Departamento de Estado dos EUA acusa Rússia de espalhar desinformação no Brasil

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O Departamento de Estado dos Estados Unidos acusou a Rússia de financiar uma campanha de desinformação nos veículos de imprensa da América Latina, incluindo o Brasil. Segundo a embaixada brasileira no Brasil, que divulgou o comunicado do Departamento de Estado no dia 7, a Rússia busca influenciar o apoio à Ucrânia na guerra por meio da estratégia de "disfarçar a fonte de sua propaganda e desinformação por meio de veículos de imprensa locais, de forma que pareça orgânica para o público latino-americano".

A embaixada afirma que as campanhas russas estão espalhadas na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, México, Venezuela, Brasil, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai, entre outros países da região. "A campanha do Kremlin planeja aproveitar os contatos com veículos de imprensa (...) a fim de realizar uma campanha de manipulação de informação destinada a explorar sorrateiramente a abertura da imprensa e do ambiente de informação da América Latina", diz o Departamento de Estado.

De acordo com o Departamento de Estado, a Rússia amplia os esforços para replicar seus interesses por um sistema de jornais, sites e indivíduos que parecem "ser fontes de notícias independentes". Os interesses seriam espalhados a princípio por meio de histórias originais ou de discursos populares ou "divisivos"; depois, esse conteúdo é intensificado através da divulgação de conteúdos falsos, teorias da conspiração e outras informações que podem servir aos interesses russos.

O comunicado diz que a campanha é liderada pelos órgãos russos Agência de Design Social (SDA), o Instituto para o Desenvolvimento da Internet e Structura. Essas empresas foram chamadas de "influence-for-hire" (compra de influência) e teriam capacidade técnica, experiência na exploração de ambientes de informação abertos e um histórico de proliferação de desinformação e propaganda a fim de promover os objetivos de influência externa da Rússia.

A mecânica de campanha aconteceria através de um grupo de editores organizado em um país da América Latina, o Chile, com a participação de vários jornalistas locais e representantes de vários países da região. Depois, uma equipe russa criaria um conteúdo e enviaria o material à equipe editorial para revisão, edição e publicação. "Com efeito, esse processo de lavagem de informações faria com que o conteúdo pró-Kremlin criado na Rússia fosse 'localizado' pela equipe latino-americana com curadoria e publicado em mídias locais para parecer orgânico", dizem os EUA.

O relatório chega a citar dois jornais que estariam diretamente envolvidos na operação russa: Pressenza e El Ciudadano, ambos de língua espanhola. Mas, para além desses, haveria uma rede mais ampla de fontes da imprensa à disposição do grupo para ampliar ainda mais as informações.

Os temas escolhidos para a campanha teriam o objetivo principal de "persuadir o público latino-americano de que a guerra da Rússia contra a Ucrânia é justa e que podem se unir à Rússia para derrotar o neocolonialismo". "Esses temas se alinham com a falsa narrativa mais ampla da Rússia de que é um campeão contra a neocolonialização, quando na realidade está envolvida no neocolonialismo e no neoimperialismo em sua guerra contra a Ucrânia e em sua extração de recursos na África", diz o relatório dos EUA.

O esforço estaria coordenado entre embaixadas russas na América Latina e veículos de imprensa financiados pelo Estado para aumentar as mensagens pró-Kremlin, difundir narrativas anti-EUA e desenvolver parcerias entre os meios de comunicação estatais russos, veículos de comunicação e estações de rádio locais, embaixadas de outros países considerados pró-Moscou na região e jornalistas locais.

Em outra categoria

O procurador Bradson Tiberio Luna Camelo, procurador do Ministério Público de Contas da Paraíba (MPC-PB), citou a música sertaneja "Evidências", da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó, para defender uma medida cautelar nesta sexta-feira, 18. Segundo Bradson, Allana Galdino, indicada ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), deve devolver verbas obtidas por suposta improbidade administrativa e não pode "negar as evidências e viver fingindo". Os valores apontados pela auditoria do TCE-PB são de R$ 646.972,40.

