara", disse. Ela espera que o desfecho seja semelhante ao do caso Cristófaro.

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo a vereadora Cris Monteiro. Em 2021, ela se envolveu em um episódio de agressão com a então vereadora Janaína Lima, à época também filiada ao Novo. Na ocasião, Cris afirmou esperar que Janaína fosse cassada.

Um relatório da Corregedoria da Câmara Municipal recomendou a suspensão das funções legislativas de ambas - Janaína e Cris - após a briga ocorrida no banheiro ao lado do Plenário, durante a votação da reforma da Previdência. No entanto, a ação disciplinar não avançou.