Entidade judaica elogia operação da PF e demonstra preocupação com o Hezbollah no Brasil

Internacional
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A Confederação Israelita do Brasil (Conib), órgão que representa a comunidade judaica brasileira, parabenizou a atuação da Polícia Federal e demonstrou preocupação com a presença de pessoas ligadas ao grupo radical islâmico libanês Hezbollah no País, em nota divulgada nesta quarta-feira, 8, após a PF prender duas pessoas e cumprir 11 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal por um possível planejamento do grupo libanês de ataques terroristas contra prédios da comunidade judaica no Brasil.

"O terrorismo, em todas as suas vertentes, deve ser combatido e repudiado por toda a sociedade brasileira. A Conib parabeniza a Polícia Federal, o Ministério Público e o Ministério da Justiça pela sua ação preventiva e reitera que os trágicos conflitos do Oriente Médio não podem ser importados ao nosso país, onde diferentes comunidades convivem de forma pacífica, harmoniosa e sem medo do terrorismo", completou a Conib.

De acordo com Daniel Bialski, vice-presidente da Conib, a comunidade judaica brasileira está preocupada com a suspeita de pessoas ligadas ao Hezbollah planejarem atentados terroristas no Brasil. "Ao mesmo tempo, a Conib fica reconfortada em saber que a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e Ministério da Justiça atuaram de forma preventiva para prender os terroristas."

Bialski afirmou que é necessário investigar as pessoas que auxiliaram a vinda de terroristas do grupo radical islâmico Hezbollah ao Brasil. "Toda comunidade judaica e toda a comunidade brasileira quer que o Brasil continue sendo um local harmônico, e que esses criminosos sejam punidos com o rigor da lei para que não queiram se aventurar por aqui novamente", finalizou o representante da Conib.

A chamada operação Trapiche ofensiva prendeu dois investigados que são apontados como 'recrutados' pelo grupo Hezbollah. De acordo com a PF, os recrutadores e os recrutados devem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo. As penas para tais delitos, somadas, pode chegar a 15 anos de reclusão.

Aumento do antissemitismo no Brasil

Desde o inicio da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, o Brasil tem sofrido com uma alta de casos de antissemitismo. Segundo entidades judaicas, houve um aumento de 1.200% dos casos de antissemitismo desde o início da guerra.

Neste período, cartazes também foram vistos na capital carioca com a frase "judeu, câncer do mundo". A comunidade judaica brasileira é a segunda maior da América Latina, com 120 mil pessoas.

A entidade que representa a comunidade judaica no Brasil abriu um canal de denuncias de antissemitismo junto com a Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP). As denúncias são enviadas diretamente para as autoridades competentes.

"Costumo dizer que quando vemos uma onda de racismo desencadeada por um fato específico, isso é sinal de que o racismo estava ali antes, não foi produzido pelo gatilho específico, mas por uma estrutura formativa anterior", avalia Michel Gherman, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e assessor acadêmico do Instituto Brasil Israel (IBI).

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O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) rejeitou ontem, de forma unânime, os recursos (embargos de declaração) apresentados pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) contra a cassação de seu diploma por uso indevido dos meios de comunicação e prática de abuso de poder político. A decisão do TRE confirmou a inelegibilidade de Carla Zambelli por oito anos a partir das eleições de 2022.

O relator da ação, desembargador Encinas Manfré, recusou, em seu voto, o acolhimento das teses alegadas pela defesa da deputada do PL.

Manfré afirmou que a decisão anterior do TRE analisou "as graves condutas da representada, com demonstração da elevada repercussão, da difusão de informações falsas e descontextualizadas, aptas assim a configurar abuso dos meios de comunicação".

O processo foi interposto pela deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP). Sâmia argumentou em sua acusação que Carla Zambelli divulgou informações inverídicas sobre o processo eleitoral de 2022.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, na manhã de ontem, para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo. O caso envolve um episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando Zambelli perseguiu um homem no bairro Jardins, em São Paulo, empunhando uma arma.

