Ataque de milícia pró-Irã mata 3 soldados americanos na Jordânia; Biden é criticado

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Um ataque a drone lançado neste domingo, 28, por uma milícia apoiada pelo Irã matou 3 soldados americanos e feriu 25 na Jordânia, perto da fronteira com a Síria. Foi a primeira vez que militares dos EUA morreram em um bombardeio inimigo desde que a guerra em Gaza voltou a colocar o Oriente Médio em pé de guerra.

 

"Embora ainda estejamos reunindo as informações sobre o ataque, sabemos que foi conduzido por grupos radicais apoiados pelo Irã que operam na Síria e no Iraque", afirmou o presidente americano, Joe Biden, ao lamentar as mortes. "Não tenham dúvidas: os culpados serão responsabilizados quando e como nós decidirmos."

 

Os nomes dos soldados foram omitidos até que as famílias sejam avisadas. O temor é de que o ataque eleve ainda mais a tensão na região, já que a morte de militares americanos coloca pressão para que Biden responda, principalmente para não se tornar alvo de críticas dos adversários republicanos em ano eleitoral.

 

Responsabilidade

 

A Resistência Islâmica no Iraque, grupo que está sob o guarda-chuva de milícias apoiadas pelo Irã, assumiu ontem a responsabilidade. "Se os EUA continuarem a apoiar Israel, haverá escalada. Todos os interesses dos EUA na região são alvos legítimos e não nos importamos com as ameaças de resposta dos EUA", declarou ontem um integrante do grupo ao Washington Post.

 

O governo da Jordânia condenou os ataques de ontem. O reino faz fronteira com Arábia Saudita, Iraque, Israel e Síria, além do território palestino da Cisjordânia. Os jordanianos também abrigam bases americanas, que concentram cerca de 3 mil soldados.

 

Os EUA são o principal aliado de Israel, que trava uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, após os ataques do dia 7 de outubro, que mataram 1,2 mil pessoas. Desde o início do conflito, as tropas dos EUA no Iraque e na Síria têm enfrentado ataques de drones e mísseis nas suas bases. Até então, nenhuma vítima havia sido registrada.

 

Escalada

 

No sábado, 27, pelo menos quatro militares dos EUA estacionados no oeste do Iraque ficaram feridos quando sua base aérea foi atingida por foguetes e mísseis, que segundo o Pentágono também foram disparados por milícias apoiadas pelo Irã.

 

Os episódios do fim de semana foram os mais recentes dos mais de 150 ataques realizados por milícias apoiadas pelo Irã na Síria e no Iraque contra as tropas dos EUA desde os ataques de 7 de outubro.

 

As tensões seguem elevadas também no Líbano, onde o Hezbollah - outro grupo armado apoiado pelo Irã - troca constantemente disparos com soldados de Israel na fronteira.

 

Nas últimas semanas, Washington passou a enfrentar também os rebeldes houthis, financiados pelos iranianos. A milíci(a, que atua no Iêmen ameaça a rota do Mar Vermelho, fundamental para o comércio global, com ataques a navios de carga.

 

Na semana passada, o Pentágono confirmou a morte de dois fuzileiros navais de sua tropa de elite, que haviam desaparecido no Iêmen durante uma operação para interceptar armas iranianas enviadas para os houthis.

 

Republicanos atacam Biden após mortes

 

Os líderes republicanos foram rápidos ontem em atribuir a culpa pelas mortes dos soldados dos EUA na Jordânia ao presidente americano, Joe Biden, que deve travar uma disputa dura contra o ex-presidente Donald Trump na eleição de novembro.

 

"Esse ataque descarado aos EUA é mais uma consequência horrível e trágica da fraqueza e da rendição de Joe Biden", reagiu Trump, que classificou a notícia como "terrível".

 

Os aliados do ex-presidente também criticaram a política externa americana. "Biden encorajou o Irã por muitos anos ao tolerar ataques às nossas tropas, subornar os aiatolás com bilhões de dólares e apaziguá-los até o fim", disse o senador Tom Cotton, no X (ex-Twitter). "Ele deixou nossos soldados como alvos fáceis e agora três morreram e dezenas estão feridos. A única resposta a esses ataques deve ser uma retaliação militar devastadora contra as forças terroristas do Irã em todo o Oriente Médio."

 

O deputado Byron Donalds adotou uma linha semelhante. "Isso (o ataque de ontem) nunca deveria ter acontecido. A estratégia de apaziguamento de Biden em relação ao Irã e seus aliados não funciona. A paz por meio da força garante um mundo mais seguro para todos", disse.

 

Represália

 

O senador Roger Wicker, um dos falcões republicanos no Congresso, membro da Comissão das Forças Armadas do Senado, também pediu um ataque retaliatório. "É hora de agir com propósito e determinação em resposta aos ataques que tragicamente tiraram a vida de soldados americanos e feriram muitos outros", afirmou.

 

Outros republicanos também se aproveitaram para criticar o presidente americano. "Biden pode eliminar todos os aliados dos iranianos que quiser, mas isso não impedirá a agressividade do Irã. Estou pedindo ao governo que ataque alvos importantes dentro do Irã, não apenas como represália pela morte de nossas tropas, mas como dissuasão contra futuras agressões", afirmou o senador Lindsey Graham.

 

O senador John Cornyn foi ainda mais longe: "Ataque Teerã", escreveu, para em seguida esclarecer que não se tratava de um apelo para bombardear civis, mas apenas alvos militares. O presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, também pediu uma resposta. "Os EUA têm de enviar uma mensagem clara e cristalina para todo o mundo de que os ataques às nossas tropas não serão tolerados", afirmou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

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Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

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Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

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A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

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O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.