"Por fim, lembro de frase repetida reiteradamente por todos os conselheiros: Esse Tribunal julga fatos, não pessoas! Como na célebre canção, aqui no Tribunal de Contas do Estado, não podemos negar as aparências e disfarçar as evidências, não podemos viver fingindo", escreveu o procurador.

O Estadão procurou a defesa de Allana Galdino, mas não havia obtido um retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Allana Galdino foi indicada ao TCE-PB e teve o nome aprovado pela Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) no último dia 18 de março. Ela é filha do presidente da Casa Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos). A Justiça do Estado chegou a suspender a nomeação dela por indícios de nepotismo, mas a decisão foi revogada um dia depois.

O procurador do MPC-PB acusa Allana, através de uma auditoria do TCE-PB, de ter sido uma servidora fantasma quando trabalhou na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). Além do caso, configurado como descumprimento da idoneidade moral, o MP diz que a indicação fere a proibição do nepotismo em cargos públicos, já que o pai foi o responsável por conduzir a sessão que aprovou o nome dela para a Corte de Contas.

Na representação enviada nesta sexta, Bradson pede que a nomeação e a posse de Allana sejam suspensas até que o pedido do MPC-PB seja julgado. O procurador também quer que o governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), e dois secretários dele forneçam explicações sobre a suposta atuação de Allana como "funcionária fantasma".

Caso o TCE-PB condene Allana a não poder assumir a Corte de Contas, Bradson também pediu que a filha do deputado devolva todo o dinheiro que recebeu enquanto esteve locada na Seplag.

A Justiça Federal decidiu que militares não podem receber, simultaneamente, os adicionais de tempo de serviço (ATS) e de compensação por disponibilidade militar (ACDM). Com isso, a União espera economizar cerca de R$ 3 bilhões ao ano. A decisão foi das Turma Nacional de Uniformização (TNU) do Conselho da Justiça Federal (CJF), e seguiu argumentados defendidos pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A decisão determina que Juizados Especiais Federais e Turmas Recursais em todo o País barrem o recebimento acumulado por parte de integrantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Decreto de agosto de 2020 já proibia a acumulação dos dois adicionais, apontando que seria assegurado ao militar ou ao pensionista do militar falecido o recebimento do adicional mais vantajoso.

Contudo, integrantes das Forças questionavam essa decisão. O argumento é o de que limitar a remuneração acumulada feriria o princípio da irredutibilidade de vencimentos e o direito adquirido.

A Turma de Uniformização, porém, acolheu por unanimidade o argumento da AGU.

Segundo o advogado da União, Luís Felipe Cabral Pacheco, em comunicado divulgado pelo órgão, a decisão "pacifica a questão, reduz a judicialização e representa significativa economia de recursos públicos para as Forças Armadas, contribuindo para viabilizar, do ponto de vista orçamentário, a continuidade de suas relevantes missões institucionais".

O adicional de compensação por disponibilidade militar é uma parcela remuneratória mensal devida ao militar em razão de estar disponível de modo permanente e com dedicação exclusiva ao longo da carreira.

Esse benefício incide com porcentuais diversos sobre o soldo, a depender do posto ou graduação, podendo chegar a 41% em caso de almirantes de esquadra, generais do Exército ou tenentes-brigadeiros.

O Hospital DF Star informou nesta sexta-feira, 18, que o ex-presidente da República Jair Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em acompanhamento pós-operatório. Segundo nota à imprensa, Bolsonaro mantém boa evolução clínica, sem dor e sem outras intercorrências e mantém melhora laboratorial dos marcadores inflamatórios. Não, há, porém, previsão de alta da UTI.

O boletim médico também informa que o ex-presidente realizou tomografias de controle, sem evidência de complicações ou intercorrências, e segue em jejum oral, com nutrição parenteral exclusiva e com o programa de fisioterapia motora (caminhada fora do leito) e respiratória.

De acordo com o Hospital, persiste a recomendação de não receber visitas.

Bolsonaro foi encaminhado ao DF Star, em Brasília, no último fim de semana, para passar por um procedimento de desobstrução no intestino.

O ex-presidente foi submetido a uma cirurgia de 12 horas no domingo, 13 de abril.