Após quatro votos favoráveis à condenação, o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, mas Dias Toffoli - assim como fez Cristiano Zanin - antecipou o voto e adiantou a formação da maioria na Corte. Além dos cinco anos e três meses de prisão, a condenação pode resultar na perda do mandato da deputada federal.

Apesar de a maioria estar formada, o julgamento ainda não foi encerrado e a execução penal não será imediata. Mesmo após o encerramento do julgamento, cabem recursos à sentença proferida.

A maioria dos ministros seguiu o entendimento do relator do caso, Gilmar Mendes. Além de Toffoli, votaram com o relator Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Zanin. Restam os votos de Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques.

Ainda não há data para a retomada do julgamento. O regimento interno do STF prevê que o ministro que pede vista precisa devolver o processo em até 90 dias ou o caso é liberado automaticamente para ser incluído novamente na pauta.

Em nota divulgada anteontem, a defesa de Zambelli celebrou o pedido de vista de Nunes Marques, para que ele e os demais ministros pudessem "examinar minuciosamente o processo e constatar, como exposto nos memoriais encaminhados, que não pode prevalecer o voto condenatório" proferido pelo relator. Os defensores da deputada federal não haviam se manifestado após a formação da maioria na Corte.

A análise do caso ocorre em plenário virtual, modalidade em que os ministros não debatem, somente registram seus votos. Se a Corte decidir pela condenação, a deputada perde o mandato somente após o trânsito em julgado do processo, ou seja, depois que todos os recursos forem esgotados.

'DEPRIMIDA'

Zambelli rebateu ontem as acusações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que responsabilizou a deputada por "tirar o mandato" de sua chapa na eleição presidencial de 2022.

"Não acho justa. Eu sempre o defendi, estou com depressão, sendo julgada, e no pior momento ele falar dessa forma é trazer muito peso para as minhas costas", disse ela em entrevista ao portal g1. (Colaborou Adriana Victorino)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para visitar o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, preso desde dezembro do ano passado. Em uma solicitação enviada à Corte nesta segunda-feira, 24, Sóstenes diz que ele e Braga Netto são "amigos íntimos há muitos anos".

Braga Netto está preso desde 14 de dezembro em um quartel da Vila Militar, no Rio de Janeiro. A prisão dele se deu por obstrução de justiça sendo solicitada pela Polícia Federal (PF) e autorizada por Moraes.

"Solicito, por meio deste, pedido de visita ao General da Reserva Sr. Walter Souza Braga Netto, recluso preventivamente na 1ª Divisão do Exército, subordinada ao Comando Militar do Leste, localizada na Vila Militar, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro/RJ, com fulcro no artigo 41 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984), haja vista que somos amigos íntimos há muitos anos", escreveu Sóstenes na solicitação.

O general da reserva é um dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrarem um grupo que coordenou uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Braga Netto era candidato a vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontado como o líder da trama pelo procurador-geral, Paulo Gonet.

Na investigação sobre a tentativa de golpe, a PF concluiu que Braga Netto incitou a tentativa de golpe e ordenou ataques contra membros da cúpula das Forças Armadas que eram contrários à trama. Os investigadores também apontaram que ele financiou a ação dos oficiais das Forças Especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos", para assassinar autoridades da República.

Nesta terça-feira, 25, a Primeira Turma do STF começou a julgar a denúncia contra Bolsonaro, Braga Netto e outros seis aliados do ex-presidente. A sessão foi marcada pela rejeição de preliminares apresentadas pelas defesas dos denunciados. Nesta quarta-feira, 26, o colegiado vai definir se eles vão se tornar, ou não, réus no Supremo pela tentativa de ruptura democrática.

A defesa do general na sessão, que foi representada pelo advogado José Luis Oliveira, questionou a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e pediu a anulação do acordo. Segundo Oliveira, Cid "mente e mente muito" e a colaboração é inepta por ser firmada entre a PF e o investigado, sem anuência do Ministério Público Federal.