Biden impõe sanções a colonos israelenses por violência contra palestinos na Cisjordânia

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O governo dos Estados Unidos impôs, nesta quinta-feira, 4, sanções contra quatro colonos israelenses na Cisjordânia. É a segunda vez que a Casa Branca implementa punições contra israelenses na Cisjordânia, ambas em consequência da violência contra palestinos na região, depois que Israel e o grupo terrorista Hamas entraram em guerra na Faixa de Gaza, em outubro. Em dezembro, um grupo de colonos foi proibido de entrar nos Estados Unidos.

O governo israelense criticou a decisão. "A absoluta maioria dos colonos são cidadãos que respeitam a lei. Israel atua contra todos os que violam a lei em todas as partes", afirmou em um comunicado o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A medida tem também um viés eleitoral. Há uma comunidade muçulmana grande no Estado de Michigan, crucial para a disputa no colégio eleitoral em novembro, e o apoio do presidente Joe Biden a Israel no conflito tem afastado esse segmento da população do Partido Democrata. No histórico do conflito entre israelenses e palestinos, sanções contra colonos judeus são raras, ainda que a Casa Branca costume pressionar Israel contra a ampliação desses assentamentos.

Os nomes dos quatro sancionados não foram divulgados neste primeiro momento, mas as autoridades americanas explicaram em uma conferência aos jornalistas que eles estão envolvidos em motins, ataques a civis ou danos a propriedades. Eles terão o acesso ao sistema financeiro dos Estados Unidos limitado, com bens que possam ter nos país bloqueados e serão impedidos de receber transações de americanos. Além disso, também estão proibidos de entrar nos Estados Unidos.

Ações violentas

Estas sanções estão contempladas em uma nova ordem executiva que Biden promoveu nesta quinta-feira e que visa punir as pessoas "que perpetuam violência" e aquelas "que participaram de repetidos atos de intimidação e destruição de propriedade, que levaram ao deslocamento forçado de comunidades palestinas".

Em dezembro, Washington já havia anunciado a proibição de entrada no país de colonos israelenses "radicais", considerados responsáveis pelos violentos ataques contra a população palestina na Cisjordânia ocupada.

Isso aconteceu depois de Biden ter dito que estava "alarmado" com os ataques dos colonos aos palestinos e ter exigido que parassem imediatamente os seus ataques. "Eles estão atacando os palestinos em lugares onde eles têm o direito de estar. Eles têm que parar, ser responsabilizados e parar agora", disse o presidente em entrevista coletiva.

Pressão eleitoral

Michigan, onde Biden participa hoje de um comício, é fundamental para as esperanças de Biden em um segundo mandato. Em 2020, ele venceu a disputa no Estado sobre o ex-presidente Donald Trump por 154.188 dos quase 5,5 milhões de votos obtidos naquele ano. Michigan é o lar de várias centenas de milhares de árabes-americanos, a maioria dos quais vive na área de Detroit. Essas áreas votaram com grandes margens em Biden em 2020.

Mas desde a guerra em Gaza, as pesquisas mostram que o presidente está perdendo apoio entre os palestinos e outros árabes americanos. Uma pesquisa realizada no final do ano passado mostrou que o apoio de Biden a essa população caiu de 59% para apenas 17%, uma queda de mais de 40 pontos percentuais desde a última eleição.

Biden tem enfrentado protestos da minoria árabe-americana. Recentemente, um grupo de manifestantes gritou "Cessar-fogo agora" durante a apresentação do presidente na Emanuel African Methodist Episcopal Church, na Carolina do Sul, em 8 de janeiro.

A raiva dirigida ao presidente é, em grande parte, alimentada pela crença de que seu governo não fez o suficiente para evitar a morte de milhares de palestinos.

Violência na Cisjordânia

A Cisjordânia vive a sua maior onda de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005). Este ano, pelo menos 54 palestinos morreram, todos devido a tiros disparados pelas forças israelenses, incluindo menores. Entre os mortos está um adolescente identificado como Tawfic Abdel Jabbar, de nacionalidade americana, que foi morto em meados de janeiro em Ramallah pelas forças israelenses.

Desde que a guerra eclodiu na Faixa de Gaza, a situação piorou e pelo menos 378 palestinos na Cisjordânia morreram - entre eles mais de 90 menores - devido a acontecimentos violentos no âmbito do conflito. As forças israelenses controlam militarmente a Cisjordânia desde 1967.

(Com agências internacionais)

Em outra categoria

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), foi um dos poucos integrantes da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a comemorar a vitória de Ainda Estou Aqui como melhor filme internacional no Oscar, na noite de domingo, 2.

Em publicação no X (ex-Twitter), Portinho disse que "a cultura é uma política de Estado e não deve ter lado" e que "cultura e política não devem se misturar".

