Democratas têm vitórias em plebiscitos e eleições estaduais

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Após uma sequencia de pesquisas que colocam o republicano Donald Trump à frente do presidente Joe Biden, os democratas celebraram vitórias significativas em eleições locais nesta quarta-feira, 8. Em Ohio, um plebiscito incluiu o direito ao aborto na Constituição do Estado e legalizou a maconha. Em Kentucky, reduto conservador, o democrata Andy Beshear foi reeleito governador. E em Virgínia, os democratas obtiveram maioria nas duas Casas legislativas.

O aborto foi apenas um dos muitos fatores nas disputas que ocorreram na noite de terça-feira, testando o humor e a satisfação dos eleitores com ambos os partidos. O desafio dos democratas era superar um presidente impopular. O dos republicanos, justificar o caos que eles criaram no Congresso e a fidelidade que mantêm a Trump, figura polarizadora para os moderados que carrega mais de 90 acusações criminais no currículo.

Kentucky

Analistas enxergam os resultados com cautela e dizem que é cedo para fazer qualquer projeção para a eleição presidencial do ano que vem. No entanto, a vitória dos defensores do direito ao aborto e o fato de os republicanos terem feito campanha para banir o procedimento em vários Estados mostra que o tema é capaz de mobilizar a base democrata e os eleitores moderados.

Na Virgínia, um Estado-chave na eleição presidencial, os republicanos fizeram campanha em favor de uma proposta para proibir a o aborto após 15 semanas de gravidez. O governador Glenn Youngkin, um republicano moderado e popular, mergulhou na campanha. Como resultado, ele perdeu a maioria na Câmara dos Deputados do Estado e não conseguiu retomar o Senado estadual das mãos dos democratas.

Foi assim também que Beshear conseguiu se reeleger governador de Kentucky, um dos Estados mais conservadores dos EUA. Ele passou a campanha atacando a posição antiaborto de seu rival republicano, Daniel Cameron. No fim, Beshear venceu com 5 pontos porcentuais de vantagem.

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Pesquisas de boca de urna mostraram que um em cada cinco republicanos e quase dois terços dos eleitores independentes apoiam o direito ao aborto, uma indicação de como o tema é popular em todas as linhas partidárias.

Isso ajuda a explicar as duas vitórias obtidas em Ohio. "Eu não gosto da ideia de ter um velho homem branco dizendo o que eu posso fazer", disse Kate Wagner, de 51 anos, eleitora republicana que rompeu com o partido no Estado. "Eles nunca estiveram nessa posição."

A Proposição 1 - que inclui o direito ao aborto na Constituição de Ohio - foi aprovada por uma margem de 10 pontos porcentuais. A legalização da maconha também passou com folga (56% a 44%). O Estado se tornou o 24.º dos EUA liberar a Cannabis.

O aborto também esteve no centro de outras disputas eleitorais. A campanha por uma vaga na Suprema Corte do Estado da Pensilvânia atraiu mais de US$ 17 milhões em gastos com publicidade na TV, com muitos dos anúncios abordando o direito ao aborto. O vencedor, o democrata Daniel McCaffery, dizia em um de seus anúncios: "Nossas liberdades estão sob ataque - os direitos dos trabalhadores, os direitos reprodutivos das mulheres, o direito de voto".

Desde que a Suprema Corte dos EUA derrubou a famosa decisão Roe vs. Wade, que protegia o direito ao aborto em nível federal, em 2022, a questão dos direitos reprodutivos das mulheres foi deixada a cargo de cada Estado.

Diante do sucesso, os democratas sinalizaram que farão do aborto uma questão fundamental na corrida presidencial de 2024. Os pré-candidatos republicanos estão divididos sobre a questão - Trump voltou atrás e não defende mais a proibição total do procedimento.

Nos últimos meses, os democratas iniciaram esforços para colocar o aborto na cédula em vários Estados em 2024, incluindo alguns cruciais como Arizona, Nevada e Pensilvânia. Eleitores já aprovaram medidas de proteção ao direito reprodutivo em Kansas, Califórnia, Kentucky, Michigan, Montana e Vermont.

