Israel afirma ter atingido 300 alvos do Hamas em meio à operação terrestre na Faixa de Gaza

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O Exército israelita informou na manhã desta terça-feira, 31, que, nas últimas horas, as suas tropas atacaram cerca de 300 alvos na Faixa de Gaza, incluindo complexos militares subterrâneos do grupo terrorista Hamas, que controla o enclave.

 

"No último dia, as forças de combate combinadas das Forças de Defesa de Israel atacaram aproximadamente 300 alvos, incluindo mísseis antitanque ocultos e posições de disparo de foguetes, bem como complexos militares dentro de túneis subterrâneos pertencentes à organização terrorista Hamas", disseram os militares em um comunicado.

 

O texto também especificava que "durante as operações terrestres das forças, os soldados tiveram vários confrontos com células terroristas que dispararam contra eles mísseis antitanque e metralhadoras". Diante disso, as tropas "mataram os terroristas e ordenaram que a Força Aérea atacasse alvos e infraestruturas terroristas em tempo real".

 

Pouco depois, o Exército anunciou que os seus caças bombardearam o centro de comando do Batalhão Beit Lahia, no norte de Gaza, e mataram Nasim Abu Ajina, um dos comandantes do ataque do Hamas contra o território israelita no passado dia 7 de setembro.

 

Abu Ajina, acrescentou um comunicado militar, também comandou o aparelho aéreo do grupo islâmico, incluindo a fabricação de drones.

 

Desde a expansão das suas operações terrestres na Faixa, o Exército israelita avançou em direção à Cidade de Gaza, chegando nesta segunda-feira, 30, à periferia da cidade.

 

Condições catastróficas em Gaza

 

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, de Israel, rejeitou categoricamente qualquer possibilidade de cessar-fogo em Gaza numa conferência de imprensa na noite de segunda-feira, 30, enquanto as tropas israelitas avançavam mais profundamente no território e pareciam avançar sobre a densamente povoada Cidade de Gaza a partir de três direções.

 

Com Israel continuando a atacar o enclave com ataques aéreos, dois altos funcionários das Nações Unidas para assuntos humanitários falaram com urgência perante o Conselho de Segurança, apelando à suspensão dos combates e descrevendo uma situação catastrófica para os dois milhões de civis de Gaza.

 

"A escala do horror que as pessoas estão vivenciando em Gaza é realmente difícil de transmitir", disse Martin Griffiths, o principal funcionário da ONU para assuntos humanitários e de ajuda humanitária, em um comunicado lido em seu nome na segunda-feira. "As pessoas estão cada vez mais desesperadas, à medida que procuram comida, água e abrigo no meio da implacável campanha de bombardeamentos que está a destruir famílias inteiras e bairros inteiros."

 

Apesar das crescentes críticas internacionais aos ataques aéreos de Israel, Netanyahu disse que os apelos a um cessar-fogo equivaliam a "pedidos a que Israel se renda ao Hamas, que se renda ao terrorismo".

 

Israel já identificou 240 reféns que estão sendo mantidos em Gaza, disse o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, em uma coletiva nesta terça-feira. O número aumentou "porque a identificação de pessoas que não são cidadãos israelenses é complicada", acrescentou.

 

No início da terça-feira, o porta-voz da IDF, Jonathan Conricus, disse que o resgate do soldado Ori Megidish forneceu informações que a IDF poderá usar em operações futuras.

 

Em resposta às críticas à sua liderança e à sua posição em relação aos reféns israelenses tomados pelos militantes nos ataques de 7 de outubro, Netanyahu disse que lutar contra o Hamas em Gaza é a melhor maneira de libertar os reféns.

 

Os militares de Israel ainda fornecem poucas informações sobre a invasão terrestre, que começou na noite de sexta-feira, 27, sob um manto de sigilo. Fotos, imagens de satélite e vídeos verificados pelo The New York Times mostraram formações de tropas e veículos blindados aproximando-se da Cidade de Gaza e de centros populacionais próximos, vindos do norte, leste e sul.

 

Israel renovou os avisos para que os civis se deslocassem para a parte sul de Gaza. Ao mesmo tempo, as suas forças pareciam ter alcançado a estrada Salah Al-Din, uma das principais artérias norte-sul do território. Um vídeo amplamente divulgado mostrou um veículo blindado atirando contra um carro, o que, segundo os palestinos, poderia desencorajar as pessoas de tentarem a viagem. (Com agências internacionais).

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), posicionou-se contrário à camisa de cor vermelha como uniforme da seleção brasileira, diante da possível mudança que causou reações entre políticos. Em rede social, Motta publicou nesta terça-feira, 29, uma foto vestindo o uniforme de número 2, azul, reforçando sua preferência pela cor.