"O Brasil é um só e comemoramos o Oscar de melhor filme internacional! Sou autor da emenda que reduziu impostos na reforma tributária ao setor da cultura. Minha vida e a história da minha família estão intimamente ligadas ao setor por décadas. A cultura é uma política de Estado e não deve ter lado, sendo a Identidade da nossa nação. Não pertence a um grupo político. Não queiram se apropriar", afirmou o senador.

"Cultura e política não devem se misturar. Como futebol e política também não. Cultura é de todos. Sem exceção. Do Brasil. De todos os Brasileiros e para todos! Vencemos o Oscar de Melhor Filme Internacional, temos muito a comemorar. Deixemos a política para os políticos e o prêmio do Cinema vai para a nossa cultura e os seus personagens!", completou.

Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, conta a história de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado federal Rubens Paiva, morto pela ditadura militar. Pelo tom crítico que adota em relação à ditadura, o filme passou a ser criticado pela direita brasileira. Nem a vitória no Oscar fez com que deputados e senadores bolsonaristas comemorassem a vitória de uma produção brasileira.

Na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em entrevista ao jornalista Léo Dias, fez uma série de críticas ao filme e à atriz Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva no longa. "Família Paiva, você tem que falar em Eldorado Paulista, a minha cidade. Você tem que falar em maio de 70, quando passou o Lamarca na cidade. Por que o Lamarca achou aquele lugar de guerrilha? Pode ser que não tem nada a ver com o Rubens Paiva", disse.

"A mensagem ali é política. Ela falou que no meu governo não seria possível fazer aquele filme. Não seria por quê? Eu proibi algum filme no meu governo? Eu arrumei a Lei Rouanet, se bem que não tem Lei Rouanet nesse filme. Eu não persegui ninguém", afirmou.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na representação, ele acusa Lula de usar a rede nacional de rádio e TV para autopromoção sob o pretexto de um pronunciamento oficial, o que, segundo ele, configuraria desvio de finalidade e violação aos princípios da moralidade administrativa.

O documento classifica o pronunciamento de Lula, feito em 24 de fevereiro, como uma "campanha publicitária" e alega que o conteúdo veiculado desrespeita o decreto que regula o uso da rede nacional por agentes públicos. O Estadão procurou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para comentar a representação do senador, mas não obteve resposta.

"(O presidente Lula) se valeu da rede nacional de transmissão para promover sua imagem, transformando o pronunciamento em verdadeira propaganda política, com direito ao uso de muitos recursos publicitários e, inclusive, atores", afirma o texto. A representação sustenta ainda que o presidente adotou um discurso eleitoreiro para destacar dois programas de governo.

Flávio Bolsonaro argumenta também que os atos de Lula podem configurar improbidade administrativa. Ele solicita que o TCU abra um inquérito para investigar as acusações e convoque o presidente para depor. Além disso, pede a aplicação das sanções cabíveis e a devolução aos cofres públicos dos valores gastos na produção dos vídeos.

Na medida em que vê se deteriorar a relação de seu governo com o movimento de luta pela terra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve fazer, na próxima sexta-feira, 7, sua primeira viagem a um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desde o começo de seu terceiro mandato.

O destino será Campo do Meio, município de 11,5 mil habitantes no sul de Minas Gerais. O prefeito, Samuel Azevedo Marinho (PSD), publicou um vídeo para anunciar a agenda com Lula, a que se referiu como "momento histórico" e "grande festa".

O prefeito afirmou que está prevista a assinatura do decreto para a desapropriação da massa falida da antiga usina Ariadnópolis e o assentamento das famílias do Quilombo Campo Grande. O evento deve ser feito na Escola Popular de Agroecologia Eduardo Galeano, na parte da manhã.

O terreno abriga 459 famílias, de acordo com Tuíra Tule, dirigente nacional do MST. A cooperativa cultiva 2,2 milhões pés de café e mais de 160 tipos de alimentos, e já passou por 11 despejos em 27 anos, segundo ela.

João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, publicou um vídeo ao lado do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), anunciando o que ele chamou de "ato nacional em defesa da reforma agrária, com grandes entregas e grandes anúncios".

"O presidente Lula vai lançar assentamentos para 12 mil famílias e lançar igualmente os créditos e todas as novidades. Vocês precisam estar nesse grande anúncio da reforma agrária", afirmou Teixeira.

A relação de Lula com o MST, aliados históricos, vem numa decrescente. Uma liderança nacional do movimento definiu com a palavra "frustração" o sentimento que o movimento nutre pelo governo federal. Isso porque nenhuma família do MST foi assentada em uma processo iniciado no atual mandato, diz ela.

Em 30 de janeiro, Lula recebeu representantes do MST para uma reunião no Palácio do Planalto. Na saída, os ativistas classificaram como "ridículo" o ritmo da reforma agrária no terceiro mandato do petista.

"Não queremos discutir formas de como será o processo de reforma agrária, nós queremos que resolva o problema da terra. Nós não aceitamos na próxima reunião ou ao final deste ano ter um número tão ridículo como esse, 1.500 famílias por ano", disse então Rodrigues, um dos coordenadores nacionais.