Os conservadores, no entanto, argumentaram que o resultado das urnas não deveria ser visto como um teste para 2024. "Acho que as pessoas estão exagerando o significado disso em nível nacional", disse Kristi Hamrick, vice-presidente do Students for Life of America, um dos maiores grupos antiaborto dos EUA. "Cada luta é única." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Um brasileiro investigado por suspeita de planejar atos terroristas foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira, 11, após ter sido citado em um relatório do FBI, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos.

O FBI notificou autoridades brasileiras depois de identificar comunicações sensíveis em fóruns e redes sociais, o que levou a PF a deflagrar a Operação Leviatã. Segundo a Polícia Federal, o objetivo é "reprimir atos preparatórios de terrorismo e incitação ao ódio praticados no ambiente digital".

As publicações analisadas demonstraram "predisposição do investigado para a prática de atos violentos" e "alinhamento com ideologias de intolerância", informou a PF.

Os policiais federais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa dele, em Pocinhos, cidade de 17 mil habitantes na Paraíba, a 150 quilômetros de João Pessoa.

Foram apreendidos celulares, mídias e dispositivos de armazenamento de dados. Em comunicado, a PF afirmou que os materiais são "fundamentais para o avanço da investigação, que tem como foco o combate ao extremismo violento e à propagação de ameaças contra a segurança nacional".

O objetivo nesta semana é colher provas para aprofundar a investigação e identificar possíveis coautores. Segundo as primeiras informações da investigação, o homem participava de grupos usados para circular discursos de ódio e adesão a ideologias extremistas, com motivações raciais e étnicas.

O vereador Raul Marcelo (PSOL) pediu, por meio de um requerimento protocolado nesta sexta-feira, 11, que a gestão Rodrigo Manga (Republicanos), prefeito de Sorocaba, interior de São Paulo, anule imediatamente o contrato com o Instituto de Atenção à Saúde e Educação (IASE). O opositor destaca que o governo Manga já destinou mais de R$ 100 milhões à entidade, dos quais R$ 62 milhões entre 2022 e 2024, e outros R$ 38 milhões no contrato vigente até março de 2025.

Até a publicação deste texto, a reportagem do Estadão buscou contato com a defesa do IASE, mas sem sucesso. O espaço está aberto.

A cobrança pela rescisão do contrato foi protocolada um dia depois da deflagração da Operação Copia e Cola, da Polícia Federal. Nesta quinta, 10, a PF fez buscas até na residência de Manga, no âmbito de investigação sobre suposto esquema de corrupção na saúde pública.

Em meio às buscas, os agentes federais apreenderam dinheiro, armas e um carro de luxo com outros investigados. Maços de dinheiro foram encontrados em cofres e em caixas de papelão. No endereço de um suspeito, em São Paulo, havia R$ 863.854,00. A Justiça autorizou o sequestro de bens dos alvos da Operação Copia e Cola até o limite de R$ 20 milhões.

Dinheiro foi encontrado em cofres e caixas de papelão

O inquérito aponta indícios de fraudes na contratação de organização social para administrar unidades de saúde da prefeitura de Sorocaba. Também há suspeitas sobre operações financeiras para lavagem de dinheiro, como depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.

Segundo Raul Marcelo, o IASE é o responsável pela gestão da UPH da Zona Oeste da cidade. O vereador assinala que a apuração envolve 'a antiga Aceni, organização social que já gerenciou a UPA do Éden e que agora opera sob o nome de IASE'.

O requerimento do político do PSOL será debatido pelos parlamentares na próxima sessão da Câmara de Sorocaba.

"De acordo com reportagens publicadas pela imprensa, os contratos firmados entre o governo Manga e a Aceni estão entre os alvos da investigação", afirma. "Além disso, há decisão judicial que impede a contratação de entes públicos com essa entidade. No entanto, mesmo após a mudança de nome e de CNPJ, a gestão da saúde continua sob responsabilidade das mesmas pessoas jurídicas, conforme apontado pelo Tribunal de Contas do Estado."