A polêmica envolvendo a cor da camisa da seleção começou quando o site inglês Footy Headlines, especializado em camisas de clubes de futebol, publicou que o segundo uniforme da seleção brasileira na Copa de 2026 seria da cor vermelha.

A mudança foi criticada por parlamentares ligados à oposição, pela associação da cor vermelha ao PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e à esquerda.

O deputado Zé Trovão (PL-SC) apresentou um projeto de lei (PL) na terça-feira para impedir a seleção brasileira de utilizar um uniforme vermelho. O parlamentar está entre os políticos que se manifestaram publicamente contra a possibilidade. A cor está associada a partidos e correntes de esquerda. O PL visa tornar obrigatório a utilização das cores oficiais da Bandeira Nacional (verde, amarelo, azul e branco).

Caso levou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a se manifestar na noite da terça-feira, para afirmar que a cor do uniforme de número 2 ainda não foi definida.

A oposição na Câmara dos Deputados reuniu, na noite desta terça-feira, 29, o número mínimo de 171 assinaturas para poder protocolar o requerimento de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o esquema fraudulento de deduções indevidas em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A "CPI das Fraudes do INSS", de autoria de Coronel Chrisóstomo (PL-RO) foi uma reação após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem uma operação que identificou um esquema de cobranças irregulares que soma R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a PF.

No processo, 11 entidades associativas foram alvo de medidas judiciais. Em troca dos descontos mensais, elas afirmam que prestam serviços dos mais diversos tipos, como assistência funerária, consultas médicas e "maridos de aluguel" (reparos em residências).

Como mostrou o Estadão, os valores repassados pelo governo federal ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) - que tem o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei Chico, como vice-presidente - cresceram 564% de 2020 para 2024, a partir dos descontos nas mensalidades de aposentados e pensionistas do INSS

Como resultado, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão. Outros seis servidores públicos foram afastados de suas funções, como o diretor de Benefícios de Relacionamento com cidadão, o procurador-geral junto ao INSS, o coordenador geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente e o coordenador geral de Pagamentos e Benefícios.

"Não podemos permitir que sindicatos usem a estrutura pública para cometer abusos contra quem mais precisa de proteção", disse Chrisóstomo.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

A decisão de instaurar ou não a CPI caberá ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Até o momento, nenhuma comissão investigativa foi aberta desde que o novo comandante da Casa legislativa assumiu a função, em fevereiro deste ano.

O PSOL apresentou nesta quarta-feira, 30, consultas a comissões da Câmara dos Deputados para saber se o ex-deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) poderá ou não manter os direitos políticos após perder o mandato por faltas.

A reação do partido ocorre após decisão da Mesa Diretora da Casa, que acabou optando por essa solução em vez de julgar a cassação em plenário. Segundo o PSOL, o recurso pode ser usado para driblar a Lei da Ficha Limpa.

Como mostrou o Estadão, por esse meio, Chiquinho Brazão continua elegível e, caso não receba uma condenação até outubro de 2026, pode até mesmo lançar candidatura e participar do pleito do próximo ano.

O PSOL protocolou consultas à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ao Conselho de Ética da Câmara para saber se deputados que perderem em mandato por falta ficariam inelegíveis ou não.

As duas as consultas seguirão o rito regimental: serão designados relatores e o parecer será votado nos colegiados.

Para o PSOL, se deputados que perderem o mandato por faltas mantiverem os direitos políticos, esse recurso pode ser usado para driblar a inelegibilidade.

"Parlamentares sob risco de cassação poderiam se valer da ausência deliberada como estratégia para evitar punições mais severas, incluindo a inelegibilidade por oito anos prevista na Lei da Ficha Limpa", argumenta o partido.

Brazão, preso desde março de 2024, teve a cassação aprovada no Conselho de Ética desde agosto desse mesmo ano. Mesmo assim, com o caso pronto para julgamento, o plenário não deu o parecer final.

Isso permitiu que o parlamentar mantivesse a cadeira na Câmara, mesmo preso, até o dia 24 de abril deste ano, quando a Mesa Diretora decidiu pela perda do mandato por ter mais de 1/3 de faltas.

O Estadão mostrou que, desde que foi preso, Brazão e o gabinete custaram mais de R$ 1,8 milhão aos cofres públicos.

O parlamentar carioca foi preso preventivamente sob a acusação de ser o mandante do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Se fosse cassado, segundo a Lei da Ficha Limpa, Chiquinho Brazão ficaria inelegível até 2035.