Egito suspende saída de Gaza após ataque de Israel a ambulâncias

Internacional
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O Egito suspendeu ontem as saídas de estrangeiros e palestinos feridos da Faixa de Gaza. A decisão foi tomada após Israel bombardear um comboio de ambulâncias no sábado, matando 15 e deixando 60 feridos. O Exército israelense admitiu o ataque, mas garantiu que os veículos eram utilizados por terroristas do Hamas.

 

Com isso, ontem não houve lista de estrangeiros autorizados a deixar Gaza e o Brasil ainda aguarda a repatriação de 34 pessoas presas no enclave - 24 são brasileiros, 7 são palestinos em processo de imigração e 3 são parentes.

 

Desde que o Egito reabriu a fronteira, no dia 1.º, 599 estrangeiros foram autorizados a sair, a maioria americanos e nenhum brasileiro. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, acredita que o grupo possa sair a partir de quarta-feira, mas já admite atraso no cronograma.

 

Ontem, aviões israelenses atacaram o campo de refugiados de Maghazi, no centro da Faixa de Gaza. Autoridades locais disseram que 47 pessoas morreram. O novo bombardeio ocorreu diante do apelo de alguns países, inclusive dos EUA, para uma pausa humanitária no território.

 

Reféns

 

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, no entanto, voltou a rejeitar ontem qualquer cessar-fogo sem que o Hamas liberte os cerca de 240 reféns que estão no cativeiro em Gaza.

 

O Ministério da Saúde do território palestino informou ontem que o número de mortos nos ataques israelenses ultrapassou 9,7 mil, dos quais 4 mil seriam crianças.

 

Além da pressão externa, Netanyahu começa a sentir também o peso da insatisfação de parte da sociedade israelense. Nos últimos dias, manifestantes se juntaram a um protestos diante da casa do premiê, em Jerusalém, pedindo sua renúncia.

 

Sob pressão, Netanyahu pediu uma investigação para determinar se os protestos pró-democracia influenciaram os ataques do Hamas, no dia 7 de outubro. Durante as manifestações contra a reforma do Judiciária, proposta pelo premiê, muitos reservistas e pilotos anunciaram que não serviriam mais o Exército.

 

Divisão interna

 

As declarações de Netanyahu deixaram irritado o general reformado Benny Gantz, rival do premiê que aceitou integrar um governo de união após os ataques. Ontem, ele disse que a mobilização da sociedade israelense foi total. "Fugir à responsabilidade e caluniar em tempos de guerra é um insulto ao Estado. O primeiro-ministro deveria se retratar de forma clara e inequívoca", disse Gantz, na primeira divergência pública entre os dois após a formação da aliança.

 

Diplomacia

 

O New York Times informou ontem, citando seis diplomatas de alto escalão de vários países, que Israel vem tentando discretamente obter apoio internacional para a transferir centenas de milhares de civis de Gaza para o Egito. Segundo o governo israelense, seria uma ato "humanitário" para poupar os palestinos da guerra.

 

A ideia tem sido rejeitada pela maioria dos governos - incluindo os EUA - em razão do risco de o deslocamento em massa se tornar permanente. Diplomatas temem que o fluxo de refugiados possa desestabilizar o Egito.

 

Além disso, líderes palestinos acusam Israel de usar a guerra contra o Hamas para expulsar definitivamente 2 milhões de civis de Gaza, assim como os israelenses fizeram com 700 mil palestinos durante a criação de Israel, em 1948. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez críticas a seu antecessor, Fernando Pimentel, do PT, durante cerimônia da Stellantis, na qual divide o palco com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sem mencionar o nome de Pimentel, o governador atual disse que assumiu, em 2019, um Estado que estava "literalmente desmoronando", referindo-se à tragédia, na mesma época, do rompimento da barragem de Brumadinho. Ele frisou que o governo estadual não fazia repasses de ICMS e de IPVA para os municípios mineiros. Também citou os atrasos nos pagamentos de servidores das gestões anteriores.