"Não podemos permitir que Sorocaba continue gastando dinheiro público com uma entidade envolvida em graves denúncias de corrupção. Estamos falando da saúde da população, de vidas. É preciso romper imediatamente esse vínculo e garantir uma gestão pública transparente, eficiente e livre de esquemas fraudulentos", questiona o vereador.

Defesa

No dia da operação, a prefeitura informou que colabora com as investigações. A defesa do prefeito, sob comando do criminalista Daniel Bialski, considera que a busca da PF nos endereços de Manga foi 'desnecessária e abusiva'.

Para Bialski, a PF 'tenta proceder a ilegal pesca probatória para investigar a pessoa, o que é vedado por nossa legislação'. Ele suspeita de 'uso político' da PF, 'induzindo a Justiça em erro'.

A prefeitura considera que a Operação Copia e Cola ocorre 'em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional, inclusive pontuando com destaque em pesquisas para governador do Estado e presidente do Brasil'.

A Polícia Federal terminou nesta sexta-feira, 11, a contagem do dinheiro apreendido na Operação Copia e Cola, que investiga o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), e aliados por suspeita de desvios de recursos da Saúde. O total foi de R$ 1.760.157,00.

A maior parte do dinheiro - R$ 863.854,00 - estava em caixas de papelão encontradas em um carro em São Paulo. O veículo pertence a um pastor apontado como operador financeiro do suposto esquema.

Grande quantia - R$ 646.350,00 - também foi apreendida em um endereço em Araçoiaba.

A Justiça autorizou o sequestro de bens dos investigados até o limite de R$ 20 milhões.

A Polícia Federal investiga indícios de fraudes na contratação de uma organização social para administrar unidades de saúde da prefeitura. O inquérito também mira operações suspeitas que aparentam ter sido usadas para lavagem de dinheiro, como depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.

Em nota, a defesa do prefeito classificou a busca na casa dele como "desnecessária e abusiva". "Não existe qualquer elemento, mínimo que fosse, que pudesse relacionar o prefeito a atos ilícitos", afirmam seus advogados (leia a íntegra da manifestação ao final da matéria).

Veja quanto foi apreendido pela PF em cada cidade:

- Itu - R$ 89.050,00

- Sorocaba - R$ 36.781,00

- Santos - R$ 123.800,00

- Araçoiaba - R$ 646.350,00

- São Paulo - R$ 863.854,00

COM A PALAVRA, A DEFESA DO PREFEITO

Os advogados do Prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, reeleito com aprovação recorde da cidade, explicitam que causou surpresa, para não se dizer, desde logo, algo mais incisivo, a busca e apreensão, desnecessária e abusiva, ocorrida nesta manhã. Os supostos fatos investigados são de 2021 e, no pouco que a defesa obteve acesso, não existe qualquer elemento, mínimo que fosse, que pudesse relacionar o prefeito a atos ilícitos. A Polícia Federal tenta proceder a ilegal "pesca probatória" para investigar a pessoa, o que é vedado por nossa legislação. A defesa vê tal ato com enorme preocupação, justamente porque não se pode permitir que se faça uso político de nossa força policial, induzindo o Poder Judiciário em erro.

Daniel Leon Bialski, Bruno Garcia Borragine, André Mendonça Bialski, Flávia Maria Ebaid e Júlia Zonzini

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE SOROCABA

A investigação da Polícia Federal envolvendo uma OS (Organização Social) acontece em 13 cidades, tais como São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, entre outras, sendo Sorocaba uma delas. Nesse sentido, está havendo plena colaboração com as autoridades, para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos, o mais brevemente possível.

Vale destacar que a operação acontece em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional, inclusive pontuando com destaque em pesquisas para governador do Estado de São Paulo e presidente do Brasil. Não é a primeira vez na história que vemos "forças ocultas" se levantarem contra representantes que se projetam como uma alternativa ao sistema e dão voz ao povo.

Recentemente, por exemplo, Rodrigo Manga entrou em embates contra o aumento de impostos de alimentos básicos, combustíveis e remédios, bem como a criação de novos pedágios.