Parlamento espanhol rejeita em primeiro turno projeto de anistia a separatistas catalães

Internacional
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O polêmico projeto de anistia aos separatistas catalães foi rejeitado nesta terça-feira, 30, pelo Congresso dos Deputados da Espanha, devido ao voto contra do partido do líder separatista catalão Carles Puigdemont, que considerou que a proposta não foi longe o suficiente.

 

Esta derrota em primeira instância não significa o fim do projeto, que voltará para uma comissão parlamentar onde poderá ser modificado para uma nova votação, mas deixou evidente a fragilidade do apoio ao governo do socialista Pedro Sánchez.

 

A rejeição da lei de anistia representou um duro revés para o chefe de governo espanhol, evidenciando a fragilidade de seu apoio apenas dois meses depois de ter sido reeleito.

 

Paradoxalmente, a derrota se deveu ao voto contrário do partido Juntos pela Catalunha (Junts per Catalunya), do líder separatista Carles Puigdemont, que considerou que a medida não blindava os independentistas de todos os delitos que poderiam ser atribuídos a eles.

 

De qualquer forma, a votação não significa o fim da polêmica lei, que voltará a uma comissão parlamentar, onde poderá ser alterada para votação posterior.

 

Mas o tropeço deixou clara a fragilidade no Parlamento do apoio ao socialista Sánchez, que permitiu sua reeleição ao cargo em meados de novembro, e a pressão constante do Junts sobre o governo.

 

O Junts, um aliado muito imprevisível, exigia dos socialistas que votassem a favor de emendas destinadas a contrabalançar decisões recentes de dois juízes que poderiam impedir que a anistia incluísse Puigdemont.

 

Diante da negativa dos socialistas, os sete deputados do Junts votaram contra o projeto de lei, que teve 171 votos sim e 179 votos não.

 

A lei tem que garantir uma "anistia integral", que "não deixe ninguém para trás", advertiu na tribuna, antes da votação, Míriam Nogueras, deputada do Junts.

 

É "incompreensível que o Junts tenha votado contra", assim como a direita e a extrema direita, que "querem prendê-los e torná-los ilegais", disse o ministro da Presidência, Félix Bolaños, que pediu ao partido independentista "que reconsidere sua posição".

 

Esta anistia era a condição inegociável imposta pelos partidos separatistas em troca de seu apoio, essencial para a reeleição de Sánchez.

 

Se for aprovada, a medida levaria os tribunais a retirar as acusações contra centenas de ativistas e líderes separatistas da Catalunha em 2017, uma das crises políticas da Espanha contemporânea.

 

A princípio, a lei beneficiaria Puigdemont, que era presidente regional catalão no momento dos fatos, e que poderia, assim, voltar à Espanha, mais de seis anos depois de se radicar na Bélgica, fugindo da Justiça espanhola.

 

No entanto, o Junts mostrou dúvidas depois que dois juízes pediram, na segunda-feira, para estender a instrução de dois casos que poderiam afetar Puigdemont, um por suposto terrorismo e outro por supostamente manter contatos com a Rússia para obter apoio à independência da Catalunha.

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O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), foi um dos poucos integrantes da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a comemorar a vitória de Ainda Estou Aqui como melhor filme internacional no Oscar, na noite de domingo, 2.

Em publicação no X (ex-Twitter), Portinho disse que "a cultura é uma política de Estado e não deve ter lado" e que "cultura e política não devem se misturar".

"O Brasil é um só e comemoramos o Oscar de melhor filme internacional! Sou autor da emenda que reduziu impostos na reforma tributária ao setor da cultura. Minha vida e a história da minha família estão intimamente ligadas ao setor por décadas. A cultura é uma política de Estado e não deve ter lado, sendo a Identidade da nossa nação. Não pertence a um grupo político. Não queiram se apropriar", afirmou o senador.

"Cultura e política não devem se misturar. Como futebol e política também não. Cultura é de todos. Sem exceção. Do Brasil. De todos os Brasileiros e para todos! Vencemos o Oscar de Melhor Filme Internacional, temos muito a comemorar. Deixemos a política para os políticos e o prêmio do Cinema vai para a nossa cultura e os seus personagens!", completou.

Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, conta a história de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado federal Rubens Paiva, morto pela ditadura militar. Pelo tom crítico que adota em relação à ditadura, o filme passou a ser criticado pela direita brasileira. Nem a vitória no Oscar fez com que deputados e senadores bolsonaristas comemorassem a vitória de uma produção brasileira.

Na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em entrevista ao jornalista Léo Dias, fez uma série de críticas ao filme e à atriz Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva no longa. "Família Paiva, você tem que falar em Eldorado Paulista, a minha cidade. Você tem que falar em maio de 70, quando passou o Lamarca na cidade. Por que o Lamarca achou aquele lugar de guerrilha? Pode ser que não tem nada a ver com o Rubens Paiva", disse.

"A mensagem ali é política. Ela falou que no meu governo não seria possível fazer aquele filme. Não seria por quê? Eu proibi algum filme no meu governo? Eu arrumei a Lei Rouanet, se bem que não tem Lei Rouanet nesse filme. Eu não persegui ninguém", afirmou.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na representação, ele acusa Lula de usar a rede nacional de rádio e TV para autopromoção sob o pretexto de um pronunciamento oficial, o que, segundo ele, configuraria desvio de finalidade e violação aos princípios da moralidade administrativa.

O documento classifica o pronunciamento de Lula, feito em 24 de fevereiro, como uma "campanha publicitária" e alega que o conteúdo veiculado desrespeita o decreto que regula o uso da rede nacional por agentes públicos. O Estadão procurou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para comentar a representação do senador, mas não obteve resposta.

"(O presidente Lula) se valeu da rede nacional de transmissão para promover sua imagem, transformando o pronunciamento em verdadeira propaganda política, com direito ao uso de muitos recursos publicitários e, inclusive, atores", afirma o texto. A representação sustenta ainda que o presidente adotou um discurso eleitoreiro para destacar dois programas de governo.

Flávio Bolsonaro argumenta também que os atos de Lula podem configurar improbidade administrativa. Ele solicita que o TCU abra um inquérito para investigar as acusações e convoque o presidente para depor. Além disso, pede a aplicação das sanções cabíveis e a devolução aos cofres públicos dos valores gastos na produção dos vídeos.

Na medida em que vê se deteriorar a relação de seu governo com o movimento de luta pela terra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve fazer, na próxima sexta-feira, 7, sua primeira viagem a um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desde o começo de seu terceiro mandato.

O destino será Campo do Meio, município de 11,5 mil habitantes no sul de Minas Gerais. O prefeito, Samuel Azevedo Marinho (PSD), publicou um vídeo para anunciar a agenda com Lula, a que se referiu como "momento histórico" e "grande festa".

O prefeito afirmou que está prevista a assinatura do decreto para a desapropriação da massa falida da antiga usina Ariadnópolis e o assentamento das famílias do Quilombo Campo Grande. O evento deve ser feito na Escola Popular de Agroecologia Eduardo Galeano, na parte da manhã.

O terreno abriga 459 famílias, de acordo com Tuíra Tule, dirigente nacional do MST. A cooperativa cultiva 2,2 milhões pés de café e mais de 160 tipos de alimentos, e já passou por 11 despejos em 27 anos, segundo ela.

João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, publicou um vídeo ao lado do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), anunciando o que ele chamou de "ato nacional em defesa da reforma agrária, com grandes entregas e grandes anúncios".

"O presidente Lula vai lançar assentamentos para 12 mil famílias e lançar igualmente os créditos e todas as novidades. Vocês precisam estar nesse grande anúncio da reforma agrária", afirmou Teixeira.

A relação de Lula com o MST, aliados históricos, vem numa decrescente. Uma liderança nacional do movimento definiu com a palavra "frustração" o sentimento que o movimento nutre pelo governo federal. Isso porque nenhuma família do MST foi assentada em uma processo iniciado no atual mandato, diz ela.

Em 30 de janeiro, Lula recebeu representantes do MST para uma reunião no Palácio do Planalto. Na saída, os ativistas classificaram como "ridículo" o ritmo da reforma agrária no terceiro mandato do petista.

"Não queremos discutir formas de como será o processo de reforma agrária, nós queremos que resolva o problema da terra. Nós não aceitamos na próxima reunião ou ao final deste ano ter um número tão ridículo como esse, 1.500 famílias por ano", disse então Rodrigues, um dos coordenadores nacionais.