Ao lembrar, em seu discurso, do primeiro mandato, Zema disse que prometeu fazer um governo "da economia" e que daria exemplo como governador quando foi procurado por executivos da Fiat, do grupo Stellantis, para a discussão de novos investimentos no Estado.

*O repórter viajou a convite da Stellantis

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divide nesta terça-feira, 11, os holofotes de dois grandes eventos da indústria em Minas Gerais com o governador do Estado, Romeu Zema (Novo), contra quem o atual chefe do Executivo pode disputar as eleições presidenciais do ano que vem.

A primeira agenda é a inauguração, na fábrica da Stellantis em Betim, de um centro dedicado ao desenvolvimento de carros híbridos.

Também está previsto o anúncio de contratação de engenheiros pela montadora que produz automóveis das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën.

Depois, a 110 quilômetros de Betim, são aguardadas as presenças de Lula e Zema na cerimônia que marca a expansão da fábrica da Gerdau em Ouro Branco.

Após visita às linhas de produção da Stellantis e uma conversa com o chaiman da montadora e herdeiro da família fundadora da Fiat, John Elkann, Lula participa agora da cerimônia de inauguração do centro de desenvolvimento no complexo industrial em Betim. Zema também participa da solenidade.

A Stellantis tem plano de investimento de R$ 30 bilhões no Brasil entre 2025 e 2030. Os recursos incluem a produção nas fábricas brasileiras de carros híbridos, que combinam um motor elétrico com outro convencional movido a gasolina ou etanol.

Lula está acompanhado em Minas Gerais da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além dos ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Fazenda, Fernando Haddad; do Trabalho, Luiz Marinho; e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

*Os repórteres viajaram a convite da Stellantis e da Gerdau

Com o avanço do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 denunciados por tentativa de golpe de Estado, o Supremo Tribunal Federal (STF) aguarda a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as defesas prévias apresentadas pelos acusados.

O ministro Alexandre de Moraes determinou que a PGR, comandada por Paulo Gonet, se manifeste até a próxima sexta-feira, 14. Após a manifestação da PGR, Moraes, relator do caso, avaliará se há elementos suficientes para que a denúncia seja levada a julgamento.

Caso considere que o processo está pronto, ele encaminhará o caso à Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros - Luiz Fux, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Nessa etapa, os magistrados decidirão se aceitam ou rejeitam a denúncia. Os ministros analisam se ela atende aos requisitos exigidos pela lei, que sustentam as acusações. Se a denúncia for rejeitada, o caso será arquivado.

Se a Primeira Turma aceitar a acusação, os denunciados se tornarão réus e o processo seguirá para a fase de instrução. Nesse momento, serão coletadas provas, realizadas oitivas de testemunhas e analisados documentos que possam reforçar ou enfraquecer a acusação.

Finalizada a instrução processual, o caso será julgado pelo STF, que determinará se os réus são culpados ou inocentes. Se houver condenação, os envolvidos ainda poderão apresentar recursos dentro do próprio tribunal, buscando esclarecer ou modificar pontos da decisão.

Acusados do golpe questionam julgamento no STF e imparcialidade de Moraes

As defesas prévias enviadas nesta semana foram a primeira oportunidade que os denunciados tiveram de se manifestar formalmente sobre as acusações da PGR. Os denunciados por tentativa de golpe de Estado enviaram suas defesas prévias na última semana. As manifestações contestam tanto a condução do inquérito quanto o julgamento no STF.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu que a análise do recebimento da denúncia seja feita pelo plenário do STF, e não apenas pelos cinco ministros que compõem a Primeira Turma.

Além de negar os crimes apontados pela PGR, os advogados de Bolsonaro acusam Moraes, de cometer abusos na condução do processo e alegam que a denúncia é "inepta" e "desorganizada", argumentando que o órgão se preocupou mais em "contar uma boa história" do que em sustentar juridicamente as acusações.

Outros denunciados também questionaram a competência do STF para julgar o caso, levantaram dúvidas sobre a imparcialidade de Moraes e cobram acesso integral aos autos e às provas reunidas pela Polícia Federal ao longo da investigação.